quarta-feira, 31 de outubro de 2012

SANTO AFONSO RODRIGUES - 1532-1617

31 DE OUTUBRO
SANTO AFONSO RODRIGUES - 1532-1617

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A Companhia de Jesus gerou padres e missionários santos que deixaram a assinatura dos jesuítas na história da evangelização e na história da humanidade.
Figuras ilustres que se destacaram pela relevância de suas obras sociais cristãs em favor das minorias pobres e marginalizadas, cujas contribuições ainda florescem no mundo todo.
Entretanto de suas fileiras saíram também santos humildes e simples, que pela vida entregue a Deus e servindo exclusivamente ao próximo, mostraram o caminho de felicidade espiritual aos devotos e discípulos. Valorosos personagens quase ocultos, que formam gerações e gerações de cristãos e, assim, sedimentam a sua obra no seio das famílias leigas e religiosas.
Um dos mais significativos desses exemplos é o irmão leigo Afonso Rodrigues, natural de Segóvia, Espanha. Nascido em 25 de julho de 1532, pertencia a uma família pobre e profundamente cristã.
Após viver uma sucessão de fatalidades pessoais, Afonso encontrou seu caminho na fé.
Tudo começou quando Afonso tinha dezesseis anos. Seu pai, um simples comerciante de tecidos, morreu de repente.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

BEM-AVENTURADA RETISTUTA KAFKA - IRMÃ MARIA RESOLUTA - 1894-1943

30 DE OUTUBRO
BEM-AVENTURADA RETISTUTA KAFKA - IRMÃ MARIA RESOLUTA - 1894-1943

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No dia primeiro de maio de 1894, nasceu Helene, filha de Anton e Maria Kafka, na cidade de Brno, atual República Checa. Naquele tempo, a região chamava-se Moravia, e estava sob o governo do imperador austríaco Francisco José.
Em 1896, a família Kafka transferiu-se para Viena, capital do Império Austro-Húngaro. Helene concluiu os estudos e formou-se enfermeira, com o desejo de tornar-se religiosa. No início, conformou-se com a negativa dos pais, mas, ao completar vinte anos, ingressou na Congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, agora com a bênção da família.
Como religiosa, adotou o nome de irmã Maria Retistuta, o primeiro em homenagem a sua mãe e o segundo a uma mártir do século I. Mas logo recebeu o apelido carinhoso de "irmã Resoluta", pelo seu modo cordial e decidido e por sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista.
No hospital de Modling, em Viena, a religiosa tornou-se uma referência para os médicos, enfermeiras e, especialmente, para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor. Foram muitos anos que serviu a Deus nos doentes, para os quais estava sempre disponível.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

BEM-AVENTURADO CAETANO ERRICO - 1791-1860

29 DE OUTUBRO
BEM-AVENTURADO CAETANO ERRICO - 1791-1860

Fundou a congregação dos Missionários dos Sagrados Corações.
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A cidade de Secondigliano, grande e populosa, do norte de Nápoles, Itália, é mais conhecida como uma região de mafiosos do que de santos. Os problemas dos seus habitantes são inúmeros, entre os quais estão as facções da máfia, a corrupção social e política que, somados, desestruturam o sistema de serviços e a consciência, propiciando a formação de gangues de todos os tipos de tráficos.
Mas ela também tem boas obras. Como a de padre Caetano Errico, que fundou, em 1833, a Congregação dos "Missionários dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria". A estátua de padre Caetano é bem visível de qualquer ângulo da cidade. Com a mão direita, ele abençoa; com a esquerda, empunha o crucifixo. A sua figura é imponente, não apenas pela beleza plástica da escultura.
Ele era, realmente, um homem grande, alto e bem forte, um gigante na santidade e na figura humana. Em 1791, essa cidade era pequena, uma planície com muito ar puro e úmido no final da tarde, chamada de Casale Régio da Cidade de Nápoles.
Foi nesse ano que Caetano Errico nasceu, no dia 19 de outubro, o segundo dos nove filhos de Pasqual, modesto fabricante de macarrão, e de Maria. Quando mostrou vocação para a vida religiosa, logo obteve apoio da família.

domingo, 28 de outubro de 2012

SÃO JUDAS TADEU – APÓSTOLO

28 DE OUTUBRO
SÃO JUDAS TADEU – APÓSTOLO

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Judas, apóstolo que celebramos hoje, para não ser confundido com Judas Iscariotes, "apóstolo da perdição", o traidor de Jesus, foi chamado nos evangelhos de Judas Tadeu.
O nome Judas vem de Judá e significa festejado. Tadeu quer dizer peito aberto, destemido, melhor ainda, magnânimo. Era natural de Caná da Galiléia, na Palestina, filho de Alfeu, também chamado Cléofas, e de Maria Cléofas, ambos parentes de Jesus.
O pai era irmão de são José; a mãe, prima-irmã de Maria Santíssima. Portanto Judas era primo-irmão de Jesus e irmão de Tiago, chamado o Menor, também discípulo de Jesus.
Os escritos cristãos dessa época revelam mesmo esse parentesco, uma vez que Judas Tadeu seria um dos noivos do episódio que relata as bodas de Caná, por isso Jesus, Maria e os apóstolos estariam lá. Na Bíblia, ele é citado pouco, mas de maneira importante.
No evangelho de Mateus, vemos que Judas Tadeu foi escolhido por Jesus. Enquanto nas escrituras de João ele é narrado mais claramente. Na ceia, Judas Tadeu perguntou a Jesus: "Mestre, por que razão deves manifestar-te a nós e não ao mundo?" Jesus respondeu-lhe que a verdadeira manifestação de Deus está reservada para aqueles que o amam e guardam a sua palavra.

sábado, 27 de outubro de 2012

“SENHOR, EU QUERO VER DE NOVO”. (Mc 10,51).

TRIGÉSIMO DOMINGO COMUM
Ano – B; Cor – Verde; – Leituras: Jr 31,7-9; Sl 125; Hb 5,1-6; Mc 10,46-52.

“SENHOR, EU QUERO VER DE NOVO”. (Mc 10,51).

