sábado, 4 de julho de 2015

COM MARIA, QUANDO ÉRAMOS CRIANÇAS


COM MARIA, QUANDO ÉRAMOS CRIANÇAS


Quando éramos pequenos, quando éramos crianças, quantos de nós aprendemos as primeiras orações no colo de nossas mães ou avós. Íamos ao catecismo, e a catequista, com muito amor, carinho e paciência, repetia conosco as orações do Pai Nosso, da Ave Maria e pegava em nossas mãos de crianças para nos ajudar a aprender e a fazer o Sinal da Cruz.
Quando éramos crianças rezávamos e tínhamos a certeza de que o Papai do Céu nos ouvia e nos atendia. Depois fomos crescendo, crescendo e passamos a achar que éramos auto-suficientes, que não precisaríamos mais de rezar, que poderíamos muito bem viver sem orações e sem Deus, que, afinal de contas, rezar era para crianças e mulheres que tinham que cuidar dos maridos e dos filhos. Fomos nos tornando pessoas adultas e maduras e começamos  a achar que poderíamos resolver os nossos próprios problemas e passamos a ficar descrentes no poder da oração.
Se fizermos uma retrospectiva na nossa vida, vamos notar que, a partir do momento em que deixamos de rezar, passamos a dar cabeçadas por esse mundo a fora. Deixando de rezar, começamos a nos afastar de Deus e da sua Igreja e, fazendo isso e olhando para traz, notamos quantas coisas que fizemos e não deveríamos ter feito e que não faríamos se ainda tivéssemos mantido o contato com Deus, ou ainda, quantas coisas que fizemos e que poderíamos tê-las feito melhor.
      Muitos de nós tivemos apenas uma iniciação na vida religiosa, na vida cristã, apenas uma iniciação na vida de oração, de conversa amigável e amorosa com Deus, nosso Pai.
Quando éramos crianças o nosso respeito, o nosso amor para com Deus, com sua Igreja, com os irmãos e com os mais velhos estavam sempre presentes em nossas vidas, em nossos atos e pensamentos. Crescemos, começamos a achar que rezar e ir à Igreja era perda de tempo, coisas de crianças e mulheres. Desaprendemos de rezar. Quando éramos crianças aprendemos a rezar orações decoradas e também orações espontâneas, numa conversa amigável com Deus com as nossas próprias palavras e sentimentos como se estivéssemos conversando com o nosso próprio pai ou mãe, e fazíamos isso com confiança total na bondade e misericórdia de Deus.
Quando a criança deixa de ser criança e passa a se julgar adulto, proclama a sua independência de tudo e de todos, inclusive de Deus e se esquece de quem Jesus amava de verdade era das crianças, perde o contato com a família do Pai Nosso.
Ser criança, no Evangelho, não é pertencer a uma determinada faixa etária; ser criança, para Jesus, é um estado de espírito e se não voltarmos a ser crianças e a nos tornarmos crianças, não alcançaremos o Reino do Céu: “Eu lhes garanto: se vocês não se converterem e não se tornarem como crianças, vocês nunca entrarão no Reino do Céu”. (Mt 18,3). Eram as crianças que Jesus queria perto de si para abraçá-las e abençoar: “Deixem as crianças e não lhes proíbam de vir a mim, porque o Reino do Céu pertence a elas”. (Mt 19,14).
O Reino do Céu foi feito para as crianças, não importa a idade que elas tenham: de um a cem anos. Nós envelhecemos quando queremos, quando deixamos de ser crianças, quando nos julgamos auto-suficientes e não necessitamos de mais ninguém, nem de Deus.

Se quisermos, seremos sempre crianças e o Reino do Céu não fugirá de nós, será sempre nosso, das crianças. Enquanto confiarmos em Deus e colocarmos em suas mãos a nossa vida, os nossos anseios, as nossas realizações, o nosso presente, o nosso futuro, acreditando que Deus só quer o nosso bem, ai somos ou voltamos a ser crianças. Caso contrário, se passarmos a querer resolver os nossos problemas sozinhos e nos negarmos ao amor do Pai, deixamos de ser crianças e nos afastamos da possibilidade de termos o Reino do Céu. 

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