terça-feira, 31 de maio de 2022

 

VISITA DE MARIA A ISABEL

 

O Anjo Gabriel visitou Maria em sua casinha de Nazaré e lhe na anunciou que seria a mãe do Filho de Deus, tendo Maria aceitado, se colocando inteiramente nas mãos do Senhor, dizendo: “Eis aqui a Escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra.”

Após esse episódio da anunciação, o Evangelista Lucas nos escreve que Maria, ao tomar conhecimento que sua prima Isabel, já de idade avançada, estava grávida de seis meses, Maria dirige-se apressadamente para uma cidade das montanhas, onde residiam Isabel e seu marido Zacarias.

O objetivo dessa visita era, em primeiro lugar, Maria ajudar Isabel nos três últimos meses mais difíceis de sua gravides, mas, também, essa visita, tinha por objetivo, Maria alegrar-se com Isabel e, juntos, louvarem ao Senhor pela sua misericórdia, pois só podia ser um ato de misericórdia de Deus o fato de Isabel, naquela idade avançada,  ter ficado grávida. Isabel não tinha filhos e, bem por isso deveria estar exultante de alegria, de felicidade, e como é bom a gente ter uma alegria interior que é só nossa e das pessoas que nos entendem, mas que o mundo ignora e não compreende, e, para compartilhar dessa alegria, termos perto de nós alguém que nos entenda e que se sinta feliz com a gente para chorar de alegria e sorrir de felicidade conosco.

E foi nessa visita a Isabel  que Maria fez um dos mais belos cânticos bíblicos em oração agradecendo a Deus e rendendo-lhe graças por tudo o que estava acontecendo em Maria e como Isabel, obras maravilhosas do Senhor que se realizaram no silêncio e no mistério longe dos olhos curiosos, indiferentes e indignos do mundo.

Foi, ao ouvir Isabel louvar a fé de Maria e a sua entrega total nas mãos do Senhor que Maria recitou o “Magnificat”, e disse Maria, naquela oportunidade; “Minha alma glorifica ao Senhor, e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador. Porque ele olhou para a pobreza de sua escrava, e por isso desde agora e para sempre todas as gerações me chamarão de bem-aventurada, porque realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é santo. Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre todos aqueles que o temem. Deus manifestou o poder de seu braço, desconcertou o poder dos soberbos. Derrubou dos tronos os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos, Acolheu a Israel, seu servo, lembrando de sua misericórdia conforme prometera a nossos pais, em favor de Abrahão e sua posteridade para sempre.” (Lc 1, 46-55).

Este foi o hino de agradecimento que Maria, inspirada pelo Espírito Santo, fez, louvando e agradecendo ao Senhor pelas maravilhas que estavam sendo operadas nela, em Isabel e no mundo, sem que ninguém soubesse de coisa alguma, a não ser ela mesma, Maria, e sua prima Isabel.

Este hino de louvor nos mostra e deixa claro como Maria conhecia as Sagradas Escrituras, Antigo Testamento, porque nesse hino  existem várias referências  do passado de sofrimentos e alegrias do povo de Israel, e Maria os conhecia a todos. Lucas, no seu evangelho, nos diz que Maria permaneceu na casa de Isabel pelo espaço de três meses, até o nascimento de seu filho, João Batista, e, depois disso, voltou para a sua casa na cidade de Nazaré.

A começar daí começou um período de sofrimento na vida de Maria, principalmente porque, a princípio, José, seu noivo, não entendia o motivo de sua gravides e sofria calado, pensando até em abandonar Maria para não difamá-la, mas Maria confiava em Deus, confiava no seu Senhor e sabia que o Senhor daria uma solução para o seu problema, e para isso, bastava apenas confiar. E foi o que Maria fez: confiou no Senhor até o fim.

Neste dia são lembrados também: São Heras da Capadócia (mártir), Lupicínio de Verona (bispo), São Pascácio de Roma (diácono), Santa Petronila de Roma (virgem e mártir), São Câncio, São Félix de Nicósia, Bem-aventurada Camila Batista da Varano.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

 

SANTA JOANA D’ARC – A VIRGEM HERÓICA

 

Quis Deus libertar os hebreus do jugo dos egípcios, e suscitou um Moisés, que se apresenta diante do orgulhoso faraó, faz milagres para comprovar sua missão divina, lança pragas sobre o Egito, e ostenta o poder divino, abrindo diante de si as águas do Mar Vermelho, e nelas sepultando para sempre os exércitos inimigos.

Quis Deus salvar a França do domínio inglês, na Idade Média, e em vez de fazer nascer entre os filhos dessa nação um grande general, chamou para realizar sua obra uma donzela, inocente pastorinha da Lorena.

De repente, um país derrotado e decadente, retalhado pela ambição, governado por um príncipe fraco e hesitante, ressuscita ao ouvir a convocação de Joana. Sua voz virginal dá força aos fracos, coragem aos covardes e fé aos descrentes.

Sua inocência infunde terror nos inimigos, restaura a pureza dos devassos. Seu nome é um brado de guerra. Sua figura, um estandarte imaculado. Em sua curta vida, conheceu os esplendores da glória e as humilhações da mais vil perseguição: a da calúnia - último recurso dos invejosos, arma traiçoeira dos infames, que poupa o corpo e fere a honra.

Condenada à morte como bruxa, reduzida a cinzas pelo fogo, sua inocência triunfou nos altares para todo o sempre: Santa Joana d'Arc.

No tempo em que a frança feudal, a França do heroísmo e da cavalheirosidade, encontrava-se sob o pé conquistador da Inglaterra, uma pastorinha foi suscitada por Deus numa aldeia muito humilde, cujo nome soa como toque de sino: Domremy. Desde muito cedo tinha o costume de rezar enquanto se achava sozinha no campo, apascentando o rebanho de seus pais.

Certo dia ouviu vozes misteriosas, que acabaram por identificar-se como sendo de São Miguel e de duas santas. Urgiram-na a apresentar-se ao rei de França e comunicar-lhe que Deus a enviava a fim de anunciar seu auxílio para expulsar os ingleses do território francês.

