quarta-feira, 30 de abril de 2014

MARIA É DO POVO POBRE E HUMILDE

MARIA É DO POVO POBRE E HUMILDE


O povo humilde e pobre está com Maria.
povo pobre e humilde é como o Apóstolo João, o único que não fugiu e que permaneceu com Maria aos pés da cruz de Jesus, no Calvário, naquela sombria e triste sexta feira.
O povo pobre, como João, junto de Maria, não foge, não tem medo de sofrer. Já sofre tanto.      Mas, não fica aos pés da cruz sozinho; Maria está com ele.
O povo fica junto de Maria, aos pés de tantos irmãos que estão morrendo de fome ainda hoje, morrendo de inanição, de desprezo dos ricos e poderosos nas portas do século dois mil e na entrada do terceiro milênio; o Cristo continua morrendo hoje nos irmãos, como morreu no Calvário, aos olhos de sua Santíssima Mãe, Maria.
            Chegando no Calvário, o povo não fala.
            Só fica olhando, como João Apóstolo ficou olhando e marcando presença.
            Jesus também não fala; só fica rezando do alto da cruz. 

terça-feira, 29 de abril de 2014

CONVERSANDO COM MARIA, A MÃE DE JESUS

CONVERSANDO COM MARIA, A MÃE DE JESUS


Todos nós, vossos filhos, vos amamos, Maria, e através de vós amamos a Deus e desejamos amá-lo mais ainda e cada vez mais. O nosso amor por vós nos dá forças para lutarmos para a maior glória de Deus. Todos nós, que desejamos alguma coisa, alguma melhora na nossa vida ou na vida de alguém, todos nós que desejamos a vinda de melhores dias, um emprego, uma graça para vencermos um defeito particular, ou um pedido para a conversão de um filho, do marido, da esposa, do pai, irmãos ou amigos, quando precisamos de uma grande graça não exitamos e logo corremos aos vossos pés, doce Mãe, e dificilmente alguém de nós sai de perto de vós sem que a Senhora tenha atendido o nosso pedido.
Quantas vezes recorremos à vós, doce Mãe, quando notamos tristemente que a nossa fé vacila, quando esfriamos na nossa dedicação para com a Igreja de Deus, ou porque nos afligimos por termos que carregar uma grande cruz que parece muito pesada para a nossa fraqueza na fé, ou ainda, quando temos no seio de nossa família perturbações e infelicidades domésticas que nos parecem dificultar até a nossa própria salvação eterna, e, para todos nós que recorremos aos vossos pés, a oração parece trazer tão pouco alívio.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

SANTA JOANA (GIANNA) BERETTA MOLLA

SANTA JOANA (GIANNA) BERETTA MOLLA - 1922-1962

 
Gianna Beretta nasce em Magenta (Milão, Itália) aos 04 de outubro de 1922. Desde sua primeira juventude, acolhe plenamente o dom da fé e a educação cristã, recebidas de seus ótimos pais. Esta formação religiosa ensina-lhe a considerar a vida como um dom maravilhoso de Deus, a ter confiança na Providência e a estimar a necessidade e a eficácia da oração.
Durante os anos de estudos e na Universidade, enquanto se dedicava diligentemente aos seus deveres, vincula sua fé com um compromisso generoso de apostolado entre os jovens da Ação Católica e de caridade para com os idosos e os necessitados nas Conferências de São Vicente. Laureada em medicina e cirurgia em 1949 pela Universidade de Pavia (Itália), em 1950 abre seu consultório médico em Mêsero (nos arredores de Milão). Especializa-se em pediatria na Universidade de Milão em 1952 e, entre seus clientes, demonstra especial cuidado para as mães, crianças, idosos e pobres.
Foi membro atuante da Ação Católica desde a adolescência. Formou-se com louvor em Medicina e especializando-se em Pediatria, por seu grande amor às crianças e às mães, pois pretendia unir-se ao seu irmão, Padre Alberto, médico e missionário no Brasil, que havia fundado um hospital na cidade de Grajaú, no estado do Maranhão, mas foi desaconselhada por seu Bispo.
Enquanto exercia sua profissão médica, que a considerava como uma «missão», aumenta seu generoso compromisso para com a Ação Católica, e consagra-se intensivamente em ajudar as adolescentes. Através do alpinismo e do esqui, manifesta sua grande alegria de viver e de gozar os encantos da natureza. Através da oração pessoal e da dos outros, questiona-se sobre sua vocação, considerando-a como dom de Deus. Opta pela vocação matrimonial, que a abraça com entusiasmo, assumindo total doação «para formar uma família realmente cristã».

