quarta-feira, 30 de setembro de 2020

 

SÃO JERÔNIMO - (347-420)

 É incontestável o grande débito que a cultura e os cristãos, de todos os tempos, têm com este santo de inteligência brilhante e temperamento intratável. Jerônimo nasceu em uma família muito rica na Dalmácia, hoje Croácia, no ano 347.

Com a morte dos pais, herdou uma boa fortuna, que aplicou na realização de sua vocação para os estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada.

Viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e desfrutou a juventude com uma certa liberdade. Jerônimo estudou por toda a vida, viajando da Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor.

Ele foi batizado pelo papa Libério, já com 25 anos de idade. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual.

Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte.

Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379.

Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo. Voltou para Roma em 382, chamado pelo papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia, do grego e do hebraico, para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda sua vida.

O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e tornou-se oficial no Concílo de Trento. Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloqüente ao mesmo tempo.

Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos. Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos.

Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual. Jerônimo era fantástico, consciente de suas próprias culpas e de seus limites, tinha total clareza de seus merecimentos.

Ao escrever o livro "Homens ilustres", concluiu-o com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu de velhice no ano 420, em 30 de setembro, em Belém.

Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e é celebrado no dia de sua morte.

São comemorados também nesta data: São Simão de Crépu, São Gregório, o Iluminador (apópstolo da Armênia), Santo Antonino de Placência (mártir), Santo Honório de Cantuária (bispo), São Leopardo de Roma (mártir).

terça-feira, 29 de setembro de 2020






SÃO GABRIEL, ARCANJO - O ANJO DA ANUNCIAÇÃO

 

Segundo o evangelho de são João, são sete os espíritos que atendem ao trono de Deus, tratando diretamente com ele e executando suas missões no universo. Gabriel é o arcanjo da Anunciação, aquele que usa a trombeta para levar as notícias.

O seu nome significa "emissário do Senhor" e é o mais ligado aos acontecimentos da terra. A maior preocupação deste arcanjo é desfazer conflitos e proporcionar aos seres humanos a capacidade de adaptação a todas as circunstâncias.

É enviado à terra sempre com o objetivo de transmitir a luz divina e sensibilizar os adultos em relação às crianças e à própria humanidade. Este espírito puro do trono celeste é visto, citado e repetido tanto no Velho quanto no Novo Testamento.

Gabriel arcanjo foi o escolhido por Deus para acompanhar todo o advento da salvação, desde a revelação das profecias à anunciação da chegada do Messias, acompanhando-o durante toda a sua vida terrena, Paixão e Ressurreição.

Além disso, é o portador da oração mais popular e mais querida do cristianismo: a ave-maria. Vejamos algumas passagens do Evangelho de suas missões no evento que mudou a humanidade.

Foi Gabriel arcanjo quem explicou ao profeta Daniel sua freqüente visão do carneiro e do bode. Foi ele, também, quem anunciou, ao mesmo profeta, a trajetória destinada a sua nação; a chegada do Messias, até a negação do mesmo por parte de seu povo, e sua morte na Terra.

Gabriel também apareceu ao sacerdote Zacarias, anunciando que sua mulher lhe daria um filho profeta, chamado João Batista, o precursor do Cristo. E como Zacarias duvidou, por ser velho e a mulher estéril, castigou-o com a perda da voz até que tudo se cumprisse.

O seu apogeu ocorreu na Anunciação à Virgem Maria sobre a encarnação do Filho de Deus. Suas primeiras palavras tornaram-se uma oração, aquela que todos recorrem para pedir a proteção, a bênção ou a intervenção de Nossa Senhora: "Alegra-te, Maria, cheia de graça. O Senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres".

Contou-lhe, então, o que a esperava, a missão que lhe era confiada, preparou-a espiritualmente para entender a intervenção do Espírito Santo. Fazendo o mesmo com o justo José, seu esposo, que, graças à aparição de Gabriel, compreendeu o que se passava, entregando-se de corpo e alma àquela missão.

Os teólogos e a Igreja entendem que foi também missão deste arcanjo avisar aos pastores de Belém sobre a chegada do Messias; alertar os reis magos para que não voltassem a Jerusalém; dar a José a ordem de fugir para o Egito e, depois, retornar a Nazaré; consolar Jesus no horto das Oliveiras e anunciar às santas mulheres a Ressurreição do Cristo. Gabriel arcanjo e seus anjos são os mensageiros das boas notícias, ajudam-nos a dar bom rumo e direção à nossa vida, dão-nos compreensão e sabedoria.

É a ele que recorremos quando necessitamos desses dons. Por isso devemos, sempre, agradecer por sua colaboração com nossas sinceras orações, em especial nos dias 24 de março e 29 de setembro, quando é festejado por todo o Povo de Deus, a Igreja de Cristo.

São comemorados também, neste dia: Santos Eutico, Plauto e Heracléia (mártires da Trácia), São Fraterno de Auxérre (bispo e mártir), São Grimaldo de Pontecorço (presbítero).


segunda-feira, 28 de setembro de 2020

 

ARCANJOS SÃO MIGUEL, SÃO GABRIEL E SÃO RAFAEL

 

O mês de setembro tornou-se o mais festivo para os cristãos, pois a Igreja unificou a celebração dos três arcanjos mais famosos da história do catolicismo e das religiões - Miguel, Gabriel e Rafael - para o dia 29 de setembro, data em que se comemorava apenas o primeiro.

Esses três arcanjos representam a alta hierarquia dos anjos-chefes, o seleto grupo dos sete espíritos puros que atendem ao trono de Deus e são seus "mensageiros dos decretos divinos" aqui na terra. Miguel, que significa "ninguém é como Deus", ou "semelhança de Deus", é considerado o príncipe guardião e guerreiro, defensor do trono celeste e do Povo de Deus.

Fiel escudeiro do Pai Eterno, chefe supremo do exército celeste e dos anjos fiéis a Deus, Miguel é o arcanjo da justiça e do arrependimento, padroeiro da Igreja Católica. Costuma ser de grande ajuda no combate contra as forças maléficas.

É citado três vezes na Sagrada Escritura, que narramos na sua página.

O seu culto é um dos mais antigos da Igreja. Gabriel significa "Deus é meu protetor" ou "homem de Deus".

É o arcanjo anunciador, por excelência, das revelações de Deus e é, talvez, aquele que esteve perto de Jesus na agonia entre as oliveiras. Padroeiro da diplomacia, dos trabalhadores dos correios e dos operadores dos telefones, comumente está associado a uma trombeta, indicando que é aquele que transmite a Voz de Deus, o portador das notícias.

Na sua página, descrevemos com detalhes as suas aparições citadas na Bíblia .

Além da missão mais importante e jamais dada a uma criatura, que o Senhor confiou a ele: o anúncio da encarnação do Filho de Deus. Motivo que o fez ser venerado, até mesmo no islamismo.

Rafael, cujo significado é "Deus te cura" ou "cura de Deus", teve a função de acompanhar o jovem Tobias, personagem central do livro Tobit, no Antigo Testamento, em sua viagem, como seu segurança e guia. Foi o único que habitou entre nós, passagem que pode ser lida na página dedicada a ele. Guardião da saúde e da cura física e espiritual, é considerado, também, o chefe da ordem das virtudes.

É o padroeiro dos cegos, médicos, sacerdotes e, também, dos viajantes, soldados e escoteiros. A Igreja Católica considera esses três arcanjos poderosos intercessores dos eleitos ao trono do Altíssimo. Durante as atribulações do cotidiano, eles costumam aconselhar-nos e auxiliar, além, é claro, de levar as nossas orações ao Senhor, trazendo as mensagens da Providência Divina. 

domingo, 27 de setembro de 2020

 

SÃO VICENTE DE PAULO - (1581-1660)

 

Fundou as congregações: Confraria das Damas da Caridade - Os Servos dos Pobres - Os Padres da Missão - Os Padres Lazaristas - e as Filhas da Caridade.

Vicente de Paulo foi, realmente, uma figura extraordinária para a humanidade. Pertencia a uma família pobre, de cristãos dignos e fervorosos. Nasceu em Pouy, França, no dia 24 de abril de 1581. Na infância, foi um simples guardador de porcos, o que não o impediu de ter uma brilhante ascensão na alta Corte da sociedade de sua época.

Aos dezenove anos, foi ordenado padre e, antes de ser capelão da rainha Margarida de Valois, ficou preso durante dois anos nas mãos dos muçulmanos.

O mais curioso é que acabou sendo libertado pelo seu próprio "dono", que, ao longo desse período, Vicente conseguiu converter ao cristianismo. Todos o admiravam e respeitavam: do cardeal Richelieu à rainha Ana da Áustria, além do próprio rei Luís XIII, que fez questão absoluta de que Vicente de Paulo estivesse presente no seu leito de morte.