Aquela virgem encantadora resolveu então partir e apresentar-se ao soberano. Logo que chegou à corte, passou-se com ela um belíssimo fato que veio provar a autenticidade de sua missão.

Numa época como aquela, em que não havia imprensa nem televisão, só restava um modo de se conhecer o semblante do rei: olhá-lo diretamente.

Quem nunca o houvesse visto, não saberia identificá-lo pela fisionomia no meio de muitas pessoas. No dia em que o rei Carlos VII condescendeu em ouvir Santa Joana d'Arc, vestiu-se ele como um simples nobre e, no salão de audiências, repleto de pessoas, retirou-se para um lugar secundário, mandando que outro se colocasse no lugar central, trajado como se fosse monarca. Joana d'Arc entrou, olhou para todos e, sem titubear, foi em direção àquele que se ocultava num dos cantos, dizendo-lhe:" Ó Rei, eu venho vos falar!"

Na conversa que se seguiu, Carlos VII pôs dificuldades à jovem pastora, contudo ela venceu-as todas. Convencido de sua missão, o monarca colocou-a, frágil e débil, à frente de um dos exércitos mais fortes da Europa.

E ela, na sua debilidade virginal e encantadora, comandou-o e empurrou os ingleses quase completamente para fora da França. Certa feita, Joana d'Arc dirigiu-se a Carlos VII, dizendo querer dele um inapreciável presente, e perguntou se o monarca estava disposto a dá-lo.

Disse ele que sim. Ela, então, afirmou que desejava o Reino da França!

Surpreso e contrafeito, o rei entretanto condescendeu. Joana d'Arc imediatamente mandou chamar quatro tabeliães e lavrou um ato pelo qual recebia de Carlos VII a França, despojando-se o soberano, em favor dela, de todos os seus direitos sobre o Reino.

Após ter ele assinado o documento, santa Joana d'Arc mandou lavrar um outro, pelo qual ela, em nome de Deus, entregava novamente ao monarca o Reino da França! Em Carlos VII, que ainda não havia sido coroado, a realeza se achava bastante viva para não ser morta, mas bastante morta para não reviver.

Na verdade, encontrava-se a ponto de expirar, e quase estorvava o curso da História. Joana d'Arc pediu a sua desistência, e reinstaurou nele - por mandato divino - aquilo que estava morrendo, dando ao reino da França uma nova vida. Era uma pastora chamada a brilhar na corte de um rei. Era uma virgem chamada a viver num campo militar onde, infelizmente, tantas e tantas vezes a linguagem é impura, e a presença das mulheres perdidas se faz notar.

Ela ali reluziu como um círio de puríssima cera em plena noite. Sua virgindade tinha algo de imaculadamente prateado, tinha refulgências de uma arquiprata.

Foram tão grandes as vitórias de Joana d'Arc que, antes mesmo de os ingleses estarem fora do território francês, surgiram condições propícias para a coroação de Carlos VII na catedral de Reims. Conduziu ela até ali Carlos VII e este foi coroado em meio a uma glória indizível.

Joana d'Arc assistiu a cerimônia no lugar de honra, portando o seu estandarte azul e branco, no qual estavam bordados os nomes de Jesus e Maria. Como ela sempre tivera inimigos entre os franceses, um deles lhe perguntou: - O que faz o seu estandarte aqui? É um estandarte para a guerra e não para festas! Ao que ela respondeu: - Ele esteve comigo na hora da luta e do esforço, é natural que esteja comigo na hora da glória!

Após a coroação de Carlos VII, restava ainda uma parte da França a ser reconquistada.

Na batalha de Compiège, a traição, imunda como a serpente, enroscou-se na heróica pastora.

Os borguinhões, vassalos revoltados contra o rei da França, prenderam-na e, mediante dinheiro, entregaram-na aos ingleses.

 As vozes que ela ouvira parece lhe haverem prometido que só morreria quando o poderio inglês estivesse quebrado na França. E ela de tal maneira esperava salvar aquele nobre país, que chegou a pular de uma torre onde se achava prisioneira, para fugir e continuar a luta.

Em seus insondáveis desígnios, Deus não fez o milagre de ajudá-la, as vozes também não a auxiliaram, e ela foi presa novamente!

Os ingleses entraram em entendimento com um Bispo francês expulso há pouco de sua Diocese por seu apoio ao invasor estrangeiro, e acusaram Joana d'Arc de ser bruxa. Diziam que suas vitórias eram fruto de pacto com o demônio.

Durante o julgamento, ela se defendeu como uma leoa. Suas respostas às perguntas dos juízes eram castas como uma couraça e pontiagudas como uma lâmina de espada. Porém, contra toda a expectativa, ela foi condenada pelo tribunal da Inquisição a ser queimada viva, como vil feiticeira! Deus, que estivera tão presente em todos os combates dela, agora fazia-se ausente.

Na manhã da morte, vestem-na com uma túnica infamante e a conduzem numa carreta, de pé, com mãos amarradas às costas, como se fosse malfeitora, em direção ao local do suplício.

O povo enche as vias por onde ela passa, e no caminho era lido a sentença, toda feita de infames e falsas acusações. Continuando seu trajeto, a carreta chega à praça onde está armada a fogueira. Santa Joana d'Arc desce e caminha em sua direção. Pode-se bem imaginar a perplexidade que invafia sua alma: "Mas, então, aquelas vozes não eram verdadeiras? Aquelas vozes teriam mentido? Meu Deus, será que minha vida não foi senão um engano? É a Inquisição que me condena! É um tribunal eclesiástico, dirigido por um Bispo, composto por teólogos e por homens de lei... Será que eu não me enganei, ó meu Deus?!"

Acende-se a fogueira. Não demora, e a supliciada vai sentindo crescerem as dores da morte. Em certo momento, ela parece haver tido uma visão e ouvem-na gritar de dentro das chamas: "As vozes não mentiram! As vozes não mentiram!"

O fogo tomou conta de seu corpo, ela morreu com todas as dores de quem é queimada viva, porém repetindo até o último momento: "As vozes não mentiram! As vozes não mentiram!" Como que a dizer: "Há um mistério, mas eu morro contente, porque estou fazendo a vontade de Deus!" O mistério se explicou para ela: as vozes não tinham mentido.

