quinta-feira, 30 de junho de 2022

 

OS DONS DO ESPÍRITO SANTO - SIGNIFICADO

 

Qual é a diferença entre sabedoria, entendimento e ciência? E por que o “temor de Deus” é diferente do medo?

 

FORTALEZA

Com o dom da fortaleza, Deus nos dá a coragem necessária para enfrentarmos as circunstâncias desafiadoras da vida e a firmeza de caráter para suportarmos as perseguições e tribulações decorrentes do nosso testemunho cristão, rejeitado e combatido pelo mundo. Foi graças ao dom da fortaleza que os santos recusaram as falsas promessas e enfrentaram as ameaças da mundanidade, muitos com o sacrifício da própria vida.

 

SABEDORIA

O dom da sabedoria nos leva a distinguir entre o que é essencial e o que não é; entre o que realmente importa e o que é meramente secundário. Ser sábio é saber escolher e apreciar o bem em meio às muitas alternativas sedutoras que se colocam diante do nosso livre arbítrio, confundindo o nosso julgamento com aparências que precisam ser desmascaradas. A sabedoria não necessariamente envolve inteligência, cultura e entendimento: é outro tipo de conhecimento; é a capacidade singela de enxergar ou intuir o bom, o belo e o verdadeiro a partir da referência do Absoluto, não do relativo. É o dom de “saber viver” em Deus, na bondade, na verdade e na beleza, ainda que não se entendam muitas coisas no sentido intelectual do termo “entender” – aliás, o entendimento é outro dom divino, que veremos em seguida.

 

ENTENDIMENTO

Este dom torna a nossa inteligência capaz de compreender e assimilar os conteúdos das verdades reveladas, auxiliando-se também da ciência, que ilumina a razão a fim de conhecermos melhor a criação e chegarmos assim ao Criador. Pode parecer um tanto confuso, à primeira vista, distinguir entre a sabedoria, o entendimento e a ciência. De fato, são dons complementares entre si, mas há distinção entre eles. Expliquemos dando um exemplo: há pessoas simples que, mesmo sem entenderem o vasto significado da liturgia, dos dogmas e das orações, sabem apreciar o sabor das coisas de Deus e dão testemunho de intensa devoção e piedade, sendo capazes de inspirar e ajudar os outros a viverem uma vida espiritual mais profunda, ainda que esses outros tenham maiores talentos intelectuais. Essas pessoas simples possuem o dom da sabedoria, mas lhes falta o entendimento – que é o dom de compreender o sentido das coisas de Deus. Com o dom do entendimento, o cristão contempla com mais lucidez e consciência o mistério da Santíssima Trindade, o amor de Cristo pela humanidade, o significado da Sagrada Eucaristia, dos sacramentos, dos ritos litúrgicos, da moral católica etc. E onde é que entra o dom da ciência? A ciência nos ajuda nessa compreensão fornecendo-nos um tesouro crescente de informações sobre a criação como precisamente isso: criação, obra do Criador.

 

CIÊNCIA

É o dom divino que aperfeiçoa as nossas faculdades intelectivas e nos ajuda a compreender a realidade como obra do Criador, iluminados, simultânea e harmoniosamente, pela fé e pela razão – “as duas asas que elevam o espírito humano à contemplação da Verdade”, conforme a bela descrição apresentada pela encíclica “Fides et Ratio”, do Papa São João Paulo II. O dom da ciência, portanto, nos abre à contemplação do Criador mediante o conhecimento da criação. É importante observar que se trata do dom da ciência de Deus, não da ciência das coisas do mundo; ele envolve o reconhecimento da criação como meio para a contemplação de Deus. Graças ao dom da ciência, os santos, por exemplo, souberam ver Deus atrás das criaturas como que através de um espelho. São Francisco de Assis compôs o “cântico das criaturas” ao Senhor porque todos os seres criados, desde as flores até as aves, desde a água até o fogo e o sol, lhe eram ocasião para contemplar e amar a Deus, Criador de tudo o que há. O dom da verdadeira ciência nos leva, mediante o reto conhecimento e reconhecimento das criaturas como criaturas, a vislumbrar o Criador. Entre as criaturas não se incluem apenas os demais seres tangíveis, mas também as próprias ações e comportamentos humanos, que fazem parte do mundo criado: o dom da ciência, portanto, nos ajuda ainda a saber como agir – e, neste sentido, evoca o dom do conselho.

 

CONSELHO

É o dom que permite à alma o reto discernimento sobre como responder às circunstâncias da existência, tanto no tocante às próprias decisões quanto na hora de orientar os irmãos a trilharem o caminho do bem.

 

PIEDADE

É a graça de Deus na alma que proporciona o relacionamento filial e profundo com Deus, mediante a oração e as práticas piedosas ensinadas pela Igreja. É o dom da devoção, do fervor, da experiência de viver em comunhão permanente com Deus.

 

TEMOR DE DEUS

O nome deste dom pode causar estranheza e confusão, pois muitos o entendem em sentido negativo, como se devêssemos ter medo de Deus. Na verdade, trata-se do dom divino que nos leva a “temer” por Deus no sentido de não querer que Ele seja desprezado e deixado de lado, nem pelos outros, nem por nós mesmos. É o santo temor de que Deus seja ofendido; ao mesmo tempo, é o sadio temor das consequências do afastamento de Deus – consequências que não consistem num castigo imposto por Deus, mas sim na decorrência natural da nossa própria possibilidade de optar por viver longe d’Ele: Deus respeita a nossa liberdade a tal ponto que não nos impede de odiá-lo se assim escolhermos; por isso mesmo, Ele tampouco impede as consequências desse ódio voluntário, que se resumem no afastamento eterno de Deus decretado por nós próprios com a nossa liberdade e arbítrio. O dom do santo temor de Deus nos ajuda, assim, a evitar tudo o que nos afasta d’Ele – ou seja, o pecado; e não por medo de castigo, mas pela justa consciência de que, ao nos afastarmos d’Ele, nós próprios O perdemos voluntariamente.

quarta-feira, 29 de junho de 2022

 

SÃO PEDRO E SÃO PAULO - MARTÍRIO

 

A solenidade de são Pedro e de são Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis.

E mais: depois da Virgem Santíssima e de são João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico.

Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.

Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos.

Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia, nem quanto ao ano desses martírios.

A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67.

Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma, durante a perseguição de Nero. Há outras raízes ainda envolvendo a data.

A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. São Pedro e são Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os "Pais de Roma". Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue "fundaram" a Roma cristã.

Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre.

São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.

São Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos Gentios". São Pedro e são Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre.

terça-feira, 28 de junho de 2022

 

MARIA, MÃE E EDUCADORA

 

Maria é o exemplo das educadoras cristãs. E José, juntamente com Maria, é o casal de deve servir de exemplo a todas as fam´[ilias cristãs.

Se quisermos chegar até Deus Pai e reinar com Jesus Cristo, assumamos a nossa vida de verdadeiros cristãos  com todas as suas consequências, com todas as suas alegrias e espinhos.

A vida do cristão tem muitas vezes a transfiguração do Monte Tabor (Mt 17,1-13), mas sempre vai ter a subida do Monte Calvário com a inevitável crucificação (Jo 19,17-37). A vida do cristão tem as alegrias do nascimento de Jesus em Belém (Lc 2,1-20), mas tem também as apreensões e tristezas da matança dos inocentes e por Herodes e a fuga para o Egito (Mt 1,13-18).

A vida do cristão tem a entrada triunfal em Jerusalém, (Mt 21,1-11)  mas também tem o sofrimento da flagelação e da coroação de espinhos (Mt 27,28-31), mas, apesar de tudo isso, não podemos nos esquecer que, depois da morte de cruz vem a ressurreição e é através da ressurreição que o Senhor Jesus faz cumprir todas as profecias de se tornar e ser o Rei do Universo.

