quarta-feira, 20 de julho de 2022

 

SANTA MARGARIDA - 275-290

 

Margarida nasceu no ano 275, na Antioquia de Pisidia, uma florescente cidade da Ásia Menor.

Órfã de mãe desde pequena e filha de um sacerdote pagão e idólatra, Margarida tinha tudo para jamais aproximar-se de Deus, se "algo" não acontecesse. E algo divino aconteceu: o pai acabou confiando sua educação a uma ama extremamente católica e a vida de Margarida enveredou por outro caminho. Caminho que a levaria à santidade.

Cresceu inteligente e muito dedicada às coisas do espírito. Mas o pai começou a perceber que ela não ia aos cultos ou mesmo ao templo para participar dos sacrifícios aos deuses. Sem suspeitar que, à noite, ela participava de cultos cristãos.

Como não podia sequer imaginar tal fato, alguém tratou de abrir seus olhos. Foi aí que começou o suplício de Margarida. Ele exigiu que ela abandonasse o cristianismo. Como ela se recusou, primeiro impôs-lhe um severo castigo, mandando a jovem para o campo, trabalhar ao lado dos escravos.

Depois, como nem a força fazia a filha mudar de idéia, entregou-a ao prefeito local para que fosse julgada pelo "crime de ser cristã".

O martírio da jovem Margarida foi tão terrível e de resultados tão fantásticos que se tornou uma das paginas da tradição cristã mais transmitida através dos séculos. Justamente por ter sido tão cruel, o povo apegou-se de tal forma ao sofrimento da jovem que à sua narrativa acrescentaram-se fatos lendários.

O certo foi que primeiro ela foi levada à presença do juiz e prefeito e, diante dele, negou-se a abandonar a fé cristã. Foram horas de pressão e tortura psicológica que, por fim, viraram tortura física. Margarida foi açoitada, depois teve o corpo colocado sobre uma trave e rasgado com ganchos de ferro. Dizem que a população e até mesmo os carrascos protestaram contra a pena decretada.

No dia seguinte, ela apareceu, sem o menor sinal de sofrimento, na frente do governante, que. irado com o estranho fato, determinou que ela fosse assada viva sobre chapas quentes. Novamente, a comoção tomou conta de todos, pois nem assim a jovem morria ou demonstrava sofrer.

Diz a tradição que Margarida teria sido visitada no cárcere pelo satanás, em forma de um dragão que a engoliu. Mas Margarida conseguiu sair do seu ventre, firmando contra ele o crucifixo que trazia nas mãos. Ela foi, então, jogada nas águas de um rio gelado.

Quando saiu de lá viva, com as correntes arrebentadas e sem sinal das torturas aplicadas, muita gente ajoelhou-se, converteu-se e até se ofereceu para morrer no lugar dela. Mas o prefeito enfurecido mandou que a decapitassem. Ela morreu no dia 20 de julho de 290, com a idade de quinze anos.

O seu corpo foi recolhido e levado para um lugar seguro, onde foi enterrado pelos cristãos convertidos, passando a ser venerada em todo o Oriente. No século X, foi trasladado para a Itália e desde então seu culto se difundiu também em todo o Ocidente. De tal modo, que santa Margarida foi incluída entre os "quatorze santos auxiliadores", aos quais o povo cristão recorre pela intercessão nos momentos mais difíceis. Santa Margarida é solicitada para proteger as grávidas nos partos complicados.

São comemorados também, neste dia: Santo Aurélio de Cartago (bispo), São Elias (profeta bíblico do Antigo Testamento), São Apolinário,  Santa Severa, São Paulo da Espanha, Santa Etelvina (viúva), Santo Aurélio.

terça-feira, 19 de julho de 2022

 

MARIA, A ESCOLHIDA DESDE TODA A ETERNIDADE

 

Maria foi escolhida por Deus para ser a Mãe do Filho de Deus desde o início dos tempos, desde a criação do mundo, desde a queda do homem motivada pelo pecado. Já, no primeiro livro das Sagradas Escrituras, no terceiro capítulo do Gênesis, quando acontece a expulsão do homem que pecara do paraíso, o Senhor Nosso Deus se dirige à serpente, dizendo - ``Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre  a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça e tu armarás traições ao se calcanhar.`` (Gen. 3, 15) .

O homem comete o primeiro pecado e é expulso do paraíso, mas Deus, pelo seu grande amor, de imediato, prepara novas condições para que o homem se regenere e volte às boas com o seu Criador. E, desde o início da história do homem, aparece a figura de uma mulher  poderosa que vai esmagar pela cabeça o mal que aflige todos os homens.