O ímpeto dado por Santa Joana d'Arc na ofensiva contra os invasores ingleses havia sido tão grande que eles não ousaram resistir ao exército francês. Pouco após o sacrifício da heroína, foi derrubado o poderio inglês na França.

Ela morreu sem poder ver o desmoronamento da muralha. Entretanto, as vozes não lhe haviam mentido. Cerca de 120 anos depois, Calais, a última cidade inglesa na França, tombou, terminando a reconquista do território francês.

A Inglaterra, durante este tempo, tornara-se protestante, e Calais se transformara numa cidade herética: era a unha da heresia encravada no solo bendito da França. Mas as vozes não mentiram, e a obra de Santa Joana d'Arc chegara ao fim. Para Deus não há pressa. Ele é eterno. Passaram-se mais de trezentos anos...

Somente em 1908 quis o Altíssimo que São Pio X, numa cerimônia magnífica, em meio a jubilosos repiques de sinos, canonizasse a virgem guerreira de Domremy.

O triunfo da santa pastorinha coberta de armadura constituía mais uma cintilação que a Igreja emitia de dentro de si. O nome de Joana d'Arc permanecerá como uma saga, um mito, um poema, até o fim do mundo: a virgem heróica e débil, que expulsou os ingleses do doce Reino da França e realizou, assim, a vontade de Nossa Senhora, Rainha do Céu e da terra. (Mons. João Clá Dias, EP).

O dia de hoje é comemorado na França como data nacional, em memória de santa Joana d'Arc, mártir da pátria e da fé.

domingo, 29 de maio de 2022

 


DEUS É AMOR... O AMOR DE MÃE É O REFLEXO DO AMOR DE DEUS...

 

O profeta Isaias enaltece o amor de mãe que é tão grande e tão bonito que chega a ser comparado, na Bíblia, com o próprio amor de Deus: “Pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas?” (Is 49,15a).

Para justificar o sucesso do homem, costuma-se dizer que, por trás de um homem realizado há sempre a figura de uma grande mulher e, com mais definição, quando essa mulher é a mãe. O amor de mãe é tão importante e indispensável na vida e na formação de um filho que, para se fazer homem, o Filho de Deus quis ter uma mãe para ser gerado como homem: “Quando, porém, chegou à plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de uma mulher...” (Gl 4,4) e, por isso, por ter escolhido entre os humanos uma mãe e ter nascido de mulher, podemos dizer que “é em Cristo que habita, em forma corporal, toda plenitude da divindade” (Cl 2,9) e, ainda mais, que Isabel reconheceu em Maria a mãe de um Deus que se fez homem: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (Lc 1,42-43)

O amor materno de Maria para com Jesus foi tão grande que, nos estertores da morte, foi à sua mãe que Jesus se dirigiu pela última vez na cruz, transferindo, para a pessoa de João, que representava toda a humanidade naquele momento, todo amor maternal que Maria lhe dedicou em toda a sua vida terrena.

A mãe é a face feminina de Deus no lar e tem a consciência de ser a colaboradora desse mesmo Deus na geração de novos filhos. A mãe sabe que seus filhos são uma benção de Deus e se torna responsável pela educação cristã de sua família.

Quantas vezes somos esquecidos por amigos, parentes ou quem sabe, até pelo cônjuge que não se lembra de datas importantes da nossa vida como, por exemplo, de aniversário e de casamento, mas a mãe responsável jamais se esquece de qualquer coisa que deixa o seu filho feliz.

Não foi por acaso que o profeta Isaias, para demonstrar o grande amor que Deus tem por nós, recorre à figura materna com os seus cuidados e amor em relação aos seus filhos: “Pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas?” (Is 4915a). Isaias não para por ai, vai além, e chega ao âmago do amor extremado de Deus por seus filhos: “Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você” (Is 49,15b).

Pena que a citação de Isaias, na leitura, parou por ai. O que vem a seguir e que não consta da leitura desta celebração é tão forte e envolvente como o que está contido no versículo 15. Yahweh continua declarando o seu amor e diz: “Eu tatuei você na palma de minha mão” (Is 49,16a).

Gravar ou tatuar é colocar uma imagem de uma pessoa amada, permanente, indelével e impossível de ser apagada. A pessoa que tem alguém tatuado em sua pele tem por objetivo manifestar o seu amor e para jamais se esquecer da pessoa retratada na tatuagem.

E Deus tatuou a cada um de nós na palma de sua mão para não ter como se esquecer de nós. Pode haver lugar do corpo mais visível para a própria pessoa do que a palma da mão? E é na palma de sua mão que Yahweh diz ter tatuado o nosso nome e o nosso semblante.

Maior do que o amor de mãe, só o amor do Pai, amor que “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,7).

As Sagradas Escrituras também comparam o amor de Deus aos seus filhos ao amor da ave pelos seus filhotes: “Como águia que cuida de seu ninho e revoa por cima dos filhotes, ele o tomou, estendendo as suas asas, e o carregou em cima de suas penas” (Dt 32,11).

Mais tarde Jesus usaria o mesmo exemplo, a mesma metáfora para queixar-se da ingratidão dos homens: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que foram enviados a você! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis” (Mt 23,37).

O profeta Oséias compara a ira do Senhor contra quem fere os seus filhos à selvageria da ursa de quem roubaram os filhotes: “... vou atacá-los como a ursa da qual roubaram os filhotes... (Os 13,8a).

sábado, 28 de maio de 2022

 

AMAR JESUS IMPLICA EM RESPEITAR SUA MÃE, MARIA

 

Como é gostoso falar de Maria, a mãe do Verbo Divino que se fez carne e veio habitar entre nós. Falar da Mãe do Filho de Deus, falar da nossa querida Mãe.

Jamais poderemos deixar de amar a nossa Mãe, que, antes que nós, foi amada pelo próprio Deus feito homem e, como dizia São Maximiliano Maria Kolbe – “Procure amar a Nossa Senhora o tanto que você quiser e mais do que você puder.”

Santa Terezinha do Menino Jesus nos deixa escrito em seu livro, História de uma Alma, que o menor caminho que nos leva a Jesus Cristo, é Maria.