domingo, 27 de abril de 2014

JOÃO XXIII E JOÃO PAULO II, PROCLAMADOS SANTOS

JOÃO XXIII E JOÃO PAULO II, PROCLAMADOS SANTOS


“O Papa Bom”, João XXIII, e o “Papa Peregrino”, João Paulo II, estão sendo proclamados santos da nossa Igreja neste dia de 27 de abril de 2014.
Dia 27 de abril de 2014, Festa da Divina Misericórdia, o Senhor reserva à sua Igreja Santa, Católica, Apostólica e Romana um mimo de sua infinita bondade: a canonização, ou seja, passam a ser santos dois papas, João XXIII, o papa bom e João Paulo II, o papa pop. O primeiro trouxe ao trono de Pedro a humildade e a proximidade com o povo; o segundo rejuvenesceu a Sé apostólica com seu carisma e seu poder de sedução junto às multidões.
O papa João XXIII  nasceu no dia 25 de Novembro de 1881 em Sotto il Monte, diocese e província de Bergamo (Itália), e nesse mesmo dia foi batizado com o nome de Ângelo Giuseppe; foi o quarto de treze irmãos, nascidos numa família de camponeses e de tipo patriarcal.
Depois da morte de Pio XII, foi eleito Sumo Pontífice a 28 de Outubro de 1958 e assumiu o nome de João XXIII. O seu pontificado, que durou menos de cinco anos, apresentou-o ao mundo como uma autêntica imagem de bom Pastor. Manso e atento, empreendedor e corajoso, simples e cordial, praticou cristãmente as obras de misericórdia corporais e espirituais, visitando os encarcerados e os doentes, recebendo homens de todas as nações e crenças e cultivando um extraordinário sentimento de paternidade para com todos. Por sua idade foi tomado como um papa de transição, mas surpreendeu o mundo com a convocação para o Concílio Vaticano II (1962-1965) e propiciou para que se vivesse em uma Igreja aberta ao mundo.

sábado, 26 de abril de 2014

“A PAZ ESTEJA COM VOCÊS” (Jo 20,19).

II DOMINGO DA PÁSCOA - 01.05.2011
Ano – A; Cor – branco; Leituras: At 2,42-47; Sl 117; 1Pd 1,3-9; Jo 20,19-31.

“A PAZ ESTEJA COM VOCÊS” (Jo 20,19).

Diácono Milton Restivo


Neste domingo, chamado “in albis”, ou seja, “domingo das vestes brancas” ou da Divina Misericórdia, a liturgia acentua a nova existência do cristão regenerado pelo batismo ou pela renovação das promessas batismais que foram feitas na cerimônia da Vigília Pascal.
Na igreja primitiva o batismo, principalmente dos adultos, acontecia na vigília do domingo da Páscoa. No domingo seguinte, que seria o segundo domingo da Páscoa, os neocatecúmenos já podiam participar da Eucaristia e, para tanto, se apresentavam para as liturgias da Palavra e da Eucaristia vestidos com vestes brancas que foram recebidas no seu batismo.
No domingo seguinte da Páscoa Jesus se apresenta ressuscitado aos seus discípulos, criando e fortalecendo, no Espírito, a primeira comunidade cristã.
A primeira leitura, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos, mostra que as primeiras comunidades cristãs, já em plena atividade e evidência, transmitem o testemunho do Ressuscitado.
Os novos cristãos “eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações”. (At 2,42). Nessa atitude dos primeiros cristãos está o alicerce sólido da igreja de Jesus Cristo: 1) perseverança na fé; 2) perseverança ao ouvir a Palavra transmitida pelos Apóstolos; 3) perseverança na comunhão fraterna; 4) perseverança no partir o pão; 5) perseverança na oração. O jeito cristão de viver é ser perseverante e participante da comunidade dos irmãos.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

SÃO MARCOS EVANGELISTA

SÃO MARCOS EVANGELISTA


De origem pouco conhecida, reconhecido como autor do segundo evangelho e considerado fundador da igreja do Egito e também fundador da cidade italiana de Veneza. Marcos, ou João Marcos, era judeu, da tribo de Levi, filho de Maria de Jerusalém, e, segundo os historiadores, teria sido batizado pelo próprio Pedro, fazendo parte de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém.
Ainda menino, viu sua casa tornar-se um ponto de encontro e reunião dos apóstolos e cristãos primitivos. Foi na sua casa, aliás, que Cristo celebrou a última ceia, quando instituiu a Eucaristia, e foi nela, também, que os apóstolos receberam a visita do Espírito Santo, após a ressurreição.
Seu nome aparece nas epístolas de Paulo, que se refere a ele como um de seus colaboradores que enviavam saudações de Roma. A principal fonte de informações sobre sua vida está no livro Atos dos Apóstolos.
Filho de Maria de Jerusalém e primo de Barnabé, já se havia convertido ao cristianismo quando Paulo e Barnabé chegaram a Jerusalém (ano de 44) trazendo os auxílios da Igreja de Antioquia (At 11,30). Acompanhou Barnabé e Paulo a Antioquia (At 12,25), na hoje Turquia, onde atuou como auxiliar de Paulo, mas voltou à Jerusalém quando chegaram a Perge, na Panfília.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

PAI NOSSO... DO JEITO DE MARIA.

PAI NOSSO... DO JEITO DE MARIA.