E a posteridade dessa mulher lutará por todo o sempre contra o mal, os filhos dessa mulher combaterá até as últimas conseqüências o mal que  passou  dominar todos os homens. E, a partir desse momento, Maria é escolhida por Deus como sendo aquela que pisará a cabeça da serpente do mal, vindo, através dela, a salvação para todos os homens.

A figura de Maria, a partir de então, começa a participar da história da salvação desde o seu início. Estava decretado - a salvação viria por meio de uma mulher  - e essa mulher pisaria a cabeça da serpente e a serpente do mal procuraria sempre morder o seu calcanhar.

Mas a serpente jamais atingiria sequer o calcanhar dessa mulher, porque o Senhor, desde o início dos tempos, a preservou de todos os pecados. Desde a sua conceição imaculada, Maria é isenta de qualquer mancha de pecado.

E por isso que sempre repetimos - Ò MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS -, porque acreditamos que Maria, por ser escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, jamais, em tempo algum poderia ter estado sujeita ao poder do pecado. Maria foi concebida sem pecado original porque, desde o início dos tempos já estava sendo preparada para ser a Mãe do Salvador de todos os homens.

Maria é Imaculada porque o Santo dos Santos viria a este mundo por meio dela, e não seria justo para o Deus que se faria homem habitar por nove meses o ventre de uma mulher que já estivesse sido contaminado pelo pecado, que, pelo menos por um segundo de sua vida, estivesse tido subjugada pelo pecado, estivesse sido submetida ao poder do espírito do mal, e bem por isso, Maria é a Imaculada Conceição.

A figura de Maria aparece muitas vezes no Antigo Testamento das Sagradas Escrituras, e a sua presença se faz sentir em todos os tempos do povo judeu.

O Profeta Isaias sempre foi um ardoroso propagador de Maria, e é ele um dos primeiros a afirmar que aquela mulher, da qual nasceria o Salvador, apesar de ser mãe, permaneceria sempre virgem, e isso ele profetiza em seu livro, em Isaias, capítulo 7, versículo 14, quando diz - ``... o Senhor vos dará este sinal - Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o seu nome será Emanuel``.

E o Evangelista Mateus, ao narrar a anunciação do Anjo e a dúvida de José quanto a honestidade e fidelidade da Virgem Maria que havia concebido na sua virgindade, diz que o Anjo, em sonhos, disse a José - ``Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta, que diz - ``Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porão o nome de Emanuel, que quer dizer - Deus Conosco -``. (Mt  1, 23).

Maria é aquela mulher citada pelo Criador quando o homem é expulso do paraíso - Maria é aquela mulher que pisaria a cabeça da serpente - Maria é aquela virgem citada, principalmente pelo profeta Isaias e depois pelos Evangelistas Lucas e Mateus que, mesmo sendo virgem, conceberia, ficaria grávida, e dela nasceria a salvação, o Emanuel, Deus Conosco, Jesus Cristo. Quando rezamos o terço, no primeiro mistério gozoso nós dizemos - ``Contemplamos a anunciação do Anjo e a encarnação do Verbo``.

Por trás dessa afirmativa está toda a nossa história da salvação, está a Imaculada Conceição de Maria, está Maria isenta de todo pecado, de toda mácula, está Maria que, mesmo sendo mãe, permaneceu virgem, está Maria, a escolhida por Deus e preservada de toda mancha pecaminosa para receber em seu santíssimo ventre Jesus Cristo,  ``O Verbo que se fez carne e veio habitar entre nós...``. (Jo 1, 14).

segunda-feira, 18 de julho de 2022

 

DEUS MISERICORDIOSO.

 

O Senhor, antes de mais nada e acima de tudo, é um Deus de misericórdia, o Deus do perdão.

Deus é um Deus justo, justíssimo e a sua justiça comanda todo o universo e coloca todas as coisas nos seus devidos lugares. Mas, acima da justiça de Deus, está a sua misericórdia. Que seria de nós se o Senhor aplicasse em todos nós a sua justiça? Onde estaríamos, se o Senhor usasse conosco somente de sua justiça, esquecendo-se de sua misericórdia? Se não fosse a misericórdia do Senhor, estaríamos todos perdidos, irremediavelmente perdidos.