São Bernardo dizia em suas pregações que jamais ouvira dizer que qualquer pessoa que tenha recorrido à proteção da Virgem Maria, não tivesse sido atendida.

Maria é o nosso socorro, é o refúgio dos pecadores, é o auxílio dos cristãos, é a saúde dos enfermos. Se lermos as histórias de todos os santos ou santas, nas histórias dessas vidas sempre vamos encontrar a presença marcante de Maria, e todos os santos e santas atestam com convicção que chegaram mais facilmente até Jesus conduzidos pelas mãos imaculadas, virginais e maternais de Maria.

No casamento de Caná, na Galiléia, Maria havia dito aos que serviam vinho na festa = ``Façam tudo o que ele vos disser.`` =  façam tudo o que o meu Filho vos mandar fazer. Esta foi uma ordem de Maria aos serventes. E os serventes fizeram o que Maria havia determinado, e Jesus transformou a água em vinho.      

E Maria continua a nos dizer ainda hoje, todos os dias, todas as horas, todos os minutos da nossa vida = ``faça tudo o que o meu Divino Filho vos disser``.

E, se somos realmente seguidores de Jesus Cristo, devemos obedecer essa ordem da Mãe e fazer tudo o que fez e manda fazer e com a perfeição que só pode vir dele = antes que nós ele amou plenamente a sua mãe, a sua imaculada e virgem mãe, e, seguindo o exemplo de Jesus, devemos amar Maria com todas as forças de nosso coração, com toda a nossa vontade, com todo o nosso desejo. Jesus, o filho de Deus feito homem, amou sua mãe, e é seguindo o exemplo de Jesus que devemos amar Maria, a mãe de Jesus, a nossa mãe, a Nossa Senhora.

Não podemos conceber um cristão que diz que ama a Jesus e que não ame Maria. Não podemos conceber  alguém que diz que ama o filho e que não admire sua mãe. E isso com relação a outra pessoa. Mas Maria não é somente a mãe do outro, Maria é a mãe de Jesus Cristo, é a nossa mãe, que nos foi dada pelo seu próprio filho Jesus Cristo, Nosso Senhor, quando agonizante, no alto do Calvário, e já sentindo que nada mais poderia fazer,  e dar a esses homens ingratos, ainda lhe restava a sua mãe sobre a terra, e, num esforço supremo, ainda, num ato de amor sem precedentes, dá a sua mãe para os homens , dá a sua Mãe para ser a mãe de todos os homens, dá a sua mãe para zelar por aqueles que o haviam matado e a quem ele dera, espontaneamente, a sua própria vida. Jesus estava partindo para a casa do Pai, mas a sua Mãe, agora nossa mãe, , ainda permaneceria com os seus apóstolos amados, apoiando-os e, na figura de Maria, tinham eles a visão sempre viva de Jesus Cristo.

E é por isso que já, os primeiros cristãos, reconheceram Maria como a Mãe de Deus e mãe dos homens, e, completando a saudação do Anjo Gabriel e depois a saudação de Isabel, rezavam com fervor a oração que chegou até os nossos dias e que todos os dias, sem cessar e centenas de vezes, nós a repetimos com amor e confiança, porque  nós, cristãos católicos, amamos realmente a Virgem Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida.  

sexta-feira, 27 de maio de 2022

 

NOSSA SENHORA DE CARAVAGGIO

 

No princípio do século XV vivia em Caravaggio, lugarejo a 38 km de Milão, na Itália, uma jovem muito piedosa chamada Giannetta Vacchi, muito devota de Nossa Senhora. Não deixava passar um só dia sem se recomendar à Mãe de Deus.

Contra sua vontade, casou-se com Francisco Varoli, que se transformou em verdadeiro carrasco. Ela suportava as calúnias, insultos e espancamentos. No dia 26 de maio de 1432, o marido agrediu-a de forma ainda mais brutal.

Ao vê-la ferida, ordenou-lhe que fosse sozinha catar feno. Sem se revoltar, Giannetta obedece. Confia em Deus e na intercessão da Virgem Maria. Dirige-se ao campo chamado "Mazzolengo", distante cerca de uma légua de Caravaggio.

Quando o dia chega ao fim, contempla o feno recolhido e vê que não terá forças para levá-lo. Temendo mais castigos por parte do marido, ergue os olhos lacrimosos para o céu e exclama: "Oh, Senhora caríssima, ajudai-me.

Só de vós espera socorro a vossa pobre serva". De repente aparece-lhe uma Senhora esplendorosa tendo nos ombros um manto azul e um véu branco sobre a cabeça. É Maria Santíssima que toca-lhe suavamente os ombros, fazendo-a ajoelhar-se e diz: "Ouve atentamente, minha filha: o mundo, com suas iniqüidades, havia excitado a cólera do céu.... Mas eu intercedi pelos míseros pecadores... Vai comunicar a todos que devem jejuar numa sexta-feira a pão e água, e, em minha honra, festejar o sábado desde a véspera... Vai, filha, e manifesta a todos a minha vontade". 

Giannetta, a princípio, não se acha digna desta missão por ser pobre e desconhecida. A Senhora a encoraja e a abençoa, desaparecendo em seguida. Deixa no solo os sinais de seus pés. A jovem beija as santas pegadas e depois afasta-se contra a sua vontade, retornando à aldeia. Por onde passa vai narrando a quem encontra tudo o que tinha visto e ouvido. Todos crêem em sua palavra. Uma fonte começou a brotar no local da aparição e os milagres tiveram início. A fama dos prodígios espalhou-se pelas cidades vizinhas até alcançar toda a Europa.

Foi necessário construir-se uma igreja no local. A primeira pedra do templo foi lançada no dia 31 de julho de 1432, mas só foi concluída 19 anos depois. Depois de um século ameaçava ruir, pelo que foi preciso ser escorada.

