quinta-feira, 9 de junho de 2022

 

SÃO JOSÉ DE ANCHIETA – O TERCEIRO SANTO BRASILEIRO

 

São José de Anchieta SJ, nascido em San Cristóbal de La Laguna, na ilha de Tenerife, arquipélago das Canárias, a 19 de março de 1534 e falecido em Reriritiba a 9 de junho de 1597, foi um padre jesuíta espanhol, um dos fundadores da cidade de São Paulo, declarado beato pelo Papa João Paulo II e santo pelo Papa Francisco.

É cognominado de Apóstolo do Brasil.

Anchieta é o primeiro dramaturgo, o primeiro gramático e o primeiro poeta nascido nas Ilhas Canárias, e pai da literatura brasileira. José de Anchieta era filho de Juan de Anchieta Celayaran e de Mencía Díaz de Clavijo, descendente da nobreza canária. Era primo de Santo Inácio de Loyola. Seu pai era um revolucionário basco e um grande devoto da Virgem Maria. Sua mãe era natural das Ilhas Canárias, filha de judeus cristãos-novos.

O avô materno, Sebastião de Llarena, era um judeu convertido do Reino de Castela. Dos doze irmãos, além dele abraçaram o sacerdócio Pedro Núñez e Melchior. Anchieta viveu com a família até aos quatorze anos de idade, quando se mudou para Coimbra, em Portugal, onde foi estudar Filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades, anexo à Universidade de Coimbra.

A ascendência judaica foi determinante para que o enviassem para estudar em Portugal, uma vez que na Espanha, à época, a Inquisição era mais rigorosa. Ingressou na Companhia de Jesus em 1551 como irmão.

Tendo o padre Manoel da Nóbrega, Provincial dos Jesuítas no Brasil, solicitado mais braços para a atividade de evangelização do Brasil (mesmo os fracos de engenho e os doentes do corpo), o Provincial da Ordem, padre Simão Rodrigues, indicou, entre outros, José de Anchieta.

Anchieta, que padecia de "espinhela caida", chegou ao Brasil em 13 de Junho de 1553, com menos de 20 anos de idade, com outros padres como o basco João de Azpilcueta Navarro.

Noviço, veio na armada de Duarte Góis e só mais tarde conheceria Manoel da Nóbrega, de quem se tornaria particular amigo. Nóbrega lhe deu a incumbência de continuar a construção do Colégio e foi a partir deste que Anchieta abriu os caminhos do sertão, aprendendo a língua tupi e compondo a primeira gramática desta que, na América Portuguesa, seria chamada de "língua geral".

No seguimento da sua ação missionária, participou da fundação, no planalto de Piratininga, do Colégio de São Paulo, do qual foi regente, embrião da cidade de São Paulo, junto com outros padres da Companhia, em 25 de janeiro de 1554. Esta povoação contava, no primeiro ano da sua existência com 130 pessoas, das quais 36 haviam recebido o batismo.

Sabe-se que a data da fundação de São Paulo é o dia 25 de Janeiro por causa de uma carta de Anchieta aos seus superiores da Companhia de Jesus, na qual diz: “A 25 de janeiro do ano do Senhor de 1554 celebramos em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo, e por isso, a ele dedicamos nossa casa”. 

O religioso cuidava não apenas de educar e catequizar os indígenas, como também de defendê-los dos abusos dos colonizadores portugueses que queriam não raro escravizá-los e tomar-lhes as mulheres e filhos. Esteve em Itanhaém e Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, na quaresma que antecedeu a sua ida à aldeia de Iperoig, juntamente com o padre Manuel da Nóbrega, em missão de preparo para o Armistício com os Tupinambás de Ubatuba (Armistício de Iperoig). 

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