As Sagradas Escrituras nos mostram, a todos os momentos, a misericórdia do Senhor, a começar pela criação do homem e sua expulsão do paraíso; o Senhor não havia promulgado a pena de morte se o homem o desobedecesse, comendo do fruto do bem e do mal? "Mas da  árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque o dia em que dela comeres terás que morrer." (Gn 2,17). E, induzido pelo demônio na figura da serpente e convidado pela mulher, o homem comeu do fruto dessa árvore (Gn 3,1-13), e o que aconteceu ao homem? Por justiça, deveria morrer, por misericórdia, apenas ficou privado da vida de regalias do paraíso que para ele o Senhor havia criado: "E Iahweh Deus o expulsou do jardim do Éden para cultivar o solo de onde fora tirado." (Gn 3,23).

Onde o Senhor poderia usar de sua justiça para com os homens, castigando-os a todos, com justiça, por seus pecados, por suas faltas e falhas, pelo desinteresse dos homens com relação às coisas de Deus, o Senhor, pura e simplesmente, usa de sua misericórdia.

O Senhor perdoa e dá novas oportunidades aos homens ingratos.

Em quantas passagens, nas Sagradas Escrituras, o Senhor demonstra a sua misericórdia, o seu amor por todos os homens.

No episódio do dilúvio, por exemplo: "Iahweh viu que a maldade do homem era grande sobre a terra, e que era continuadamente mau todo desígnio de seu coração. Iahweh arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e afligiu-se o seu coração. E disse Iahweh: "Farei desaparecer da superfície do solo os homens que criei - e com os homens os animais, os répteis e as aves do céu - porque me arrependo de os ter feito." (Gn 6,5-7), e, para sorte dos homens, "... Noé encontrou graça aos olhos de Iahweh." (Gn 6,8), e, a misericórdia do Senhor, novamente, falou mais alto que a sua justiça.

O Senhor poderia, simplesmente, ter exterminado todos os homens, como lhe passou pelo coração, mas, ao encontrar um homem justo e temente a Deus, ele escolhe esse homem, Noé, e sua família e os poupa para que o homem tivesse mais uma oportunidade de viver com dignidade.

O povo israelita fica escravo dos egípcios por quatrocentos anos (Ex 1,8-14), mas o Senhor manda Moisés libertar esse povo, e a misericórdia de Deus torna esse povo livre, dono do seu próprio destino: "Iahweh disse: "Eu vi, eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor por causa dos seus opressores; pois eu conheço as suas angústias. Por isso desci a fim de libertá-lo da mão dos egípcios... (E Iahweh diz à Moisés): "Vai, pois, e eu te enviarei a Faraó, para fazer sair do Egito o meu povo, os filhos de Israel." (Ex 3,7-8.10).

No deserto, quando os israelitas deveriam estar extremamente agradecidos ao Senhor por havê-los libertado da escravidão do Egito, aproveitam a oportunidade gerada pela ausência de Moisés, que subira ao monte Sinai para receber das mãos do Senhor as tábuas da lei, o povo ignora a misericórdia que o Senhor havia para ele dispensado, viram as costas para o Senhor, e constróem, para que fosse adorado no lugar de Iahweh, um bezerro de ouro: "Quando o povo viu que Moisés tardava em descer da montanha, congregou-se em torno de Aarão e lhe disse: "Vamos, faze-nos um deus que vá à nossa frente, porque a esse Moisés, a esse homem que nos fez subir da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu." Aarão respondeu-lhes: "Tirai os brincos de ouro das orelhas de vossas mulheres, de vossos filhos e filhas, e trazei-mos." Então todo o povo tirou das orelhas os brincos e os trouxeram a Aarão. Este recebeu o ouro de suas mãos, o fez fundir em um molde e fabricou com ele uma estátua de bezerro. Então exclamaram: "Este é o teu Deus, ó Israel, o que te fez subir da terra do Egito." ...Iahweh disse a Moisés: "Tenho visto a este povo: é um povo de serviz dura. Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eles a minha ira e eu os consuma..." (Ex 32,1-4.9-10).

Moisés sabia que seria justa essa atitude do Senhor, mas implora pela sorte do povo, e "Iahweh, então, desistiu do castigo com o qual havia ameaçado o povo." (Ex 32,14). O Senhor ouve a oração de súplica de Moisés (Ex 32,11-13), e desiste de aplicar, novamente, a sua justiça e, mais uma vez, usa de sua misericórdia.

Não há como enumerar as atitudes de misericórdia do Senhor Nosso Deus nas Sagradas Escrituras, pois que, as próprias Sagradas Escrituras é um ato de amor e misericórdia por parte de Iahweh nosso Deus.