É através da nossa ressurreição de todos os dias e de cada dia, do nosso cair-e-levantar que nos tornamos herdeiros do Reino dos Céus onde Jesus Cristo reina por todo o sempre, “Àquele que nos ama, e que nos lavou de nossos pecados com seu sangue, e fez de nós uma Realeza e Sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele pertencem a glória e o domínio pêlos séculos dos séculos, Amém. Eis que ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, até mesmo os que o traspassaram, e todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim!  Amém! Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, “Aquele-que-é, Aquele-que-era e Aquele-que-vem”, o Todo Poderoso  (Apo 1,5-8).

segunda-feira, 27 de junho de 2022

 

NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO

 

Muitos autores afirmam que o primeiro Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi pintado em madeira por São Lucas, no século I, na época em que a Virgem Maria morava em Jerusalém. Revela a tradição que Ela viu a pintura com o Menino Jesus aos braços e apreciou muito, abençoando o artista e o seu trabalho.

Quando Lucas completou o Ícone, é tradição que ele deu de presente ao seu amigo pessoal e patrono Teófilo, e viajou em companhia de São Paulo, no prosseguimento do trabalho de evangelização. Consta ainda de informações antigas, que em meados do século V, o Ícone da Virgem foi encontrado no Império Bizantino.

Santa Pulquéria, que era Rainha e governava o país, ergueu um Santuário em honra da Virgem Maria em Constantinopla, e segundo fontes fidedignas, aquele Ícone permaneceu lá por muitos anos, onde nossa Mãe Santíssima era venerada por milhares de cristãos: reis, imperadores, homens, mulheres e crianças, ricos e pobres, e sobre todos derramava, uma quantidade incontável de graças, milagres e benefícios.

Também neste período, se tem conhecimento de que já existia pelo menos uma copia do original, que se encontrava no salão imperial de audiências da Rainha em Constantinopla.

Por outro lado, desde longa data, a arte sempre foi influenciada pela religiosidade popular, e mais especificamente nos séculos XII e XIII, com muito fervor foi colocada em grande evidência a Natureza Humana de Jesus, sendo divulgados com frequência os sofrimentos da Paixão, o Drama do Calvário do Senhor e as Dores de Nossa Senhora.

Aqueles fatos tristes e terríveis centralizavam a devoção das pessoas, que pelo cultivo deles, revelavam a grandeza de seu piedoso amor e carinho a Jesus e a Virge Maria.

Neste sentido, dois grandes Santos da época contribuíram exercendo uma forte influência com suas pregações, para que existisse de fato um acentuado exercício da devoção aos sofrimentos do Senhor: foram São Bernardo de Claraval e São Francisco de Assis.

Segundo afirma a tradição, São Lucas era grego, da mesma maneira que os seus pais. Assim o estilo bizantino originário daquela região, estava por assim dizer, no seu sangue. Então, nos séculos XII, XIII e XIV, os pintores fizeram diversas cópias em madeira e tela, criando o Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, procurando mesclar o estilo bizantino de Bizâncio, com aquela nova manifestação artística, buscando colocar expressões de sofrimento, dor e expectativa, nas faces da Virgem Maria e do Menino Deus. Entretanto o Ícone original desapareceu misteriosamente.

A tradição comenta que foi durante o cerco de Constantinopla. A conquista da capital bizantina pelo Império Otomano, no dia 29 de Maio de 1453, causou o desaparecimento de diversas relíquias cristãs, de valor inestimável.

Descreve a tradição que na véspera da queda da Cidade, durante o reboliço vivido pela multidão, cada pessoa se movimentava articulando alguma providência para escapar do cerco turco.

À noite alguém se apossou do Ícone da VIRGEM e da Coroa Imperial, dos quais, nunca mais se teve qualquer notícia! Este fato nos faz presente, que a passagem dos séculos não alterou e nem modificou o comportamento e a dedicação de MARIA em relação a humanidade, Ela continua demonstrado o mesmo carinho, a preciosa atenção e o perpétuo auxílio, através do Ícone pintado por São Lucas, assim como de todos os outros Ícones cópias e imagens, que visam, sobretudo, fazer com que Ela, a MÃE DE DEUS, seja mais conhecida e amada pelos seus filhos.

Sobre as figuras no retrato, estão algumas letras gregas. As letras “IC XC” são a abreviatura do nome “Jesus Cristo” e “MP ØY” são a abreviatura de “Mãe de Deus”. As letras que estão abaixo dos arcanjos correspondem à abreviatura de seus nomes.

No ícone observamos a Virgem Maria segurando o Menino Jesus aos braços, e ele, com uma expressão de expectativa um pouco assustado, segurando fortemente com as duas pequenas mãos, o polegar direito de sua Mãe, e olhando na direção do Arcanjo Gabriel.

O Arcanjo Gabriel está com a Cruz da Redenção e a esquerda da Virgem Maria, está o Arcanjo São Miguel com os instrumentos da Paixão do Senhor: a lança, o cravo de ferro, balde e a cana (vara de hissopo) com a esponja molhada no vinagre (conforme Jo 19, 29).

Como uma criança assustada diante daqueles terríveis instrumentos de Sua Paixão, ELE deve ter se movimentado nos braços da Mãe e involuntariamente soltado de seu pé direito a sandália, que está dependurada.

A face de Nossa Senhora é séria e triste, olhando em nossa direção, nos mostrando o seu pequenino e amoroso FILHO, e ao redor, os instrumentos da sua abominável flagelação e crucificação, suscitando nossa piedade e devoção, e nos convidando a lembrar sempre os motivos do sofrimento e das dores de Jesus para redimir a Humanidade de todas as gerações. 


domingo, 26 de junho de 2022

 

MÃE DO PERPÉTUO SOCORRO

 

Maria. Virgem Maria. Mãe do Perpétuo Socorro. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.         

É com este título que centenas e milhares de filhos e devotos seus a louvam em Rio Preto e por toda a parte onde quer que exista alguém desesperado ou necessitado de sua ajuda, de seu auxílio, de seu socorro. Foram os seus filhos que lhe deram esse título, e não foi por acaso.

A Senhora socorre os necessitados desde quando  começamos a conhecer na Anunciação do Anjo. Sabendo a Senhora que sua prima Isabel estava em dificuldades, a Senhora se põe a caminho para socorrê-la nas suas necessidades e não a deixa enquanto não ver que tudo estava certo e que ela estava bem. E, para socorrer a sua prima Isabel, a Senhora não pensou em si própria: pensou só no bem do outro.           Isabel estava grávida e precisava de ajuda.

Mas a Senhora, Mãe do Perpétuo Socorro, também estava grávida, e grávida do Filho de Deus que se fazia homem para que todos os homens se tornassem filhos de Deus. A Senhora não pensou em si própria, deixou de lado os seus próprios problemas para socorrer outra pessoa que necessitava de sua presença, de sua ajuda, de seu socorro. E, depois deste fato que nos atesta a sua preocupação com todos os necessitados, através do Evangelho vamos encontrar a Senhora, novamente, preocupada com o bem estar de outras pessoas, lá no casamento de Canaã, na Galiléia.

Estava sendo realizado um casamento. A Senhora e seu Divino Filho eram convidados e participavam da festa. De repente, com seu espírito e atenção maternal, a Senhora pressentiu que os noivos estavam em dificuldades, e com uma solicitude insuperável, a Senhora se apressou em socorrê-los, fazendo até que o seu Divino Filho  antecipasse o momento de seu primeiro milagre para realiza-lo ali, no casamento de Canaã, na Galiléia, transformando água em vinho.

A sua prima Isabel estava em dificuldades, e a Senhora, sem esperar que ela vos pedisse, a Senhora foi até lá e a socorreu em suas necessidades.