Mas quem mais era merecedor da piedade e atenção de Vicente de Paulo eram mesmo os pobres, os menos favorecidos, que sofriam as agruras da miséria.

Quando Mazarino, em represália às barricadas erguidas pela França, quis fazer o país entregar-se pela fome, Vicente de Paulo organizou, em São Lázaro, uma mesa popular para servir, diariamente, refeições a duas mil pessoas famintas.

Apesar de ter sempre pouco tempo para os livros, tinha-o muito quando era para tratar e dar alívio espiritual. Quando convenceu o regente francês de que o povo sofria por falta de solidariedade e de pessoas caridosas para estenderem-lhe as mãos, o rei, imediatamente, nomeou-o para ser o ministro da Caridade.

Com isso, organizou um trabalho de assistência aos pobres em escala nacional. Fundou e organizou quatro instituições voltadas para a caridade: a "Confraria das Damas da Caridade", os "Servos dos Pobres", a "Congregação dos Padres da Missão", conhecidos como padres lazaristas, em 1625, e, principalmente, as "Filhas da Caridade", em 1633.

Este homem prático, firme, dotado de senso de humor, esperto como um camponês, e sobretudo realista, que dizia aos sacerdotes de São Lazaro: "Amemos Deus, irmãos meus, mas o amemos às nossas custas, com a fadiga dos nossos braços, com o suor do nosso rosto", morreu em Paris no dia 27 de setembro de 1660.

Canonizado em 1737, são Vicente de Paulo é festejado no dia de sua morte, pelos seus filhos e sua filhas espalhados nos quatro cantos do mundo. E por toda a sociedade leiga cristã engajada em cuidar para que seu carisma permaneça, pela ação de suas fundações, que florescem, ainda, nos nossos dias, sempre a serviço dos mais necessitados, doentes e marginalizados.

São comemorados também nesta data: São Lourenço Ruiz e companheiros (mártires), Santa Eustóquia (filha de Santa Paula, virgem), Santa Estáctea de Roma (mártir), Santo Eustóquio de Tours (bispo), Santo Exupério de Tolosa (bispo), São Fausto de Riez (bispo), São Wenceslau.

 

“OS COBRADORES DE IMPOSTOS E AS PROSTITUTAS VÃO ENTRAR ANTES DE VOCÊS NO REINO DOS CÉUS”. (Mt 21,31).

 

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano – A; Cor – Verde; Leituras: Ez 18,25-28; Sl 24; Fl 2,1-11; Mt 21,28-32.

 

Diácono Milton Restivo

 

A primeira leitura da liturgia de hoje traz o profeta Ezequiel.

Ezequiel era de família sacerdotal, filho de Buzi, o sacerdote. Ezequiel mesmo foi sacerdote.

Os sacerdotes iniciavam seu serviço no templo aos trinta anos. Mas, no ano em que Ezequiel fez trinta anos se encontrava no cativeiro babilônico (Ez 1,1), a cerca de 1100 quilômetros distante do templo de Jerusalém.

O profeta viveu entre os exilados. Sua profecia foi formulada em meio às pessoas deportadas para as terras estranhas da Babilônia.

Pouco se sabe de sua vida antes do chamado para o ministério profético. Seu nome significa “Deus fortalece”, o que lembra sua obra de conforto e incentivo aos exilados.

Ezequiel era casado, mas sua esposa morreu durante o cativeiro (Ez 24,15-18).

Como Ezequiel contém mais datas que qualquer outro livro profético do Antigo Testamento, suas profecias podem ser datadas com considerável precisão.

Seu período de atividade coincide com o momento tenebroso de Jerusalém e antecede em sete anos a sua destruição, em 586 aC, continuando por mais quinze anos após essa data.

O profeta se identificava com sua mensagem: ele sofreu no próprio corpo as consequências de representar Deus diante do seu povo, e de representar a nação sob o julgamento de Deus. Em seu livro Ezequiel faz uso de muitas parábolas. O Senhor chamou Ezequiel pelo título de “Filho do Homem”, que Jesus iria designar-se a si próprio com esse título. Yahweh chama Ezequiel de “Filho do Homem” umas noventa vezes no seu livro. Só há uma ocorrência dessa expressão em outro livro do Antigo Testamento, que é em Daniel (Dn 8,17). Esse título é empregado para enfatizar a humanidade do mensageiro comparado a origem divina da mensagem. A última data registrada no livro (26 de abril de 571 aC, em Ez 29,17) demonstra que o ministério de Ezequiel compreendeu pelo menos vinte e três anos. As circunstâncias de sua morte são desconhecidas.

Na oportunidade da leitura desta liturgia, Ezequiel dirige-se ao grupo de israelitas que está exilado na Babilônia. O capítulo 18 todo é uma exortação de Ezequiel a esse grupo.

No entender dos israelitas exilados, o castigo que eles estavam sendo submetidos era consequência dos erros dos seus pais ou das gerações anteriores. Segundo o rodapé da Bíblia Edição Pastoral, Ezequiel, a princípio, não aceita essa concepção e procura demonstrar o seguinte: cada pessoa e cada geração são responsáveis por sua conduta, tanto em nível individual como em nível coletivo. Cada pessoa e cada geração têm a possibilidade de se converter, mudando completamente a orientação da própria vida. Embora a culpa seja das gerações anteriores, aquela que sofre as consequências deverá tomar posição e mudar o rumo dos acontecimentos.

Na passagem da leitura desta liturgia, Ezequiel mostra que o povo não aceitava o castigo que lhe era imposto, e esse povo contesta: “A maneira do Senhor agir não é justa” (Ex 18,25) e Ezequiel convoca o povo à conversão: “Quando o injusto renuncia à sua injustiça e começa a praticar o direito e a justiça, ele está salvando a própria vida. Se ele perceber todo mal que vinha praticando, viverá e não morrerá” (Ez 18,27-28).    

O Salmo 24 é atribuído a Davi. Este Salmo era um cântico que deveria ser entoado pelos judeus e rezado nos primeiros dias da semana (para nós, o domingo). É um cântico de extrema confiança em Yahweh para que o fiel fosse livre dos inimigos e que seus inimigos fossem envergonhados. É uma entrega nas mãos de Yahweh pedindo luz e segurança na sua caminhada: “Mostra-me os teus caminhos, Yahweh, ensina-me as tuas veredas. Guia-me com tua verdade. Ensina-me, pois tu és o meu Deus salvador, e em ti espero o dia todo” (Sl 24,4-5). Mais tarde Yahweh responderia a essa súplica na pessoa de Jesus, que se autodenominou o caminho, a verdade e a vida: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6).

Em situação de extrema solidão e sentimento de abandono deplorável, o fiel clama por libertação: “Volta-te para mim, tem piedade de mim, pois estou solitário e infeliz. Alivia as angústias do meu coração, tira-me das minhas aflições. Olha a minha fadiga e miséria, e perdoa os meus pecados todos” (Sl 24,16-18) e Yahweh responde na pessoa de Jesus: “Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas vidas. Porque a minha carga é suave e meu fardo é leve” (Mt 11,28-30).

Na segunda leitura Paulo escreve aos filipenses exortando para que essa comunidade evite as divisões causadas pelo espírito de competição, pela busca de elogios por terem feito apenas as suas obrigações e pelo desejo de realizarem os seus próprios interesses em detrimento ao interesse da comunidade e que procurem seguir os ensinamentos e atitudes de Jesus Cristo: “Não façam nada por competição ou por desejo de receber elogios, mas opor humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo. Que cada um procure, não o próprio interesse, mas o interesse dos outros. Tenham em vocês mesmos sentimentos que haviam em Jesus Cristo” (Fl 2,3-5).

Na sequência Paulo cita um hino de louvor e reconhecimento da atitude e da missão de Jesus Cristo, mostrando qual é o verdadeiro Evangelho que deve ser seguido: o Evangelho da Cruz, porque nesse Evangelho Jesus é o modelo da humildade: “Assim apresentou-se como um simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 27b-8).

Paulo insiste que Jesus serviu até o fim como servo sem abdicar sua condição divina, morreu na cruz como se fosse um criminoso: “Ele tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens” (Fl 2,6-7). Por isso Deus o ressuscitou dos mortos e o colocou no posto mais elevado que possa existir, como Senhor do universo e da história: “Por isso, Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome” (Fl 2,9).

Finalizando, Paulo convida a todos a reconhecer a ação salvadora de Jesus e seu sacrifício supremo, acreditando fielmente que Jesus é o Senhor: “Para que ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl 2,10-11).