Certa vez, os apóstolos se achegaram a Jesus e lhe pediram: “Mestre, ensina-nos a rezar.”
E o Senhor Jesus ensinou aos seus apóstolos e discípulos, e também a todos nós a oração do Pai Nosso. E desde a primeira vem em que a oração do Pai Nosso foi ensinada e rezada pelo próprio Senhor Jesus, até os nossos dias a oração do Pai Nosso tem sido rezada por todas as religiões cristãs em todas as partes do mundo milhões e milhares de vezes.
Mas, se conhecemos bem a vida de Maria, vamos ver nas entrelinhas do Santo Evangelho que, mesmo antes de o Senhor Jesus ensinar a oração do Pai Nosso aos seus apóstolos e discípulos, Maria já o rezava desde a muito tempo, com outras palavras, é claro ,mas com o mesmo fervor com que o Senhor Jesus ensinou e rezou.
Ao ensinar o Pai Nosso, Jesus Cristo disse: “Pai Nosso, que estais nos céus”, e Maria já dissera: “Engrandece a minha alma ao Senhor, e exulte o meu espírito em Deus, meu Salvador”, e nós repetimos: “Pai Nosso que estais nos céus, nós exaltamos de alegria pela santidade de vossa presença e, humildemente, saudamos e bendizemos o vosso nome, como no cântico de Maria.”

quarta-feira, 23 de abril de 2014

“...FAÇA TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS.” (1Cor 10,31).

 “...FAÇA TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS.” (1Cor 10,31).


            Paulo foi um dos maiores perseguidores da Igreja de Jesus Cristo no seu início, e, certa vez, quando tinha por missão perseguir e prender os que aderiram às mensagens do Senhor Jesus, “estando ele em viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente uma luz vinda do céu o envolveu de claridade. Caindo por terra ouvia uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, porque me persegues?” Ele perguntou: “Quem és, Senhor?” E a resposta: “Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo. Mas levanta-te, entra na cidade, e te dirão o que deves fazer.” Os homens que com ele viajavam detiveram-se emudecidos de espanto, ouvindo a voz mas não vendo ninguém. Saulo ergueu-se do chão. Mas embora tivesse os olhos abertos, não via nada.” (At 9,3-8).
            Esta é a narrativa das Sagradas Escrituras sobre o primeiro encontro de Paulo com o Divino Mestre. Depois que Jesus lhe chama atenção e o derruba de seu cavalo para lhe mostrar o quanto estava errado em perseguir os seus apóstolos e discípulos, Paulo se converteu ao cristianismo e se dedicou de corpo e alma para que a doutrina, que antes ele perseguia com ódio e furor e queria destruir, fosse conhecida e vivida por todos os homens de boa vontade em todas as partes do mundo.
            Paulo fundou várias comunidades cristãs e, por todos os lugares por onde passou, deixou a Igreja de Jesus Cristo mais forte, mais viva, mais ardorosa e mais consciente de sua missão de libertar e salvar todos os homens. 

terça-feira, 22 de abril de 2014

DEVOÇÃO À MARIA

DEVOÇÃO À MARIA, A MÃE DE JESUS


“A devoção à Maria é um caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegar à união com Nosso Senhor, e nisso consiste a perfeição do cristão. A devoção à Maria é um caminho fácil, e um caminho que Jesus Cristo abriu quando veio a nós e no qual não há obstáculo que nos impeça de chegar a ele. Podemos chegar a Jesus por outros caminhos, é verdade, mas por esses outros caminhos encontram-se muitas cruzes e mortes estranhas, e muito mais impecílios que dificilmente se vencem. Ir a Jesus sem ser por meio de Maria, será preciso passar por noites escuras, por combates e agonias terríveis, escalar montanhas escarpadas, pisando espinhos agudos, atravessar desertos horríveis, enquanto que, se formos a Jesus por meio de Maria, no caminho que Maria nos ensina, passa-se com muito mais doçura e tranquilidade. No caminho de Maria se encontram, sem dúvida, rudes combates a travar e dificuldade enormes dificuldades a vencer. Mas, essa boa mãe e Senhora está sempre tão próxima e presente a seus fieis servos para iluminá-los nas trevas, esclarecê-los em suas dúvidas, encorajá-los em seus receios, sustentá-los em seus combates e dificuldades, que, em verdade, este caminho virginal para chegar a Jesus Cristo é um caminho de rosas e de mel em vista de outros caminhos... Algum devoto de Maria poderá então nos perguntar:- “Então, porque é que os verdadeiros devotos de Maria tenham de enfrentar tantas ocasiões de sofrer, e sofrem muito mais do que os outros que não são devotos de Maria?”