A Senhora pressentiu que os noivos de Canaã  estavam em dificuldades, e a Senhora não esperou que alguém viesse vos pedir ajuda e socorro,  e a Senhora se prontificou, de imediato, em socorrê-los. E a Senhora continuou através dos séculos a socorrer a todos os seus filhos necessitados que lhe pedissem socorro, que lhe pedissem ajuda, que lhe elevassem uma súplica para que algum problema em suas vidas fosse resolvido.

E tanta certeza tinha São Bernardo da sua atenção, Senhora, que ele nos deixou escrito uma das mais belas orações chamando a atenção de todos os seus filhos a fim que atentassem para a atenção que a Senhora  tem com todos os seus filhos; basta lhe pedir com amor e devoção que a Senhora prontamente atende a todos os pedidos justos de seus filhos.

E prova disso, Mãe do Perpétuo Socorro, temos aqui em São José do Rio Preto  e região, através do seu Santuário, onde se realiza a sua novena perpétua dirigida à Senhora sob o título de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Todos os dias o seu Santuário é visitado por centenas de pessoas e todas as quartas-feiras milhares de fiéis recorrem ao seu Santuário para pedir socorro a fim de resolver algum problema, alguma necessidade: é um chefe de família endividado; é alguém que não tem forças para vencer algum vício e vem aos seus pés pedir socorro; é uma moça pedindo para encontrar um bom moço para se casar; é um jovem, uma jovem, um pai ou mãe de família pedindo socorro para encontrar um bom emprego; é um doente pedindo socorro par que lhe seja devolvida a saúde; é uma mãe de família desesperada porque seu marido bebe, ou seu filho se encontra em más companhias ou no caminho das drogas; é o estudante pedindo socorro para ser bem sucedido nos  seus estudos e passar de ano; é o lavrador pedindo o socorro da chuva ou do sol para que tenha uma boa colheita, enfim, são milhares de pedidos que a Senhora recebe todos os dias e, principalmente nas quartas-feiras, dia de sua novena perpétua, e a Senhora não desampara nenhum filho seu.

Nenhum filho seu, que chega com amor e confiança aos seus pés, sai dali sem ter a esperança de que seu pedido será atendido. Virgem Maria, Mãe de Deus e Nossa Mãe, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, como disse São Bernardo: “Jamais se ouviu dizer que qualquer devoto que tivesse chegado aos seus pés, solicitado uma ajuda, feito um pedido ou implorasse um socorro, tivesse sido pela Senhora desamparado. Mãe querida, e por isso hoje nós suplicamos, e à sua proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos de todos os perigos, ò Virgem Gloriosa e Bendita.”

sábado, 25 de junho de 2022

 

NOSSA SENHORA DA PAZ

 

Segundo a tradição, no ano de 1682, alguns mercadores encontraram na vila do Mar do Sul salvadorenho uma caixa abandonada; tão bem fechada que não conseguiram abri-la com ferramentas.

Certos de que continha algum objeto valioso, levaram-na para a cidade de São Miguel, onde encontrariam recursos para abri-la. Puseram a caixa no lombo de um burro e iniciaram uma longa e perigosa viagem até chegarem à cidade no dia 21 de novembro.

Visando garantir a posse do provável tesouro, dirigiram-se primeiramente às autoridades do lugar para lhes comunicar o achado; ao passarem diante da igreja paroquial, hoje Catedral, o burro deitou-se por terra decidida a não mais se levantar.

Sem nenhum esforço conseguiram abrir a caixa que continha uma formosa imagem de Nossa Senhora com o Menino nos braços. A origem da imagem permanece misteriosa e envolta em lenda. Nunca se pôde descobrir qual seria o destino daquela caixa, nem como chegou ao território salvadorenho.

Conta-se que no momento em que retiravam a imagem ocorria uma violenta luta entre os habitantes da região.

Ao terem notícia do milagroso achado, todos depuseram as armas e imediatamente cessaram as hostilidades; também se relata que nas lutas fratricidas de 1883, o lado vitorioso, em vez de promover represálias, como se esperava, fez colocar a abençoada imagem no átrio da paróquia e, aos pés de Maria, jurou solenemente não guardar rancores e extirpar o ódio dos corações para que a paz gerasse fraternidade e reconciliação.

Por isso deram à imagem o título de Nossa Senhora da Paz, cuja festa é celebrada no dia 21 de novembro, para recordar sua chegada a São Miguel. A imagem é de tamanho regular. Talhada em madeira e vestida de roupas brancas, tem à frente um bordado com o escudo nacional da República de Salvador.

A imagem tem na mão uma palma de ouro, como lembrança da erupção do vulcão Chaparrastique, que ameaçou transformar a cidade num mar de lava ardente. Os atemorizados habitantes de São Miguel colocaram a imagem de Nossa Senhora da Paz na porta principal da Catedral e no mesmo instante a forte corrente de lava mudou de direção, afastando-se da cidade.

No ponto exato onde a lava mudou seu rumo há um povoado chamado "Milagro de la Paz".

Isto ocorreu no dia 21 de setembro de 1787. Neste dia todos testemunharam que a fumaça que saia do vulcão formava uma palma. Vendo nisto um sinal da proteção da Virgem, o povo resolveu colocar em sua mão uma palma de ouro, semelhante a que contemplaram no céu.

A coroação canônica da imagem ocorreu no dia 21 de novembro de 1921. O ourives que confeccionou a coroa da Virgem empregou 650 gramas de ouro e muitas pedras preciosas, entre as quais se destaca uma grande esmeralda cercada de brilhantes.

São comemorados também, neste dia: São Guilherme de Vercelli (abade), São Luano, São Próspero de Aquitânia (leigo), Santo Adalberto de Egmond (monge), São Galicano de Embrun (bispo), São Máximo de Turim (bispo).

sexta-feira, 24 de junho de 2022

 

SÃO JOÃO BATISTA

 

Esta data, 24 de junho, comemora o nascimento de João Batista.

No dia 29 de agosto é lembrada, liturgicamente, a sua morte por decaptação ordenada pelo rei Herodes. João nasceu numa pequena aldeia chamada Aim Karim, a cerca de seis quilômetros lineares de distância a oeste de Jerusalém.

Segundo interpretações do Evangelho de Lucas, João Barista era um nazireu de nascimento, insto é, consagrado a Yahweh que não podia tomar bebidas fermentadas e nem cortar o cabelo e nem tocar em mortos, conforme vemos no livro dos  Números, 6,1-21. Outros documentos defendem que pertencia à facção nazarita de Israel, integrando-a na puberdade, era considerado, por muitos, um homem consagrado.

De acordo com a cronologia neste artigo, João teria nascido no ano 7 aC; os historiadores religiosos tendem a aproximar esta data do ano 1º, apontando-a para 2 aC. Como era prática ritual entre os judeus, o seu pai Zacarias teria procedido à cerimônia da circunsição, ao oitavo dia de vida do menino.

A sua educação foi grandemente influenciada pelas ações religiosas e pela vida no templo, uma vez que o seu pai era um sacerdote e a sua mãe pertencia a uma sociedade chamada "as filhas de Araão", as quais cumpriam com determinados procedimentos importantes na sociedade religiosa da altura.

Aos 6 anos de idade, de acordo com a educação sistemática judaica, todos os meninos deveriam iniciar a sua aprendizagem "escolar".

Em Judá não existia uma escola, pelo que terá sido o seu pai e a sua mãe a ensiná-lo a ler e a escrever, e a instruí-lo nas atividades regulares. Aos 14 anos há uma mudança no ensino.

Os meninos, graduados nas escolas da sinagoga, iniciam um novo ciclo na sua educação. Como não existia uma escola em Judá, os seus pais terão decidido levar João a Engedi (atual Qunram) com o fito de este ser iniciado na educação nazarista.