No Evangelho da liturgia do domingo passado Jesus contou a parábola do patrão que saiu para contratar empregados para trabalhar em sua vinha (Mt 20,1-16) e terminou dizendo que: “Os últimos serão os primeiros e os primeiros os últimos”. (Mt 20,16).

Na liturgia deste domingo Jesus conta uma nova parábola, a dos dois filhos, o que aparenta ser obediente e cumpridor das leis da casa, mas que, quando solicitado pelo pai para algum compromisso, diz que vai, mas não vai, e o que não é tão obediente ao pai e cumpridor das leis da casa e quando é convocado para um compromisso, diz que não faz, mas faz. E Jesus faz uma afirmativa surpreendente e até contestadora, dizendo que os considerados como sendo os maiores pecadores e não cumpridores da lei entre os judeus, os cobradores de impostos e prostitutas, aqueles que não são tão afetos a serem cumpridores de leis, normas e exigências da sociedade, teriam precedência no céu e lá entrariam antes que aqueles que se julgavam santos e cumpridores da lei, os intocáveis: “Os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vocês no Reino do Céu” (Mt 21,32b). Realmente, Jesus veio para inverter conceitos de moralidade e destruir preconceitos daqueles que queriam impor a Deus quem deveria ser salvo e quem não.

Em ambas as parábolas, Jesus estava em discussão com as autoridades judias e em ambas as parábolas Jesus deixa claro que Deus não se deixa levar por aqueles que julgam que, apenas cumprindo a Lei já haviam comprado a passagem para o céu. Nesta oportunidade “enquanto Jesus ensinava (o povo), os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram e perguntaram: ‘Com que autoridade fazes estas coisas? Quem foi que te deu esta autoridade?’” (Mt 21,23).

Os chefes dos sacerdotes eram os saduceus, que eram os latifundiários, a classe rica entre os judeus, e os anciãos do povo eram os fariseus, aqueles que julgavam que sabiam tudo de Deus e da Lei de Moisés e recriminavam o povo por não ser “tão santos” como eles se julgavam ser, e foram eles que receberam essa dura reprimenda por parte de Jesus: “Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês fecham o Reino do Céu para os homens. Nem vocês entram nem deixam entrar aqueles que desejam. Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês exploram as viúvas, e roubam suas casas e, para disfarçar, fazem longas orações! Por isso vocês vão receber um a condenação mais severa. [...] Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas. Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão. Assim também vocês: Por fora parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça. [...] Serpentes, raça de cobras venenosas! Como é que vocês poderiam escapar da condenação do inferno?” (Mt 23,13-14.27-28.33).

Existiriam pessoas assim na Igreja de Jesus Cristo hoje? Infelizmente sim, existem. E conhecemos tantas. São os filhos que se dizem bons, que se julgam santos, que fazem de conta que cumprem à risca todos os mandamentos e imposições da lei, e isso a título apenas de desencargo de consciência, mas quando são chamados para uma missão a mando do Pai, dizem que irão fazer, fingem que fazem, enganam os outros e a si próprios, como disse Jesus aos fariseus e doutores da Lei: “Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão. Assim também vocês: Por fora parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça”. Foi isso que aconteceu ao jovem rico, que era cumpridor ferrenho da Lei e dos Mandamentos, mas quando chamado por Jesus para uma vocação radical, “o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico” (Mt 19,22).

Pessoas das missas domingueiras, da Eucaristia a cada missa que participam, dos louvores e palmas nos grupos de orações, mas quando são solicitados pelo Pai para ajudá-lo a cuidar a messe, dizem que vão, mas se omitem... Esses são aqueles de quem Jesus disse: “Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os vi. Afastem-se de mim vocês que praticam o mal’” (Mt 7,22-23).  São os fariseus dos nossos dias...

Em compensação, muitos que vivem discriminados porque não vivem como nós vivemos ou como gostaríamos que vivessem, que aos nossos olhos jamais alcançariam a misericórdia do Pai, como era considerado o povo pelos fariseus no tempo de Jesus, que diziam a respeito do povo: “Esse povinho que não conhece a Lei, é maldito” (Jo 7,49), como dizemos nós, hoje de quem não vive a vida que vivemos ou não frequenta a nossa igreja. A esses, que são os filhos a quem o Pai chama para um compromisso, que a princípio dizem não, mas que reconsideram, e vão, a esses Jesus dá a esperança da misericórdia do Pai, enquanto aos que se julgam santos e cumpridores da Lei, Jesus dirá: “Nunca os vi. Afastem-se de mim vocês que praticam o mal”.

Quantos vivem cumprindo a Lei, mas não vivem o amor. Exemplo disso temos nas nossas cidades, onde casas e mansões são cercadas de muros altos, grades intransponíveis, sistema de segurança infalível; pessoas que têm tudo, todos os bens materiais e vivem num conforto invejável a reis e rainhas, mas que estão isolados do mundo e sem contato com o irmão e são pobres em afeto, calor humano e colaboração fraterna, enquanto que, nas casas de periferia os muros não são tão altos e nas favelas nem muro tem e as pessoas vivem numa fraternidade de dar inveja aos grandes santos, socorrendo-se mutuamente e dividindo tudo o que tem.

A esses Jesus dirá um dia: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram. [...] O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram'.” (Mt 25,34-37.40). Para aqueles outros, Jesus dirá: '”Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês não me visitaram'. Eles também responderão: 'Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos?' Ele responderá: 'Digo a verdade: O que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo'. "E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna". (Mt 25,41-46).

Será que entendemos porque Jesus disse: “Os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vocês no Reino dos Céus?” 

sábado, 26 de setembro de 2020

 

SÃO RAFAEL, ARCANJO

 

O nome deste arcanjo vem do hebraico Rafa, sinônimo de cura, e El, que significa Deus. "Cura de Deus" ou "Curador divino", este é o arcanjo Rafael, que é o chefe dos anjos da guarda, considerado o anjo da Providência, que vela por toda a humanidade.

Este arcanjo cura todos os ferimentos da alma e do corpo e defende igualmente as criaturas, de qualquer raça ou classe social, perante Deus.

Rafael é um dos sete arcanjos que fazem parte do círculo mais próximo do Senhor, um de seus mensageiros. Foi o único, segundo as Escrituras, que assumiu a forma humana e viveu entre os seres humanos durante alguns meses.

Segundo o Antigo Testamento, no livro de Tobit, foi o arcanjo que acompanhou o jovem filho deste, como guia conhecedor da região, na longa e perigosa viagem que fez à Média, no Egito.

Ele protegeu Tobias durante esse período e inspirou-o a casar-se com Sara, sua parenta, a qual curou de uma obsessão, além da cegueira de seu pai, Tobit. Depois disso, apresentou-se: [...] chamou-os à parte e disse-lhes: "Bendizei a Deus e proclamai entre todos os viventes os bens que ele vos concedeu [...] Eu sou Rafael, um dos sete anjos que estão sempre presentes e tem acesso junto à glória do Senhor [...]" Pai e filho, cheios de espanto caíram com a face em terra, com grande temor. Mas ele lhes disse: "Não tenhais medo [...] Se estive convosco, não foi por pura benevolência minha para convosco, mas por vontade de Deus [...] E agora, bendizei ao Senhor sobre a terra e daí graças a Deus. Vou voltar para aquele que me enviou. Ponde por escrito tudo quanto vos aconteceu [...]" (Tb 5-12).

Rafael arcanjo é o portador da virtude da cura, do dom da transformação, da beleza curativa que é sua função no mundo.

Conduz a humanidade ensinando-lhe o caminho da defesa contra os males físicos e espirituais que a possa ameaçar. Motivo que o tornou padroeiro dos sacerdotes e dos médicos, embora não deixem de pedir-lhe amparo os viajantes, soldados e escoteiros.

Pleno de misericórdia, suas virtudes espirituais estão sempre direcionadas para hospitais, instituições e lares, onde esses dons são necessários. Entretanto ele tem um especial cuidado com os peregrinos, mas não só os que viajam, também aqueles que estão em peregrinação rumo a Deus.

Rafael arcanjo protege-os e guia pelo caminho reto e seguro da vida, que é a Paixão de Cristo, onde encontramos a verdadeira felicidade e salvação eterna, cura completa do corpo e da alma. A Igreja celebrava-o, especialmente, no dia 24 de outubro.

Desde 1969, sua festa passou para 29 de setembro, mas os devotos de todo o mundo veneram-no todos os dias, durante suas orações.

