quinta-feira, 28 de julho de 2016

O POVO POBRE E HUMILDE É A FIGURA DE MARIA

O POVO POBRE E HUMILDE É A FIGURA DE MARIA


O povo humilde e pobre está com Maria. O povo pobre e humilde é como o Apóstolo João, o único que não fugiu e que permaneceu com Maria aos pés da cruz de Jesus, no Calvário, naquela sombria e triste sexta feira. 
O povo pobre, como João, junto de Maria, não foge, não tem medo de sofrer. Já sofre tanto.       
Mas, não fica aos pés da cruz sozinho; Maria está com ele. O povo fica junto de Maria, aos pés de tantos irmãos que estão morrendo de fome ainda hoje, morrendo de inanição, de desprezo dos ricos e poderosos nas portas do século dois mil e na entrada do terceiro milênio; o Cristo continua morrendo hoje nos irmãos, como morreu no Calvário, aos olhos de sua Santíssima Mãe, Maria. 
Chegando no Calvário, o povo não fala. Só fica olhando, como João Apóstolo ficou olhando e marcando presença. Jesus também não fala; só fica rezando do alto da cruz. 
E ai, no silêncio daquela dor, os olhos de Jesus repetem as mesmas palavras que foram ouvidas pela primeira vez do Calvário na Palestina, porque lá. “quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo (representando o povo pobre), a quem amava tanto, disse à sua mãe: “eis ai teu filho”, e, em seguida disse a João (que representava o povo pobre), “eis ai tua mãe”, e, a partir daí João, que representava o povo pobre, levou a mãe de Jesus para morar em sua casa daquele momento em diante, e até hoje, o povo pobre tem Maria em sua casa, em seu coração.
      Desde que Jesus, do alto da cruz, pouco antes de morrer, pronunciou aquelas palavras, o povo pobre e humilde nunca mais se separou de Maria. O povo pobre carrega Maria em seu coração, a mantém dentro de sua casa, e a acompanha por onde quer que for.
Foi Jesus quem mandou. Foi a sua última vontade. E, para isso, o Senhor Nosso Deus cumulou Maria de riquezas; riquezas espirituais. Jesus deu à Maria todos os homens para serem seus filhos; Maria tem a todos nós, e nós todos temos Maria por Mãe; a Mãe de Deus é também nossa Mãe, e, através de Maria somos filhos do mesmo Pai e irmãos de Jesus Cristo.
Mas, desde aquele momento no Calvário em que Jesus nos deu Maria por Mãe até os nossos dias, os poderosos e o tempo andaram deformando a imagem que o povo tem de Maria. Ladrões vieram e roubaram a beleza de Maria, a pureza de Maria, roubaram as jóias espirituais de Maria. Já não é tão fácil reconhecer todas as belezas que Deus, o artista supremo, colocou em Maria, quando disse: “eis ai a sua mãe”. (Jo 19, 27). 
Ah, se fosse possível restaurar e renovar a imagem que Maria tinha desde que aceitou ser Mãe de Jesus até a tragédia do Calvário, sem destrui-la, sem deformá-la. Restaurar a imagem de Maria de tal maneira que nela transparecesse melhor a imagem de Deus, a mensagem de Deus ao povo pobre e que aparecesse claramente aos olhos de todos o testemunho que Maria nos deu da sua fé e entrega total nas mãos do seu Senhor, e da sua dedicação à vida. 
Restaurar a imagem de Maria de tal maneira que ela se transformasse num espelho limpo e não embaçado para o povo poder contemplar a sua cara de gente, de filha de Deus, e descobrir em Maria a sua missão no mundo de hoje. 
Se fosse possível limpar esse espelho. Um dia esse sonho vai se tornar realidade, mesmo que por ora não sejamos capazes de enxergar toda a beleza de Maria, a gente sabe que, dentro dela tem um segredo muito importante para a vida.     
Por isso, o povo pobre carrega consigo, por onde for, a devoção à Maria. O povo aguarda que um dia alguém o ajude a descobrir todo o segredo da beleza, da pureza e da santidade de Maria. E esse dia, quando chegar, transformará a sexta-feira santa em domingo de Páscoa e a procissão do Senhor Morto numa procissão festiva de Ressurreição e vida...         
Por meio de Maria, Jesus chegou até nós. Por meio de Maria, chegaremos a Jesus.      
Quem está com Maria, não está longe de Deus... Os verdadeiros filhos de Maria “terão na boca a espada de dois gumes da palavra de Deus; em seus ombros carregarão o estandarte  ensanguentado da cruz, na mão direita terá o crucifixo e na esquerda o rosário e no coração os nomes sagrados de Jesus e Maria, e em toda a sua conduta terão a modéstia e mortificação de Jesus” (Montfort). E não nos esqueçamos de que “não pode esperar a misericórdia de Deus quem ofende a sua Mãe.” (Montfort).

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