quinta-feira, 31 de março de 2016

“PAI, PERDOA-LHES...” (Lc 23,34)

“PAI, PERDOA-LHES...” (Lc 23,34)

            

Andando solitário, saudoso, melancólico, esnobado e descrente pelas estradas poeirentas da vida, deparei-me com um homem de porte majestoso, alto, de pele bronzeada, rosto suave, olhos meigos, cabelos negros e longos, roupas longas, pés descalços, gestos medidos, voz cativante, palavras de vida eterna. 
Aproximou-se alguém de mim que, como eu, o via passar, estendeu o seu braço direito e, com o dedo indicador em riste, apontou para aquele homem majestoso e me diz: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João, 1, 29). Passei, então, a segui-lo, em seu caminhar silencioso e meditativo. 
Ao notar minha presença, ele se volta, e pergunta: “Que está procurando?”, e eu lhe respondo, com outra pergunta: “Mestre, onde moras?” e ele me responde prontamente: “Vem e vê.” (Jo 1,38-39).      
Comecei a caminhar ao seu lado, e ele se volta para mim encarando-me com seu olhar doce,  meigo e profundo e me diz: “Arrepende-se, porque está próximo o Reino dos Céus.” (Mt 4,17), e, como se estivesse vivendo em uma outra dimensão sem tirar os pés do chão, continuou: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.” (Mt 16,24-25), e, a seguir, dizendo: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. se não fosse assim, eu lhe teria dito, pois vou lhe preparar um lugar, virei novamente e lhe levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, você esteja também” (Jo 14,2-3), acrescentando: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” (Jo 14,6).

quarta-feira, 30 de março de 2016

AGRADAMOS A JESUS AMANDO SUA MÃE, MARIA

AGRADAMOS A JESUS AMANDO SUA MÃE, MARIA


São Luiz Maria Grignon  de Montfort como um grande devoto de Maria, no livro que ele escreveu sobre Maria chamado “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, queixa-se, amorosamente a Jesus pelos cristãos desconhecerem a íntima  ligação que existe entre Jesus e Maria. 
E, nesse livro, ele escreve o seguinte: “Neste ponto, dirijo-me a vós, um instante,  ò meu amável Jesus, para queixar-me amorosamente à Vossa Majestade de que a maior parte dos cristãos e até os mais ilustrados não sabem da união necessária que existe entre vós e vossa Mãe Santíssima. Estais sempre com Maria, ó meu Senhor, e Maria está sempre convosco e não pode estar sem vós; de outro modo deixaria de ser o que é; Maria está de tal forma transformada em vós pela graça que não vive mais, não existe mais; sois vós, unicamente, meu Jesus, que nela viveis e reinais, mais perfeitamente que todos os Anjos ou bem-aventurados. Ah! Se os homens conhecessem a glória e o amor que nessa admirável criatura recebeis, bem diversos seriam os seus sentimentos a vosso respeito e a respeito de Maria. Maria vos está tão intimamente unida, que seria mais fácil separar a luz do sol e o calor do fogo; digo mais, seria mais fácil separar de vós todos os anjos e santos que a pura Maria; porquanto ela vos ama mais ardentemente, vos glorifica mais perfeitamente que todas as outras criaturas juntas.

terça-feira, 29 de março de 2016

TODOS TEMOS UMA VOCAÇÃO. QUAL É A SUA?

VOCAÇÃO... PARA QUAL DELAS VOCÊ FOI CHAMADO?


A todos nós, o Senhor Nosso Deus nos chama para uma vocação especial. Cada um de nós, em particular, é chamado para uma vocação específica. 
E, para qualquer tipo de vocação a que somos chamados, a finalidade primordial é para servir e adorar ao Senhor Nosso Deus e amar e servir o irmão para melhor chegarmos até Deus. 
Qualquer vocação aceita e vivida com responsabilidade,  é para a maior glória de Deus. Para a maior parte do seu povo o Senhor Nosso Deus chama para a vocação da vida matrimonial, para o casamento, para, de acordo com a lei do Senhor, em casamento, em matrimônio, se unir a uma outra pessoa, do outro sexo, e os dois se tornarem um através do amor, o que Deus uniu o homem não pode desunir. 
Aos que são chamados para a vocação do matrimônio, o Senhor lhes transmite a missão de gerar filhos, de educar para o Senhor novos herdeiros para o Reino dos Céus.  
As vocações religiosas, sacerdotais e matrimoniais, poderíamos dizer, são as vocações fundamentais na vida do povo cristão, porque, ou somos religiosos, ou somos sacerdotes ou nos casamos, constituindo família. 
A outros o Senhor nosso Deus chama para a vocação da vida religiosa, para servir a Deus, através dos irmãos, em conventos  ou nas comunidades distantes onde falta uma assistência religiosa, por menor que seja. São os irmãos e irmãs que se tornam religiosos e religiosas e que deixam suas famílias, abandonam o mundo, e se dedicam inteiramente ao serviço do Senhor indo servir a Deus na pessoa do irmão de uma maneira mais dedicada e com muito mais amor.

segunda-feira, 28 de março de 2016

ANUNCIAÇÃO DE MARIA

BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES... (Lc 1, 39-45).