Diácono Milton Restivo

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A primeira leitura desta liturgia nos traz o profeta Jeremias, um dos profetas chamados maiores, também conhecido como profeta das lágrimas em virtude de seus muitos lamentos sobre as condições miseráveis em que vivia Judá em sua época. Jeremias foi chamado a exercer o ministério profético ainda bem novo. Jeremias um homem que teve poucos amigos. Deus o chamou para ser uma testemunha à nação e, devido ao seu chamado, sofreu muitas perseguições, vindo a falecer no Egito, como exilado.
O chamamento de Jeremias ao profetismo foi uma chamada especifica e única nas Sagradas Escrituras. Deus se revelou a Jeremias e lhe deu a missão de destruir, arrancar o que estava prejudicando o relacionamento do povo de Israel com Yahweh e plantar, no lugar, a justiça divina (Jr 1,10). Jeremias assusta-se com esse chamamento e retruca dizendo que não sabe falar: “Ah, Senhor Yahweh, eu não sei falar por que sou jovem.” (Jr 1,6). E Deus mesmo lhe diz: “Não tenha medo: senão eu é que farei você ter medo deles”. (Jr 1,17). “Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei, para fazer de você profeta das nações”. (Jr 1,5).
A missão de Jeremias foi marcada por medo e crise da sedução. Jeremias foi um profeta medroso. Se o seu nascimento foi marcado pela alegria por parte de seu pai por lhe ter nascido um filho, Jeremias amaldiçoou o dia de seu nascimento e o mensageiro que levou ao seu pai a noticia de sua natividade e ainda, quando já crescido, amaldiçoou o dia do seu nascimento: “Maldito o dia em que nasci. Que jamais seja bendito o dia em que minha mãe me deu à luz! Maldito o homem que levou a notícia ao meu pai, dizendo: ‘Nasceu um filho homem para você! ’, enchendo-o de alegria. Que essa pessoa sofra igual às cidades que Yahweh destruiu sem compaixão; ouça gritos pela manhã e rumores de guerra ao meio dia. Porque não me fez morrer no ventre materno? Minha mãe teria sido a minha sepultura, e seu ventre estaria grávido para sempre! Por que sai do ventre materno? Só para ver tormentos e dores, e terminar meus dias na vergonha?” (Jr 20,14-18).
Jeremias demonstra claramente que não queria ter nascido e a sua mãe levou a culpa: “Minha mãe teria sido minha sepultura” (Jr 20,17). “Ai de mim, minha mãe, porque me puseste no mundo!”. (Jr 15,10).
O medo e a incerteza fazem parte da vocação de muitos profetas. Muitos profetas apelam para o não saber falar e o não saber se comunicar, fatores essenciais na missão e na vida profética.
Há algo interessante na tradição bíblica: quase sempre o vocacionado coloca obstáculo e resiste ao chamamento de Deus: Moisés diz que é gago e tem dificuldade em se comunicar e Deus coloca Aarão ao seu lado (Ex. 4,10ss); Isaias diz ser um pecador e ter os lábios impuros, e um anjo toca os seus lábios com uma brasa para purificá-lo (Is 6,1-11); Jeremias diz que é apenas uma criança, e Yahweh responde: "não diga que você é uma criança, você irá para aqueles que eu mandar falar e falará em meu nome” (Jr 1,4-8); Jonas, com medo, foge ao chamamento divino. (Jn 1,3ss); Maria diz: "eu não conheço homem" (Lc 1,34).
Deus não aceita recusa, Deus recusa este argumento. Por fim, Jeremias se rende seduzido por Deus. “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7). Estas palavras proferidas por Jeremias demonstram como ele compreendeu o mistério da vocação em sua vida. Deus mudou a vida de Jeremias e o habilitou a ser profeta: “Então Yahweh estendeu a mão, tocou em minha boca e me disse: ‘Veja: estou colocando minhas palavras em sua boca. Hoje eu estabeleço você sobre as nações e reinos, para arrancar e arrasar, para demolir e destruir, para construir e plantar”. (Jr 1,9-10).
A leitura de Jeremias, desta liturgia, faz parte do Livro da Consolação de Jeremias, a partir do capítulo 30, onde começa a restauração de Israel prometida por Yahweh: “Neste dia – oráculo de Yahweh dos exércitos -, eu quebrarei a canga que está no pescoço de vocês e arrebentarei as correntes que os prendem, e vocês não serão mais escravos de estrangeiros. Servirão a Yahweh, o seu Deus, e também a Davi, o rei que farei surgir para eles. [...] Vocês serão o meu povo e eu serei o Deus de vocês”. (Jr 30,8-9.22). 
E, nessa euforia de libertação, o profeta enumera os que serão salvos da escravidão estrangeira: “No meio deles estarão o cego e o aleijado, a mulher grávida junto com aquela que deu à luz, todos juntos: é uma grande assembléia de retorno”. (Jr 31,8), isso indo de encontro ao que já profetizara Isaias e fora repetido por Jesus na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor”. (Is 61,1-2; Lc 4,18-19).
O Evangelho desta liturgia coloca-nos no fim da caminhada de Jesus, desde a Cesaréia de Felipe até a sua morte e ressurreição em Jerusalém. Marcos encerra o bloco da caminhada com o último milagre que ele relata de Jesus: a cura do cego Bartimeu. Jesus tinha passado para o outro lado do Jordão: “Jesus partiu dai e foi para o território da Judéia, do outro lado do rio Jordão”. (Mc 10,1). Agora chegou a Jericó. Parece que Jesus está com pressa: ele e os seus discípulos chegaram a Jericó e logo saíram.
Jericó é uma das mais antigas cidades do mundo. Quando os israelitas, depois da saída do Egito e a caminho da Terra Prometida, invadiram Canaã, Jericó, que se situava na principal estrada que ligava o este ao oeste, foi o último obstáculo para a invasão da Palestina Ocidental. Uma vez que foi a primeira cidade a ser conquistada na Terra Prometida, Josué declarou que os seus tesouros seriam dedicados a Deus como oferta (Js 6,17-19).
Jericó foi a cidade natal de Zaqueu, de cuja hospitalidade Jesus desfrutou e teve uma longa conversa, conforme registrado em Lucas 19,1-10. Agora Jericó muda o seu sentido: para os israelitas foi o último obstáculo a ser vencido para entrar na Terra Prometida; para Jesus é a entrada na terra de opressão onde ele vai sofrer a morte. Foi na saída de Jericó que Jesus curou um cego, conforme Mateus 20,29-34, Marcos 10,46-52 e Lucas 18,35-43. Mateus fala de dois cegos, enquanto Lucas e Marcos citam apenas um, e apenas Marcos o identifica como Bartimeu.
Como vimos, no Antigo Testamento, Jericó era a última cidade antes de o povo israelita tomar posse da Terra Prometida. No Novo Testamento Jericó é a última cidade antes de Jesus chegar a Jerusalém para ali consumar o plano de salvação do Pai e se transformar no Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, conforme dissera João Batista ao apontar Jesus para os seus discípulos (cf Jo 1,29).
Parece que Jesus tem pressa para caminhar até Jerusalém. Ao sair da cidade de Jericó, está o cego Bartimeu sentado à beira do caminho. Está sentado imóvel, junto ao caminho, o lugar onde cai a mensagem (a semente, cf Mt 13,4) e não dá fruto, porque Satanás a arrebata: “Os que estão à beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a ouvem chega Satanás e tira a Palavra que foi semeada neles.” (Mc 4,15).
Jesus está a caminho com os seus discípulos; o cego está sentado à beira do caminho. O cego é chamado de Bartimeu. Um homem que nem nome próprio tem. Não sabemos o nome do cego. Marcos não o diz. Sabemos apenas o nome de seu pai: “Timeu”. “Bar” ou “ben” na língua do povo no tempo de Jesus era “filho” e Bartimeu quer dizer: “filho de Timeu”, como vemos um caso idêntico em Mateus 16,17 e João 1,42: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas (bar Jonas)”. Nesta passagem Jesus declina o nome de Simão e cita o nome de seu pai.
Marcos, no entanto, não cita o nome do cego, apenas diz que ele é filho de Timeu. Então era um ninguém, um marginalizado cujo nome próprio era desconhecido. Um ninguém jamais visto e considerado como portador de idéias e sentimentos próprios, de sua própria visão, de convicções e sonhos, um marginalizado social, política e religiosamente. Um nada, enfim.  Alguém que dependia em tudo dos outros e rejeitado pela sua família, pela sua sociedade, pela sua religião. É o que podemos supor das poucas informações que temos da história desse homem.
Bar-Timeu, um sem-nome, um nada, pés sem rumo, mãos vazias, olhos que não vêem, um mendigo da misericórdia alheia. Aparentemente um eterno condenado a passar pela vida apenas como um objeto da compaixão dos homens. Logo que Bartimeu ouve que é Jesus que passa, grita fortemente: "Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!" (Mc 10,47).
Era cego e diante da impossibilidade de enxergar e ir por sua livre iniciativa até o Nazareno, começou a gritar, demonstrando humildade e fé na certeza de que Jesus poderia fazer alguma coisa por ele: “tem piedade de mim!" Gritou tanto a ponto de incomodar a multidão que rodeava Jesus. Mandaram que se calasse. É o grito do oprimido que a sociedade dominante sempre quer abafar. 
O cego não levou em consideração a reprimenda dos que o mandavam calar-se. É a força da oração. Apenas uma oração com fé pode ser ouvida por Deus: "Tudo o que vocês pedirem na oração, acreditem que já o receberam, e assim será”. (Mc 11,24). Aquecida pela humildade e pela fé, a oração torna-se frutífera e fecunda. Jesus disse que se deve rezar sempre e não desanimar, e para isso “Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre e nunca desistir”. (Lc 18,1ss).
O cego Bartimeu, mesmo sem conhecer, seguiu à risca esse ensinamento de Jesus, e alcançou o que buscava: “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta”. (Mt 7,7-8).  E Jesus ouviu os clamores do cego Bartimeu.
E Deus ouve o clamor dos oprimidos, marginalizados, injustiçados, desprezados pela sociedade, pela religião, pelas autoridades. Jesus é a síntese da vocação profética do Antigo Testamento, e ele mostra que veio “para evangelizar os pobres; proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, restituir a liberdade aos oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor”. (Is 61,1-2; Lc 4,18-19). Bartimeu deixa aqui um grande exemplo: pedir com fé e humildade que Jesus atende. É necessário acreditar e aproximar-se com simplicidade e confiança.
Bartimeu ensina também a fórmula infalível de oração, dizendo: “Senhor, tende piedade de mim!” Uma oração simples, mas carregada de fé. Jesus se sensibiliza com os apelos do cego, parou e determinou que lhe o trouxessem. E assim o fizeram aqueles que, a principio, quiseram não permitir que ele chegasse até Jesus.
Mas, que ironia: os mesmos que o mandaram o cego calar a boca, agora têm que convidá-lo para falar com Jesus. Antes de ir ao encontro de Jesus Bartimeu largou o manto, a única coisa que possuía, para se chegar a Jesus, como o fizeram os primeiros discípulos André e Pedro chamados por Jesus que “imediatamente deixaram as redes e seguiram a Jesus”, e João e Tiago que “deixaram o seu pai Zebedeu na barca com os empregados e partiram, seguindo a Jesus.” (cf Mc 1,16-20). Com o gesto de deixar o manto o evangelista indica que o cego, agora discípulo, cumpre as condições de seguimento a Jesus: renuncia à ambição de poder: “se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo” (cf Mt 16,24; Mc 8,34; Lc 9,23) e aceita a recriminação da sociedade: “tome a sua cruz e me siga”, disposto, no caso extremo, a dar a vida: “pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perde a vida por causa de mim e da Boa Notícia, vai salvá-la.” (Mc 8,34-35). Bartimeu aprende que não é possível seguir a Jesus sem deixar algo, sem arriscar a segurança humana para experimentar a mão de Deus: “O cego largou o manto, deu um pulo e foi até Jesus.” (Mc 10,50). Jesus deve te-lo contemplado com amor e carinho, mas antes de qualquer atitude, quer provar a fé do cego; quer saber se realmente o cego acredita que Jesus pode curá-lo e mais, que ele mesmo queira ser curado: “Então Jesus lhe perguntou: ‘O que você quer que eu faça por você? ’ O cego respondeu: ‘Mestre, eu quero ver de novo’. (Mc 10,51). O cego já não chama mais Jesus de “Filho de Davi”, mas de “Senhor”, título que se dava ao próprio Deus, reconhecendo assim em Jesus o Homem Deus, o Messias, o Filho de Deus (cf Mc 1,1).
Esta narrativa mostra-nos que o homem não era um cego de nascimento, pois ele queria ver de novo: até certa época de sua vida ele tinha tido visão. Quantos foram educados na religião, professaram a religião por um tempo, contemplaram as maravilhas de Deus em suas vidas e, a partir de um determinado tempo perderam o contato com Deus, perderam a visão que os identificavam com a imagem e semelhança de Deus e, de repente, se viram cegos na fé e da fé; passaram a não enxergar mais nada e Deus passou a ser uma voz que se ouve e passa ao longe, mas que não podem ver o seu vulto, a sua face, a sua misericórdia. E quando se voltam para Deus, ouvem a mesma pergunta que Jesus fez ao cego e, para serem curados, há a necessidade de responderem como o cego fez: “Mestre, eu quero ver de novo”. (Mc 10,51).
Jesus respeita a liberdade do cego e pergunta "o que quer que faça por você?”. Jesus não obriga ninguém a se libertar porque há os que prefiram ficar sentados à beira do caminho, na sua comodidade e não opte pela libertação. Mas Bartimeu quer ver de novo.  “Jesus disse: ‘Pode ir, a sua fé curou você’.”
Curado, Bartimeu recebe licença para ir, para seguir a sua vida. Mas ele faz outra opção: “No mesmo instante o cego começou a ver de novo e seguia Jesus pelo caminho.” (Mc 10,52).
Bartimeu já não ficou imóvel “junto ao caminho”, mas se pos em movimento “pelo caminho” nas pegadas de Jesus. Ir ao encontro de Jesus, como fez Bartimeu, implica despojar de tudo quanto prende, dando passos concretos e saber realmente o que se quer dele: ‘Mestre, eu quero ver de novo’. (Mc 10,51).
A fé, a humildade, a sinceridade e a transparência dão significado aos pedidos. Reconhecer a cegueira é reconhecer o pecado. Por isso, deve-se também dizer a verdade: “Mestre, que eu veja!” E é isso que precisa acontecer: ver, enxergar a miséria e reconhecer que Jesus pode curar. Só a sua misericórdia pode tirar todos da mesmice da vida.
Mas, se se está no meio daqueles que estão seguindo a Jesus e se se conservar perto dele, que se possa também dizer a todos que estão presos e sentados à beira do caminho para poderem enxergar as maravilhas do Senhor: “Coragem, levante-se, porque Jesus está chamando você.” (Mc 10,49).