Depois, tornando-se pequena para acolher os peregrinos, foi ampliada por iniciativa de São Carlos Borromeu. Posteriormente, ameaçando novamente ruir, foi preciso demolí-la. Foi então que o arquiteto Pellegrini construiu o majestoso santuário, que é hoje uma das glórias da arte e da fé do povo italiano. No Brasil há dois santuários dedicados à Nossa Senhiora de Caravaggio: um no estado de Santa Catarina, no vale de Azambuja (Brusque), para onde a devoção foi trazida por colonos italianos e outro no Rio Grande do Sul, na localidade de Caravaggio, na diocese de Caxias. 

quinta-feira, 26 de maio de 2022

 

COMO OS SANTOS NOS ENSINAM A AMAR MARIA

                                                                                                        

Para conhecermos bem Maria, para encontrarmos dentro de sua humildade todo o esplendor da graça da qual Deus Pai sempre a cumulou precisamos ler muito o que os santos que a amaram muito e a reverenciaram em toda as suas vidas disseram e escreveram sobre ela e como eles, santos e santas, descobriram em Maria virtudes incalculáveis, tesouros com valores infinitos e como eles se colocaram sob a proteção materna de Maria, sendo que ela, como Mãe de Deus e nossa também a nós dedica proteção materna.

A nossa inteligência é pequena, os nossos conhecimentos são poucos, pouquíssimos mesmo, então por isso, há a necessidade de procurarmos ler livros santos dos grandes santos e santas que amaram e veneraram Maria e nos ensinam como devemos amar e venerar a Mãe de Deus e nossa Mãe.

Todos os santos que amaram Jesus, amaram também Maria. Jamais chegaremos a Jesus se não for pelas mãos imaculadas de Maria. O próprio exemplo é Jesus quem nos dá. Para Jesus chegar até nós, ele quis precisar de Maria.

Se não fosse por Maria jamais teríamos Jesus. Jesus, para se fazer o Filho do Homem, ele quis precisar de Maria.

O homem, para se fazer filho de Deus, tem que precisar de Maria também, porque foi no Calvário, nos estertores da morte, quando Jesus sentiu que partiria irremediavelmente deixando os homens sozinhos, foi ali, naquele momento de dor, de angústia e de aniquilamento total que Jesus nos dá Maria como Mãe, e, sendo nós, filhos de Maria, por conseguinte, somos Filhos de Deus, porque Maria é a Esposa do Espírito Santo, e somos irmãos de Jesus Cristo, que também é Deus, porque Maria é a verdadeira mãe de Jesus Cristo, e portanto a Mãe de Deus, e, sendo filhos de Maria e irmãos de Jesus Cristo, somos filhos de Deus por Jesus Cristo.

Se quisermos chegar com mais segurança até Jesus, tem que ser pelas mãos imaculadas de Maria. E nós conhecemos tão pouco dessa ligação tão íntima de Maria com Jesus Cristo e de Jesus Cristo com Deus Pai.

Os santos e santas devotos de Maria, nos ensinam e nos esclarecem como devemos amar de verdade Maria. Os santos a amaram de verdade, e agora estão juntos com Maria, na casa de Deus Pai.

Não podemos nos descuidar de conhecermos melhor e mais a cada dia que passa essa mar de graças que é Maria. São Luiz Maria Grignon de Montfort, no seu livro – “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria”, livro esse que lemos com freqüência e nos deliciamos com as verdades e maravilhas que esse santo fala de Maria, nos é dada uma verdadeira lição de conhecimento sobre Maria e como devemos amá-la.

Nesse mesmo livro São Luiz Maria Grignon de Montfort escreve – “Deus fez um lago muito grande de água, e o chamou de mar – depois fez um mar de graças e o chamou Maria”.

São Bernardo, em uma das orações mais lindas feitas em honra à Maria nos diz que “jamais se ouviu dizer que alguém que tivesse recorrido à proteção de Maria, tivesse deixado de ser atendido.”

São Maximiliano Maria Kolbe, o fundador da Milícia da Imaculada, o santo polonês canonizado pelo nosso Papa João Paulo II, nas conversas que tinha com seus frades jamais deixou de dizer, e jamais se cansava de dizer  “meus filhinhos, amem a Nossa Senhora, o tanto que vocês quiserem e mais do que vocês puderem...”  

E Santa Terezinha do Menino Jesus dizia sempre que o caminho mais curto para se chegar até Jesus é Maria.

E como seria bom se todos nós, a exemplo de São Luiz Maria Grignon de Montfort, repetíssemos todos os dias e a toda hora – “SOU TODO VOSSO, Ò MINHA AMADA MÄE E SENHORA, E TUDO O QUE TENHO VOS PERTENCE.”


quarta-feira, 25 de maio de 2022

 

REZAR O TERÇO TODOS OS DIAS

           

Uma das mais belas orações, senão a mais bela das orações que podemos e devemos recitar para a nossa querida Mãe do Deus, é a reza do terço, a oração do rosário. É a oração que mais agrada a Virgem Mãe de Deus e nossa.

A reza do terço deveria acontecer todos os dias  em todas as casas dos que dizem devotos e filhos de Maria. Quando gostamos de alguém, procuramos fazer as coisas  que esse alguém gosta; se gostamos realmente de Maria, se amamos Maria, deveríamos fazer a coisa que ela mais gosta, que é a reza do terço.          

Através da reza do terço meditamos as principais passagens evangélicas que falam da nossa redenção, da nossa salvação, do grande amor que Deus Pai tem por nós, seus filhos.

Nós meditamos a presença do Espírito Santo que encarna no seio puríssimo da Virgem Maria o Deus Filho que se fez homem e que veio a este  mundo para reerguer o homem caído  no lodo do pecado e transformá-lo em filho de Deus.

Todos os cristãos que dizem amar Maria ou que se socorre a ela em seus momentos de dificuldades, para agradá-la, deveriam rezar o terço todos os dias.

Cada conta do terço que passamos entre os dedos e rezamos uma Ave Maria, é um passo a mais que damos em direção à Maria. A reza do terço tem que ser uma necessidade para o cristão, principalmente para aquele cristão que diz amar Maria e que sempre corre até ela quando está em dificuldades.

Maria, identificada como Nossa Senhora de Fátima, recomendava aos pastorzinhos que rezassem o terço todos os dias, e não somente fez essa recomendação como ensinou os pastorzinhos a rezar o terço, e mais do que isso, rezou o terço com eles.