É na humildade que o Senhor Nosso Deus se manifesta; e nas coisas humildes que o poder de Deus se realiza. 
O Senhor gosta das coisas pequenas e das pessoas humildes. É por isso que, muitos anos antes  do nascimento de Jesus Cristo, o Senhor anunciou, através do profeta Miquéias, que o Salvador do mundo nasceria  na mais insignificante cidade de Judá, a esquecida localidade de Belém; e, por gosta das pessoas humildes que o Senhor escolheu entre todas as mulheres a mais humilde, mas também a mais bela, a mais santa e a que mais amou ao próprio Senhor Deus. 
E Maria foi humilde e acreditou na palavra de Deus; por isso e que ela mereceu se tornar a Mãe de Jesus Cristo. Quando o Anjo do Senhor veio consultar Maria  se ela aceitava ser a Mãe do Filho de Deus, o Anjo lhe disse também que sua prima Isabel, já adiantada em idade e que até então não tinha tido nenhum filho, e por isso o povo judeu a julgava estéril, isto é, não tinha condições de ter filhos, já estava grávida no seu sexto mês de gravides também por obra e graça do Espírito Santo, Maria, a escolhida do Senhor, a predileta de Deus, conhecedora das dificuldades  que sua prima idosa enfrentaria nessa gravides temporã e inesperada, e Maria também grávida do Filho de Deus, não pensou duas vezes; deixou sua casa em Nazaré, deixou seu noivo na oficina de carpintaria, deixou seus afazeres, não se preocupou com os seus problemas e partiu imediatamente “para a região montanhosa, dirigindo-se às pressas a uma cidade da Judéia” onde morava Isabel.

domingo, 27 de março de 2016

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

“DE FATO, ELES AINDA NÃO TINHAM COMPREENDIDO A ESCRITURA, SEGUNDO A QUAL ELE DEVIA RESSUSCITAR DOS MORTOS.” (Jo 20,9).


Diácono Milton Restivo

Páscoa, do hebreu Pessach, significa a passagem da escravidão para a liberdade.
É a maior festa do cristianismo e, naturalmente, de todos os cristãos, pois nela se comemora a Passagem de Cristo - "deste mundo para o Pai", da "morte para a vida", das "trevas para a luz".
“O tempo pascal compreende cinquenta dias (em grego = "pentecostes"), vividos e celebrados como um só dia: os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande domingo". (Normas Universais do Ano Litúrgico, n 22).
Os evangelhos são a proclamação de fé em Cristo Ressuscitado. A Igreja tem por missão fundamental viver e anunciar a Ressurreição de Jesus Cristo e fazer com que todos participem da sua Páscoa que começou a ganhar sentido a partir da libertação do povo de Deus que estava sendo escravizado no Egito: “Esse dia será para vocês um memorial, pois nele celebrarão uma festa de Yahweh. Vocês a celebrarão como um rito permanente, de geração em geração”. (Ex 12,14).
Jesus prolonga e dá sentido e forma definitivas a esse memorial transformando-o na Nova Aliança na instituição da Eucaristia, conforme narra Paulo: “Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: ‘Isso é meu corpo que é para vocês: façam isso em memória de mim. Do mesmo modo, após a Ceia, tomou também  o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue.; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim.” (1Cor 11,23-25). 

sábado, 26 de março de 2016

SÁBADO SANTO – JESUS NO SEPULCRO

SÁBADO SANTO – JESUS NO SEPULCRO

“NÓS ESPERÁVAMOS QUE ELE FOSSE O LIBERTADOR DE ISRAEL, NAS HOJE JÁ O TERCEIRO DIA...” (Lc 24,21).


Diácono Milton Restivo

Silêncio. A Igreja está de luto. A natureza está de luto. Tudo é silêncio, tudo é sofrimento, tudo é dor. Aquele em que depositávamos as nossas esperanças já não existe mais no meio dos mortais. Neste momento está depositado no sepulcro que lhe foi emprestado, no silêncio total, no descanso eterno. Aquele que ressuscitara tantas pessoas, que fizera voltar à vida Lázaro, o filho da viúva de Naim, a filha de Jairo, e que dissera: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, (Jo 14,6), e que viera trazer a vida em abundância: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10, 10), e queria que todos vivêssemos essa vida, agora está sem vida, está morto e sepultado. “Vocês todos que passam pelo caminho, olhem e prestem atenção: haverá dor semelhante à minha dor?” (Lm 1,12).
O velho Simeão, quando Maria e José apresentaram Jesus no Templo quando ainda bebê, dissera a Maria: “Eis que esse menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma”. (Lc 2,34-35). O velho Simeão falou de uma espada de dor; quantas espadas traspassaram o coração de Maria? Maria sabia quem era Jesus; o mundo não quis saber... 

sexta-feira, 25 de março de 2016

SEXTA-FEIRA SANTA

SEXTA-FEIRA SANTA

PERTO DA CRUZ PERMANECIAM, DE PÉ, SUA MÃE...” (Jo, 9,25).


Diácono Milton Restivo

“Na minha angústia invoquei a Yahweh, ao meu Deus lancei o meu grito; do seu Templo ele ouviu a minha voz, meu grito chegou aos seus ouvidos.” (Sl 18 (17), 7).

“Ele não tinha aparência nem beleza para atrair o nosso olhar, nem simpatia para que pudéssemos apreciá-lo. Desprezado e rejeitado pelos homens, homem do sofrimento e experimentado na dor; como indivíduo de quem a gente esconde o rosto, ele era desprezado e nem tomamos conhecimento dele. Todavia, eram as nossas doenças que ele carregava, eram as nossas dores que ele levava em suas costas. E nós achávamos que ele era um homem castigado, um homem ferido por Deus e humilhado. Mas ele estava sendo traspassado por causa de nossas revoltas, esmagado por nossos crimes. Caiu sobre ele o castigo que nos deixaria quites; e por suas feridas é que veio a cura para nós. Todos nós estávamos perdidos como ovelhas, cada qual se desviava por seu próprio caminho, e Yahweh fez cair sobre ele os crimes de todos nós. Foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; tal como cordeiro ele foi levado para o matadouro; como ovelha muda diante do tosquiador, ele não abriu a boca. Foi preso, julgado injustamente; e quem se preocupou com a vida dele?  Pois foi cortado da terra dos vivos e ferido de morte por causa da revolta do meu povo.A sepultura dele foi colocada junto com a dos ímpios, e seu túmulo junto com o dos ricos, embora nunca tivesse cometido injustiça, e nunca a mentira estivesse em sua boca. No entanto, Yahweh queria esmagá-lo com o sofrimento: se ele entrega a sua vida em reparação pelos pecados, então conhecerá os seus descendentes, prolongará a sua existência e, por meio dele, o projeto de Yahweh triunfará. (Is 53,2-10).

quinta-feira, 24 de março de 2016

FAZEI ISSO EM MEMÓRIA DE MIM...