SANTO ELESBÃO - + 555

27 DE OUTUBRO
SANTO ELESBÃO - + 555

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No século VI, a nação etíope situada a oeste do Mar Vermelho possuía seus maiores limites de fronteira, era um vasto reino que incluía outros povos além dos etíopes.
O soberano era Elesbão, rei católico, contemporâneo do imperador romano Justiniano, muito estimado por todos os súditos e seu reino era uma fonte de propagação da fé cristã. O reino vizinho, formado pelos hameritas, era chefiado por Dunaan, que renegara a fé convertendo-se ao judaímo.
Na ocasião, mandou matar todos os integrantes do clero e transformou as igrejas em sinagogas, tornando-se temido e famoso por seu ódio declarado aos cristãos. Por isso, muitos deles, até o arcebispo Tonfar, buscaram abrigo e proteção nas terras do rei Elesbão, pois até a própria esposa de Dunaan, chamada Duna, foi morta por ele, juntamente com as filhas, por ser cristã.
Os registros indicam que houve um verdadeiro massacre, no qual morreram cerca de quatro mil cristãos. Elesbão decidiu reagir àquela verdadeira matança imposta aos irmãos católicos e declarou guerra a Dunaan. Liderando seu povo na fé e na luta, ganhou a guerra e a vizinhança passou a ser governada pelo rei Ariato, um cristão fervoroso.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SANTO EVARISTO – PAPA - SÉCULO I E II

26 DE OUTUBRO
SANTO EVARISTO – PAPA - SÉCULO I E II

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No atual Anuário dos Papas encontramos Evaristo em pleno comando da Igreja católica, como quarto sucessor de Pedro, no ano 97. Era o início da era cristã, portanto é muito compreensível que haja tão poucos dados sobre ele.
Enquanto do anterior, papa Clemente, temos muitos registros, até de próprio punho, como a célebre carta endereçada aos cristãos de Corinto, do papa Evaristo nada temos escrito por ele mesmo, as poucas informações vieram de Irineu e Eusébio, dois ilustres e expressivos santos venerados no mundo católico.
 Naqueles tempos, o título de "papa" era dado a toda e qualquer autoridade religiosa, passando a designar o chefe maior da Igreja somente no século VI.
Por essa razão as informações, às vezes, se contradizem. Mas santo Eusébio mostra-se muito firme e seguro ao relatar Evaristo como um grego vindo da Antioquia. Ele governou a Igreja durante nove anos, nos quais promoveu três ordenações, consagrando dezessete sacerdotes, nove diáconos e quinze bispos, destinados a diferentes paróquias.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