Engedi era a sede ao sul da irmandade nazarita, situava-se perto do Mar Morto e era liderada por um homem, reconhecido, de nome "Ebner". João terá efetuado os votos de nazarita que incluíam abster-se de bebidas intoxicantes, o deixar o cabelo crescer, e o não tocar nos mortos. As ofertas que faziam parte do ritual foram entregues em frente ao templo de Jerusalém como caracterizava o ritual.

Segundo o relato bíblico (Mt 3,4), João também trajava veste simples (de pelos de camelo, um cinto de couro em torno de seus lombos) e alimentava-se de "gafanhotos e mel silvestre", não obstante, devido ao termo "gafanhoto" se referir também à alfarrobeira (Ceratonia siliqua), uma árvore de fruto adocicado comestível, nativa da região mediterrânica, onde provavelmente vivia o personagem bíblico, seja provável que usasse alfarrobas com mel, conhecida ainda como Pão-de-João ou Pão-de-São-João, figueira-de-pitágoras e figueira-do-egipto.

O pai de João, Zacarias, terá morrido no ano 12 dC. João teria  entre 18 e 19 anos de idade, e terá sido um esforço manter o seu voto de não tocar nos mortos. Com a morte do seu pai, Isabel ficaria dependente de João para o seu sustento.

Era normal ser o filho mais velho a sustentar a família com a morte do pai. João seria filho único. Para se poder manter próximo de Engedi e ajudar a sua mãe, eles terão se mudado, de Judá para Hebrom (o deserto da Judeia).

Ali João terá iniciado uma vida de pastor, juntando-se às dezenas de grupos ascetas que deambulavam por aquela região, e que se juntavam amigavelmente e conviviam com os nazaritas de Engedi.

Isabel terá morrido no ano 22 dC e foi sepultada em Hebrom. João ofereceu todos os seus bens de família à irmandade nazarita e aliviou-se de todas as responsabilidades sociais, iniciando a sua preparação para aquele que se tornou um “objetivo de vida” - pregar aos gentios e admoestar os judeus, anunciando a proximidade de um “Messias” que estabeleceria o “Reino do Céu”.

De acordo com um médico da Antioquia, que residia em Písia, de nome Lucas, João terá iniciado o seu trabalho de pregador no 15º ano do reinado de Tibério. Lucas foi um discípulo de Paulo, e morreu no ano 90.

A sua herança escrita, narrada no "Evangelho segundo Lucas" e "Atos dos Apóstolos" foram compiladas em acordo com os seus apontamentos dos conhecimentos de Paulo e de algumas testemunhas que ele considerou.

Este 15º ano do reinado de Tibério César terá marcado, então, o início da pregação pública de João e a sua angariação de discípulos por toda a Judeia em acordo com o Novo Testamento.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

 

MARIA MÃE DE JESUS, MÃE E EDUCADORA

 

Maria é o exemplo das educadoras cristãs.    E José, juntamente com Maria, é o casal de deve servir de exemplo atodos os casais, a todos os pais na educação de seus filhos.

Um exemplo de dedicação e amor aos filhos nos deram José e Maria quando Jesus, aos doze anos de idade, fica perdido em Jerusalém e é encontrado pelo santo casal três dias depois de intensa e angustiante procura, depois da festa da páscoa.

Maria e José é o casal que deve ser tomado como exemplo a todos os pais cristãos na educação de seus filhos. A educação dos filhos é sempre um tema atual.

A preocupação primeira dos pais é educar bem seus filhos, mas, geralmente, os pais não foram educados convenientemente, não por culpa deles, e, por isso, não sabem educar seus filhos com critérios civis, sociais e cristãos.

Os pais de hoje, geralmente, não sabem por onde devem começar a educação de seus filhos. A educação de um filho começa, exatamente, nove meses antes dele nascer, isto é, a educação do filho começa a partir da sua concepção no ventre de sua mãe, e, educar, acima de tudo quer dizer “amar”, aceitar e fazer do filho parte de seu ser.

O filho, a partir do momento em que nasce, é como se Deus colocasse nas mãos dos pais uma pedra bruta, julgando que os pais tem as ferramentas necessárias para dessa pedra fazer uma obra de arte. De acordo com as ferramentas que os pais tem, isto é, a sua educação e seus princípios cristãos, sociais e civis, os pais podem modelar dessa pedra bruta recebida de Deus, um anjo ou um demônio, uma beleza ou uma monstruosidade, conforme educar esse filho.

Os filhos, depois que crescem, são aquilo que os pais fizeram deles.

Se o filho nasceu num ambiente sadio, de amor, segurança e tranqulidade, eles serão pessoas equilibradas, responsáveis, honestas, retratos fieis da educação que receberam e sempre terão em seus pais a coluna mestra para se orientar na vida. Se, pelo contrário, o filho nasceu num ambiente inseguro, de briga, de desamor, de falta de segurança, de vícios, de palavras impensadas, de chantagens e mentiras, esse filho será uma pessoa insegura, intanquila, descontente com a vida e o mundo, e tem tudo para ser um marginal da sociedade.

Na maioria das vezes condenamos o marginal que rouba, que mata, que provoca insegurança na sociedade e que desestrutura as famílias por espalhar o medo e a insegurança.

Mas nunca chegamos à conclusão que ninguém é marginal porque quer ou porque gosta, e a culpa de uma pessoa se transformar em marginal não é culpa somente dela; o fato de uma pessoa ser marginal vem da sua educação, do seu berço, da sua família que não a soube educar.

Foi a sua família que o fez marginal, e a própria sociedade contribuiu para isso.

Em uma família onde a criança presencia constantemente os pais brigando, o pai chegando embriagado  violento, agredindo tudo mundo dentro de casa, a mãe dando maus exemplos e falando mal do pai, mãe e pai que não gostam de trabalhar e desonestos, família onde não se conversa, não se dialoga mas somente se xingam, se maldizem, não pode a criança sair dali como uma pessoa de bem. Se a família dessa criança não presta e ela viveu nesse ambiente toda a sua infância e adolescência, , quando ela ficar adulta vai julgar que família nenhuma presta como a família em que nasceu, viveu e foi educado, e, inconscientemente, vai querer destruir todas as famílias.

Os pais, através da educação que dão aos filhos é que o fazem ser anjos ou demônios.

A pobreza não é justificativa para se dizer que não tem condições para educar bem o filho.

Existem centenas e milhares de famílias pobres mas decentes, honestas e trabalhadores, que desde que o filho nasce, talvez a família não tenha condições de lhe dar um berço e um enxoval bonito, mas muito mais que isso vale o amor que a família dá a sua criança, ao seu filho.

Ser rico também não quer dizer que sabe educar seus filhos, e não é somente nos filhos das famílias pobres que existem marginalidade; nos filhos dos ricos temos também grande porcentagem de marginalidade, com uma diferença, os pobres marginais estão todos presos, e os ricos marginais estão na rua porque o dinheiro compra até a justiça dos homens; o dinheiro compra tudo e esconde tudo.  O filho do pobre apronta, pronto, já é um marginal, e é logo preso e denunciado nos rádios jornais e televisões. O filho do rico apronta, também é, portanto, um marginal, mas como tem dinheiro, consegue advogados corruptos que confunde a justiça dos homens, e com o seu dinheiro compra a imprensa, cala a imprensa escrita e falada.

Para saber educar um filho não é necessário ser rico: é preciso acima de tudo ter amor no coração, ser um casal bem educado e que se aceitam com amor; os pais precisam ser bem educados para educarem seus filhos, porque, não tem educação, quem não recebeu educação não a pode transmitir, porque ninguém dá o que não tem.