QUINTA-FEIRA SANTA

FAZEI ISSO EM MEMÓRIA DE MIM...


Diácono Milton Restivo

Quando participamos do Santo Sacrifício da Missa e, durante a oração eucarística, o celebrante toma em suas mãos a hóstia, levanta-a sobre o altar para que todos os participantes possam vê-la, e diz em voz alta, para que todos possam ouvi-lo: “Na véspera de sua paixão, durante a última ceia, Jesus tomou o pão, deu graças e o partiu, e deu aos seus discípulos, dizendo: “Tomai, todos, e comei: isto é o meu corpo, que será entregue por vós.”  Depois, do mesmo modo, ao fim da ceia, Jesus tomando o cálice em suas mãos, deu graças novamente e o entregou aos seus discípulos, dizendo: “Tomai, todos, e bebei: Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna  aliança, que será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim.”
Todas as vezes que participamos da Santa Missa e todas as vezes que o sacerdote celebrante repete essa atitude, estamos participando da ceia sagrada e estamos vivendo o maior mistério da nossa fé, porque, como diz Paulo Apóstolo: “Toda vez que se come deste pão, toda vez que se bebe deste vinho, se recorda a paixão de Jesus Cristo e se fica esperando a sua volta.” (1Cor 11, 26).
A Santa Ceia, esta cena maravilhosa, tocante e imorredoura, aconteceu na noite em que o Jesus, já sabendo que tinha sido vendido aos judeus por um de seus apóstolos, Judas Escariotes, para ser condenado à morte, e ele, Jesus, tendo reunido todos os seus apóstolos para a despedida final, promoveu o que chamamos hoje de “Santa Ceia”, que seria a seu último encontro como os seus discípulos e apóstolos, e ali, naquela oportunidade, institui o Sacramento da Eucaristia. 

quarta-feira, 23 de março de 2016

MARIA BEBEU DO CÁLICE DA PAIXÃO E MORTE DE JESUS

MARIA BEBEU DO CÁLICE DA PAIXÃO E MORTE DE JESUS


E as autoridades de Jerusalém condenaram Jesus. 
É muito cômodo para nós dizermos que foram os judeus que condenaram Jesus à morte, quando na verdade fomos todos nós, pelos nossos crimes e pecados que condenamos Jesus a tão terrível suplício. 
Mas, para as autoridades da época, não era possível deixar vivo aquele homem, que mexia tanto com as multidões. 
Aquele homem denunciava todas as falsidades e as autoridades da época estavam por demais comprometidas para deixá-lo em paz. E Maria era a Mãe daquele homem perseguido e injustiçado. 
Maria viveu com Jesus a sua paixão e as suas torturas. Maria presenciou todos os momentos de angústia, de terror, de dor de seu Divino Filho, ainda que não fisicamente, mas muito mais espiritualmente. 
E assim Maria viu o seu Filho ser coroado de espinhos, levar bofetadas dos soldados, escarros no rosto, apanhar de açoites, carregar uma pesada cruz, ser pregado nessa mesma cruz e ser levantado  no alto de uma colina no meio de dois ladrões, ser insultado pelos soldados e pelos chefes do povo, perdoar os seus carrascos que “não sabiam o que faziam”, morrer entregando nas mãos de Deus o seu espírito. Maria presenciou tudo aquilo como já havia visto e guardado em seu coração tudo o que já havia acontecido em sua vida, desde o nascimento e infância de Jesus.

terça-feira, 22 de março de 2016

AS SETE DORES DE MARIA, A MÃE DE JESUS.

AS SETE DORES DE MARIA, A MÃE DE JESUS.


Nesta Semana das Dores, vamos meditar acerca das Dores de Maria, a Mãe de Jesus. As Dores de Maria nos comovam o coração, impulsionando-nos para a prática do bem.

PRIMEIRA DOR - APRESENTAÇÃO DO PEQUENO JESUS NO TEMPLO
Nesta primeira dor veremos como o coração de Maria Santíssima foi transpassado por uma espada, quando Simeão profetizou que o Filho dela seria a salvação de muitos, mas também serviria para ruína de outros. A virtude que aprendemos nesta dor é a da santa obediência. Sejamos obedientes aos superiores, porque são eles instrumentos de Deus.
Quando soube que uma espada lhe atravessaria a alma, desde aquele instante Maria experimentou sempre uma grande dor, mas sempre olhava para o Céu e dizia: 'Em vós confio'. Quem confia em Deus jamais será confundido.
Em nossas penas, angústias, confiemos em Deus e jamais nos arrependeremos dessa confiança. Quando a obediência nos trouxer qualquer sacrifício, confiando em Deus, a Ele entreguemos nossas dores e apreensões, sofrendo de bom grado por amor.
Obedeçamos não por motivos humanos, mas pelo amor Daquele que por nosso amor se fez obediente até a morte de Cruz.  

segunda-feira, 21 de março de 2016

MARIA ESTÁ COM O POVO SIMPLES, HUMILDE E POBRE.

MARIA ESTÁ COM O POVO SIMPLES, HUMILDE E POBRE.