São comemorados também, neste dia: Santos Eutico, Plauto e Heracléia (mártires da Trácia), São Fraterno de Auxérre (bispo e mártir), São Grimaldo de Pontecorço (presbítero).

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

 

SÃO MIGUEL, ARCANJO

 

O nome Miguel tem o significado de uma pergunta: "Quem é um como Deus?".

Uma alusão bem clara do alto grau de convicção e fidelidade que este arcanjo tem no Altíssimo, ao qual atende diretamente no seu trono, comandando o seu exército de anjos.

Por isso podemos traduzir seu nome como "semelhança de Deus", já que semelhante não é um sinônimo de igual. Este espírito puro é também chamado e reconhecido como príncipe do céu e ministro de Deus. Seu nome é citado três vezes no Evangelho: no capítulo 12 do livro de Daniel, no capítulo 12 do livro do Apocalipse e na carta de são Judas. Segundo a Bíblia, é um dos sete espíritos que assistem ao trono do Altíssimo.

O profeta Daniel nomeia este arcanjo chamando-o de príncipe protetor dos judeus e depositário das profecias do Antigo Testamento.

Sendo assim, Miguel torna-se, também, protetor especial de todos nós, filhos de Deus, pois a Igreja e o seu povo são herdeiros definitivos das revelações e dos mistérios divinos. Por isso Miguel arcanjo assumiu a posição de padroeiro da Igreja Católica.

Miguel arcanjo, protetor dos justos, é assim lembrado na passagem bíblica do Apocalipse.

Pois nela se vê que houve uma batalha no céu e Miguel, com seu exército de anjos, teve de combater e vencer a primitiva serpente, chamada de satanás.

A partir daquele momento, satanás não tinha mais lugar no céu e foi expulso para a terra, juntamente com seus anjos maus, os demônios.

Assim começou a antiga batalha do bem contra o mal. Espírito vigoroso, atravessa céus e terras inundando os seres humanos com os sentimentos de justiça e arrependimento. Ele intercede pelo nosso livre-arbítrio, defende-nos, pisando nos dragões da indecisão e da dúvida.

E quando o invocamos, ele nos defende, com o grande poder que Deus lhe concedeu, para mantermos a serenidade, a fé e para perseverarmos na nossa missão dentro dos preceitos da Igreja de Cristo, até entrarmos na vida eterna.

Na carta de são Judas, lê-se: "O arcanjo Miguel, quando enfrentou o diabo, disse: 'Que o Senhor o condene'". Por isso Miguel arcanjo é representado nas artes vestindo armadura e atacando o dragão infernal. Segundo a tradição, foi este arcanjo quem libertou o apóstolo Pedro da prisão e o conduziu entre os guardas.

A Igreja Católica tem uma grande devoção pelo arcanjo Miguel, e o comemora no dia 29 de setembro.

São comemorados também, neste dia: Santos Eutico, Plauto e Heracléia (mártires da Trácia), São Fraterno de Auxérre (bispo e mártir), São Grimaldo de Pontecorço (presbítero).

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

 

NOSSA SENHORA DAS MERCÊS

 

Nobre senhora, és poderosa do filho sobre o coração; por ti quem ora, confiante dele consegue a salvação”. “... Na Prisão e te fomos visitar” (cf Mt 25,39).

Os Apóstolos ouviram a explanação de Jesus, sobre o Juízo Final, e por certo nunca mais esqueceram. A começar pelo mestre, em seguida os apóstolos, discípulos e tantos outros que experimentaram a privação da liberdade por causa do evangelho.

Todos os sofrimentos físicos e morais do cativeiro, deixavam sequelas graves naqueles que tinham, a desgraça de cair nas mãos dos inimigos. Sempre, e em todos os momentos da história da humanidade, encontramos a úlcera dolorosa dos cativeiros de cunho religioso, politíco, e até mesmo de ideais.

O homem pode encarcerar o corpo físico, porém nunca os pensamentos, os ideais, as convicções politícas e religiosas, estes permanecem livres de todo e qualquer tipo de algemas. As incontáveis guerras entre Mouros e Cristãos na Península Ibérica, a partir do ano de 711, foram, sem dúvida o placo dos cativeiros.

O fanatismo e a intransigênca religiosa proporcionaram sofrimentos aos cativos de ambas partes. Surgiram a partir do século XII o movimento das Cruzadas como um esforço coletivo, para defesa da Lei de Cristo. Foi neste período que surgiram as irmandades e confrarias estabelecidas, com a finalidade de arrecadar fundos para libertar os cativos.

Foi neste período que o jovem frânces Pedro Nolasco, estabelecendo-se em Barcelona uniu-se a alguns jovens de fé firme e corações generosos, cujos propósitos seriam; negociar a libertação dos cativos em poder dos Mouros.

Cada jovem, associado colocaria seus próprios bens a serviço da causa dos encarcerados e solicitariam dos fiéis e das Igrejas uma oferta anual; “A esmola dos cativos.” “A Inspiração de Maria” Pedro Nolasco recebeu do céu, através de Maria Santíssima, o que ele mesmo considerou, e depois dele, toda a sua ordem, como a verdadeira revelação do futuro de sua Fraternidade.

Era noite de 1º a 2 de agosto de 1218, estando em oração Pedro Nolasco viu claro que sua associação redentora necessitava do respaldo público e solene Rei Jaime I. Nesta mesma noite Pedro Nolasco ouviu da Ssma. Virgem: “Deus deseja que se estabeleça uma congregação religiosa para o resgate dos cativos.”

Pedro Nolasco foi no dia seguinte ao encontro de seu confessor Pe. Raimundo de Penaforte, que lhe contou ter tido a mesma revelação na noite anterior. Ambos ainda atonitos foram ao Rei Dom Jaime I de Aragão pedir apoio, e ouviram com assombro a mesma revelação de que o Rei tivera na noite anterior da Virgem Maria.

Foram ao Papa, e dele obtiveram a benção, certos de que esta era a vontade de Deus deram ínicio a obra. Dom Jaime I mandou construir o convento, enquanto Pe. Raimundo Penaforte elaborava os estatutos, Pedro Nolasco foi o primeiro comandante geral da mílica.

Era o dia 24 de Setembro quando Pedro Nolasco e os companheiros professaram votos solenes, assim estava fundada a Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos, fizeram dos votos de pobreza, obediência e castidade, além de tornar-se esravos, se fosse necessário, para salvar os prisioneiros.

Hoje são outras as escravidões: consumismo, comodismo, individualismo, desemprego, vícios, fome, violência, insegurança, desagregação familiar etc.

São comemorados também nesta data: São Germaro, São Geraldo de Csanad e São Pacífico, Santo Anatólio de Milão (bispo), Santos Andóquio, Tirso e Félix (mártires de Saulieu), Santo Antonio de Lião (mártir), São Geraldo de Csanad (bispo e mártir).

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

 

SÃO PIO DE PIETRELCINA – SEUS ÚLTIMOS MOMENTOS DE VIDA (1887-1968)

 

Padre Pio nasceu no dia 25 de maio de 1887, em Pietrelcina, Itália. Era filho de Gracio Forgione e de Maria Josefa de Nunzio. No dia seguinte, foi batizado com o nome de Francisco, e mais tarde seria, de fato, um grande seguidor de são Francisco de Assis.

Aos doze anos, recebeu os sacramentos da primeira comunhão e do crisma. E aos dezesseis anos, entrou no noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, da cidadezinha de Morcone, onde vestiu o hábito dos franciscanos e tomou o nome de frei Pio.

Terminado o ano de noviciado, fez a profissão dos votos simples e, em 1907, a dos votos solenes. Depois da ordenação sacerdotal, em 1910, no Convento de Benevento, padre Pio, como era chamado, ficou doente, tendo de voltar a conviver com sua família para tratar sua enfermidade, e lá permaneceu até o ano de 1916.

Quando voltou, nesse ano, foi mandado para o Convento de San Giovanni Rotondo, lugar onde viveu até a morte. Padre Pio passou toda a sua vida contribuindo para a redenção do ser humano, cumprindo a missão de guiar espiritualmente os fiéis e celebrando a eucaristia. Para ele, sua atividade mais importante era, sem dúvida, a celebração da santa missa.

Os fiéis que dela participavam sentiam a importância desse momento, percebendo a plenitude da espiritualidade de padre Pio. No campo da caridade social, esforçou-se por aliviar sofrimentos e misérias de tantas famílias, fundando a "Casa Sollievo della Sofferenza", ou melhor, a "Casa Alívio do Sofrimento" em 1956.

Para padre Pio, a fé era a essência da vida: tudo desejava e tudo fazia à luz da fé.