A educação dos filhos, acima de tudo, é um ato de amor, desse amor que perdura a vida inteira, até a vida eterna, e jamais terá fim.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

 

MUDANÇA DE VIDA E MENTALIDADE

 

Quando Jesus se deparava com pessoas que viviam vida pouco digna, que se intitulavam santos e exploravam o povo, que viviam mergulhados no pecado, na injustiça e que não tinham qualquer intenção ou interesse de mudarem o seu modo de vida e mentalidade, Jesus era duro, chamando-os de geração adúltera, raça de víboras, sepulcros caiados: “Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas, porque vocês bloqueam o Reino dos Céus diante dos homens! Pois vocês mesmos não entram, nem deixam entrar os que querem fazê-lo.” (Mt 23,13-14), e, na sequência, Jesus profere outras seis maldições contra os escribas e fariseus e, dentre estas está esta terrível, que suscita em cada um de nós motivo de reflexão: (Mt 23,27-28). “Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas! Vocês são semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão. Assim também vocês: por fora parecem justos aos homens, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e iniquidade.”

Aos que se apresentavam arrependidos, procurando mudar de vida e de mentalidade, Jesus os recebia com carinho e amor paternal; mas, pelo contrário, os que viviam uma vida pecaminosa e, apesar dos ensinamentos do Divino Mestre, se mantinham na sua trilha de pecado e iniquidade, para esses Jesus tinha palavras duras e mostrava qual seria o destino deles se continuassem na trilha do desrespeito aos mandamentos do Senhor.

Quando Jesus disse que os publicanos e prostitutas chegariam aos céus primeiro ou precederiam muita gente no reino dos céus, até hoje, muita gente que não vive o espírito de Jesus Cristo e nem assume a sua mensagem evangélica, se escandaliza, desconhecendo o sentido verdadeiro dessa afirmativa do Divino Mestre.

Os ladrões e prostitutas que tiveram uma vida de pecado mas que se arrependeram, esclarecidos que foram  pela luz e força do espírito do Evangelho, esses precederão no Reino dos Céus a muitos que se julgaram e se julgam santos.     

O Reino dos Céus é para todos os que tem o coração puro: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.” (Mt 5,8). Assim o salmista define os que herdarão o Reino dos Céus: “Quem pode subir a montanha de Iahweh? Quem pode ficar de pé no seu lugar santo? Quem tem mãos inocentes e coração puro, e não se entrega à falsidade, nem faz juramentos para enganar” (Sl 24 (23),3-4).

O Reino dos Céus foi feito para os mansos e humildes de coração, para os que tem mãos inocentes e coração puro, não se entrega à falsidade e nem faz juramentos para enganar; para os que oram, reconhecendo a grandeza e misericórdia de Deus Pai, para os que sabem que são pecadores mas fazem penitência e se arrependem verdadeiramente de seus pecados.

Mas os que estão no pecado e continuam  na sua vida irregular, pecaminosa, a esses Jesus  tem palavras duras e promessas pouco animadoras para a vida futura.

É por isso que Paulo escreve a Timóteo, chamando-lhe a atenção de como deve viver o cristão que está preocupado com a vida eterna e lutando para herdar o Reino de Deus: “Tu,, porém, ó homem de Deus, foge dessas coisas. Segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna,, para a qual foste chamado, como o reconheceste numa bela profissão de fé diante de muitas testemunhas.” (1Tm 6,11-12).

Assim João escreve na sua primeira carta: “Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus, e todos o que ama ao que gerou ama também o que dele nasceu. Nisso reconhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Pois este é o amor de Deus; observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: A NOSSA FÉ” (1Jo 5,1-4).

terça-feira, 21 de junho de 2022

 

SÃO LUÍS GONZAGA - 1568-1591

 

Luís nasceu no dia 9 de março de 1568, na Itália. Foi o primeiro dos sete filhos de Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione delle Stiviere e sobrinho do duque de Mântua.

Seu pai, que servia ao rei da Espanha, sonhava ver seu herdeiro e sucessor ingressar nas fileiras daquele exército. Por isso, desde pequenino, Luís era visto vestido como soldado, marchando atrás do batalhão ao qual seu pai orgulhosamente servia.

Entretanto, Luís não desejava essa carreira, pois, ainda criança fizera voto de castidade.

Quando tinha dez anos, foi enviado a Florença na qualidade de pajem de honra do grão-duque de Toscana. Posteriormente, foi à Espanha, para ser pajem do infante dom Diego, período em que aproveitou para estudar filosofia na universidade de Alcalá de Henares.

Com doze anos, recebeu a primeira comunhão diretamente das mãos de Carlos Borromeu, hoje santo da Igreja. Desejava ingressar na vida religiosa, mas seu pai demorou cerca de dois anos para convencer-se de sua vocação.

Até que consentiu; mas antes de concordar definitivamente, ele enviou Luís às cortes de Ferrara, Parma e Turim, tentando fazer com que o filho se deixasse seduzir pelas honras da nobreza dessas cortes. Luís tinha quatorze anos quando venceu as resistências do pai, renunciou ao título a que tinha direito por descendência e à herança da família e entrou para o noviciado romano dos jesuítas, sob a direção de Roberto Belarmino, o qual, depois, também foi canonizado.

Lá escolheu para si as incumbências mais humildes e o atendimento aos doentes, principalmente durante as epidemias que atingiram Roma, em 1590, esquecendo totalmente suas origens aristocráticas.

Consta que, certa vez, Luís carregou nos ombros um moribundo que encontrou no caminho, levando-o ao hospital. Isso fez com que contraísse a peste que assolava a cidade. Luís Gonzaga morreu com apenas vinte e três anos, em 21 de junho de 1591.

Segundo a tradição, ainda na infância preconizara a data de sua morte, previsão que ninguém considerou por causa de sua pouca idade. Mas ele estava certo. O papa Bento XIII, em 1726, canonizou Luís Gonzaga e proclamou-o Padroeiro da Juventude. A igreja de Santo Inácio, em Roma, guarda as suas relíquias, que são veneradas no dia de sua morte.

Enquanto a capa que são Luís Gonzaga usava encontra-se na belíssima basílica dedicada a ele, em Castiglione delle Stiviere, sua cidade natal.

São comemorados também neste dia: Santa Florentina, São Silvério, Santo Alberto de Magdeburgo, São Goban de Laon (presbítero emártir), Santa Hélia de Ohren (abadessa), São João de Matera (abade), São Macário de Petra (bispo), São Novato de Roma (mártir), Santa Miquelina de Pesaro, Bem Aventurada Margarida Ebner.


segunda-feira, 20 de junho de 2022

 

“TU O DIZES, EU SOU REI...”

 

Por algumas vezes o povo judeu, empolgado pelas maravilhas e milagres operados por Jesus e na sua ignorância quanto ao Reino  que Jesus veio proclamar, quis fazer dele um rei deste mundo: “Jesus, porém, sabendo que viriam buscá-lo para fazê-lo rei, refugiou-se de novo, sozinho, na montanha.” (Jo 6,15).

Jesus não viera a este mundo para satisfazer a ganância e o desejo de poder do povo judeu, não aceitou ser proclamado rei e fugiu, porque, o Reino por ele anunciado, não seria um reino de ostentação, de força, de poder, de glórias terrenas, de riqueza, de dominação, mas um reino de amor, de sacrifícios, de serviço, de doação total.

Os judeus não entenderam isso, e por ironia, acabaram matando em uma cruz aquele mesmo que eles queriam proclamar rei.Durante o julgamento de Jesus Pilatos, o governador de Jerusalém, pergunta-lhe: “Tu és o rei dos judeus?” e Jesus responde: “Meu reino não é deste mundo...”, mas, Pilatos insiste ainda: “Então, tu és rei?” Respondeu Jesus: “Tu o dizes, eu sou rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade escuta a minha voz.” (Jo 18,36-37).

Jesus Cristo é Rei. É ele mesmo quem se proclama rei: “Tu o dizes, eu sou rei.” (Jo 18,37). Jesus se proclama rei no momento mais doloroso de sua vida. Quando Pilatos lhe pergunta se ele era realmente “Rei dos Judeus”, havia uma ironia nessa pergunta; Pilatos não estava preocupado com a verdade; talvez até quisesse se divertir às custas daquele homem das dores em sua presença, já profetizado por Isaias: “Tão desfigurado estava o seu aspecto e a sua forma não parecia de um homem...” (Is 52,14).          