Maria, identificada como Nossa Senhora de Lourdes, rezou o terço com a sua vidente, Bernadete. Não podemos entender uma pessoa cristã que diz que ama Maria e que não faz aquilo que Maria mais gosta e mais pede que é a reza do terço.

O terço, na nossa vida, na nossa alma, deve ser tão importante e necessário como o alimento é importante e necessário para o nosso corpo, para a nossa saúde, como o ar é necessário para a nossa sobrevivência.

São Bernardo dizia que “jamais se ouviu dizer que alguém tivesse recorrido  à proteção da Santíssima Virgem Maria com confiança e perseverança e tivesse sido por ela desamparado.”, e a melhor maneira de demonstrarmos o nosso amor e a nossa confiança em Maria é através da reza do terço. Cada conta do terço que passa entre os nossos dedos indicando que se deve rezar mais uma Ave Maria, é mais um passo largo que damos em direção à Maria para nos jogarmos no seu colo.

E como é gostoso a gente correr para os braços da mãe; e porque é que nós não corremos, então ao encontro da nossa boa Mãe do Céu rezando todos os dias o terço, que é a devoção que mais agrada a Maria? Se amamos de verdade Maria não podemos deixar de rezar o terço, não somente no mês de maio ou de outubro, mas todos os dias de nossa vida.

Não é necessário se ter um horário especial para se rezar o terço; qualquer hora é hora. Quando estamos caminhando na rua, quando estamos dirigindo o carro, a moto, quando estamos no nosso trabalho, quando a dona de casa está passando roupa, escolhendo arroz, fazendo café, arrumando a cama, não importa o que se está fazendo, pode rezar o terço e transformar o seu serviço em oração juntamente com o terço, e não se perde tempo.

Nós gostamos de dizer, e dizemos que Maria é a Virgem do Silêncio. Onde quer que estejamos, não importa onde, às vezes na mais barulhenta das ruas,  basta que façamos silêncio no nosso coração e já está preparado o ambiente para se rezar o terço.

Ao invés de ligarmos o rádio para ouvirmos uma música, o que é muito bom e às vezes até necessário, deixemos o rádio ou a televisão desligados por alguns instantes e rezemos o terço.

Não são mais do que quinze ou vinte minutos, e o tempo é a gente quem escolhe.

Algumas pessoas dizem que não rezam o terço porque é muito cansativo, porque o terço é uma oração muito repetitiva e se fica repetindo um monte de Ave Marias sem cessar, mas eu pergunto: qual é a mãe que não gosta de ouvir dos lábios do seu filho cinco, dez, vinte, cincoenta centenas de vezes seguidas: “mamãe, eu te amo”? Qual é a esposa, ou  noiva, ou namorada  que não gosta de ouvir do seu amado, mil vezes, esta frase, “meu bem, eu te amo?”.

Então, a reza do terço é exatamente isso: cada Ave Maria que rezamos é como se disséssemos para Maria: “Minha mãe, eu te amo, e como te amo...”

Se não gostássemos de coisas repetitivas, então não almoçaríamos ou jantaríamos, porque, quantos garfos de alimentos nós colocamos na boca na hora da refeição?        E isso não é uma atitude repetitiva? Repetitiva, sim, mas muito necessário para a saúde do nosso corpo, assim como a reza do terço é necessária para a nossa vida espiritual, para a saúde da nossa alma.

Cada Ave Maria do terço que rezamos é mais uma pérola que colocamos no colar, que é o terço, e, no final, colocamos esse colar de pérolas preciosas no pescoço de Maria, como um presente que a mãe recebe de seu filho muito amado.

Rezar o terço é a melhor maneira de declararmos o nosso amor pela Virgem Santíssima que disse ser escrava de Deus para se tornar a Rainha de todos os homens. Outros dizem que preferem ler os Santos Evangelhos do que rezar o terço; isso é ótimo, sem dúvidas, precisamos realmente ler os Santos Evangelhos todos os dias, mas, o que é o terço senão a meditação pura e simples dos Santos Evangelhos?

Então, vamos ler o Evangelho, sim, mas sem deixar de rezar o terço. Cada mistério do terço é uma passagem do Evangelho; cada oração que se reza no terço é extraída do Evangelho.

O terço é o Evangelho vivido e meditado. Não tem desculpas; uma das melhores maneiras de meditarmos os Evangelhos e ao mesmo tempo agradarmos a Mãe de Deus e nossa é rezando e meditando o terço.

Maria Santíssima, em uma de suas aparições a São Domingos de Gusmão, disse: “Os que rezarem o meu rosário acharão, durante a vida e a morte, conforto e luz.”

Em Fátima, Nossa Senhora, a nossa Maria, disse aos três pastorzinhos: “Rezem o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz no mundo e o fim da guerra, porque  só ela  poderá valer  e todos obterão as graças desejadas  se rezarem diariamente o terço.” São Francisco de Sales dizia que “O rosário é a melhor maneira de rezar.” Então, o que estamos esperando para começarmos a rezar o terço todos os dias, se ainda não o fazemos???

terça-feira, 24 de maio de 2022

 

DIÁCONO PERMANENTE NA IGREJA. O QUE É?

 

Diácono Milton Restivo

 

Hoje, 24 de maio, faz quinze anos que recebi o Sacramento da Ordem no grau do Diaconato Permanente da nossa Igreja. Foi o Cardeal D. Orani João Tempesta, na época bispo da Diocese de São José do Rio Preto, atendendo ao apelo e à necessidade da Igreja, quem introduziu o Diaconato Permanente na nossa Diocese. Quem ordenou a mim e ao Diácono Amâncio, hoje de saudosa memória, os dois primeiros Diáconos Permanentes ordenados na e da Diocese de São José do Rio Preto/SP, foi o nosso bispo da época, D. Paulo Mendes Peixoto, hoje Arcebispo de Uberaba/MG.

Nessa mesma data fui provisionado na Paróquia São Pedro e São Paulo, no Jardim Vitória Régia, São José do Rio Preto/SP. E hoje estou provisionado na Paróquia Imaculado Coração de Maria, bairro Santa Cruz, São José do Rio Preto.