Empenhou-se, assiduamente, na oração. Passava o dia e grande parte da noite conversando com Deus. Ele dizia: “Nos livros, procuramos Deus; na oração, encontramo-lo. A oração é a chave que abre o coração de Deus".

Também aceitava a vontade misteriosa de Deus em nome de sua infindável fé.

Sua máxima preocupação era crescer e fazer crescer na caridade. Por mais de cinquenta anos, acolheu muitas pessoas, que dele necessitavam. Era solicitado no confessionário, na sacristia, no convento, e em todos os lugares onde pudesse estar todos iam buscar seu conforto, e o ombro amigo, que ele nunca lhes negava, bem como seu apoio e amizade.

A todos tratou com justiça, lealdade e grande respeito. Durante muitos anos, experimentou os sofrimentos da alma, em razão de sua enfermidade e, ao longo de vários anos, suportou com serenidade as dores das suas chagas.

Quando seu serviço sacerdotal foi posto em dúvida, sendo investigado, padre Pio sofreu muito, mas aceitou tudo com profunda humildade e resignação. Diante das acusações injustificáveis e calúnias, permaneceu calado, sempre confiando no julgamento de Deus, dos seus superiores diretos e de sua própria consciência.

Muito consciente dos seus compromissos, aceitava todas as ordens superiores com extrema humildade. E encarnava o espírito de pobreza com seriedade, com total desapego por si próprio, pelos bens terrenos, pelas comodidades e honrarias.

Sua predileção era a virtude da castidade. Desde a juventude, sua saúde sempre inspirou cuidados e, sobretudo nos últimos anos da sua vida, declinou rapidamente.

Padre Pio faleceu no dia 23 de setembro de 1968, aos oitenta e um anos de idade. Seu funeral caracterizou-se por uma multidão de fiéis, que o consideravam santo.

Nos anos que se seguiram à sua morte, a fama de santidade e de milagres foi crescendo cada vez mais, tornando-se um fenômeno eclesial, espalhado por todo o mundo.

No ano 1999, o papa João Paulo II declarou bem-aventurado o padre Pio de Pietrelcina, estabelecendo no dia 23 de setembro a data da sua festa litúrgica. Depois, o mesmo sumo pontífice proclamou-o santo, no ano 2002, mantendo a data de sua tradicional festa.

 

Os últimos momentos do padre Pio

No dia 22 de setembro de 1968 São Pio de Pietrelcina, conhecido como o Padre Pio, realizou a sua última missa poucas horas antes de morrer. A Eucaristia foi registrada em vídeo.

O Santo frei capuchinho tinha alguns problemas de saúde, mas apesar da sua fraqueza e cansaço, continuava a celebrar a missa diariamente e ouvia cerca de 50 confissões em cada dia.

No dia 22 de setembro de 1968, um dia após o 50° aniversário de ter recebido os estigmas de Cristo, o padre pio deveria celebrar a missa solene para os peregrinos mas, devido ao fato de ele estar muito cansado, pediu-lhes os seus superiores comemorar uma missa menor.

No entanto, ao ver o número de peregrinos, decidiu prosseguir com o seu plano original de celebrar a missa solene.

Na madrugada do dia 23 de setembro chamou o seu superior para se confessar e renovar seus votos de castidade, pobreza e obediência. Pronunciou silenciosamente as palavras enquanto olhava para o seu Rosário, e segundo contam alguns, antes de morrer, o Padre Pio disse que viu "duas mães" que se acredita eram a virgem Maria e a sua mãe terrena.

A causa da morte dele foi um ataque ao coração. Os que estavam presentes disseram que, quando faleceu, se curaram imediatamente as feridas dos estigmas.

O Padre Pio, cujo nome de batismo é Francesco Forgione, nasceu no dia 25 de maio de 1887, em Pietrelcina (Itália) no seio de uma família católica. Quando tinha 15 anos juntou-se aos frades cappuchinhos. Foi ordenado padre no dia 10 de agosto de 1910, aos 23 anos.

Durante a sua vida foi-lhe atribuído muitos milagres como diversas cura. Dizia-se também que podia ler as almas, levitar e bilocarse (estar em dois lugares ao mesmo tempo).

Seu corpo permanece incorrupto anos após a sua morte e foi enviado para Roma em fevereiro de 2016 como parte das atividades do Jubileu da misericórdia.

São João Paulo II, que chegou a conhecê-lo pessoalmente.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

 

NOSSA SENHORA DA PAZ

 

Segundo a tradição, no ano de 1682, alguns mercadores encontraram na vila do Mar do Sul salvadorenho uma caixa abandonada; tão bem fechada que não conseguiram abri-la com ferramentas.

Certos de que continha algum objeto valioso, levaram-na para a cidade de São Miguel, onde encontrariam recursos para abri-la. Puseram a caixa no lombo de um burro e iniciaram uma longa e perigosa viagem até chegarem à cidade no dia 21 de novembro.

Visando garantir a posse do provável tesouro, dirigiram-se primeiramente às autoridades do lugar para lhes comunicar o achado; ao passarem diante da igreja paroquial, hoje Catedral, o burro deitou-se por terra decidida a não mais se levantar.

Sem nenhum esforço conseguiram abrir a caixa que continha uma formosa imagem de Nossa Senhora com o Menino nos braços. A origem da imagem permanece misteriosa e envolta em lenda. Nunca se pôde descobrir qual seria o destino daquela caixa, nem como chegou ao território salvadorenho.

Conta-se que no momento em que retiravam a imagem ocorria uma violenta luta entre os habitantes da região.

Ao terem notícia do milagroso achado, todos depuseram as armas e imediatamente cessaram as hostilidades; também se relata que nas lutas fratricidas de 1883, o lado vitorioso, em vez de promover represálias, como se esperava, fez colocar a abençoada imagem no átrio da paróquia e, aos pés de Maria, jurou solenemente não guardar rancores e extirpar o ódio dos corações para que a paz gerasse fraternidade e reconciliação.

Por isso deram à imagem o título de Nossa Senhora da Paz, cuja festa é celebrada no dia 21 de novembro, para recordar sua chegada a São Miguel. A imagem é de tamanho regular. Talhada em madeira e vestida de roupas brancas, tem à frente um bordado com o escudo nacional da República de Salvador.

A imagem tem na mão uma palma de ouro, como lembrança da erupção do vulcão Chaparrastique, que ameaçou transformar a cidade num mar de lava ardente. Os atemorizados habitantes de São Miguel colocaram a imagem de Nossa Senhora da Paz na porta principal da Catedral e no mesmo instante a forte corrente de lava mudou de direção, afastando-se da cidade.

No ponto exato onde a lava mudou seu rumo há um povoado chamado "Milagro de la Paz".

Isto ocorreu no dia 21 de setembro de 1787. Neste dia todos testemunharam que a fumaça que saia do vulcão formava uma palma. Vendo nisto um sinal da proteção da Virgem, o povo resolveu colocar em sua mão uma palma de ouro, semelhante a que contemplaram no céu.

A coroação canônica da imagem ocorreu no dia 21 de novembro de 1921. O ourives que confeccionou a coroa da Virgem empregou 650 gramas de ouro e muitas pedras preciosas, entre as quais se destaca uma grande esmeralda cercada de brilhantes. 


segunda-feira, 21 de setembro de 2020

 

SÃO MATEUS - APÓSTOLO E EVANGELISTA

 

No tempo de Jesus Cristo, na época em que a Palestina era apenas uma província romana, os impostos cobrados eram onerosos e pesavam brutalmente sobre os ombros dos judeus.

A cobrança desses impostos era feita por rendeiros públicos, considerados homens cruéis, sanguessugas, verdadeiros esfoladores do povo.

Um dos piores rendeiros da época era Levi, filho de Alfeu, que, mais tarde, trocaria seu nome para Mateus, o "dom de Deus". Um dia, depois de pregar, Jesus caminhava pelas ruas da cidade de Cafarnaum e encontrou com o cruel Levi.

Olhou-o com firmeza nos olhos e disse: "Segue-me". Levi, imediatamente, levantou-se, abandonou seu rendoso negócio, mudou de vida, de nome e seguiu Jesus. Acredita-se, mesmo, que tal mudança não tenha realmente ocorrido dessa forma, mas sim pelo seu próprio e espontâneo entusiasmo no Messias.

Na verdade, o que se imagina é que Levi havia algum tempo cultivava a vontade de seguir as palavras do profeta e que aquela atitude tenha sido definitiva para colocá-lo para sempre no caminho da fé cristã.