Que ironia: um rei coroado com uma coroa de espinhos, tendo sobre os seus ombros um manto emprestado, como cetro, na mão, um pedaço ridículo de cana e como trono um tronco onde foi amarrado para ser açoitado...

Um rei  todo machucado, com a carne dilacerada, com os olhos inchados, com a aparência de um condenado, por isso “Nós o tínhamos como vítima do castigo, ferido por Deus e humilhado.” (Is 53,4); “Foi maltratado mas livremente humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro conduzido ao matadouro.” (Is 53,7).        

Um rei com o rosto coberto de escarros da soldadesca embriagada e nojenta, com os cabelos em desalinho, com as mãos amarradas, com a pele e a carne dilaceradas pela violência dos açoites, com os pés descalços. Sua aparência era real e total de um condenado, traído e abandonado até pelos seus Apóstolos, aqueles mesmos que lhe afirmaram numa profissão de fé:. “Senhor, a quem iremos? Tens palavra de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que tu és o santo de Deus”. (Jo 6,68). Traído pelo seu Apóstolo Judas Escariotes e negado pelo mesmo Pedro Apóstolo que lhe dissera: “Ainda que todos se escandalizassem por tua causa, eu jamais me escandalizarei.” (Mt 26,33); e Jesus, conhecedor da fragilidade da natureza humana, faz uma terrível revelação: “Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante, me negarás três vezes.” (Mt 26,34).

E Pedro, na sua pseuda coragem e bravatisse, se levanta, bate no peito e afirma categoricamente: “Mesmo que tiver de morrer contigo, não te negarei.” (Mt 26,35). Pobre Pedro. Tristemente, Pedro é a imagem de muitos cristãos dos nossos dias.

E, durante o julgamento, Pedro lá estava, disfarçado, escondido em um canto para que não fosse reconhecido como um “seguidor do condenado”.

Reconhecido por  uma criada, antes que o galo cantasse, Pedro nega Jesus por três vezes (Mt 26,69.75): “Não conheço o homem” (Mt 26,74).

Mas o olhar de Jesus, apesar do sofrimento e da desilusão de se ver negado pelo Apóstolo que jurara de pés juntos que “mesmo que tiver de morrer contigo, não te negarei.” (Mt 26,35), aquele mesmo olhar permanecia tranquilo, como tranquilo foi o olhar de Jesus dirigido à Pedro após a sua tríplice negação: “Imediatamente, enquanto ele (Pedro) ainda falava, o galo cantou, e o Senhor voltou-se, fixou o olhar em Pedro.” (Lc 22,60); um olhar tão tranquilo e cheio de paz que alcançava profundamente o íntimo de cada pessoa e “Pedro se lembrou da palavra que Jesus dissera: “Antes que o galo cante, três vezes me negarás.” Saindo dali ele chorou amargamente.” (Mt 26,75).

Um rei que havia sido traído e negado por seus súditos.  Um rei que havia sido açoitado.  Um rei que havia servido de gozação por parte da soldadesca embriagada que escarnecia dele, dizendo: “Salve rei dos judeus.” (Mt 27,29).

Um rei com uma grande coroa de espinhos na cabeça que lhe rasgava o couro cabeludo e penetrava profundamente nos ossos, na testa, nas frontes, na nuca, causando os mais terríveis sofrimentos e dores.

Aquele homem, naquele estado, antes de se dizer rei, devia pedir clemência, tinha de implorar misericórdia; mas não: ele se mantém digno, de pé, com uma postura e dignidade que somente um rei poderia ter, uma dignidade que perturbava a todos os seus acusadores e impressionava os seus julgadores que não tinham tanta certeza se deveriam condená-lo ou não.

Uma dignidade que somente um rei poderia ter, mas não um rei deste mundo, e sim um  REI que tinha algo de sobrenatural, uma missão a cumprir e, aquelas cenas, aquele sofrimento, aquele julgamento estavam enquadrados nos planos de sua missão. Pilatos, na sua gozação, não perde a oportunidade e pergunta: “Então, tu és rei?” (Jo 18,37).   

Mas a resposta que Jesus lhe dá não é a mesma que ele esperava, e Jesus responde: “Tu o dizes, eu sou rei.”  (Jo 18,37), e afirma: “Para isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade.  Quem é da verdade escuta a minha voz.” (Jo 18,37).  Mas afirma categoricamente: “Meu reino não é deste mundo...” (Jo 18,36).

Pilatos deve ter se impressionado com essas respostas, mas ainda não convencido das grandes verdades ditas pelo Senhor Jesus quanto ao verdadeiro reino que ele veio trazer ao mundo para os homens e, possivelmente para atingir com sua “gozação” também os fariseus, escribas, sacerdotes e chefes do povo judeu, manda fazer uma tabuleta para colocar na cruz onde Jesus seria crucificado com a seguinte inscrição: “Este é Jesus, o rei dos Judeus.” (Mt 27,37), assinando, assim a sua condenação e assumindo a culpa de estar compartilhando, pelas suas atitudes dúbias, com a morte do Rei do Universo.

Pilatos e o povo judeu não  esperavam jamais que aquele que fora escarnecido, julgado, condenado e crucificado como elemento nocivo à sociedade, à religião e ao governo, três dias depois ressuscitaria dos mortos e estabeleceria o seu Reino que não é deste mundo, mas o Reino dos Céus, o Reino de Deus...

domingo, 19 de junho de 2022

 

UM DIA TODOS VIRÃO O FILHO DO HOMEM ENTRE AS NUVENS

 

E um dia  todos “verão o Filho do Homem vindo entre as nuvens com grande poder e glória.” (Mt 13,26), e, “quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os anjos com ele, ele se assentará no trono de sua glória.  E serão reunidas em sua presença todas as nações.  E ele separará os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.” (Mt 25,31-33).

E, naquele dia, todos verão o poder e a majestade do Senhor Jesus. E não somente naquele dia, mas, nós, que aderimos à verdade, que somos da verdade, que ouvimos a verdade e que vivemos a verdade e sabemos que a verdade suprema é Jesus Cristo, o Messias: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (Jo 14,6) compartilhamos deste poder e nos inclinamos, em adoração, diante da majestade infinita de Jesus Cristo,

O Rei dos Reis, o Rei do Universo. Hoje e todos os dias de nossa vida temos por Rei e Mestre somente Jesus, e é por meio desse Rei que nos tornamos herdeiros do Reino dos Céus e chegamos ao Senhor Nosso Deus e Pai: “Ninguém vem ao Pai a não ser por mim.” (Jo 14,6).

Se quisermos com Jesus reinar, devemos também, como ele, passar pelas incompreensões, humilhações que o mundo lhe proporcionou e nos proporciona; não estamos isentos do sofrimento pela nossa total adesão ao Cristo; se quisermos, com ele sermos transfigurados como ele o foi no monte Tabor (Mt 17,1-8), devemos, também, com ele, passar pelo Getsamani (Mt 26,36-46) e subir com ele ao Calvário para, com ele, sermos crucificados (Jo 19,17-37).

O reino de Jesus não é deste mundo e é  bem por isso que o mundo não o reconhece como Rei e Senhor.  Um dia todos dobrarão os joelhos em sua presença “... ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos seres celestes, dos terrestres e dos que vivem sob a terra, e, para a glória de Deus Pai, toda língua confesse : Jesus é o Senhor.” (Fl 2,10-11), porque: “A ele foi outorgado o império, a honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o servirão.  Seu império é um império eterno que jamais passará e seu reino jamais será destruído.” (Dn 7,14).