segunda-feira, 21 de abril de 2014

MARIA, RAINHA

MARIA, RAINHA


Com muita justiça o céu e a terra veneram Maria como Rainha. Rainha dos céus e da terra, Rainha dos Anjos, Rainha dos Patriarcas, Rainha dos Profetas, Rainha dos Apóstolos, Rainha das Virgens, Rainha dos Mártires, de todos aqueles que derramaram o seu sangue e deram a sua vida para proclamarem a sua fé em Jesus Cristo e para não renegarem a sua crença no Divino Mestre – Rainha dos Confessores, de todos aqueles que, em todos os tempos e lugares, confessaram e confessam as verdades ensinada por Jesus Cristo.
Rainha das Virgens, sim, Rainha das Virgens, porque Maria foi a Virgem por excelência, a Virgem das Virgens, a Virgem e Mãe, ainda que isso possa contrariar os nossos entendimentos e possa não ser aceito por aqueles que dizem amar Jesus, mas não o amam de verdade porque desprezam a sua Mãe e Virgem Maria.
          Rainha de todos os Santos, Rainha de todos os Santos que já pisaram esse nosso chão, dos santos que gozam da presença eterna de Deus Pai no Reino dos Céus, dos santos que ainda padecem no purgatório e se purificam para serem recebidos na gloria eterna, e Rainha dos Santos que ainda caminham conosco, neste vale de lágrimas, aguardando o momento de serem convocados para o reino que não se acaba mais.
E Maria é Rainha, Rainha concebida sem pecado original,, porque desde o início dos tempos ela foi preservada da mancha do pecado, de todo e qualquer pecado por Ter sido escolhida para ser a mãe do filho de Deus que se faria homem para que todos os homens se fizessem filhos de Deus... Rainha concebida sem pecado original, porque o Deus que se faria homem não poderia jamais nascer de uma mulher que tivesse, ainda que por apenas um segundo, tivesse se submetido ao poder do espírito do mal.  

domingo, 20 de abril de 2014

PÁSCOA E RESSURREIÇÃO

PÁSCOA E RESSURREIÇÃO
Ano – A; Cor – Branco; Leituras: At 10,34.37-43; Sl 117 (118); Cl 3,1-4; Jo 20,1-9.

“ELE VIU E ACREDITOU”. (Jo 20,8).


Diácono Milton Restivo

Assim o Senhor Nosso Deus anunciava a Páscoa, a libertação ao povo israelita que se encontrava em escravidão nas terras do Egito sob o poder do Faraó: "Este dia será para vós um memorial, e o celebrareis como uma festa para Iahweh; nas vossas gerações a festejareis; é um decreto perpétuo." (Ex 12, 14).
A primeira Páscoa foi marcada com o sangue do cordeiro: "Fala a toda a comunidade de Israel, dizendo: "Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa”. (Ex 12, 2); "Tomarão do seu sangue e polo-ão sobre os dois marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem." (Ex 12, 7).                       
O símbolo da primeira Páscoa foi designado pelo Senhor para ser um cordeiro imolado e o seu sangue significou a libertação, a salvação do povo israelita da escravidão do Egito.                    
A segunda e definitiva Páscoa não poderia ser diferente: um cordeiro também foi imolado e o seu sangue serviu de libertação, remissão e salvação do gênero humano mergulhado no pecado e, João Batista, ao ver o Senhor Jesus aproximar-se dele, o apresenta aos seus discípulos como sendo esse cordeiro: “No dia seguinte, ele vê Jesus aproximar-se dele e diz: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (Jo 1, 29).     

sábado, 19 de abril de 2014

SÁBADO SANTO – JESUS NO SEPULCRO

SÁBADO SANTO – JESUS NO SEPULCRO

“NÓS ESPERÁVAMOS QUE ELE FOSSE O LIBERTADOR DE ISRAEL, NAS HOJE JÁ O TERCEIRO DIA...” (Lc 24,21).


Diácono Milton Restivo

Silêncio. A Igreja está de luto. A natureza está de luto. Tudo é silêncio, tudo é sofrimento, tudo é dor. Aquele em que depositávamos as nossas esperanças já não existe mais no meio dos mortais. Neste momento está depositado no sepulcro que lhe foi emprestado, no silêncio total, no descanso eterno. Aquele que ressuscitara tantas pessoas, que fizera voltar à vida Lázaro, o filho da viúva de Naim, a filha de Jairo, e que dissera: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, (Jo 14,6), e que viera trazer a vida em abundância: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10, 10), e queria que todos vivêssemos essa vida, agora está sem vida, está morto e sepultado. “Vocês todos que passam pelo caminho, olhem e prestem atenção: haverá dor semelhante à minha dor?” (Lm 1,12).
O velho Simeão, quando Maria e José apresentaram Jesus no Templo quando ainda bebê, dissera a Maria: “Eis que esse menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma”. (Lc 2,34-35). O velho Simeão falou de uma espada de dor; quantas espadas traspassaram o coração de Maria? Maria sabia quem era Jesus; o mundo não quis saber...

sexta-feira, 18 de abril de 2014

“PERTO DA CRUZ PERMANECIAM, DE PÉ, SUA MÃE...” (Jo, 9,25).

SEXTA-FEIRA SANTA
Ano – C; Cor – Vermelho; Leituras: Is 52,13 – 53,12; Sl 30 (31); Hb 4,14-16; 5,7-9; Jo 18,1 – 19,42.

PERTO DA CRUZ PERMANECIAM, DE PÉ, SUA MÃE...” (Jo, 9,25).