O Diácono Permanente é o único cristão que recebe todos os sacramentos da Igreja porque, além do Sacramento da Ordem, como os Presbíteros e Bispos, recebe também o Sacramento do Matrimônio, Sacramento este que os Presbíteros e Bispos da Igreja não recebem.

Mas, o que é ser Diácono na e da Igreja?

Comecemos pela sua instituição administrativa contida no livro dos Atos dos Apóstolos: “o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário” (At 6,1).

Vemos que, em Jerusalém, não eram somente judeus que haviam se convertido para a Igreja do Caminho mas, também, fiéis de origem grega aderiram aos ensinamentos do Divino Mestre.

As pessoas carentes por parte dos judeus tinham atendimento preferencial por parte da comunidade, enquanto que os necessitados de origem grega e ou estrangeiros eram negligenciados e, por isso, reclamaram. Para serem encarregados dessa tarefa foram escolhidos sete homens, todos de origem grega, “de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria” (At 6,3).

Jamais poderíamos dizer com segurança que, ao serem encarregados esses sete homens para esse mistér, estava instituído na Igreja o ministério diaconal porque, em primeira instância, Jesus foi o primeiro diácono e o diácono por excelência: “quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês; e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se servo de vocês. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos” (Mt 20,26-28).

Ninguém criou nada se já Jesus não tivesse sido ou dado o exemplo. O fato de os Apóstolos escolherem sete homens “de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria” no meio da comunidade é consequência daquilo que Jesus já fizera e dera o exemplo na última ceia quando lavou os pés dos seus discípulos e disse: “Vocês compreenderam o que eu acabei de fazer? Vocês dizem que eu sou o Mestre, o Senhor. E vocês têm razão; eu sou mesmo. Pois bem: eu que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz. Eu garanto a vocês: o servo não é maior que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática”. (Jo 13,12-17).

Os Apóstolos, ao designarem esses sete homens, apenas acordaram para a realidade de que a Igreja de Jesus Cristo é diaconal por excelência, nasceu diaconal e deixa de ser Igreja se não for diaconal. Ao designar esses homens para esse serviço, os Apóstolos estavam delegando a eles um serviço, que em primeiríssimo lugar, era deles próprios, os Apóstolos, conforme disse o teólogo Collins que, fazendo isso, os Apóstolos poderiam continuar com o seu ministério apostólico no Templo, entre os judeus, ministério esse que era uma diaconia, a de proclamar ali a Palavra. Isso deixa claro e é biblicamente correto que o ministério diaconal na Igreja foi instituído antes mesmo do ministério presbiteral. O presbítero que não tenha sido diácono, que não tenha vivido a sua diaconia intensamente e que não continue com seu ministério diaconal por toda a sua vida, não está exercendo o ministério a que fora chamado, mas se converteu em um profissional do altar, e como temos profissionais do altar.

A Igreja é, por excelência, diaconal, servidora, a exemplo de Cristo, que disse: “o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos” (Mt 20,28). Os sete homens escolhidos eram de origem grega e, portanto, eles deveriam desempenhar a sua diaconia entre os cristãos de origem grega, e isso quer dizer que, não somente suprir as necessidades materiais desse seguimento, mas de proclamar também a Palavra para eles.

Para ficar claro isso, nada melhor que buscar a opinião de um mestre em Teologia, Júlio César Bendineli, constante do seu livro “Diaconia da Palavra”, página 68: “É por isso que os Atos dos Apóstolos apresentam, na sequência, Estevão pregando em Jerusalém e, pouco depois, Filipe, como sendo o responsável pelo progresso da Palavra na Samaria (At 8,4ss), isto é, para além de Jerusalém e da Judéia. Mais adiante, o mesmo Filipe voltará à cena, quando será chamado, não por acaso de Evangelista (At 21,8). Sua missão o levaria até a Cesaréia, um porto usado para se viajar a Roma (At 8,4-14.26-40), objetivo final da trajetória da Palavra nos relatos lucanos”.

E continua Júlio César Bendineli no mesmo livro, página 69: “Os diáconos, assim como os Apóstolos, eram enviados com a função, principalmente, de anúncio do Evangelho, e mais tarde, na era patrística, sempre apareciam associados aos bispos e aos presbíteros no ministério da Palavra, especialmente no contexto catequético [...] Em resumo, a essência do ministério dos antigos diáconos era a mediação, o ofício de ser ponte ente a Igreja e o mundo, operado pela mensagem/palavra que transmitiam na condição de representantes de uma autoridade (bispo) em nome da qual exerciam funções caritativas ou de cuidado com o próximo, sempre conectadas com a pregação do Evangelho”.

O livro dos Atos dos Apóstolos se preocupa em colocar em relevo os dois dentre esses sete homens escolhidos pelos apóstolos que se distinguiram pela pregação da Palavra, aos quais, nesse livro, foi dado destaque especial: Estevão e Filipe. Estevão que, inclusive, foi martirizado a pedradas por proclamar e testemunhar a Palavra, conforme é narrado no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 7. Foi justamente pelo zelo da proclamação da Palavra que Estevão atraiu contra si feroz oposição por parte dos judeus. Uma de suas mensagens sobre o Reino de Deus acendeu a fúria dos ouvintes que confrontados no seu pecado resolveram matá-lo.

Em seu martírio, Estevão teve uma visão do céu aberto e Jesus de pé ao lado do Pai. O diácono morreu pedindo que Deus perdoasse os seus algozes, entre os quais estava Saulo de Tarso, que mais tarde se tornaria o mais célebre dos apóstolos.

O outro desses sete homens que se destacou pela proclamação da Palavra, foi Filipe (não o apóstolo). Felipe, não que não tenha se limitado às tarefas do dia-dia da igreja e do seu ministério, mas, homem consagrado a Deus, foi orientado pelo Espírito Santo a seguir pelo caminho que ligava Jerusalém a Gaza. Na estrada, aproximou-se correndo da caravana de um alto oficial etíope, eunuco, administrador dos bens de sua rainha. O oficial lia um trecho do livro do profeta Isaías, sobre Jesus. O etíope convidou Filipe a subir no carro e Felipe usando a palavra do profeta, pregou o Evangelho com tamanha unção que o oficial creu e quis ser batizado ali mesmo, à beira do caminho. Após batizar o oficial, Filipe foi arrebatado pelo espírito do Senhor, deixando o etíope maravilhado com o poder de Deus, conforme é narrado nos Atos dos Apóstolos, 8,26-40.