Daquele dia em diante, com o nome já trocado para Mateus, tornou-se um dos maiores seguidores e apóstolos de Cristo, acompanhando-o em todas as suas caminhadas e pregações pela Palestina. Mateus foi o segundo apóstolo (considerando que o primeiro foi Marcos) a escrever um livro contando a vida e a morte de Jesus Cristo, ao qual ele deu o nome de Evangelho e que foi amplamente usado pelos primeiros cristãos da Palestina.

Quando o apóstolo são Bartolomeu viajou para as Índias, levou consigo uma cópia.

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos espalharam-se pelo mundo e Mateus foi para a Arábia e a Pérsia para evangelizar aqueles povos. Porém foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram para depois ser sacrificado aos deuses.

Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou.

Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde mais uma vez foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém o príncipe herdeiro morreu e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes.

Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos.

São Mateus morreu por ordem do rei Hitarco, sobrinho do rei Egipo, no altar da igreja em que celebrava o santo ofício da missa. Isso aconteceu porque não intercedeu em favor do pedido de casamento feito pelo monarca, e recusado pela jovem Efigênia, que havia decidido consagrar-se a Jesus. Inconformado com a atitude do santo homem,

Hitarco mandou que seus soldados o executassem. No ano 930, as relíquias mortais do apóstolo são Mateus foram transportadas para Salerno, na Itália, onde, até hoje, é festejado como padroeiro da cidade. A Igreja determinou o dia 21 de setembro para a celebração de são Mateus, apóstolo.





domingo, 20 de setembro de 2020

 

“OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS E OS PRIMEIROS OS ÚLTIMOS”. (Mt 20,16).

 

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano – A; Cor – Verde; Leituras: Is 55,6-9; Sl 144 (145); Fl 1,20-24.27; Mt 20,1-16.

 

Diácono Milton Restivo

 

Já dissemos em outras oportunidades que o profeta Isaias é o mais messiânico de todos os profetas. O capítulo 55 do seu livro transpira a misericórdia e o desejo de Yahweh em fazer uma aliança definitiva com o seu povo (cf Is 55,3b), convocando a todos a se agasalharem sob suas asas amorosas e acolhedoras (cf Is 55,1-2), dizendo que, os que a ele se achegarem e o escutar, viverão (cf Is 55,3a).

Isaias é o proclamador da palavra de Yahweh, que diz: “Atenção, todos os que estão com sede, venham buscar água. Venham também os que não tem dinheiro: comprem e comam sem dinheiro e bebam vinho e leite sem pagar.” (Is 55,1).

Mais tarde Jesus diria com sua própria boca: “Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso de seu fardo, e eu lhes darei descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso em suas vidas. Porque a minha carga é suave, e o meu fardo é leve.” (Mt 11,28-30).

No Antigo Testamento Yahweh se preocupara com as necessidades do seu povo e, para aqueles que lhe eram fieis, oferecia vida digna e alimento saudável.

A sede é o sentido da necessidade física da água, mas o que ele deixa claro e que está usando, é uma figura de nossa necessidade espiritual: a sede é necessidade da salvação. Isaias está falando da sede de salvação que Yahweh dá gratuitamente a todos aqueles que o procuram enquanto ele se deixa encontrar (cf Is 55,6a). Yahweh faz esse convite apenas para aqueles que têm sede, sede de salvação. Este convite não é feito para aqueles que têm sede, mas sede das coisas do mundo, do dinheiro, da diversão fácil, da fama, do prazer, da ostentação, mas não sede da salvação.

No Novo Testamento Jesus se propõe a aliviar a carga de todos aqueles que nele confia. E, em tudo isso está prefigurado o anseio da salvação que Deus, gratuitamente, oferece a todos os que o procuram: “Que o ímpio deixe o seu caminho e o homem maldoso mude os seus projetos. Cada um volte para Yahweh e ele terá compaixão; volte para o nosso Deus, pois ele perdoa com generosidade.” (Is 55,7).

A salvação é um dom gratuito de Deus, e é por isso que Yahweh diz através de Isaias: “Venham também os que não têm dinheiro; comprem e comam sem dinheiro e bebam vinho e leite sem pagar. Porque gastar dinheiro com coisa que não alimenta, e o salário com aquilo que não traz fartura?” (Is 55,2a).

Para a salvação não há necessidade de dinheiro, porque a salvação não tem preço, não tem dinheiro que pague: a salvação é dom gratuito de Deus. E, para tanto, Isaias é insistente e categórico: “Procurem Yahweh enquanto ele se deixa encontrar; chamem por ele enquanto está perto.” (Is 55,6).

Pena que a primeira leitura da nossa liturgia de hoje começa nesse versículo, no versículo 6, mas, para entendê-la melhor, seria interessante começarmos a meditar desde o primeiro versículo do capítulo 55 de Isaias. A grande mensagem do profeta Isaias é exatamente esta: “Procurem Yahweh enquanto ele se deixa encontrar; chamem por ele enquanto está perto.” (Is 55,6).

Procurem Yahweh, busquem ao Senhor, porque é o próprio Isaias quem diz a quem Yahweh socorre e para quem o Messias veio: “O Espírito do Senhor Yahweh está sobre mim, porque Yahweh me ungiu. Ele me enviou para dar a boa notícia aos pobres, para curar os corações feridos, para proclamar a liberdade dos escravos e por em liberdade os prisioneiros, para promulgar o ano da graça de Yahweh, o dia da vingança do nosso Deus, e para consolar todos os aflitos, os aflitos de Sião, para transformar sua cinza em coroa, seu luto em perfume de festa, seu abatimento em roupa de gala.” (Is 61,1-3ª), o mesmo que Jesus repetiria mais tarde (cf Lc 4,18-19).

Quem são os pobres de corações feridos e prisioneiros da ganância do século senão nós, sedentos de salvação? Temos que buscar a Yahweh enquanto ele se deixa encontrar. Yahweh é rico de misericórdia, amor, perdão e salvação, e nós, os pobres e cansados de carregar o nosso fardo é quem devemos dividir o nosso fardo com o Enviado do Pai, Jesus.

João Apóstolo entendeu tão profundamente a misericórdia, o amor e o perdão do Pai, que escreveu: “Se dissemos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos, e a Verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, Deus que é fiel e justo, perdoará os nossos pecados e nos purificará de toda injustiça. Se dizemos que nunca pecamos, estaremos afirmando que Deus é mentiroso, e a sua palavra não estará em nós.” (1Jo 1,8-10).

Deus perdoa abundantemente; Deus é rico em perdão, amor e misericórdia e o seu coração é bondoso e compassivo; “Yahweh é compaixão e piedade, lento para a cólera e cheio de amor” (Sl 102 (103),8). Deus é rico em perdoar e ninguém pode impedi-lo de perdoar, porque ele é rico em perdão, porque “Deus é amor” (1Jo 4,8.16).

Talvez, todo o escrito de Isaias tenha sido na tentativa de fazer com que o seu povo buscasse a Yahweh, e essa necessidade ecoa nos labirintos sombrios da descrença e da indiferença dos dias atuais, onde deveria ressoar o apelo do salmista: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água.” (Sl 63,1). Yahweh transmite essa necessidade do ser humano de buscá-lo através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração; eu me deixarei encontrar e mudarei a sorte de vocês.” (Jr 29,13-14a), e mais tarde Jesus diria: “Busquem, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas as coisas.” (Mt 6,33).

Devemos buscar o Senhor hoje (cf Os 10,12), porque hoje é o dia da salvação: “Procurem Yahweh enquanto ele se deixa encontrar; chamem por ele enquanto está perto.” (Is 55,6), e, também, como disse o Apóstolo Paulo: “Pois Deus diz na Escritura: ‘Eu escutei você no tempo favorável, e no dia da salvação vim em seu auxílio’. É agora o momento favorável. É agora o dia da salvação.” (2Cor 6,2).

Haverá um tempo em que a misericórdia de Yahweh poderá se esgotar porque os homens se negaram em ouvir a palavra de Yahweh: “Dias virão em que vou mandar a fome sobre o país: não será fome de pão, nem sede de água, e sim fome de ouvir a palavra de Yahweh. Irão cambaleando de um mar a outro, irão rumo do Norte para o Oriente, à procura da palavra de Yahweh, e não a encontrarão.” (Am 8,11-12).

E para que possamos entender os projetos de Yahweh, ele deixa claro que os pensamentos dele não são os nossos, nem os seus projetos, nem os seus caminhos: “Os meus projetos não são os projetos de vocês, e os caminhos de vocês não são os meus caminhos. Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos caminhos de vocês, e os meus projetos estão acima dos seus projetos.” (Is 55,8-9). Isso traz em evidência o que o rei Davi disse ao seu filho Salomão, incentivando-o a construir o Templo para Yahweh: “Quanto a você, Salomão, meu filho, reconheça o Deus do seu pai e o sirva de todo o coração e com generosidade de espírito, pois Yahweh sonda todos os corações e penetra todas as intenções do espírito, Se você o procurar, ele se deixará encontrar. Mas se você o abandonar, ele se afastará para sempre.” (1Cro 28,9).