FREI GALVÃO - SANTO ANTONIO DE SANT'ANNA GALVÃO - 1739-1822

25 DE OUTUBRO
FREI GALVÃO - SANTO ANTONIO DE SANT'ANNA GALVÃO - 1739-1822

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Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, nasceu em Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, cidade não distante do Santuário nacional de Nossa Senhora Aparecida, em 1739 de uma família profundamente piedosa e conhecida pela sua grande caridade para com os pobres.
Batizado com o nome de Antônio Galvão de França, depois de ter estudado com os Padres da Companhia de Jesus, na Bahia, entrou na Ordem dos Frades Menores em 1760.
Foi ordenado Sacerdote em 1762 e passou a completar os estudos teológicos no Convento de São Francisco, em São Paulo, onde viveu durante 60 anos, até à sua morte ocorrida a 23 de Dezembro de 1822.
A vida de Frei Galvão foi marcada pela fidelidade à sua consagração como sacerdote e religioso franciscano, e por uma devoção particular e uma dedicação total à Imaculada Conceição, como «filho e escravo perpétuo».
Além dos cargos que ocupou dentro da sua Ordem e na Ordem Terceira Franciscana, ele é conhecido sobretudo como fundador e guia do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como 'Mosteiro da Luz', do qual tiveram origem outros nove mosteiros.
Além de Fundador, Frei Galvão foi também o projetista e construtor do Mosteiro que as Nações Unidas declararam  Patrimônio cultural da humanidade.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

BEM-AVENTURADO LUIS GUANELLA - 1842-1915

24 DE OUTUBRO
BEM-AVENTURADO LUIS GUANELLA - 1842-1915

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Fundou a congregação Filhas de Santa Maria da Providência e dos Servos da Caridade.
Luís Guanella nasceu no dia 19 de dezembro de 1842, em Franciscio Campodolcino, uma região montanhosa no norte da Itália. A sua família era numerosa e de poucos recursos.
Do pai, Lourenço, herdou o caráter forte e tenaz do montanhês; da mãe, Maria, a gentileza e a compaixão para com os pobres; de ambos, herdou a fé robusta, o amor à oração e a confiança na Providência Divina. Logo percebeu sua vocação para o sacerdócio, pois o seu coração e a sua mente estavam sempre repletos do desejo de ajudar os pobres e doentes.
Por isso, no colégio e no seminário diocesano, fez os estudos preparatórios para o sacerdócio e, em 1866, foi ordenado sacerdote. Dom Guanella exerceu seu ministério em pequenas paróquias.
Entretanto, movido por um impulso interior, procurou seu caminho ao lado do agora santo João Bosco, o Apóstolo da Juventude, que o acolheu. João Bosco foi seu orientador e conselheiro durante três anos. Com ele, dom Guanella reforçou ainda mais o seu zelo de pastor de almas, já que, além do bem espiritual dos seus paroquianos, preocupava-se com a sua promoção humana e social.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

DIÁCONO JOÃO LUIZ POZZOBON

DIÁCONO JOÃO LUIZ POZZOBON – 1904 – 1985.

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João Luiz Pozzobon nasceu em 12/12/1904 em Ribeirão, uma aldeia serrana do Rio Grande do Sul, hoje município de São João de Polêsine, em 12 de dezembro de 1.904.
É oriundo de uma família de imigrantes italianos. Seu pai nasceu à bordo do navio com que sua família havia embarcado da Itália para o Brasil. Sendo sua família profundamente religiosa, desde jovem João teve uma educação católica permanente.
Desde menino João Pozzobon distinguiu-se por sua piedade e disposição para servir.
Com 10 anos de idade passou a morar na Casa Paroquial de Vale Vêneto para estudar o curso primário e dar continuidade aos estudos no Seminário. Aos doze anos deixou os estudos por problemas de visão, e voltou para a casa de seus pais para ajudá-los na lavoura de arroz. Ingressou no serviço militar, ocultando que sofria de deficiência visual, "apenas para aprender", mas na linha de tiro o problema foi detectado e ele foi desligado imediatamente. Voltou novamente para a casa de seus pais onde continuou ajudando seu pai na lavoura e nas obras da Igreja.

SÃO GUIDO MARIA CONFORTI – 1865-1931

23 DE OUTUBRO
SÃO GUIDO MARIA CONFORTI – 1865-1931
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São Guido Maria Conforti, fundador da congregação dos Missionários Xaverianos.
Guido Maria Conforti nasceu em Parma em 1865 e devido aos problemas de saúde que o afligiam desde a infância não pôde trabalhar na agricultura, como seu pai queria, e nem seguir a vida como missionário. No entanto, ele não desanimou e comprou uma casa para formar jovens missionários.
Foi assim que nasceu a Pia Sociedade Xaveriana. Os primeiros xaverianos foram para a China em 1899. A missão foi afogada no sangue pelo Levante dos Boxers (um movimento antiocidental e anticristão na China), mas não parou. Enquanto isso, Conforti se tornou arcebispo de Ravenna em 1902.
Dois anos mais tarde deixou essa tarefa por motivos de saúde. Após melhorar, o Papa o enviou como bispo para Parma, diocese da qual já tinha sido vigário e que dirigiu por 25 anos, realizando cinco visitas pastorais às suas 300 paróquias.
Conforti morreu em 1931 e foi beatificado em 1966. No dia 23 de outubro de 2011, 85º Dia Mundial das Missões São Guido Maria é canonizado pelo Papa Bento XVI.
São comemorados também, neste dia, São João de Capistrano, São Vero e São João Bondoso.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

BEM-AVENTURADO CONTARDO FERRINI - 1859-1902

22 DE OUTUBRO
BEM-AVENTURADO CONTARDO FERRINI - 1859-1902

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Contardo Ferrini tinha extrema inteligência. Filho de Rinaldo e Luiza, ambos, desde cedo, cuidaram para o integral desenvolvimento de sua potencialidade. Seu pai, um professor e engenheiro, incutiu-lhe o desejo de buscar o conhecimento nas fontes verdadeiras e uni-lo à fé. Esta última parte sempre foi muito desprezada pela maioria dos intelectuais.
Porém Contardo foi um dos juristas mais apreciados e um dos grandes romancistas do seu tempo. Um grande professor e intelectual, mas muito diferente e especial também. O que o tornava realmente destacado era sua dedicação religiosa, num tempo em que a Igreja atravessava profunda crise de fé e enfrentava grande oposição. Já era assim quando nasceu, no dia 5 de abril de 1859, em Milão, Itália. E continuaria sendo nas décadas seguintes.
No plano intelectual, foi brilhante. Com dezessete anos, já havia estudado hebraico, siríaco, sânscrito, copta e iniciava o curso de Direito na Universidade de Pávia. Especializou-se em direito romano e para isso, além de estudar latim, grego e alemão, paralelamente aprendeu espanhol, inglês e francês. Laureado em 1880, como prêmio a universidade deu-lhe uma bolsa de estudos, o que proporcionou-lhe a oportunidade de estudar na Universidade de Berlim.