Quantas vezes o Senhor tem aplicado a sua misericórdia para cada um de nós, em particular? Que seria de nós se, antes de ser misericordioso, o Senhor fosse apenas justo? Quantas vezes temos abandonado as leis do Senhor, e, como o povo israelita, temos erigido para nós bezerros de ouro, e substituímos ao Senhor pelo dinheiro, pelos bens materiais, pelas riquezas que a traça e o caruncho corroem e que os ladrões arrombam e roubam?

Quantas vezes colocamos o Senhor em segundo plano em nossa vida, nos esquecendo que tudo o que temos e somos recebemos das mãos do Senhor e só teremos o que temos até quando o Senhor quiser? Não somos diferentes dos judeus que deixaram de adorar ao Deus verdadeiro para adorar um bezerro de ouro; e o nosso bezerro de ouro é o dinheiro, a casa, a chácara, a televisão, a fazenda, o carro...

domingo, 17 de julho de 2022

 

SANTA CATARINA TEKAKWITHA - 1656-1680

 

Kateri Tekakwitha, para nós Catarina, foi a primeira americana pele-vermelha a ter sua santidade reconhecida pela Igreja. Ela nasceu no ano de 1656, perto da cidade de Port Orange, no Canadá. Seu pai era o chefe indígena da nação Mohawks, um pagão. Enquanto sua mãe era uma índia cristã, catequizada pelos jesuítas, que fora raptada e levada para outra tribo, onde teve de unir-se a esse chefe.

Não pôde batizar a filha com nome da santa de sua devoção, mas era só por ele que a chamava: Catarina. O costume indígena determina que o chefe escolha o nome de todas as crianças de sua nação. Por isso seu pai escolheu Tekakwitha, que significa "aquela que coloca as coisas nos lugares", mostrando que ambas, consideradas estrangeiras, haviam sido totalmente aceitas por seu povo.

Viveu com os pais até os quatro anos, quando ficou órfã. Na ocasião, sobreviveu a uma epidemia de varíola, porém ficou parcialmente cega, com o rosto desfigurado pelas marcas da doença e a saúde enfraquecida por toda a vida. O novo chefe, que era seu tio, acolheu-a e ela passou a ajudar a tia no cuidado da casa. Na residência pagã, sofreu pressões e foi muito maltratada.

Catarina, que havia sido catequizada pela mãe, amava Jesus e obedecia à moral cristã, rezando regularmente. Era vista contando as histórias de Jesus para as crianças e os idosos, que ficavam ao seu lado enquanto tecia, trabalho que executava apesar da pouca visão.

Em 1675, soube que jesuítas estavam na região. Desejando ser batizada, foi ao encontro deles. Recebeu o sacramento um ano depois, e o nome de Catarina Tekakwitha. Devido à sua fé, era hostilizada, porque rejeitava as propostas de casamentos. Por tal motivo, seu tio, cada vez mais, a ameaçava com uma união. Quando a situação ficou insustentável, ela fugiu. Procurou a Missão dos jesuítas de São Francisco Xavier, em Sault, perto de Montreal, onde foi acolhida e recebeu a primeira comunhão, dando um exemplo de extraordinária piedade.

Sempre discreta, recolhia-se por longos períodos na floresta, onde, junto a uma cruz que ela havia traçado na casca de uma árvore, ficava em oração. Sem, entretanto, descuidar-se das funções religiosas, do serviço da comunidade e da família que a hospedava. Em 1679, fez voto perpétuo de castidade, expressando o desejo de fundar um convento só para moças indígenas, mas seu guia espiritual não permitiu, em razão da sua delicada saúde.

Aos vinte e quatro anos, ela morreu no dia 17 de abril de 1680. Momentos antes de morrer, o seu rosto desfigurado, tornou-se bonito e sem marcas, milagre presenciado pelos jesuítas e algumas pessoas que a assistiam. O milagre e a fama de suas virtudes espalhou-se rapidamente e possibilitou a conversão de muitos irmãos de sua raça. Catarina, que amou, viveu e conservou o seu cristianismo só com a ajuda da graça, por muitos anos, tornou-se conhecida em todas as nações indígenas como "o lírio dos Mohawks", que intercedia por seus pedidos de graças.

A sua existência curta e pura, como esta flor, conseguiu o que havia almejado: que as nações indígenas dos Estados Unidos e do Canadá conhecessem e vivessem a Paixão de Jesus Cristo.