Maria está com o povo simples, humilde e pobre. O povo humilde e pobre está com Maria.         
O povo pobre e humilde é como o apóstolo João, o único que não fugiu quando Jesus Cristo foi preso e crucificado, e que ficou com Maria aos pés da cruz, no Calvário, naquela triste e sombria sexta-feira. O povo pobre e humilde, como João, fica junto de Maria, não foge, não tem medo de sofrer.       
O povo pobre e humilde já sofre tanto. Mas não fica aos pés da cruz sozinho: Maria está com ele. 
Ainda hoje o povo pobre e humilde fica junto de Maria aos pés de tantos irmãos que estão morrendo de fome ainda hoje, de inanição, de desprezo dos ricos e dos poderosos; o Cristo continua morrendo hoje nos pobres e desvalidos, como morreu na cruz do Calvário, sob o s olhos tristes e amargurados de sua Santíssima Mãe, Maria. 
Chegando ao Calvário, o povo pobre não fala; só fica olhando, como João ficou olhando, marcando presença. Jesus também não fala.    
Só fica rezando do alto da cruz. E ai, no silêncio daquela dor, os olhos de Jesus repetem  as mesmas palavras que foram ditas e ouvidas pela primeira vez no Calvário da Palestina, conforme nos narra em seu Evangelho João: “Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo (o povo) a quem amava tanto, disse à sua mãe: “eis ai o teu filho”; e em seguida disse a ele (o povo);  “e esse discípulo, esse povo, levou a mãe de Jesus para morar na sua casa daí em diante.” (Jo 19, 26-27).

domingo, 20 de março de 2016

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

"BENDITO AQUELE QUE VEM EM NOME DO SENHOR!" – (Lc 19,38).


Diácono Milton Restivo

Na tradição da Igreja o domingo, que chamamos de “Ramos”, já recebeu vários nomes: “Páscoa Florida”, “Domingo da Paixão in Palmis (nos Ramos)”; “Dia do Hosana”.
Neste domingo, na Igreja primitiva, os catecúmenos (aqueles que foram preparados durante todo ano para receber o Batismo), participavam de uma cerimônia na qual lavavam as cabeças, preparando-se para o Batismo que iriam receber na Vigília Pascal.
A procissão de Ramos teve seu início em Jerusalém, no Século IV, quando, na tarde deste domingo, partindo do Monte das Oliveiras, os cristãos faziam uma procissão solene para comemorar a entrada triunfal de Jesus na cidade santa. No Século VII esta tradição passou para a Espanha, entrando assim no ocidente, sendo aceita em Roma no Século XII.
Com esta procissão os cristãos celebram e testemunham publicamente a realeza messiânica de Jesus Cristo. Só nas vésperas de sua morte Jesus aceita publicamente ser aclamado como o Messias; aceita ser reconhecido como rei. Assim se cumpre a profecia de Zacarias, 9,9: “Dance de alegria, cidade de Sião; grite de alegria, cidade de Jerusalém, pois agora o seu rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento”.
Existe até uma ansiedade e expectativa para a chegada do Domingo de Ramos. Em primeiro lugar porque o Domingo de Ramos é o início do fim do tempo penitencial da quaresma. Em segundo lugar porque o Domingo de Ramos é a porta de entrada para a Semana Santa, quando acontece o Tríduo Pascal da paixão e ressurreição de Cristo que é o cume da liturgia e de todo o acontecimento da redenção do gênero humano.  

sábado, 19 de março de 2016

SÃO JOSÉ - ESPOSO DE MARIA

SÃO JOSÉ - ESPOSO DE MARIA


São raros os dados sobre as origens, a infância e a juventude de José, o humilde carpinteiro de Nazaré, pai terrestre e adotivo de Jesus Cristo, e esposo da Virgem de todas as virgens, Maria. 
Sabemos apenas que era descendente da casa de David. Mas, a parte de sua vida da qual temos todo o conhecimento basta para que sua canonização seja justificada. José é, praticamente, o último elo de ligação entre o Velho e o Novo Testamento, o derradeiro patriarca que recebeu a comunicação de Deus vivo, através do caminho simples dos sonhos. 
Sobretudo escutou a palavra de Deus vivo.  Escutando no silêncio. 
Nas Sagradas Escrituras não há uma palavra sequer pronunciada por José. 
Mas, sua missão na História da Salvação Humana é das mais importantes: dar um nome a Jesus e fazê-lo descendente de David, necessário para que as profecias se cumprissem. 
Por isso, na Igreja, José recebeu o título de "homem justo". 
A palavra "justo" recorda a sua retidão moral, a sua sincera adesão ao exercício da lei e a sua atitude de abertura total à vontade do Pai celestial. 
Também nos momentos difíceis e às vezes dramáticos, o humilde carpinteiro de Nazaré nunca arrogou para si mesmo o direito de pôr em discussão o projeto de Deus. 

sexta-feira, 18 de março de 2016

AVE MARIA, CHEIA DE GRAÇA...

AVE MARIA, CHEIA DE GRAÇA...