Diácono Milton Restivo

Nos momentos em que nos sentimos sozinhos, mesmo estando no meio da mais barulhenta multidão, devemos elevar o nosso pensamento ao Senhor Nosso Deus e Pai e, nos recolhendo dentro de nós mesmos, nos entregarmos à oração.
Nesses momentos em que sentimos que a solidão bate forte em nosso coração, devemos voltar a nossa atenção a todos aqueles que estão tristes, acabrunhados, arrasados, explorados; todos aqueles que se sentem abatidos, desesperados, injustiçados...
Nesses momentos, quando nos sentimos desamparados, devemos nos unir em oração e nos colocar na presença de Deus Pai que muito nos amou e nos ama e suplicar a mediação do Senhor Jesus que “... foi obediente até a morte e morte de cruz...” (Fl 2,8), esse mesmo Senhor Jesus que nos disse: “Eu dou a minha vida por minhas ovelhas.” (Jo, 10,15). João, o Apóstolo amado, na sua primeira carta nos adverte, dizendo: Nisso conhecemos o amor: ele deu a sua vida por nós, e nós também devemos dar a nossa vida pelos irmãos.” (1Jo, 3,16).
Imaginemos a cruz de Jesus, o Cristo, a cruz onde ele se imolou por nós.
“Vejam! Tão desfigurado estava que não parecia mais gente, tinha perdido toda a sua aparência humana”. (Is 52,14). “Ele não tinha aparência nem beleza para atrair o nosso olhar, nem simpatia para que pudéssemos apreciá-lo. Desprezado e rejeitado pelos homens, homem do sofrimento e experimentado na dor; como indivíduo de quem a gente esconde o rosto, ele era desprezado e nem tomamos conhecimento dele”. (Is 53,2-3).

quinta-feira, 17 de abril de 2014

AS SETE DORES DE MARIA, A MÃE DE JESUS.

AS SETE DORES DE MARIA, A MÃE DE JESUS.


Nesta Semana das Dores, vamos meditar acerca das Dores de Maria, a Mãe de Jesus. As Dores de Maria nos comovam o coração, impulsionando-nos para a prática do bem.

PRIMEIRA DOR - APRESENTAÇÃO DO PEQUENO JESUS NO TEMPLO
Nesta primeira dor veremos como o coração de Maria Santíssima foi transpassado por uma espada, quando Simeão profetizou que o Filho dela seria a salvação de muitos, mas também serviria para ruína de outros. A virtude que aprendemos nesta dor é a da santa obediência. Sejamos obedientes aos superiores, porque são eles instrumentos de Deus.
Quando soube que uma espada lhe atravessaria a alma, desde aquele instante Maria experimentou sempre uma grande dor, mas sempre olhava para o Céu e dizia: 'Em vós confio'. Quem confia em Deus jamais será confundido. Em nossas penas, angústias, confiemos em Deus e jamais nos arrependeremos dessa confiança. Quando a obediência nos trouxer qualquer sacrifício, confiando em Deus, a Ele entreguemos nossas dores e apreensões, sofrendo de bom grado por amor. Obedeçamos não por motivos humanos, mas pelo amor Daquele que por nosso amor se fez obediente até a morte de Cruz.  

quarta-feira, 16 de abril de 2014

“EIS AQUI A ESCRAVA DO SENHOR”.

“EIS AQUI A ESCRAVA DO SENHOR”.


Por mais que lemos as Sagradas Escrituras nos é difícil entender, realmente a fundo, a sua mensagem, o seu recado. Se pegarmos as Sagradas Escrituras todos os dias e lermos uma mesma frase, um mesmo versículo, todos os dias nós tiraremos uma mensagem diferente e veremos a realidade daquela mensagem por um outro ângulo. Para cada dia uma mesma frase, um mesmo versículo nos transmite alguma coisa de diferente, nos diz algo de novo. Isso apenas uma frase, um versículo; agora imagine um capítulo inteiro, ou um livro inteiro, ou toda a Bíblia.
Através das Sagradas Escrituras tomamos conhecimento de que Maria, quando foi consultada pelo Anjo Gabriel para ser a Mãe do Filho de Deus, respondeu ao Anjo: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.”
Será que já paramos para pensar, para meditar sobre esta frase dita por Maria ao Anjo e que está contida na Bíblia, mais precisamente no Evangelho de Lucas?
Maria, quando consultada pelo Anjo se declara “Escrava do Senhor”, e se coloca à disposição de Deus para que a vontade do Altíssimo fosse realizada nela da maneira como o Senhor quisesse.

terça-feira, 15 de abril de 2014

NOSSA SENHORA DAS DORES - MARIA AO PÉ DA CRUZ.

NOSSA SENHORA DAS DORES - MARIA AO PÉ DA CRUZ.