No Evangelho Jesus conta uma parábola para mostrar a todos que o Reino de Deus é gratuito; por mais que façamos nesta vida, jamais poderíamos dizer que tenhamos merecido o Reino.

O Reino é de Deus, e ele o dá de graça. Sempre lamento que a passagem do Evangelho que é lida em cada celebração perde a conecção do que veio antes ou do que virá depois. Isso faz com que a meditação ou a homilia que se fará a respeito, perca o significado se não tiver a preocupação de buscar o antes e levar em consideração o depois.

No Evangelho nada é isolado, nada é independente. Em todos os seus ensinamentos, costumeiramente, Jesus dá continuidade ao acontecimento anterior.

Para entendermos a passagem do Evangelho lido nesta celebração, precisamos voltar um pouco: no encontro do jovem rico que se aproximou de Jesus para perguntar-lhe: “Mestre, o que devo fazer para possuir a vida eterna?” (Mt 19,16). Em primeiro lugar Jesus fala ao jovem a respeito da Lei e não do legalismo, e cita os mandamentos: “Não mate, não cometa adultério, não roube, não levante falso testemunho, honre seu pai e sua mãe; e ame seu próximo como a si mesmo.” (Mt 19,18-19).

O jovem ficou entusiasmando julgando que já havia comprado a passagem para a vida eterna simplesmente por haver cumprido os mandamentos da Lei de Moisés, e respondeu: “Tenho observado todas essas coisas. O que é que ainda me falta fazer?” (Mt 19,20).

Isso demonstra que ele parou no legalismo: cumpriu os mandamentos porque a Lei determinava, como um desencargo de consciência.

Cumprir a Lei, ficando apenas no legalismo, é fácil: qualquer um faz isso, como, por exemplo, não faltar à missa do domingo por cumprimento de mero preceito, dar esmolas para se ver livre do pedinte, ter hora para iniciar e terminar suas orações, visitar doentes por desencargo de consciência. Tudo isso é um compromisso descompromissado. Fiz, está feito, e nada mais devo a ninguém. Jesus vai além e diz ao jovem que ainda falta alguma coisa para que o cumprimento da Lei não fique apenas no legalismo: “Se você quer ser perfeito, vá, venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha, e siga-me.” (Mt 19,21). E ai vem o desfecho que ainda é realidade nos nossos dias: “Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.” (Mt 19,22).

O jovem rejeita a proposta de Jesus. E Jesus narra qual é o destino dos que são apegados em demasia às coisas materiais: “Eu garanto a vocês: um rico dificilmente entrará no Reino do Céu. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.” (Mt 19,23-24).

E, depois de antever a glória do Filho do Homem sentado no trono de sua glória tendo consigo todos aqueles que tiverem “deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e terá como herança a vida eterna.” (Mt 19,29).

Jesus arremata, dizendo: “Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos; e muitos que agora são os últimos, serão os primeiros.” (Mt 19,30).

É a partir daí que entra a leitura desta liturgia. Dando continuidade a esse acontecimento, Jesus deixa claro que, no Reino, não existem marginalizados: todos têm direito de participar da bondade e misericórdia de Deus que vai além daquilo que os homens julgam que é justiça.

Jesus deixa claro para aqueles que julgam porque possuem mais méritos ou trabalham mais que os outros já têm o Reino garantido em detrimento aos demais, esquecendo-se que o Reino é dom gratuito do Pai. O dono do Reino é Deus, e ele dá para quem ele quiser, não importando se é trabalhador das primeiras horas do dia ou que chegou ao findar do dia.

Para tanto, Jesus conta a parábola do dono da vinha que “saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha.” De manhazinha encontra um grupo de trabalhadores e o manda ir trabalhar na vinha com o preço combinado de uma moeda de prata pelo dia trabalhado.

Às nove horas novamente o dono da vinha sai e contrata mais um grupo de trabalhadores e o manda ir trabalhar na vinha, e promete a esse grupo que pagará o que for justo.

Ao meio dia acontece a mesma coisa: o dono da vinha contrata mais um grupo de trabalhadores e, novamente às três horas da tarde contrata mais um grupo de trabalhadores para trabalhar na sua vinha.

Pelas cinco horas da tarde sai novamente e encontra outro grupo de trabalhadores e lhe pergunta: “Porque vocês estão ai o dia inteiro desocupados’? Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Vão vocês também para a minha vinha’.” (Mt 20,6-7).

E Jesus continua a parábola, dizendo: “Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chame os trabalhadores e pague uma diária a todos. Comece pelos últimos e termine pelos primeiros.” (Mt 20,8). Em primeira instância Jesus demonstra que pagar o trabalhador pelo seu trabalho é uma forma de praticar a justiça.

Se considerarmos a maneira de pensar dos homens sobre a justiça, os que chegaram para trabalhar na vinha às cinco horas da tarde, não deveriam receber mais do que uns centavos, considerando que o dono da vinha havia acertado com os trabalhadores das sete horas da manhã pagar-lhes uma moeda de prata pelo dia trabalhado.

Mas os pensamentos de Deus não são os pensamentos dos homens, e é por isso que na primeira leitura já ouvimos: “Os meus projetos não são os projetos de vocês, e os caminhos de vocês não são os meus caminhos. Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos caminhos de vocês, e os meus projetos estão acima dos seus projetos.” (Is 55,8-9). Então, “chegaram aqueles que tinham sido contratados pela cinco horas da tarde, e cada um recebeu uma moeda de prata.” (Mt 20,9).

Ao verem que o patrão pagara um dia inteiro de trabalho a quem havia trabalhado apenas uma hora, os demais trabalhadores se encheram de ansiedade e julgaram que, por justiça, eles deveriam receber mais, principalmente os que chegaram às sete horas da manhã.

Mas ai vem a surpresa: o patrão manda pagar, indistintamente, a todos os trabalhadores, uma moeda de prata, não importando o período de trabalho que eles dedicaram à vinha.

Obviamente surge o descontentamento e o ciúme, porque, na justiça dos homens, quem trabalhou mais merece um pagamento maior de quem chegou por último, e os trabalhadores reclamam: “Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor do dia inteiro!” (Mt 20,12).

Ai entram os pensamentos de Deus, que não são os nossos pensamentos, a justiça de Deus que não é a nossa justiça.

Jesus continua, dizendo: “Amigo, eu não fui injusto com você. Não combinamos uma moeda de prata? Tome o que é seu e volte para casa. Eu quero dar também a esse, que foi contratado por último, o mesmo que dei a você. Por acaso não tenho o direito de fazer o que eu quero com aquilo que me pertence? Ou você está com ciúme porque eu sou generoso?” (Mt 20,13-15).

Agora pergunto: será que nós, que dedicamos a nossa infância, juventude e até velhice ao serviço de Deus temos mais direito ao Reino do que este irmão ou irmã que está despertando para a fé agora e, por isso, eles devem ser colocados no fim da fila?

Os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos porque, no Reino de Deus: “Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.” (Mt 20,16).



sábado, 19 de setembro de 2020

 

SÃO GENNARO OU JANUÁRIO - + 305


              A esse santo é atribuído o "milagre do sangue de são Januário", ou Gennaro, como é o seu nome na língua italiana. Durante a sua festa, no dia 19 de setembro, sua imagem é exposta à imensa população de fiéis. Por várias vezes, na ocasião a relíquia do seu sangue se liquefaz, adquirindo de novo a aparência de recém-derramado e a coloração vermelha.

A primeira vez, devidamente registrada e desde então amplamente documentada, ocorreu na festa de 1389.

A última vez foi em 1988. O mais incrível é que a ciência já tentou, mas ainda não conseguiu chegar a alguma conclusão de como o sangue, depositado num vidro em estado sólido, de repente se torna líquido, mudando a cor, consistência, e até mesmo duplicando seu peso.

Assim, segue, através dos séculos, a liquefação do sangue de são Januário como um mistério que só mesmo a fé consegue entender e explicar. Por isso o povo de Nápoles e todos os católicos devotam enorme veneração por são Januário.

Até a história dessa linda cidade italiana, cravada ao pé da montanha do Vesúvio, confunde-se com a devoção dedicada a ele, que os protege das pestes e das erupções do referido vulcão.

Na verdade, ela se torna a própria história deste santo que, segundo os atos do Vaticano, era napolitano de origem e viveu no fim do século III.