Uma das primeira orações, senão a primeira oração que a nossa mãe ou a nossa avó nos ensinou a rezar, com certeza, foi a oração da Ave Maria. 
Desde pequeninos repetimos essa saudação mariana sem sabermos qual realmente é o seu significado e de onde veio. 
A primeira parte da oração da Ave Maria, quando rezamos “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre”,  tem a sua origem no Evangelho de Lucas, e, bem por isso, é uma oração evangélica, é uma oração bíblica. 
Quando o Anjo Gabriel visitou Maria e levou para ela o convite do Senhor para ser a Mãe do Filho de Deus, ele entrou na casa de Maria e a saudou, dizendo: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco.”, conforme vemos no Evangelho de Lucas, 1, 28. 
Quando Maria visitou sua prima Isabel, porque Isabel estava grávida de João Batista e Maria grávida de Jesus Cristo, e que as duas mulheres se encontraram, Isabel ficou repleta do Espírito Santo e recebeu Maria, dizendo: “Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre.”, conforme vemos no Evangelho de Lucas, 1, 42.
Juntando as palavras do Anjo com as palavras de Isabel, temos, então: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre.”, formando, desta forma, a primeira parte da oração da Ave Maria. 
Muito mais tarde os cristãos juntaram a essas palavras uma oração de súplica, e acrescentaram: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte, Amém”. Então, como vemos e repito, a primeira parte da oração da Ave Maria é totalmente evangélica, é na essência, bíblica, porque se encontram no Evangelho de Lucas, no capítulo primeiro e versículos 28 e 42. 
A segunda parte, a oração da Santa Maria, é um grito de socorro dado pelos primeiros cristãos, que suplicavam o auxílio de Maria no momento atual de suas vidas e principalmente na hora tão cruciante da morte, e é mantida até os nossos dias, que não rezamos a Ave Maria sem a sua segunda parte, a Santa Maria, que no final das contas se tornaram em apenas uma oração. 
Depois da oração do Pai Nosso, que nos foi ensinada pelo próprio Senhor Jesus Cristo, não há outra oração mais conhecida no mundo todo entre os cristãos que a oração da Ave Maria.    
Desde o início da Igreja de Jesus Cristo, multidões e multidões de cristãos repetem a oração da Ave Maria com uma confiança inabalável e redobrada na intervenção de Maria para resolver todos os problemas, seja de saúde, financeiro, ou de confirmação na fé. E não tem conta as vezes que rezamos a oração da Ave Maria. 
Cada terço rezado são cincoenta vezes que repetimos a oração da Ave Maria; cada rosário são cento e cincoenta vezes a mesma oração da Ave Maria que repetimos. 
Dificilmente encontramos no Brasil alguém que não tenha rezado uma Ave Maria, nem que seja pelo menos uma vez; dificilmente encontramos no Brasil alguém que não saiba rezar uma Ave Maria. Quando queremos chamar alguém totalmente ignorante em assunto de religião costumamos dizer: “ele não sabe rezar nem uma Ave Maria”.; ou quando alguém quer dizer que não sabe nada mesmo de religião, a pessoa diz: “não sei nem a Ave Maria.”
Para muita gente aprender a oração da Ave Maria é o começo da instrução religiosa. O “Ave” que o Anjo Gabriel  dirigiu à Maria seria como o cumprimento de alguém que acaba de chegar dirigida à pessoa que está ali, presente. 
O “Ave”, ou “Salve” é como se nós disséssemos um bom dia, boa tarde ou boa noite a alguém, cumprimentando aquela pessoa. O Anjo Gabriel, ao adentrar onde estava Maria a saudou, dizendo: “Ave Maria”, como se dissesse: “Boa tarde, Maria. O Anjo Gabriel cumprimentou Maria como se a conhecesse de longa data, como realmente a conhecia de longo tempo. Maria era pessoa  da amizade íntima de Deus; Maria era íntima de Deus e o Anjo a cumprimentou com essa amizade, com essa intimidade. 
E nós, todas as vezes que recitamos a oração da Ave Maria, cumprimentamos Maria com uma saudação toda especial vinda do céu, da parte do Senhor Nosso Deus. Todas as vezes que rezamos: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco,” nós dizemos: “eu te saúdo Maria, porque és a preferida do Senhor que te encheu de presentes e de santidade e por isso mereceste a, graça de ser a Mãe  do Nosso Salvador. Deus está por todo o sempre contigo...”

quinta-feira, 17 de março de 2016

O SOFRIMENTO DE CRISTO É COMPLETADO NO DOENTE

O SOFRIMENTO DE CRISTO É COMPLETADO NO DOENTE

          

  Na carta que o Apóstolo Paulo escreveu aos Colossenses, ele disse: “Meus irmãos, agora eu me alegro de sofrer por vocês e vou completando na minha própria carne o que falta aos sofrimentos de Jesus Cristo a favor  do seu corpo, que é a Igreja.” (Col 1, 24). 
Quando eu leio essa passagem, essa frase, fico pensando nos nossos irmãos doentes. Essa frase de São Paulo cabe certinho na boca dos doentes, dos nossos irmãos que estão passando por algum problema de saúde, que estão hospitalizados, acamados em tratamento médico.    
Todos os doentes sofrem, de uma maneira ou de outra. E seria tão bom que todos os doentes dissessem como disse Paulo: “eu me alegro de sofrer... porque vou completando na minha carne o que falta aos sofrimentos de Jesus Cristo a favor da sua Igreja.” 
Os doentes são os companheiros de Jesus Cristo a caminho do Calvário. Os doentes são os participantes  da agonia da cruz. 
Os sofrimentos dos doentes é a complementação do que falta aos sofrimentos de Jesus Cristo para a total salvação de todo o gênero humano. 
Os doentes são o corpo flagelado de Jesus Cristo; os doentes são a cabeça coroada de espinhos de Jesus Cristo; os doentes são o coração sacrossanto de Jesus Cristo traspassado pela lança.   
Os doentes sofrem, e esse sofrimento complementa o sofrimento de Jesus Cristo para a salvação de todos os homens. Não existe sofrimento inútil. Não existe dor que não seja revertida para a salvação de quem sofre, para a salvação da família de quem sofre, para a salvação de todos os homens. Todos nós lutamos para ter saúde, aliás, é um direito que todos nós temos, o de sermos sadios,  o de sermos perfeitos.
Mas, apesar dos nossos esforços para sermos sadios e termos saúde, a nossa natureza humana é frágil, é fraca, e a doença, vez ou outra, nos assedia, nos ataca e, muitas vezes, em muitos irmãos, é uma companheira constante, e às vezes até a companheira de toda uma vida. Então precisamos fazer da nossa doença, do nosso sofrimento, a tábua de salvação para todos nós, para quem sofre e para quem não sofre também. 
Paulo Apóstolo se alegra na dor e diz que a sua dor complementa o que falta no sofrimento de Jesus Cristo. Assim, da mesma maneira, os doentes devem se alegrar porque eles são os amigos queridos de Jesus Cristo, eu diria até, os amigos íntimos de Jesus, porque, somente quem sofre pode valorizar o sofrimento de Jesus Cristo que, sem merecer, e de livre e espontânea vontade, se entregou por todos nós para sofrer a sua paixão, crucificação e morte para a salvação de todos os homens. 
E todos nós, os que agora temos saúde, não devemos nos esquecer jamais  dos nossos irmãos doentes. Não podemos deixar que eles fiquem sozinhos nessa sua caminhada de dor. Hoje temos saúde, amanhã os doentes poderemos ser nós mesmos. 
A nossa saúde é como um fio de linha que pode se romper a qualquer momento. Estejamos sempre preparados para a doença. E a melhor preparação para sermos pacientes e aceitar com resignação qualquer problema de saúde, é visitar com frequência os nossos irmãos doentes.
Você, meu irmão, não imagina como o nosso irmão doente necessita de nossa visita, de nossa ajuda, da nossa presença, da nossa palavra amiga. Lembremo-nos do que o Senhor Jesus disse no seu Evangelho, quando se referia ao Juízo Final: “Estive doente e você me visitou...” nosso irmão doente é o próprio Jesus Cristo que continua sofrendo para completar o sofrimento do Calvário para a salvação de todos os homens. 
Ainda hoje, caro irmão, procure visitar um doente, e leve a ele uma palavra de conforto, dê a ele a satisfação de sua presença amiga, e verá como você voltará para a sua casa recompensado por ter feito uma obra de  misericórdia...