domingo, 21 de outubro de 2012

SANTA ÚRSULA E COMPANHEIRAS - SÉCULO IV

21 DE OUTUBRO
SANTA ÚRSULA E COMPANHEIRAS - SÉCULO IV

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Úrsula nasceu no ano 362, filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra. Era uma linda menina, meiga, inteligente e caridosa. Cresceu muito ligada à religião, seguindo os princípios da fé e amor em Cristo.
A fama de sua beleza espalhou-se e logo os pedidos de casamento surgiram. Mas por motivos políticos seu pai aceitou a proposta feita pelo duque Conanus, pagão, oficial de um grande exército amigo. Quando soube que o pretendente não era cristão, Úrsula primeiro recusou, mas depois, devendo obediência a seu pai e rei, aceitou, com a condição de esperar três anos, período que achou suficiente para o duque converter-se ou desistir da aliança. Para isso rezava muito junto com suas damas da Corte.
Mas parecia ser um matrimônio inevitável. Na época acertada, uma expedição, com dois navios, partiu levando Úrsula e suas damas. Eram jovens virgens como ela e se casariam, também, com guerreiros escolhidos pelo duque Conanus. As lendas e tradições falam em onze mil virgens, mas, depois, outros escritos da época e pesquisas arqueológicas revelaram que eram onze meninas.

sábado, 20 de outubro de 2012

“QUEM DE VOCÊS QUIZER SER GRANDE, DEVE TORNAR-SE O SERVIDOR DE VOCÊS, E QUEM DE VOCÊS QUISER SER O PRIMEIRO, DEVERÁ TORNAR-SE O SERVO DE TODOS.” (Mc 10, 43-44).

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ano – B; Cor – verde; Leituras: Is 53,10-11; Sl 32; Hb 4,14-16; Mc 10,35-45.

“QUEM DE VOCÊS QUISER SER GRANDE, DEVE TORNAR-SE O SERVIDOR DE VOCÊS, E QUEM DE VOCÊS QUIZER SER O PRIMEIRO, DEVERÁ TORNAR-SE O SERVO DE TODOS.” (Mc 10, 43-44).

Diácono Milton Restivo

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A primeira leitura, tirada do livro do profeta Isaias, está dentro do contexto da missão do servo sofredor de Yahweh. Os cantos do servo sofredor contido em Isaias estão assim distribuídos: primeiro canto, 42,2-4; segundo canto, 49,1-6; terceiro canto, 50,40-11 e, quarto canto, 53,1-12. 
Esta leitura, portanto, contém uma partícula do quarto canto do servo sofredor de Yahweh.
Mas, quem é o servo sofredor citado por Isaias?  Não é fácil identificar quem seria o servo sofredor a que se refere Isaias. Não foi sem motivos que, em Atos 8,26-40, o eunuco etíope, ao ler a seguinte passagem do profeta Isaias, ficou embaraçado: “Ele foi levado como ovelha ao matadouro. E como um cordeiro diante do seu tosquiador, ele ficava mudo e não abria a boca. Quem poderá contar seus seguidores? Porque eles o arrancaram da terra dos vivos.” (Is 53,7-8; At 8,32-33). Perguntado pelo diácono Filipe se ele havia entendido o que lia, o eunuco respondeu: “Por favor, me explique: de quem o profeta está dizendo isso? Ele fala de si mesmo, ou se refere a outra pessoa?” (At 8,34). Não era fácil identificar de quem Isaias se referia: se seria ele mesmo, se seria o povo de Israel, se seria uma pessoa anônima, ou se teria uma interpretação messiânica. 
Essa narração, porém, parece-se tanto com a descrição feita pelos autores dos evangelhos sobre os sofrimentos de Jesus no processo de acusação e no dia de sua morte que Isaías chegou a ser chamado de quinto evangelista.

SANTA MARIA BERTILLA BOSCARDIN - 1888-1922

20 DE OUTUBRO
SANTA MARIA BERTILLA BOSCARDIN - 1888-1922

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Uma simples camponesa pôde demonstrar, com suas atitudes diárias, que mesmo sem êxtases, sem milagres, sem grandes feitos, o ser humano traz em si a santidade e a marca de Deus em sua vida. Se vivermos com pureza e fé, a graça divina vai manifestar-se em cada detalhe da nossa vida.
A prova disso foi a beatificação de irmã Maria Bertilla pelo papa Pio XII, em 1952, quando ele disse: "É uma humilde camponesa". Maria nasceu em 6 de outubro de 1888, na cidade de Vicenza, na Itália, e recebeu o nome de Ana Francisca no batismo.
Os pais eram simples camponeses e sua infância transcorreu entre o estudo e os trabalhos do campo, rotina natural dos filhos e das filhas de agricultores dessa época. Aos dezessete anos, mudou o modo de encarar a vida e ingressou no Convento das irmãs Mestras de Santa Dorotéia dos Sagrados Corações, quando adotou o nome de Maria Bertilla.
Paralelamente, estudou e diplomou-se como enfermeira, de modo que pôde tratar os doentes com ciência e fé, assistindo-os com carinho de irmã e mãe.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

SÃO JOÃO DE BRÉBEUF E COMPANHEIROS - SÉCULO XVII

19 DE OUTUBRO
SÃO JOÃO DE BRÉBEUF E COMPANHEIROS - SÉCULO XVII

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No século XVII, a Companhia de Jesus participou da aventura pelos mares desconhecidos que levou à descoberta e colonização de um novo mundo: o continente americano. Nas expedições, os jesuítas garantiam a chegada da Palavra de Deus e os conhecimentos do cristianismo aos povos colonizados, e ao mesmo tempo davam apoio espiritual aos corajosos expedicionários durante as viagens.
Comandantes, navegadores e marinheiros eram os portadores da civilização, enquanto os jesuítas tinham como bandeira a catequese. Hoje, a Igreja busca um convívio harmonioso com as civilizações indígenas de todo o mundo, respeitando seus princípios culturais e religiosos.
Mas até chegar a esse ponto, os conflitos entre formas de fé diferentes fizeram muitas vítimas, cujo sangue deve servir de ensinamento e profunda reflexão. E se os conquistadores dizimaram populações locais, os primitivos moradores das três Américas também produziram muitos mártires entre os que viajavam com a palavra da paz e da salvação.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

NOSSA SENHORA TRÊS VEZES ADMIRÁVEL DE SCHOENSTATT



18 DE OUTUBRO
NOSSA SENHORA TRÊS VEZES ADMIRÁVEL DE SCHOENSTATT

Schönstatt é uma região da cidade de Vallendar, próximo de Coblença, Alemanha. É o centro e origem mundial do Movimento. Diariamente, peregrinos do mundo inteiro vão ao Santuário Original, considerado um lugar mariano de peregrinação.
Em Schoenstatt, Alemanha, o Padre Jose Kentenich e um grupo de alunos realizou uma aliança de amor com Nossa Senhora em 18 de outubro de 1914. No Santuário de Schoenstatt, Maria Santíssima é venerada como Mãe rainha e vencedora três vezes admirável de Schoenstatt. 