Todo cristão, filho de Maria e que a ama realmente, já, desde a manhã a tem no pensamento e a venera como a Rainha do Céu, Rainha da terra e Rainha de todos os lares.
E nesta Semana Santa, mais do que em qualquer outro tempo do ano, devemos venerar Maria como a Mãe das Dores e, nesta semana santa devemos acompanhar passo a passo o sofrimento de uma mãe condenada a assistir a crucificação e morte de seu próprio filho.
Quando um Anjo do Senhor perguntou à Maria se ela aceitava ser a mãe do Salvador, Maria bem sabia que estava sendo convidada a trilhar um caminho repleto de espinhos e lágrimas.
Maria conhecia os homens, Maria conhecia o seu povo, Maria conhecia  os dirigentes de sua nação, Maria conhecia o coração dos homens.
Maria sabia que estava unindo a sua sorte à sorte do Filho de Deus.
E a profecia do velho Simeão nos portais do templo, quando da apresentação do Menino Jesus, ainda ressoava em seus ouvidos e Maria, trinta anos depois, ainda ressoava em seus ouvidos as palavras do velho profeta que dizia e repetia sem cessar: “Uma espada de dor traspassará teu coração” (Lc 2,3).  Naquela oportunidade Maria poderia ter-se surpreendido pela franqueza e honestidade de um homem temente a Deus, mas aquela profecia, de maneira nenhuma desencorajou Maria e nem tão pouco lhe deu razões para temer alguma coisa no futuro, porque ela já tinha se colocado inteiramente nas mãos de seu Deus e Senhor quando havia dito: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade.” O seu Divino Filho viera para pregar a Boa Nova, para formar um novo povo de Deus.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

MARIA, MÃE DAS DORES

MARIA, MÃE DAS DORES


“E uma espada traspassará tua alma”. (Lc 2, 35).  Palavras do velho Simeão à Maria, Mãe de Jesus Cristo, quando da apresentação do Menino Jesus no templo oito dias após o seu nascimento.                
Naquele momento Maria deve não ter entendido bem  toda a extensão e profundidade dessas, palavras, mas, durante toda a sua vida ela as guardou e meditou em seu coração. Trinta anos depois, quando seu Filho Jesus começou a sua vida pública e Maria começou a observar a ingratidão do povo para com o seu Deus, e, principalmente, quando se aproximava a hora final, quando seu Filho deveria se entregar para ser a vítima santa e imaculada, Maria começou a entender melhor o significado daquelas palavras.
E essa espada de dor que se cravou na alma de Maria se fez sentir mais dolorosamente a partir da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, quando ela pressentiu que aquilo era o começo do fim.    
Mesmo à distância Maria acompanhou o triunfo de seu Filho, um triunfo que foi apenas um relâmpago que cortou os céus para, logo em seguida, explodir na trovoada das injúrias lançadas contra o seu amado Filho, e a tempestade da ingratidão dos homens a quem ele viera para salvar, e agora o condenam à morte.
Nos lábios de Maria ainda afloram  aquelas palavras de entrega total que ela pronunciara quando da anunciação do Anjo: “Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1, 38); e Maria, naqueles momentos de dores em que a espada em sua alma se fazia mais sentir, recordava das palavras do velho Simeão e repetia a sua entrega total a Deus Pai, tornando, desta maneira, ainda mais perfeito o sacrifício de um Deus Criador que morria pelas suas criaturas.

domingo, 13 de abril de 2014

MARIA BEBEU DO CÁLICE DA PAIXÃO E MORTE DE JESUS

MARIA BEBEU DO CÁLICE DA PAIXÃO E MORTE DE JESUS


E as autoridades de Jerusalém condenaram Jesus. É muito cômodo para nós dizermos que foram os judeus que condenaram Jesus à morte, quando na verdade fomos todos nós, pelos nossos crimes e pecados que condenamos Jesus a tão terrível suplício.
Mas, para as autoridades da época, não era possível deixar vivo aquele homem, que mexia tanto com as multidões. Aquele homem denunciava todas as falsidades e as autoridades da época estavam por demais comprometidas para deixá-lo em paz.
E Maria era a Mãe daquele homem perseguido e injustiçado. Maria viveu com Jesus a sua paixão e as suas torturas. Maria presenciou todos os momentos de angústia, de terror, de dor de seu Divino Filho, ainda que não fisicamente, mas muito mais espiritualmente.
E assim Maria viu o seu Filho ser coroado de espinhos, levar bofetadas dos soldados, escarros no rosto, apanhar de açoites, carregar uma pesada cruz, ser pregado nessa mesma cruz e ser levantado  no alto de uma colina no meio de dois ladrões, ser insultado pelos soldados e pelos chefes do povo, perdoar os seus carrascos que “não sabiam o que faziam”, morrer entregando nas mãos de Deus o seu espírito.

sábado, 12 de abril de 2014

DOMINGO DE RAMOS

DOMINGO DE RAMOS
Ano – A; Cor – vermelho; Leituras: Mt 21,1-11; Is 50,4-7; Sl 21 (22); Fl 2,6-11; Mt 27,11-54.

“HOSANA AO FILHO DE DAVI! BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR! HOSANA NO MAIS ALTO DOS CÉUS!” (Mt 21,9)