O papa João Paulo II nomeou-a padroeira da 17a Jornada Mundial da Juventude realizada no Canadá, em 2002, quando a beatificou. Ao lado de são Francisco de Assis, a bem-aventurada Catarina Tekakwitha foi honrada pela Igreja com o título de "Padroeira da Ecologia e do Meio Ambiente". Sua festa ocorre no dia 14 de julho.

São comemorados também, neste dia: São Camilo Lellis, São Gaspar de Bene, São Francisco Solano, São Ciro de Cartago (bispo), São Deusdedit de Cantuária (monge e bispo), São Félix de Como (bispo), São Focas de Sinope (bispo e mártir), São Heracles de Alexandria (bispo).

sábado, 16 de julho de 2022

 

NOSSA SENHORA DO CARMO

 

Segundo a tradição narra, o profeta Elias, vendo uma nuvenzinha, que se levantava no mar, bem como uma pegada de homem, teria nela reconhecido no símbolo, a figura da futura Mãe do Salvador.

Os discípulos de Elias, recordando aquela visão do mestre, teriam fundado uma Congregação, com sede no Monte Carmelita, com o fim declarado de prestar homenagens à Mãe do Mestre.

A festa de Nossa Senhora do Carmo é relacionada à Ordem Carmelitana, cuja origem é bem antiga. Na Ordem Carmelitana tem-se a tradição, segundo a qual o profeta Elias, vendo aquela nuvenzinha, que se levantava no mar, bem como a pegada de homem, teria nela reconhecido no símbolo, a figura da futura Mãe do Salvador.

Os discípulos de Elias, recordando aquela visão do mestre, teriam fundado uma Congregação, com sede no Monte Carmelita, com o fim declarado de prestar homenagens à Mãe do Mestre.

Essa Congregação ter-se-ia conservado até os dias de Jesus Cristo e existido com o Título Servas de Maria. Historicamente documentadas são as seguintes datas da Ordem de Nossa Senhora do Carmelo.

Foi no século XII que o calabrez Bertoldo, com alguns companheiros, se estabeleceu no Monte Carmelo. Não se sabe se encontraram lá a Congregação dos Servos de Maria ou se fundaram uma deste nome; certo é que receberam em 1209 uma regra rigorosíssima, aprovada pelo Patriarca de Jerusalém - Alberto.

Pelas cruzadas esta Congregação tornou-se conhecida também na Europa. Dois nobres fidalgos da Inglaterra convidaram alguns religiosos do Carmelo, para acompanhá-los e fundar conventos na Inglaterra, o que fizeram. Pela mesma época vivia no condado de Kent um eremita que, há vinte anos, vivia em solidão, tendo por residência o tronco oco de uma árvore.

O nome desse eremita era Simão Stock. Atraído pela vida mortificada dos carmelitas recém-chegados, como também pela devoção Mariana que aquela Ordem cultivava, pediu admissão como noviço na Ordem de Nossa Senhora do Carmo.

Em 1225, Simão Stock foi eleito coadjutor Geral da Ordem, já então bastante conhecida e espalhada. O papa Honório III aprovou a regra da Ordem. Simão Stock visitou os Irmãos da ordem no Monte Carmelo, e demorou-se com eles seis anos.

Um capítulo geral da Ordem, realizado em 1237, determinou a transferência para a Europa de quase todos os religiosos, os quais, para se verem livres das vexações dos Sarracenos, procuraram a Inglaterra, onde a Ordem possuía já 40 conventos.

No ano de 1245, foi Simão Stock eleito Superior Geral da Ordem e a regra teve aprovação do Papa Inocêncio IV. A Ordem de Nossa Senhora do Carmo, colocada sob a proteção da Santa Sé, começou a ter, então, uma aceitação extraordinária no mundo católico.

Para isto concorreu poderosamente a Irmandade do Escapulário, que deve a fundação a Simão Stock. Em 16 de julho de 1251, estando em oração fervorosa, Nossa Senhora lhe apareceu.

Veio trazer-lhe um escapulário. "Meu dileto filho - disse-lhe a Rainha do céu - eis o escapulário, que será o distintivo de minha Ordem. Aceita-o como um penhor de privilégio, que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo. Aquele que morrer vestido deste escapulário, estará livre do fogo do inferno".

Simão Stock tratou então de divulgar a irmandade do escapulário e convidar o mundo católico a participar dos grandes privilégios anexos. Entre os devotos do escapulário de Nossa Senhora do Carmo, vêem-se Papas, Cardeais e Bispos.

O Escapulário teve uma aceitação favorável e universal entre o povo católico. Neste sentido, só é comparável ao Rosário.