quarta-feira, 16 de março de 2016

COMO O POVO GOSTA DE CHAMAR MARIA

COMO O POVO GOSTA DE CHAMAR MARIA


O amor inventa nomes. E nos nomes que o amor inventa está dito aquilo que mais se gosta na pessoa amada: sobressai a sua virtude, a sua beleza no nome que o amor dá à pessoa amada. 
Quanto mais amada for a pessoa mais nomes a pessoa que a ama lhe dá. 
Se fôssemos falar todos  os nomes que o amor do povo deu à Maria ficaríamos aqui muito tempo e ainda não diríamos todos. 
Tem nomes para todos os momentos da vida: desde o nascimento até a morte. 
Chamamos Maria de Nossa Senhora do Bom Parto ou Nossa Senhora da Boa Hora para proteger a mãe quando chega a hora de se dar à luz. 
Chamamos Maria de Nossa Senhora da Boa Viagem para pedir a sua proteção quando nos dispomos a viajar. 
Chamamos Maria de Nossa Senhora do bom Conselho ou Nossa Senhora do Bom Sucesso quando estamos em dúvidas e pedimos o auxílio de Maria. 
Chamamos Maria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro quando estamos em dificuldades. 
Chamamos Maria de Nossa Senhora do Amparo e de Nossa Senhora da Ajuda quando precisamos de um apoio. 
Chamamos Maria de Nossa Senhora dos Remédios e de Nossa Senhora da Saúde quando estamos doentes e necessitamos recuperar a saúde, ou alguém de nossa família está enfermo.

terça-feira, 15 de março de 2016

ASSIM OS SANTOS NOS ENSINAM A AMAR MARIA

ASSIM OS SANTOS NOS ENSINAM A AMAR MARIA
                                                                                                        


Para conhecermos bem Maria, para encontrarmos dentro de sua humildade todo o esplendor da graça da qual Deus Pai sempre a cumulou precisamos ler muito o que os santos que a amaram muito e a reverenciaram em toda as suas vidas disseram e escreveram sobre ela e como eles, santos e santas, descobriram em Maria virtudes incalculáveis, tesouros com valores infinitos e como eles se colocaram sob a proteção materna de Maria, sendo que ela, como Mãe de Deus e nossa também a nós dedica proteção materna.
A nossa inteligência é pequena, os nossos conhecimentos são poucos, pouquíssimos mesmo, então por isso, há a necessidade de procurarmos ler livros santos dos grandes santos e santas que amaram e veneraram Maria e nos ensinam como devemos amar e venerar a Mãe de Deus e nossa Mãe.   
Todos os santos que amaram Jesus, amaram também Maria. Jamais chegaremos a Jesus se não for pelas mãos imaculadas de Maria. O próprio exemplo é Jesus quem nos dá. Para Jesus chegar até nós, ele quis precisar de Maria. Se não fosse por Maria jamais teríamos Jesus. Jesus, para se fazer o Filho do Homem, ele quis precisar de Maria. 
O homem, para se fazer filho de Deus, tem que precisar de Maria também, porque foi no Calvário, nos estertores da morte, quando Jesus sentiu que partiria irremediavelmente deixando os homens sozinhos, foi ali, naquele momento de dor, de angústia e de aniquilamento total que Jesus nos dá Maria como Mãe, e, sendo nós, filhos de Maria, por conseguinte, somos Filhos de Deus, porque Maria é a Esposa do Espírito Santo, e somos irmãos de Jesus Cristo, que também é Deus, porque Maria é a verdadeira mãe de Jesus Cristo, e portanto a Mãe de Deus, e, sendo filhos de Maria e irmãos de Jesus Cristo, somos filhos de Deus por Jesus Cristo.