Todos os cristãos, que quizerem assumir realmente o seu batismo, que quizerem assumir o seu cristianismo têm que reconhecer que Jesus Cristo é Rei.

O cristão deve ter o coração puro porque é num coração puro que Jesus Cristo, Rei, estabelece o seu trono e é através dali que ele reina no mundo e nos leva ao Pai. Todos nós, cristãos. quando batizados, nos tornamos reis com Jesus Cristo. Jesus Cristo é rei porque “... veio a este mundo para dar testemunho da verdade, e quem é da verdade escuta a sua voz.” (Jo 18,37), e nós, cristãos, a exemplo de Jesus Cristo, somos reis na medida em que estamos neste mundo dando o testemunho da verdade, ouvindo a verdade, vivendo a verdade, levando a verdade a todos os irmãos.

Nós somos reis na medida em que vivemos a vida ensinada por Jesus Cristo. E sabemos, pelas Sagradas Escrituras e dos escritos dos Apóstolos, que não é fácil seguir as pegadas do Divino Mestre.

Todos os Apóstolos seguiram as pegadas do Divino Mestre e foram escarnecidos como o Mestre, humilhados como o Mestre,  e acabaram suas vidas como o Mestre: perseguidos e mortos violentamente  por pregarem a verdade e assumirem a sua fé.

Ai está o problema: se quisermos ser reis com Jesus Cristo, participar do Reino de Deus como o Mestre ensinou, temos que, como ele, abraçar a nossa cruz e seguí-lo por onde quer que ele vá ou nos leve: “quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24), e “quem põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62).

Se quisermos chegar até Deus Pai e reinar com Jesus Cristo, assumamos a nossa vida de verdadeiros cristãos  com todas as suas consequências, com todas as suas alegrias e espinhos.

A vida do cristão tem muitas vezes a transfiguração do Monte Tabor (Mt 17,1-13), mas sempre vai ter a subida do Monte Calvário com a inevitável crucificação (Jo 19,17-37).

A vida do cristão tem as alegrias do nascimento de Jesus em Belém (Lc 2,1-20), mas tem também as apreensões e tristezas da matança dos inocentes e por Herodes e a fuga para o Egito (Mt 1,13-18).

A vida do cristão tem a entrada triunfal em Jerusalém, (Mt 21,1-11)  mas também tem o sofrimento da flagelação e da coroação de espinhos (Mt 27,28-31), mas, apesar de tudo isso, não podemos nos esquecer que, depois da morte de cruz vem a ressurreição e é através da ressurreição que o Senhor Jesus faz cumprir todas as profecias de se tornar e ser o Rei do Universo.

É através da nossa ressurreição de todos os dias e de cada dia, do nosso cair-e-levantar que nos tornamos herdeiros do Reino dos Céus onde Jesus Cristo reina por todo o sempre, “Àquele que nos ama, e que nos lavou de nossos pecados com seu sangue, e fez de nós uma Realeza e Sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele pertencem a glória e o domínio pêlos séculos dos séculos, Amém. Eis que ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, até mesmo os que o traspassaram, e todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim!  Amém! Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, “Aquele-que-é, Aquele-que-era e Aquele-que-vem”, o Todo Poderoso  (Apo 1,5-8).


sábado, 18 de junho de 2022

 

ABORTO: CRIME QUE CLAMA A JUSTIÇA DE DEUS

 

E todos queremos viver. Foi para isso que o Senhor Jesus veio até nós: para nos trazer a vida, a vida em abundância, a vida que não se acaba mais: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham e abundância.” (Jo 10,10).

Jesus próprio se proclamou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (Jo 4,6).

Se a humanidade não seguir esse caminho que a levará à vida em abundância, e que passa através da verdade suprema, os homens não entenderão, jamais, o que é respeito  pela vida e, longe de Jesus Cristo, continuarão desrespeitando a vida, matando e se matando, alheios ao grande mandamento do Divino Mestre: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros, e que, assim como eu vos amei, vos ameis também uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros.” (Jo 13,34-35).

No Antigo Testamento temos um exemplo deprimente sobre o respeito à vida: o faraó do Egito, o mandatário máximo, que tinha poder sobre a vida e a morte de seus súditos, vendo o povo judeu, que era escravo no Egito, se multiplicando cada vez mais a cada dia que passava, ficou preocupado por considerar isso um grande perigo para o povo egípcio, porque os judeus, como escravo que eram, se multiplicando a olhos vistos como estavam, fatalmente chegaria um dia em que seriam mais numerosos que seus senhores e poderiam provocar uma revolta para se libertarem da escravidão e até inverter a ordem das coisas: de escravos passariam a senhores.

Foi ai então que, “o rei do Egito falou às parteiras dos hebreus, uma das quais se chamava Séfora, e outra Fua, ordenando-lhes: “Quando assistires às mulheres hebréias e chegar o tempo do parto, se for menino, matai-o, se for menina, conservai-a.” (Ex 1,15-15).

O poder e a sociedade se julgam no direito de eliminar vidas que não satisfaçam seus interesses escusos. Esse crime horrendo narrado no Antigo Testamento nos revolta quando, por incrível que pareça, continua existindo até os nossos dias.

Mas, felizmente, no meio de tantas aberrações e crimes hediondos, existem corações tementes a Deus,  e as parteiras temeram a Deus, e não obedeceram à ordem do rei do Egito, mas conservavam os meninos.

Então, tendo-as chamado, o rei disse-lhes: “O que é que quisestes fazer, conservando os meninos?” Elas responderam: “As mulheres hebréias não são como as egípcias; pois sabem assistir-se no seu parto, e antes de nós chegarmos, dão à luz. Deus, portanto, fez bem às parteiras: o povo cresceu e se fortificou extraordinariamente. E porque as parteiras temeram a Deus, ele edificou-lhes casas. Então ordenou o faraó a todo o seu povo, dizendo: “Tudo o que nascer do sexo masculino lançai-o ao rio; e tudo o que nascer do sexo feminino conservai-o.” (Ex 1,17-22). 

Não adiantou a boa intenção e o temor a Deus das parteiras que se arriscaram para preservar a vida dos meninos hebreus; o faraó vendo frustrado o seu desejo e não cumprida a sua ordem de matar os meninos, ordenou a todo o seu povo que fiscalizasse o nascimento dos hebreus, dando ordem e poder para que, qualquer um do povo que assistisse ou soubesse de um nascimento hebreu, se fosse menina, deveria ser conservada, se fosse menino deveria se jogado no rio para que morresse.

Que absurdo... Quantos e quantos meninos recém-nascidos hebreus morreram, lançados nos rios, para atender aos caprichos e justificativas absurdas de um soberano poderoso e inescrupuloso.

Assim, como antigamente, nos nossos dias, os recém-nascidos  e ou os que ainda se encontram nos ventres de suas mães que não interessam ou que venham atrapalhar a vida dos pais, simplesmente são assassinados, e sem remorsos...  

Esses crimes são conhecidos como “aborto” ou “infanticídio” e ambos são crimes abomináveis aos olhos do Senhor. (GS 51).

A Igreja de Jesus Cristo, em toda a sua existência, sempre condenou o aborto. Num dos escritos antigos da Igreja e atribuído ao discípulo Barnabé, lemos uma das mais antigas confirmações da Igreja a esse respeito: “Não matarás o feto pelo aborto nem o assassinarás após o seu nascimento.” “Deus, Senhor da Vida, confiou aos homens a insigne missão de proteger a vida; e o homem deve desempenhar-se dela de um modo digno.” (Constituição Pastoral da Igreja, nr 51).

O autor sagrado frisa que o Senhor premiou a boa obra das parteiras dos judeus, abençoando as suas casas. O Senhor Nosso Deus não deixará de abençoar todos aqueles que respeitam e defendem o direito de viver.