Considerado um homem bom, caridoso e zeloso com as coisas da fé, foi eleito bispo de Benevento, uma cidade situada a setenta quilômetros da sua cidade natal. Era uma época em que os inimigos do cristianismo submetiam os cristãos a testemunharem sua fé por meio dos terríveis martírios seguidos de morte.

No ano 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou a última e também a mais violenta perseguição contra a Igreja.

O bispo Januário foi preso com mais alguns membros do clero, sendo todos julgados e sentenciados à morte num espetáculo público no Circo.

Sua execução era para ser, mesmo, um verdadeiro evento macabro, pois seriam jogados aos leões para que fossem devorados aos olhos do povo chamado para assistir. Porém, a exemplo do que aconteceu com o profeta Daniel, as feras tornaram-se mansas e não lhes fizeram mal.

O imperador determinou, então, que fossem todos degolados ali mesmo. Era o dia 19 de setembro de 305. Alguns cristãos, piedosamente, recolheram em duas ampolas o sangue do bispo Januário e o guardaram como a preciosa relíquia que viria a ser um dos mais misteriosos e incríveis milagres da Igreja Católica.

São Januário é venerado desde o século V, mas sua confirmação canônica veio somente por meio do papa Sixto V em 1586.

São comemorados também, neste dia: São Gennaro ou Januário (bispo e mártir), Nossa Senhora de Salete, Santa Constância, Santa Emília de Rodat (fundadora), Santos Félix e Constância (mártires de Nocera).



sexta-feira, 18 de setembro de 2020

 

SÃO JOSÉ DE CUPERTINO

 

O santo de hoje nasceu num estábulo, a exemplo de Jesus, em Cupertino, no reino de Nápoles, a 17 de junho de 1603. Filho de pais pobres, tornou-se um pobre que enriqueceu a Igreja com sua santidade de vida.

José quando menino era a tal ponto limitado na inteligência que pouco aprendia e apresentava dificuldades nos trabalhos manuais, porém, de maneira extraordinária progrediu no campo da oração e da caridade.

São José foi despedido de dois conventos franciscanos por não conseguir corresponder aos ofícios e serviços comuns. Ele, porém, não desistia de recomendar sua causa a Santíssima Virgem, pela qual tinha sido anteriormente curado de uma grave e misteriosa enfermidade.

O poder da oração levou São José de Cupertino para o convento franciscano e ao sacerdócio, precisando para isso que a Graça suprisse as falhas da natureza. Desde então, manifestavam-se nele, fenômenos místicos acompanhados de curas milagrosas, que o tornou conhecido e procurado em toda a região.

Dentre os acontecimentos espirituais o que muito se destacou foi o êxtase, que consiste naquele estado de elevação da alma ao plano sobrenatural, onde a pessoa fica momentaneamente desapegada dos sentidos e entregue totalmente numa contemplação daquilo que é Divino.

São José era tão sensível a esta realidade espiritual, que isto acontecia durante a Santa Missa, quando rezava com os Salmos e em outros momentos escolhidos por Deus; somente num dos conventos onde viveu 17 anos, seus irmãos presenciaram cerca de 70 êxtases do santo. A fama das curas milagrosas se alastrava como uma epidemia, exaltando a imaginação popular, e obrigando o Frei José, a ser transferido de convento para convento. Mas, os fenômenos se repetiam e o povo lhe tirava todo o sossego.

Como na vida da maioria dos santos não faltaram línguas caluniosas que, interpretando mal esta popularidade atribuiu-lhe poderes demoníacos aos seus milagres e êxtases, ao ponto de denunciarem o santo Frei ao Tribunal da Inquisição de Nápoles. O processo terminou reconhecendo a inocência do religioso, impondo-lhe, porém, a reclusão obrigatória e a transferência para conventos afastados.

Depois de sofrer muito e de diversas maneiras, predisse o lugar e o tempo de sua morte, que aconteceu em 18 de setembro de 1663, contando com sessenta anos de humilde testemunho e docilidade aos Carismas do Espírito Santo.

Foi beatificado por Bento XIV em 1753 e canonizado por Clemente XIII em 1767.

 

Os sete Eventos Sobrenaturais de São José de Cupertino, conhecido como o santo voador

  

São José de Cupertino (1603-1663), padroeiro dos estudantes e conhecido como o santo voador, foi abençoado por Deus com muitos milagres que ele sempre atribuiu à intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria. Abaixo sete eventos sobrenaturais que ocorreram durante a sua vida.

 

Voava pelos ares      

São José de Cupertino constantemente caía em êxtase e seus irmãos frades, bem como os fiéis, o viram “voar” em várias ocasiões. Certo dia religiosos o viram elevado até uma estátua da Virgem que estava a três metros e meio de altura, dando então um beijo no menino Jesus. Em seguida ele orou no ar com intensa emoção. O mais famoso destes eventos ocorreu quando os trabalhadores queriam levar uma cruz pesada para uma alta montanha, mas sem sucesso. Então São José elevou-se ao ar com a cruz e a levou ao topo da montanha.

 

Exorcizava com apenas uma sentença obediente

Seus superiores o escolheram para exorcizar demônios, mas o Santo considerava-se indigno para tal. Por isso, ele usava a seguinte frase contra o mal: “Saia dessa pessoa, se desejar, mas não o faça para mim, mas para a obediência que devo a meus superiores.” E os demônios saíam.

 

Podia estar em dois lugares ao mesmo tempo

O dom de estar em dois lugares ao mesmo tempo é chamado bilocação ouubiquidade. Dizem que quando a mãe de São José estava morrendo na aldeia de Cupertino, o Santo, que estava em Assis, sabia. O monge entrou com uma grande luz para o quarto de sua mãe que, depois de vê-lo, partiu para a Casa do Pai. Em Assis, seus superiores perguntaram por que São José estava chorando amargamente e ele respondeu que sua mãe havia acabado de morrer. Mais tarde foram muitos os que testemunharam o fato do Santo ter acompanhado sua mãe em Cupertino.

 

Curava com o Sinal da Cruz

Certa vez, um homem arrogante disse a São José: “Ímpio, hipócrita, não por você, mas pelo hábito religioso que você veste, tenho que respeitá-lo. Eu acreditaria em tudo que você faz se com o Sinal da Cruz em minha ferida ficasse curada.” O Santo humildemente respondeu que tudo o que ele havia dito sobre ele era verdade e, fazendo o Sinal da Cruz sobre a ferida, o homem foi curado. Ele também curou a visão de um homem cego colocando-lhe seu casaco sobre a cabeça. Os aleijados e coxos foram curados por beijar o crucifixo que São José colocava diante deles. Os contaminados com uma praga de febre altíssima foram curados quando o Santo fez o Sinal da Cruz em suas testas.

 

Lia os corações e convertia protestantes

O príncipe luterano John Frederick, aos 25 anos de idade, foi para Assis com dois acompanhantes, um católico e um protestante. Eles entraram na Igreja onde São José foi celebrar a Missa e, no momento da consagração, o Santo não pôde partir a Hóstia Consagrada porque estava dura como pedra e teve de colocá-la de volta na patena. São José começou a chorar de dor e elevou-se para quase um metro de altura. Ao descer, conseguiu partir a Hóstia com grande esforço. Seus superiores lhe perguntaram o que tinha acontecido e ele respondeu que era devido aos corações duros das pessoas que assistiram à missa. No dia seguinte, o príncipe voltou com os dois homens e quando o Santo elevou a Hóstia na Missa, a Cruz da Sagrada da Hóstia ficou preta. Isto causou-lhe grande dor e choro, o que o fez levitar por cerca de 15 minutos. Este milagre balançou o coração do príncipe, o levando a se converter à fé católica juntamente com o seu companheiro protestante.

 

Se comunicava com os animais

Quando passava por um campo e se colocava a rezar, ovelhas se reuniram ao seu redor e ouviram suas orações atentamente. As andorinhas voavam em bandos em torno de sua cabeça e acompanhavam-no por vários quarteirões.

 

Profetizou o futuro dos Papas

Uma vez o levaram até o Papa Urbano VIII, o qual queria saber se era verdadeiro o êxtase e os episódios de levitação do Santo. São José compareceu perante o Papa e levitou pelo ar para o espanto de todos os presentes. O Santo ainda previu a hora e o dia da morte do próprio Papa Urbano VIII e de Inocêncio X.

São Comemorados também neste dia: São Metódio do Olímpia, Santa Ricarda, Santo Eumênio de Gortyne (bispo), Santo Estórgio (primeiro bispo de Milão), São Ferréolo de Limoges (bispo).