segunda-feira, 14 de março de 2016

MARIA, A “MULHER” POR EXCELÊNCIA

MARIA, A “MULHER” POR EXCELÊNCIA


Maria é a “mulher” por excelência. 
Às vezes nós a imaginamos diferente demais de todos nós. 
Colocamos Maria tão alto e tão distante que até parece que ela não viveu a nossa vida, não teve os nossos problemas. 
Nós veneramos Maria, pedimos à Maria graças e favores mas fica difícil de imitar as virtudes de Maria porque nós colocamos Maria longe do nosso alcance. Sempre dizemos: “Maria é a Mãe de Deus, Maria não conheceu pecado, Maria foi sempre Virgem, , Maria está no céu de corpo e alma, Maria é diferente demais da gente...” 
Está certo, tudo isso é verdade... Mas, o que acontece na realidade é que tudo isso não passa de desculpas esfarrapadas, furadas para não a imitarmos, para continuarmos com a nossa vidinha cômoda, sem esforços e sem buscas. 
Nós simplesmente nos conformamos em sermos o inverso de Maria: Maria, a Imaculada e nós, os pecadores. 
Na sua vida terrena Maria não foi diferente de nós; Maria teve problemas, e nós temos problemas. 
No entanto, o mais importante em Maria é ela ter aceito a Palavra de Deus e a colocado em prática. E Maria aceitou a palavra de Deus muitas vezes sem a compreender; com dificuldades, com sofrimentos, e sofrimentos maiores dos que passamos hoje. 

domingo, 13 de março de 2016

A MULHER ADÚLTERA

V DOMINGO DA QUARESMA

“QUEM DENTRE VOCÊS NÃO TIVER PECADO, ATIRE A PRIMEIRA PEDRA” (Jo 8,7)


Diácono Milton Restivo

O que dizer da adúltera apresentada de forma constrangedora a Jesus? 
Pela Lei de Moisés e dos judeus essa mulher deveria ser morta por apedrejamento, conforme prevê o livro do Deuteronômio 22,22: “Se um homem for pego em flagrante tendo relações sexuais com uma mulher casada, ambos serão mortos, o homem que se deitou com a mulher e a mulher. Deste modo você eliminará o mal de Israel”.
Mas, onde estava o homem? Porque não o apresentaram? E qual foi a atitude de Jesus diante dos anciãos, sacerdotes, escribas, doutores da lei e todo o povo?
Os escribas e os fariseus estavam, desde longa data, maquinando uma armadilha para pegar Jesus e desacreditá-lo diante da opinião pública. Talvez tivesse chegado o momento.
Era de manhã e Jesus estava chegando ao Templo. Vieram até ele os mestres da Lei e os fariseus trazendo uma mulher em estado lastimável de vergonha, humilhação e desespero. Segundo eles, a mulher havia sido pega em flagrante, cometendo adultério, um dos três pecados gravíssimos citados na Lei de Moisés, que era punido com a morte por apedrejamento. Os rabinos diziam: “Todo judeu deve morrer antes de cometer idolatria, adultério ou assassinato.”
 O adultério era um dos três crimes e pecados mais graves e a Torá era muito clara neste aspecto, variando apenas a forma de como se deveria cumprir a pena de morte: o livro do Levítico, 20,10, diz: “O homem que cometer adultério com a mulher de seu próximo deverá morrer, tanto ele como ela”, mas não fala da forma como deveriam ser mortos. O livro do Deuteronômio, 22,24, estabelece a pena no caso da mulher já estar casada, e, neste caso, deve-se tirar a mulher e o homem fora das portas da cidade: “e vocês levarão os dois à porta da cidade e os apedrejarão até que morram.” 

sábado, 12 de março de 2016

MARIA, MÃE E COMPANHEIRA DE CAMINHADA

MARIA, MÃE E COMPANHEIRA DE CAMINHADA


Mãe, em Fátima a Senhora disse aos pastorzinhos: “Eu nunca te abandonarei. O meu Coração Imaculado será o teu refúgio.” 
Mãe, homem nenhum em tempo algum pode avaliar a tristeza, a amargura e o sofrimento do seu Coração ao acompanhar seu Filho Sacrossanto ao Calvário e presenciar o maior crime praticado pela humanidade contra Ele próprio: a crucificação e a morte do Filho de Deus, que é também seu Filho. Seu Coração estava amargo, sofrido e triste mas jamais chegou ao desespero, à revolta e à indignação  contra Deus por ver tamanha injustiça cometida  pelos homens contra seu Filho muito Amado. 
Quantos de nós, doce Mãe, estamos também caminhando pelos caminhos doloridos e espinhosos do Calvário, com o coração  em farrapos, cheio de angústia, de tristeza, de amargura e sofrimento, mas jamais, a seu exemplo, doce Mãe, jamais em desespero e revolta contra Deus pelas coisas que nos acontecem, porque sabemos que se algo desagradável nos acontece é culpa nossa mesmo, é consequência de nossas atitudes impensadas; mas o seu Filho, doce Mãe, o que de mal lhe aconteceu, não foi culpa dele e nem consequências de atos impensados que ele tenha praticado, mas foi culpa nossa. 
O seu Filho era inocente em todos os sentidos e de livre e espontânea vontade tomou a nossa natureza para colocar sobre seus ombros a nossa miséria e os nossos pecados. 
Mas, às vezes, Senhora, muitos males se nos acometem, muitas doenças nos atingem e, na nossa caminhada neste vale de lágrimas e no nosso leito de dor repetimos como o seu Filho em sua última oração no monte das Oliveiras: “Pai, se é possível, afasta de mim esse cálice, mas não se faça como eu quero, mas sim como tu queres... Mas, se esse cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.”  (Mt 26, 39 e 42), e todos os dias repetimos a oração que o seu Filho nos ensinou: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mt 6, 10).

sexta-feira, 11 de março de 2016

ESPOSAS E MÃES, PRESENÇAS DE MARIA NO LAR...

ESPOSAS  E  MÃES,  PRESENÇAS DE MARIA  NO LAR...