SÃO LUCAS EVANGELISTA


18 DE OUTUBRO
SÃO LUCAS EVANGELISTA


Lucas é um dos quatro evangelistas. O seu Evangelho é reconhecido como o do amor e da misericórdia. Foi escrito sob o signo da fé, nos tempos em que isso podia custar a própria vida. Mas falou em nascimento e ressurreição, perdão e conversão, na salvação de toda a humanidade.
Além do terceiro evangelho, escreveu os Atos dos Apóstolos, onde registrou o desenvolvimento da Igreja na comunidade primitiva, relatando os acontecimentos de Jerusalém, Antioquia e Damasco, deixando-nos o testemunho do Cristo da bondade, da doçura e da paz. Lucas nasceu na Antioquia, Síria. Era médico e pintor, muito culto, e foi convertido e batizado por são Paulo.
No ano 43, já viajava ao lado do apóstolo, sendo considerado seu filho espiritual. Escreveu o seu Evangelho em grego puro, quando são Paulo quis pregar a Boa-Nova aos povos que falavam aquele idioma. Os dois sabiam que mostrar-lhes o caminho na própria língua facilitaria a missão apostólica. Assim, através de seus escritos, Lucas tornou-se o relator do nascimento de Jesus, o principal biógrafo da Virgem Maria e o primeiro a expressá-la através da pintura.
Quando das prisões de são Paulo, Lucas acompanhou o mestre, tanto no cárcere como nas audiências. Presença que o confortou nas masmorras e deu-lhe ânimo no enfrentamento do tribunal do imperador.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA – 35-107



17 DE OUTUBRO
SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA – 35-107

No centro do Coliseu romano, o bispo cristão aguarda ser trucidado pelas feras, enquanto a multidão exulta em gritos de prazer com o espetáculo sangrento que vai começar. Por sua vez, no estádio, cristãos incógnitos, misturados entre os pagãos, esperam, horrorizados, que um milagre salve o religioso. Os leões estão famintos e excitados com o sangue já derramado na arena.
O bispo Inácio de Antioquia, sereno, esperava sua hora pronunciando com fervor o nome do Cristo. Foi graças a Inácio que as palavras cristianismo e Igreja Católica surgiram. Era o início dos tempos que mudaram o mundo, próximo do ano 35 da era cristã, quando ele nasceu.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

SANTA EDWIGES


SANTA EDWIGES


Santa Edwiges da Silésia, nascida Edwiges de Andechs, é conhecida na Polônia pelo nome de Jadwiga Śląska.
Depois da morte do marido e dos filhos, entrou para o mosteiro e dedicou-se a ajudar os carentes.
Com seu próprio dinheiro, construiu hospitais, escolas, igrejas e conventos. Ganhou fama de protetora dos endividados por ajudar detentos da região, presos por não terem recursos pagar suas dívidas. Foi proclamada santa 1267.
O dia 16 de outubro é dedicado a Santa Edwiges, popularmente conhecida como protetora dos pobres e endividados.

Biografia
Santa Edwiges nasceu em 1174 na Alemanha. Filha de Bertoldo IV da Rovávia e de sua esposa, Inês de Rochlitz, foi criada em ambiente de luxo e riqueza, o que não a impediu de ser simples e viver com humildade. O seu bem maior era o amor total a Deus e ao próximo.
Aos 12 anos, casou-se com Henrique I (O Barbudo), príncipe da Silésia (um dos principados da Polônia medieval e atual região administrativa da Polônia), com quem teve seis filhos, sendo que dois deles morreram precocemente. Culta, inteligente e esposa dedicada, ela cuidou da formação religiosa dos filhos e do marido. 

SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE



SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE

Na bonita região francesa de Borgonha, Margarida Maria nasceu em 22 de julho de 1647, na modesta família Alacoque. Teve uma juventude difícil, ao lado dos pais, que, pelo excesso de afeto, traçaram a meta de vida da filha, calcada sobre as próprias ambições mundanas.
Recebeu toda formação cultural e religiosa, desde a infância, das monjas clarissas. Depois vieram as dificuldades: primeiro, o pai faleceu. Logo em seguida, contraiu uma doença não identificada, que a manteve na cama por um longo período. Como nada na medicina curava o seu mal, Margarida, então, prometeu a Nossa Senhora entregar todos os seus dias a serviço de Deus caso recuperasse a saúde. 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

SANTA TERESA D'ÁVILA - 1515-1582


15 DE OUTUBRO
SANTA TERESA D'ÁVILA - 1515-1582


Nunca um santo ou santa mostrou-se tão "carne e osso" como Teresa d'Ávila, ou Teresa de Jesus, nome que assumiu no Carmelo. Nascida no dia 28 de março de 1515, seus pais, Alonso Sanchez de Cepeda e Beatriz d'Ávila y Ahumada, a educaram, junto com os irmãos, dentro do exemplo e dos princípios cristãos. Aos sete anos, tentou fugir de casa e peregrinar ao Oriente para ser martirizada pelos mouros, mas foi impedida.
A leitura da vida dos santos mártires tinha sobre ela uma força inexplicável e, se não fossem os parentes terem-na encontrado por acaso, teria fugido, levando consigo o irmão Roderico. Órfã de mãe aos doze anos, Teresa assumiu Nossa Senhora como sua mãe adotiva. Mas o despertar da adolescência a levou a ter experiências excessivas ao lado dos primos e primas, tornando-se uma grande preocupação para seu pai. Aos dezesseis anos, sua atração pelas vaidades humanas era muito acentuada.
Por isso, ele a colocou para estudar no colégio das agostinianas em Ávila. Após dezoito meses, uma doença grave a fez voltar para receber tratamento na casa de seu pai, o qual se culpou pelo acontecido. Nesse período, pela primeira vez, Teresa passou por experiências espirituais místicas, de visões e conversas com Deus.

domingo, 14 de outubro de 2012

CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ



SEGUNDO DOMINGO DE DE OUTUBRO
CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ

Nossa Senhora de Nazaré é um dos títulos dados a Maria, Mãe de Jesus. A devoção teve início em Portugal e espalhou-se pelas colônias portuguesas. No Brasil a devoção a Nossa Senhora de Nazaré tem grande expressão em Belém do Pará através do Círio de Nazaré, que se tornou uma das maiores procissões católicas do mundo, reunindo anualmente cerca de dois milhões de pessoas.

Origem da devoção em Portugal.
Segundo a tradição, a sagrada imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi esculpida por São José, em Nazaré, na Galiléia, sendo mais tarde pintada por São Lucas. No século sexto foi levada para a Espanha permanecendo no Mosteiro de Cauliniana, perto de Mérida, até 711, ano em que após a batalha de Guadalete foi levada para Portugal, onde permaneceu escondida, quase ignorada numa gruta do litoral, até ao ano de 1182, quando o cavaleiro D. Fuaz Roupinho, por sua interceção, foi salvo milagrosamente, conforme conta a Lenda de Nazaré.
O título desta invocação mariana veio a dar o nome à vila de Nazaré, onde a imagem é venerada no Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.

sábado, 13 de outubro de 2012

"VÁ, VENDA TUDO, DÊ O DINHEIRO AOS POBRES, E VOCÊ TERÁ UM TESOURO NO CÉU”. (Mc 10,21).


XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ano – B; Cor – Verde; Leituras: Sb 7,7-11; Sl 89; Hb 4,12-13; Mc 10,17-30.

"VÁ, VENDA TUDO, DÊ O DINHEIRO AOS POBRES, E VOCÊ TERÁ UM TESOURO NO CÉU”. (Mc 10,21).
Diácono Milton Restivo