Diácono Milton Restivo


A solenidade dos Ramos é o domingo que antecede o Domingo da Páscoa. É o sexto domingo do Tempo da Quaresma e direciona a Igreja para os acontecimentos finais da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. É a preparação imediata da Páscoa da Ressurreição. Esta solenidade não faz parte do Tríduo Pascal: Quinta-feira Santa, Sexta-feira da Paixão e Sábado da vigília pascal.
Para fins de esclarecimentos sobre o Tríduo Pascal, que acontece no transcorrer da semana seguinte, a Quinta-feira Santa é a comemoração da última Ceia da páscoa hebraica que Jesus fez com os doze apóstolos antes de sua prisão e ser levado à morte na cruz.
Durante esta ceia Jesus instituiu, além da Eucaristia, o sacerdócio cristão, prefigurando o evento novo da Páscoa cristã que haveria de se realizar dois dias após. A Sexta-feira Santa é o único dia do ano em que a Igreja não celebra a Eucaristia. Recorda, apenas, a morte de Jesus por uma celebração da Palavra de Deus, constando de leituras bíblicas, de preces solenes, da adoração da cruz e da comunhão sacramental. A noite do Sábado Santo é a “mãe de todas as vigílias”, a celebração central da fé cristã. Nela a Igreja espera, velando a ressurreição de Cristo, e a celebra nos sacramentos do Batismo e da Eucaristia.
O Domingo de Ramos é, portanto, a data em que os cristãos celebram a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém e dá início à Semana Santa. Marca também o final da Quaresma, período em que os cristãos se prepararam para a Páscoa da Ressurreição, e o começo da Semana da Paixão, da semana Santa. No Domingo de Ramos a leitura feita antes da Santa Missa e geralmente fora da igreja e durante a bênção dos ramos, é a do Evangelho e narra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém num último esforço para que o povo entendesse a sua missão e visse nele a realização de todas as profecias do Antigo Testamento a respeito do Messias. Nas cinco semanas do Tempo da Quaresma anteriores a essa realidade, o povo de Deus deve ter se preparado através da oração, penitência, caridade e encontros de estudo e reflexão da Palavra.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

MARIA SOFREU POR TODOS...

MARIA SOFREU POR TODOS...


Quando o Senhor nosso Deus começou a realizar as suas promessas de salvação, ele não escolheu os ricos, os poderosos e nem os sábios das coisas deste mundo, nem os que pensavam que sabiam muito a respeito de Deus e dos outros.
Para realizar os seus planos de salvação o Senhor Nosso Deus escolheu pessoas do povo, pessoas simples, humildes, pobres e puras. Os pobres sempre receberam de Deus uma atenção especial e uma missão muito importante.
Mas não podemos nos iludir; o fato de sermos o povo pobre e humilde não é o suficiente para termos a pretensão de sermos salvos e termos a compreensão das coisas de Deus; muito pelo contrário. Não eram somente os outros que não entendiam a gravidez de Maria; as próprias pessoas mais próximas de Maria e que lhe deveriam dar todo apoio  em sua gravidez; a bem da verdade, a princípio, até José o noivo e depois esposo de Maria, colocou em dúvida a gravidez de Maria, e o que dizer então dos parentes, do povo, dos vizinhos e amigos.
O povo só foi entender  o sentido da gravidez de Maria o sentido da gravidez de Maria depois da manifestação de Jesus como Messias, depois que Jesus começou a sua vida pública, fazendo milagres e curando a todos que a ele se socorressem, tanto as doenças do corpo como as doenças da alma. E assim mesmo, esse mesmo povo que o Cristo tinha amado, curado e alimentado, quando Jesus estava sendo condenado à morte e diante do tribunal de Pôncio Pilatos, esse povo voltou atrás e pediu a sua morte.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

QUEM NÃO AMA MARIA, NÃO AMA JESUS...

QUEM NÃO AMA MARIA, NÃO AMA JESUS...


Como é gostoso a gente falar de quem amamos de verdade. Maria é a nossa mãe, o nosso modelo, a mãe do Senhor Nosso Deus.
Se amamos realmente Maria, chegamos com mais facilidade até Jesus, porque Maria é o meio mais seguro para chegarmos ao Senhor Jesus. A devoção que temos por Maria deve, cada vez mais, nos levar até Jesus.
São Luiz Maria Grignon de Montfort escreveu no seu livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”: “Se a devoção que temos a Maria Santíssima nos afastasse  de Jesus Cristo, esta devoção deveria ser rejeitada como ilusão do demônio. Mas o que acontece é justamente o contrário; a devoção à Maria é necessária principalmente por acharmos Jesus, por nos encontrarmos com o Filho muito amado de Deus e de Maria, para estarmos com Jesus Cristo perfeitamente, amá-lo com ternura e servi-lo com fidelidade. Mas, a maior parte dos cristãos, até aqueles que dizem entender bem as coisas de Deus não sabem da união necessária que existe entre Jesus Cristo e sua Mãe Santíssima. Jesus está sempre com Maria, assim como Maria está com Jesus, e nem poderia estar sem Jesus, porque, se fosse de outra maneira, Maria não seria o que é; Maria está de tal maneira transformada em Jesus pela graça que não vive mais, não existe mais se não for por meio do Senhor Jesus que nela vive e reina mais profundamente do que em todos os anjos e bem-aventurados.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

... FILHOS DE EVA ...

... FILHOS DE EVA ...


Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, doçura da vida, esperança nossa, salve. A vós bradamos, os degredados, filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas... A vós bradamos, a vós gritamos, a vós suplicamos, a vós nos dirigimos com o coração cheio de dor e mágoa, mas, acima de tudo, cheio de esperança, porque sabemos que em vós, Maria, em vós, doce Rainha e amada Mãe é que encontramos o lenitivo para as nossas dores.
Ate vós, doce Maria, elevamos as nossas vozes, como exilados e infelizes filhos de Eva; nós suspiramos, gememos e choramos neste vale de lágrimas.
Como esta linguagem  exprime bem os sentimentos de um coração que aspira o céu... De uma alma que se aterroriza ante a aspereza do caminho.
Como é suave vemos  elevados para os céus o olhar e as mãos dos pobres exilados e ouvir este brado de sua fé, que é, ao mesmo tempo, um suspiro de amor: a vós bradamos, os degredados, filhos de Eva.

terça-feira, 8 de abril de 2014

A VÓS BRADAMOS, OS DEGREDADOS...

A VÓS BRADAMOS, OS DEGREDADOS...


Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, doçura da vida, esperança nossa, salve. A vós bradamos, os degredados filhos de Eva.
A vós bradamos, Rainha, Mãe de Misericórdia, a vós gritamos neste vale de lágrimas, onde o pecado nos afasta de Deus, onde a opressão nos torna distante dos irmãos, onde a fome e a sede de se ter mais nos transformam em seres estranhos.
A vós suplicamos, Rainha, porque, quando o homem se esquece que somente encontra Deus quando um irmão socorre o outro irmão, quando um irmão enxuga as lágrimas do irmão necessitado e quando vivem a mesma fraternidade, o mesmo amor, o mesmo ideal em Jesus Cristo. Nós, Senhora, somos os degredados, os exilados, os desterrados do paraíso e filhos de Eva, que nos contaminamos com as coisas que nos afastaram de Deus.
E, por isso, a vós bradamos, a vós gritamos, a vós suplicamos, com todas as forças de nossas almas, porque sabemos que só vós, Senhora, pode atender as nossas súplicas, só vós, que sois Rainha, a Mãe de Misericórdia, a doçura da nossa vida, a esperança da vida eterna. 
Gritamos a vós, Senhora, como um condenado grita pela vida, como um náufrago suplica por uma tábua de salvação, como um doente anseia por um remédio que lhe possa aliviar os sofrimentos e acalmar as suas dores.
Bradamos a vós, Senhora, porque sabemos que somente vós podeis nos estender a mão e nos tirar deste vale de lágrimas em que o pecado, o egoísmo e o desamor nos colocou.
A vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas.
Neste mesmo vale de lágrimas, Senhora, onde vós, por ter dito o vosso ``sim``, fostes perseguida e tivestes que fugir com o vosso adorável filho em seus braços, para que a força do poder e a agonia da opressão não acabassem com uma realidade que acabara de nascer.                    
Nós estamos neste mesmo vale de lágrimas, Senhora, onde vosso Filho, quando tentou dizer a todos que o Reino de Deus estava dentro de cada homem,. Foi perseguido, caluniado, açoitado, coroado de espinhos, crucificado e morto.  
Não estamos pedindo, Senhora, que nos livreis das dores, porque o vosso Filho também passou pelas dores, ainda que tivesse pedido ao Pai, no Getsamani que as livrasse delas e isso não foi possível  porque senão não se concretizaria a redenção do gênero humano, e por isso ele as teve de passar, e é somente pelas dores que chegaremos à perfeição, considerando que foi esse o caminho que vosso Filho nos indicou para sermos perfeitos como o Pai do céu é perfeito. 
Estamos pedindo, Senhora, estamos bradando, estamos gritando para que a Senhora esteja  conosco em nossas dores, nos dê forças e amor para suportá-las, e, acima de tudo,. que nos façais sentir a vossa presença em todos os momentos de nossa vida, porque, somente com a vossa presença é que poderemos superar tudo aquilo que o mundo nos oferece que contraria a vontade do Pai, e, somente com a vossa presença é que nos serão enxugadas as lágrimas doloridas das ingratidões que nós, vossos filhos, fazemos uns contra os outros.  
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, doçura da vida, esperança nossa, salve.  A vós bradamos os degredados, filhos de Eva.    A vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas.
A vós bradamos Senhora, a vós suspiramos, vós que sois a Consoladora dos Aflitos.    
Vós que sois o Auxílio dos Cristãos.                     
E é por isso que a chamamos de Rainha, de Mãe de Misericórdia, de doçura da nossa vida, de esperança nossa. Porque confiamos em vós e sabemos que se o Cristo, vosso Filho passou o que passou neste mundo, nós, os seus seguidores não podemos ser diferentes, porque não pode o discípulo ser mais que o mestre, mas vós, Senhora, estivestes com ele o tempo todo, desde o seu nascimento, na gruta de Belém, até a sua morte dolorosa de cruz no monte Calvário. 
E é isso que vos pedimos, Senhora, que estejais conosco todos os dias de nossa vida, agora, e na hora de nossa morte.  E por isso, Senhora, repetimos, sem cessar - Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, doçura da vida, esperança nossa, Salve. A vós bradamos, os degredados, filhos de Eva. A vós suplicamos, gemendo e chorando, neste vale de lágrimas. Eia após, esses vossos olhos, misericordiosos, a nós volvei. E depois deste desterro, nos mostrai a Jesus, bendito fruto de vosso ventre, ò Clemente, ó doce sempre Virgem Maria...