O exemplo mais digno e vivo que temos de Maria em nossos dias e no nosso meio, são as donas de casa, as nossas esposas, as nossas mães, que hoje cumprem com os seus deveres matrimoniais, com suas obrigações de casa, com a educação de seus filhos e com os cuidados com o marido. 
Você, minha irmã, que é esposa, que é mãe, você que mora na cidade ou no sítio, no centro ou na zona rural, que levanta cedo para preparar o café da família, cuidar do almoço dos que vão trabalhar na roça, no comércio, nas suas profissões liberais ou de empregados, ou em qualquer outra atividade. 
Você minha irmã, que é esposa e mãe, que já de madrugada, de manhã bem cedo, está atarefada com suas obrigações domésticas de esposa, mãe e dona de casa,, você é o exemplo mais digno e vivo que temos no nosso meio de Maria, a mãe de Jesus. 
Você, mãe e esposa, com Maria, é a continuação de Deus no seio da família, é a vontade de Deus que se faz presente no lar, é a aceitação da vida com todos os seus problemas, dificuldades, dores, tristezas e alegrias. Maria se entregava totalmente nas mãos de Deus até nos mais simples serviços domésticos.

quinta-feira, 10 de março de 2016

OS QUARENTA SANTOS MÁRTIRES DE SEBASTE - (+ ARMÊNIA, 320)

OS QUARENTA SANTOS MÁRTIRES DE SEBASTE - (+ ARMÊNIA, 320)


Eram quarenta soldados cristãos, de várias nacionalidades, que foram presos e submetidos ao su­plício, em Sebaste, na Armênia no ano 320.Nessa época foi publicada na cidade uma ordem do governador 
Licínio, grande inimigo dos cristãos, afirmando que todos aqueles que não oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos seriam punidos com a morte. 
Contudo se apresentou diante da autoridade uma legião inteira de soldados, afirmando serem cristãos e recusando-se a queimar incenso ou sacrificar animais. 
Para testar até onde ia a coragem dos soldados, o prefeito local mandou que fossem presos e flagelados com correntes e ferros pontudos. De nada adiantou o castigo, pois os quarenta se mantiveram firmes em sua fé. 
O comandante os procurou então, dizendo que não queria perder seus mais valorosos soldados, pedindo que renegassem sua fé. Também de nada adiantou e os legionários foram condenados a uma morte lenta e extremamente dolorosa. Foram colocados, nus, num tanque de gelo, sob a guarda de uma sentinela. 
A região atravessava temperaturas muito baixas, de frio intenso. Ao lado havia uma sala com banhos quentes, roupas e comida para quem decidisse salvar a vida.

quarta-feira, 9 de março de 2016

PEDINDO A MARIA PELAS MÃES QUE NÃO ACEITAM A VIDA..

PEDINDO A MARIA PELAS MÃES QUE NÃO ACEITAM A VIDA...


Virgem Mãe Maria.  A Senhora é mãe e assumiu a vocação de mãe com todas as suas consequências. Ser mãe é tão importante, tão necessário, tão sublime e tão divino que o próprio Filho de Deus quis ter uma e escolheu a Senhora entre todas as mulheres deste mundo para ser a sua mãe.  E depois que ele voltou para os céus, ele deixou a Senhora como mãe de todos os homens. 
Todas as mães desta terra  procuram se espelhar na Senhora para bem desempenhar a vocação e a responsabilidade de serem mães.
 Em todas as mães deste mundo existe muito da Senhora. 
E por isso, todos os dias, devem ser dias  para os filhos elevarem suas orações aos céus e pedirem ao Senhor Nosso Deus por suas próprias mães; por elas terem aceitado com amor e carinho a sublime vocação da maternidade física e espiritual. 
A Senhora, querida Mãe Maria, deu o seu “Sim” para ser a mãe de Jesus Cristo, e, seguindo o teu exemplo, todas as mães desta terra dão o seu “Sim” para serem mães de cada um de nós. 
E por isso, Maria, nós pedimos e agradecemos por nossas mães terem dado o seu “Sim” e terem levado a sério o “Sim” que deram , caso contrário não seríamos o que somos hoje e, talvez, nem a vida teríamos se esse “Sim” não tivesse sido dado com responsabilidade. 
Mas, infelizmente, Senhora, existem mulheres que quando chamadas para serem mães, muito embora muitas vezes tenham dado o seu “Sim”, não o levam a sério e não assumem com seriedade e responsabilidade tão  divina missão, a de serem mães.

terça-feira, 8 de março de 2016

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Hoje é o dia da mulher. 
Na nossa Igreja, como entendemos a influência, o trabalho e a participação da mulher na difusão do Evangelho de Jesus Cristo? Qual seria a tarefa da mulher? 
Para muitos, a função da mulher seria apenas para a limpeza da igreja, enfeitar o altar nos dias festivos ou casamentos. 
Muitos ignoram qua a mulher é um membro adulto da Igreja. Como todos os demais, a mulher foi batizada e, pelo batismo, assumiu com responsabilidade a ordem de Jesus Cristo antes de subir para o Pai: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que eu ordenei a vocês. eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28,19-20). 
A mulher é um cristão que recebeu o sacramento do crisma e, pelo crisma, é portadora em potencial dos dons do Espírito Santo. Pelo batismo e pelo crisma a mulher, como todos os cristãos, é enviada para uma missão; não precisa esperar um convite ou uma benção especial para atuar dentro da Igreja. 
A evangelização e a catequese são o campo prioritário considerando o espírito maternal que é implícito na mulher no trato com a infância, adolescência e juventude. Não podemos imaginar a Igreja no Brasil sem a participação da multidão de moças e senhoras catequistas dispostas a não medir esforços para anunciar o Evangelho e para catequizar, que é a primeira missão da nossa Igreja.