A primeira leitura é tirada do livro da Sabedoria que é o último livro escrito no Antigo Testamento, por volta do ano 50 aC. Na passagem abordada, o autor sagrado diz que a sabedoria é o maior dom que o homem pode receber do seu Criador e que é mais valiosa que todos os bens da terra: “Eu a preferi aos cetros e tronos e, em comparação com ela, considerei a riqueza como um nada. Não a comparei com a pedra mais preciosa, porque todo o ouro, ao lado dela, é como um punhado de areia. E junto dela a prata vale o mesmo que um punhado de barro.” (Sb 7,8-9).
Na sequência do seu Evangelho, Marcos diz que Jesus “ao retornar seu caminho, alguém correu e ajoelhou-se diante de Jesus, perguntando: ‘Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna’?”(Mc 10,17).  A narrativa de Marcos deste domingo está contida, também, em Mateus 19,16-22 e Lucas 18,18-23, e a pessoa que se dirige a Jesus é qualificada como “o moço, ou o jovem rico”. Em Marcos, o homem que se dirigiu a Jesus, numa atitude de respeito e adoração, pois “ajoelhou-se diante dele”, pela pergunta formulada, aparentemente tinha um respeito profundo por Jesus e demonstrava boas intenções, como nos demais Evangelhos. Era alguém que, possivelmente, seguia à risca a Lei de Moisés e já ouvira os ensinamentos de Jesus e acreditava que Jesus tinha o mapa que indicava o caminho para a casa do Pai. À primeira vista parece uma pessoa instruída, de apurada educação ou, simplesmente bajuladora, pois que não se contenta em somente chamar Jesus de Mestre; tentando ser agradável, o chama de “bom Mestre”. Aparentemente Jesus refuta esse elogio ou bajulação atribuindo esse adjetivo a Deus: "Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão só Deus." (Mc 10, 18), demonstrando que, mesmo sem o saber, aquela pessoa ao chamar Jesus de "bom Mestre", admitia e afirmava a divindade de Jesus.
Os Evangelhos não declinam o nome desse "alguém", tendo ficado, no Evangelho de Mateus conhecido como “o jovem rico”, ou “o rico de notável posição”, ou ainda “o moço rico”, portanto, vamos nos referenciar a ele como o “jovem rico”. Não sendo citado o seu nome fica mais fácil nós mesmos atribuirmos a ele o nosso próprio nome; colocarmos-nos no lugar desse jovem rico, nos dirigirmos a Jesus e fazer a mesma pergunta; correr até Jesus, cair de joelhos à seus pés em atitude de adoração, e perguntar-lhe: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Mc 10,17). E Jesus nos responderia: “... se queres entrar para a Vida, guarda os mandamentos.”
Num primeiro momento, Jesus coloca diante do jovem as exigências conhecidas por todo judeu piedoso e ensinadas pelas escolas rabínicas - o cumprimento dos mandamentos. Mas o homem – que, sem dúvida, era um praticante piedoso da Lei – sente que isso não é o suficiente, antes, é o mínimo. Então, quer saber mais. O jovem rico perguntou, e perguntaríamos também: “Quais?”, e Jesus responde: “Estes: Não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho; honra pai e mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.” E assim Jesus põe diante dele as mínimas exigências do Reino – o seguimento a Jesus, o despojamento dos bens e a partilha e solidariedade. E, ainda, como o jovem rico, ficaríamos contentes por julgarmos que tudo isso que tenhamos feito e o fato de cumprirmos aqueles mandamentos nos daria a quase certeza de já termos as chaves do céu e condições de herdar a vida eterna e, com alegria, com a certeza de já termos conseguido a salvação eterna, responderíamos a Jesus, com a certeza do dever cumprido, assim como fez o jovem rico: “Tudo isso tenho guardado. Que me falta ainda?” (Mt 19,17-20).
Talvez, diríamos mais ainda: “Todos esses mandamentos tenho guardado, Senhor: eu nunca transgredi os mandamentos da Lei do Senhor; eu nasci numa família cristã e temente a Deus, participei das escolas dominicais da minha comunidade, não perco uma missa aos domingos e dias santos, eu nunca matei e nem feri ninguém; jamais cometi adultério; nunca roubei; nunca falei mal de ninguém nem prejudiquei quem quer que seja; eu amo o meu pai e minha mãe, aliás, eu até cuido deles, eles moram comigo Que me falta ainda?”. E Jesus, ao ouvir isso, como fez com o jovem rico, voltaria para nós o seu olhar e nos olharia no mais profundo dos olhos, continuaria a nos amar com a mesma intensidade que só Deus sabe amar, ainda que sabendo e conhecendo as nossas limitações e pretensões equivocadas de santidade, nos diria, cheio de doçura e amor: “Uma só coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.” (Mc 10,21). Isso o jovem é incapaz de aceitar. Isso nós somos incapazes de aceitar. O jovem estava amarrado aos seus bens, pois era muito rico, e nós, apesar de menos ricos, somos apegados demais às pouquíssimas coisas que nos prendem neste mundo.
O jovem fez a sua opção – optou por uma vida “regular” que não exigisse partilha nem despojamento e, como consequência, foi embora “muito abatido”, pois tinha colocado bens secundários acima do bem maior.  Quantas vezes, a cada um de nós Jesus tenha feito essa mesma proposta? Vender pode ser não desfazer dos bens, mas partilhar; o que temos recebemos do Senhor, portando somos apenas administradores dos bens que Deus coloca em nossas mãos e, sob a nossa administração, esses bens devem ser partilhados, e quem partilha com generosidade os seus bens, só tem um caminho: o seguimento a Jesus.  Quando Jesus dirige-se a alguém e profere o chamamento “segue-me”, ele está convidando e convocando esse alguém para o apostolado, assim como fez com todos os doze apóstolos que os convocou com esse chamamento.
A opção de seguir Jesus é de cada um, nos é dado o direito da escolha: podemos tomar a iniciativa de seguí-lo ou não, como diz a música do Padre Zezinho: “a decisão é sua”.
Os atrativos do mundo são obstáculos para tomarmos posse das coisas do céu. Cumprimos os mandamentos de Deus, e nos vangloriamos disso; participamos de todos os ritos e rituais da Igreja, e por isso nos julgamos superiores aos que não o fazem; cumprimos todas as determinações que nos são sugeridas ou impostas por uma religiosidade flácida, tênue e descompromissada e, além do mais, somos por demais apegados às coisas materiais. E, por isso, julgamos já ter comprado um lote no céu e já ter recebido a chave do apartamento, só faltando o passaporte para a grande viagem.
O desapego dos bens materiais não é fácil; muito pelo contrário, lutamos sempre para ter mais e mais e, quanto mais conseguimos mais queremos e mais nos afastamos do irmão, porque o irmão menos afortunado não tem condições de competir com a nossa ânsia de poder.
Ao ouvir de Jesus “Uma só coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (Mc 10,21), o jovem rico “... porém, contristado com essa palavra, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens.” (Mc 10,22). O jovem rico possuía muitos bens, muitas propriedades, muitas jóias, muito dinheiro.
Qual teria sido o pensamento que passou na cabeça desse jovem quando Jesus lhe propôs se desfazer dos seus bens? Em primeiro lugar, a mentalidade judaica era que os ricos eram os abençoados por Deus, pois, na interpretação deles, Deus acumulava de riquezas quem ele amava. Segundo a teologia da prosperidade, no entendimento dos judeus, os ricos eram os queridos de Yahweh, enquanto os pobres e os doentes eram por ele amaldiçoados.
Em segundo lugar faria como nós mesmos faríamos e diríamos: “o pobre é que vai trabalhar como eu trabalhei para conseguir o que eu consegui. Trabalhei tanto, consegui tudo e agora vou dar tudo de mão beijada? Tudo, menos isso”. Os bens materiais, erroneamente usados, têm força tamanha que nos prende ao mundo. O chamamento de seguir a Jesus e o seguimento a Jesus tem a força de nos libertar dessa atração terrena e nos atrair para os bens celestes.  Talvez não possuamos tanto, mas o pouco que temos já é um grande obstáculo para possuirmos a vida eterna.
Talvez, o “vender tudo” queira dizer: desfaça-se do seu egoísmo, do seu orgulho, da sua vaidade, da sua avareza, da sua falta de amor, da sua frieza para as coisas de Deus, da sua apatia no relacionamento com o próximo e tudo o mais que coloca obstáculo ao nosso relacionamento com as coisas do céu. Jesus diz claramente, sem rodeios: “Só uma coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me” (Mc 10,21), como já havia dito antes: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,3), e “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está o teu tesouro aí estará também o teu coração.” (Mt 6,19-21). Só uma coisa falta para herdar o reino dos céus: desapegar das coisas da terra, das coisas do mundo, das coisas que as traças e os carunchos corroem e os ladrões arrombam e roubam, mas que é tão difícil dispor delas, ainda mais para atender, com elas, as necessidades dos menos afortunados. É aquilo mesmo que Jesus diz: “... onde está o teu tesouro aí estará também o teu coração.” (Mt 6,21), e o nosso coração está por demais apegado às coisas da terra. Ao ouvir a determinação do Mestre de dispormos dos nossos bens materiais e dos nossos vícios e defeitos para seguí-lo, fazemos como o jovem rico: ficamos entristecidos, viramos as costas e nos afastamos de Jesus, e, ai então, “... Jesus, olhando em torno, disse a seus discípulos: ‘Como é difícil a quem tem riquezas entrar no Reino de Deus’!” (Mc 10,23). Como é difícil alguém, apegado às coisas materiais, apegado a seus defeitos e vícios, e sem nenhum interesse de se converter, de mudar de vida e mentalidade, entrar no Reino de Deus.
Não é suficiente cumprir mandamentos. É necessário, antes de qualquer coisa, vivê-los, porque, “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21), e, “Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.” (Mt 6,24).
Jesus é taxativo, não deixa dúvidas a respeito disso, quando diz: “... portanto, qualquer de vocês, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo.” (Lc 14,33).  
Ao ouvirem Jesus dizer: “Como é difícil a quem tem riquezas entrar no reino de Deus!’, os discípulos ficaram admirados com essas palavras. Jesus, porém, continuou a dizer: ‘Filhos, como é difícil a quem tem riquezas entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus’!” (Mc 10,24-25).
O centro do relato está no debate entre Jesus e os seus discípulos. Jesus afirma que “é mais fácil passar um camelo pelo buraco duma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus!” (Mc 10,25). Os discípulos ficam “muito espantados” quando ouviram isso e se perguntaram “então quem pode ser salvo?”. Porque ficaram espantados? O que houve de espantoso na colocação de Jesus?  Aqui está o âmago da questão.  Os discípulos, realmente, ficaram admirados, como também nós ficaríamos e ficamos admirados com essa afirmativa e, como eles, também diríamos: “Então, quem pode ser salvo?” (Mc 10,26). Realmente, ninguém poderá ser salvo se não receber Jesus como seu Salvador e aceitar a sua palavra de vida eterna, porque, nos diz Jesus: “... sem mim, nada podeis fazer.” (Jo 15,5). Jesus, vendo os discípulos admirados ao afirmar que é difícil um rico entrar no Reino dos Céus e perguntarem “Então, quem pode ser salvo?”, fitou-os, disse: ‘Aos homens é impossível, mas não a Deus, pois para Deus tudo é possível’.” (Mc 10,26-27).
Talvez, se o jovem rico tivesse atendido ao convite do Mestre, teria sido escolhido como mais um de seus apóstolos. O chamamento que Jesus fez a esse jovem foi o chamamento para o apostolado, foi o mesmo chamamento que ele fez a todos e a cada um dos apóstolos: “venha e sigam-me”. (Mc 10,21) e, quem poderia dizer que, ao invés de doze, não teríamos treze apóstolos?
Talvez, se tivesse se desapegado de seus bens materiais, teria sido ele um fervoroso seguidor do Mestre, como o foi Pedro, Tiago, João, André e todos os demais, e hoje o honraríamos, como honramos todos os que foram apóstolos de Jesus. Por não ter aceitado o convite de Jesus, hoje, para nós, esse jovem é simplesmente um anônimo de quem desconhecemos até o próprio nome e qualquer coisa que o pudesse identificar. Ele apenas conhecia e dizia ser cumpridor dos mandamentos do Senhor, mas se descuidou em vivenciá-los, principalmente os mais importantes: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda a tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo.” (Lc 10, 27).
A doutrina de Jesus Cristo está alicerçada no desapego dos bens do mundo, e Tiago, como os demais apóstolos, e todos os santos da Igreja do Cristo, abraçou essa doutrina e a viveu nos moldes apresentados pelo Divino Mestre, conforme ele mesmo escreveu em sua carta 4,13-17 e 5,1-6.
Desapego não sugere não possuir, mas partilhar o que tem. Ter bens não é pecado; pecado é querê-los e retê-los todos só para si, porque o pão não é meu nem seu, o pão é nosso, como Jesus nos ensinou na oração do Pai Nosso. Seguir Jesus implica, em primeiro plano, o desapego total às coisas que promovem a injustiça e o desamor, a insatisfação e, dentre essas coisas, está o apego demasiado às coisas terrenas, às riquezas que não podemos levar para a vida eterna, a vida que não se acaba mais. A escolha é sempre nossa, somente nossa: “a decisão é sua”...      
O direito de opção é de cada um, porque, "Aquele que acha a sua vida, vai perdê-la, mas quem perde a sua vida por causa de mim, vai achá-la." (Mt 10,39). 