O aborto é o crime mais abominável aos olhos do Senhor Nosso Deus porque o crime do aborto é praticado pela própria mãe que mata o seu próprio filho dentro de seu  próprio ventre, antes mesmo de ele nascer, ou que permite que se acabe com a vida que está tendo início em seu ventre.

É o maior crime contra os direitos humanos: tirar a vida de alguém que ainda, nem sequer, veio à luz, que não tem a mínima condição de se defender, e isso da maneira mais covarde possível, porque mata-se alguém que não tem a quem recorrer e, repito, não tem condições de se defender.

Quer maior covardia que isso? Mães desnaturadas que procuram médicos, parteiras, enfermeiras e curiosas, igualmente assassinos, para arrancarem violentamente de seus ventres o fruto que deveria ser do seu amor.

E quantas mães, que é do nosso conhecimento, que já praticaram, não somente um, mas vários abortos, e jogam na lata de lixo ou nas privadas, criminosamente, a vida que vem de Deus e somente a Deus pertence.

Será que esse não é um daqueles pecados que Jesus Cristo disse que não teria perdão nem nesta e nem na outra vida? “Na verdade vos digo que serão perdoados aos filhos dos homens todos os pecados e as blasfêmias que proferirem; porém o que blasfemar contra o Espírito Santo jamais terá perdão; mas será réu de eterno pecado.” (Mc 3,29; Lc 12,10; Mt, 12, 32), e será que o aborto não é a maior blasfêmia que pode ser proferida contra o Espírito Santo? Tudo isso nos faz voltar aos primeiros dias, aos primeiros meses da vida de Jesus Cristo.

Em sequência ao nascimento de Jesus aconteceram coisas maravilhosas, bonitas, alegres, confortadoras, divinas, como a participação dos Anjos anunciando aos pastores o nascimento do Salvador (Lc 2,8-1) em uma gruta humilde de Belém, e a estrela que levou os magos até onde estava o “Recém-nascido rei dos Judeus.” (Mt 2,1-12).

Mas não foram somente alegrias que marcaram o nascimento do Senhor. Aconteceram também tristezas, preocupações, lágrimas, sofrimentos, dores desesperos, lamentos. O rei Herodes, ao receber a visita dos magos que foram visitar e adorar o menino recém-nascido, se perturbou e, como o faraó do Egito, pressentiu que seu trono poderia correr perigo por ter nascido, conforme lhe disseram os magos, “o rei dos judeus” (Mt 2,2).

Como poderia ter nascido em Belém  um  “rei dos judeus”, se até aquele presente momento o único rei dos judeus era ele, Herodes? Herodes era um homem sanguinário. Para alcançar os seus objetivos ou defender o seu trono não hesitaria em exterminar qualquer indivíduo, ainda que fosse uma criancinha indefesa e recém-nascida. Tinha que descobrir quem era esse rei que nascera e onde estava, para que pudesse eliminá-lo e assim o seu trono não correria perigo de ser usurpado. Herodes, então, disse aos magos, tentando disfarçar o seu ódio: “Ide e informai-vos bem acerca do menino, e, quando o encontrardes comunicai-mo, a fim de que também eu o vá adorar.” (Mt 2,8).

Sabemos pelas Sagradas Escrituras que, após os magos haverem encontrado o menino presenteado-o e o adorado, regressaram às suas terras por outro caminho, logrando, assim, os interesses de Herodes (Mt 2,12).

Sentindo-se enganado e com medo de algum golpe de estado futuro por parte do “recém-nascido rei dos judeus”, Herodes tomou uma decisão drástica: já que não conhecia o menino que nascera e a quem chamavam “rei”, e nem sabia de seu paradeiro, ignorando onde ele estivesse, tendo apenas informações que se encontrava na cidade de Belém, “então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos magos, irou-se em extremo, e mandou matar todos os meninos, que haviam em Belém, e em todos os seus arredores, da idade de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos magos.” (Mt 2,16).

Isso Herodes fez na certeza de que, no meio dessas crianças que seriam mortas à espada, estivesse também o “recém-nascido rei dos judeus” anunciado pelos magos.

Os soldados do rei cumpriram na íntegra a sua ordem: mataram todas as crianças de Belém, do sexo masculino, de dois anos para baixo, “então se cumpriu o que estava predito pelo profeta Jeremias: “Uma voz se ouviu em Ramá, pranto e grande lamentação: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem.” (Mt 2,17-18).

Mas, antes que fosse levada a efeito essa terrível matança dos inocentes, um Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para lhe tirar a vida. E ele, levantando-se de noite, tomou o menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito; e lá esteve até a morte de Herodes, cumprindo-se, deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta (Oséias) que disse: “Do Egito chamei o meu filho.” (Mt 2,13-15).

José cumpriu a determinação do Senhor livrando, desta forma, o Menino Jesus do ódio sanguinário do rei Herodes. Teríamos nós condições de imaginar o clamor, o desespero, a angústia, o lamento e a dor das mães que tiveram seus filhos arrancados violentamente de seus braços e trucidados pelas espadas criminosas dos soldados a mando do infame Herodes, e isto ainda, sem saberem o porque os seus filhos estavam sendo mortos?

Herodes existiu há dois mil anos atrás e matou crianças indefesas, arrancando-as, violentamente, dos braços maternos.

E hoje, nos nossos dias, no nosso meio, quantos Herodes ainda existem. Quantos médicos, quantas enfermeiras, quantas parteiras, quantas curiosas que arrancam, violentamente, do útero das mães, as crianças que não pediram para serem geradas, numa atitude criminosa, esmagando uma flor que ainda não floresceu, e, pior ainda, a pedido e com o consentimento das próprias mães...

Quantas mães que, para não verem prejudicadas sua beleza, sua linha estética, ou com a desculpa que não poderão criar seus filhos porque trabalham fora e isso lhes prejudicaria a carreira, ou ainda, mães solteiras, que cometeram o desatino de se entregarem a algum homem irresponsável como elas, e que se viram grávidas, e, numa atitude impensada e criminosa tal qual a atitude de Herodes, não hesitam em mandar arrancar de seu ventre o fruto de seu amor, fazendo, dessa maneira, mais um mártir da incompreensão, da ignorância, do desrespeito à vida.

Essas mães ou pais não pararam para pensar que se estão vivas ou vivos foram os seus pais que lhes deram o direito à vida, e agora estão negando esse mesmo direito que tiveram aos seus filhos que deveriam nascer...

Quem julgamos ser para decidir quem deve ou não deve nascer e viver? Quem age dessa maneira não é diferente de Herodes, quando se pratica ou   permite a prática do aborto.

A atitude de Herodes mandando matar as crianças inocentes de Belém foi extremamente criminosa mas, a atitude dos pais que praticam o aborto é ainda mias criminosa que a atitude de Herodes, porque Herodes mandou matar os filhos dos outros, e a mãe que pratica o aborto está matando o seu próprio filho, a carne de sua carne, o sangue de seu sangue.

A morte dos inocentes de Belém, provocada por Herodes, ressoa através dos tempos e o número dos inocentes eliminados pelo aborto aumenta a cada dia que passa...

Malditos sejam os médicos, parteiras, enfermeiras, farmacêuticos e curiosos que praticam o aborto.            Maldito seja o marido ou pai que permite que seja praticado o aborto em sua esposa ou companheira. Maldita seja a mulher, mãe, que permite que lhe façam o aborto; que permite que lhe arranquem violenta e criminosamente de seu ventre um inocente que é fruto de seu amor, que não pediu para ser gerado e agora é impedido de nascer...

Maldito seja o político que aprova a lei do aborto...

Esse é o crime horrível e hediondo que o Senhor Nosso Deus jamais poderá esquecer e que não será perdoado nem nesta e nem na outra vida.           Não nos esqueçamos dos inocentes mortos por Herodes...    

Não nos esqueçamos das criancinhas mortas por suas próprias mães...