BEM-AVENTURADA ALEXANDRINA MARIA DA COSTA - 1904-1955



13 DE OUTUBRO
BEM-AVENTURADA ALEXANDRINA MARIA DA COSTA - 1904-1955

No dia 30 de março de 1904, nasceu Alexandrina Maria da Costa na pequena cidade de Balazar, em Póvoa de Varzim, Braga, Portugal. De família camponesa muito pobre, tinha apenas uma irmã mais velha, chamada Deolinda. Ambas foram educadas com amor pela mãe, Ana Maria e dentro da doutrina cristã.
Alexandrina cresceu forte, inteligente, alegre e vivaz, teve uma infância feliz dentro da sua realidade. Em 1911, recebeu a primeira eucaristia e, como em Balazar não havia escola, foi com a irmã Deolinda estudar em Póvoa de Varzim. Não chegaram a completar o estudo primário, um ano e meio depois estavam de volta. Nessa ocasião, as duas irmãs receberam a crisma pelo bispo do Porto, depois foram para um local chamado "Calvário", onde se fixaram.
Elas viviam felizes, trabalhavam nos campos e se dedicavam à costura. Eram estimadas e queridas pelas famílias e colegas. Aos doze anos, porém, Alexandrina quase morreu por uma grave infecção. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

NOSSA SENHORA APARECIDA – PADROEIRA DO BRASIL


12 DE OUTUBRO
NOSSA SENHORA APARECIDA – PADROEIRA DO BRASIL

Diz o Evangelho que no décimo quinto ano do seu reinado, o imperador romano César Augusto, promulgou um decreto determinando o recenseamento de todos os povos que estavam sob seu domínio.

E todas as pessoas a serem recenseadas deveriam se dirigir à sua cidade de origem; foi esse o motivo pelo qual Maria e José foram até Belém, onde, naqueles dias, nasceu Jesus. (Lc 2).
Séculos mais tarde, no ano de 1.717, na época da escravidão aqui no Brasil, quando a raça negra via vilipendiada a sua dignidade humana, o conde de Assumar iria fazer uma visita à cidade de Guaratinguetá, e, por isso, a Câmara Municipal da cidade baixou uma ordem para que todos os pescadores da região saíssem para pescar os melhores e mais vistosos peixes do rio Paraíba para que se fizesse um banquete para aquele ilustre visitante.
Na região de um bairro, que hoje é Aparecida do Norte, mas que na época se chamava Morro dos Coqueiros, moravam alguns pescadores, entre eles Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso. Seguindo aquela ordem da Câmara, os três pescadores também saíram para pescar rio acima. E pescaram durante horas e horas, e nada conseguiram.
Por fim, ao chegarem a uma curva do rio, chamada Itaguaçu, lançaram a rede e, ao puxarem a rede, tiraram das águas uma imagem de Nossa Senhora que se enroscou nas malhas da rede, mas, essa imagem estava sem a cabeça, era somente o corpo.
Que valor teria para eles uma imagem quebrada, somente o corpo, sem a cabeça? Claro que nenhum. Mesmo assim eles colocaram aquela imagem no fundo da canoa e continuaram a lançar a rede, continuaram a pescaria. Logo em seguida, ao puxarem as redes, notaram que  estava enroscada em uma malha a cabeça da imagem, e viram que se encaixava direitinho no corpo.