Jesus, que veio ao mundo “para servir e não ser servido”, deu o exemplo da diaconia na última ceia quando, “se levantou da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Colocou água na bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando com a toalha que tinha na cintura. [...] Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto, sentou-se de novo, e perguntou: ‘Vocês compreenderam o que eu acabei de fazer? Vocês dizem que eu sou o Mestre, o Senhor. E vocês têm razão; eu sou mesmo. Pois bem: eu que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz. Eu garanto a vocês: o servo não é maior que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática”. (Jo 13,4-5.12-17).

Isso é diaconia. Isso é ser diácono, imitando o exemplo do Mestre. Não se é papa, nem bispo e nem padre se não for diácono, tanto é que o primeiro degrau para o ministério ordenado é a ordenação à diaconia; mas esse período entre a diaconia e o presbiterato é tão curto que muitos presbíteros se esquecem que, antes de serem presbíteros, são diáconos e que deveriam continuar sendo, não importando o grau de ordenação que tenham recebido. Prova disso está quando o Papa Francisco em uma Quinta-feira Santa, quando da cerimônia do Lava-pés, colocou a sua estola na transversal, como a usa os diáconos, da direita para a esquerda, e lavou os pés dos seus fiéis.

A estola é o símbolo da dignidade e do compromisso do ministro ordenado, e a estola do diácono é na transversal, e isso lembra a toalha cingida na cintura por Jesus para lavar os pés dos seus discípulos. Pena que a memória da última ceia, quando Jesus lava os pés dos discípulos para dar o exemplo da diaconia a todos, acontece, na nossa Igreja, somente na cerimônia da Quinta-feira Santa que, em muitos lugares, é mais transformado em teatro do que em liturgia e memória.

Seria esse o objetivo de Jesus ao dizer: “Eu lhes dei o exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz. Eu garanto a vocês: o servo não é maior que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática”. (Jo 13,15-17)? Acredito que não.

O “lavar os pés” uns dos outros não tem dia e nem horário marcado; a diaconia do povo de Deus deve acontecer quando o amor fala mais alto e nos arremete a entender e a atender a necessidade do próximo, e para isso não existe dia específico e nem precisamos procurar: ela vem ao nosso encontro.

Os diáconos, como os bispos e presbíteros, são pastores, apascentadores, são aqueles que cuidam, protegem e instruem o rebanho de Deus, tendo como modelo, o Senhor Jesus Cristo, o Sumo e Divino Pastor.

A função do diácono, assim como a do bispo e a do presbítero, é o de ensinar a sã doutrina, refutar a heresia, ensinar a Palavra de Deus e dirigir a igreja local de acordo com os preceitos bíblicos, morais e espirituais contidos na Palavra de Deus.

A recomendação de Paulo a Timóteo, contida na primeira carta a Timóteo, não devemos entendê-la dirigida apenas e somente aos diáconos, como muita gente entendida em teologia quer impor, mas essa recomendação foi, indistintamente, a todos os que “aspira cargo de direção” na Igreja, isto é, diáconos, presbíteros e epíscopos, a todos os que têm ministério ordenado dentro daquilo que lhe é próprio e no grau da ordem que lhes são conferido: “Seja irrepreensível, esposo de uma única mulher, ajuizado, equilibrado, educado, hospitaleiro, capaz de ensinar, não dado a bebida, nem briguento, mas indulgente, pacífico e sem interesse por dinheiro. Ele deve ser homem que saiba dirigir bem a própria casa, e cujos filhos lhe obedeçam e respeitem. Pois se alguém não sabe dirigir a própria casa, como poderá dirigir bem a Igreja de Deus?” (1Tm 2,2-5).

Não pode dirigir a Igreja de Deus quem não sabe dirigir a própria casa.

São os diáconos sozinhos que dirigem a Igreja de Deus? Não. São o papa, os bispos, os presbíteros e os diáconos, cada qual com suas responsabilidades específicas. Então a recomendação de Paulo foi para todos. Isso foi dito assim porque quando foi escrita essa recomendação não estava implantado ainda o celibato na Igreja: epíscopos e presbíteros, assim como os diáconos, eram todos casados ou, pelo menos podiam casar-se. Até o papa, como era o caso de Pedro, era casado.

A proclamação do Evangelho nas liturgias da Palavra e da Eucaristia por parte do diácono é um costume antiguíssimo da Igreja, uma vez que, dentre os seus serviços, a proclamação da Palavra, principalmente pelo anúncio, é atribuição inerente do seu ministério ordenado.

Como uma pessoa eclesial, o diácono tem de permanecer próximo da Palavra.

Os documentos de "Santo Domingo" nos dizem que o diácono permanente é o único a viver a dupla sacramentalidade, que nem o bispo e nem o presbítero vivem: - o sacramento da ordem e o sacramento do matrimônio -. Um não elimina o outro.

Tanto a vida do ministro ordenado como a de quem recebeu o sacramento do matrimonio é, portanto vivida em sua plenitude na pessoa do diácono permanente.

Em artigo difundido no portal da arquidiocese do Rio de Janeiro, o Cardeal Dom Orani considera que a retomada do ministério diaconal, “como uma vocação própria, é uma grande riqueza para nós. Tive a oportunidade de poder vivenciar várias experiências ligadas ao diaconato permanente, seja em minha paróquia, seja iniciando a escola diaconal em minha primeira diocese (São José do Rio Preto/SP) ou então continuando uma caminhada das mais antigas do Brasil, na arquidiocese anterior a que servi”, conta Dom Orani.

O arcebispo afirma que percebeu “a importância e o valor do diaconato permanente, tanto no campo social como na presença evangelizadora da Igreja nos diversos âmbitos e também nas comunidades. Posso testemunhar, por minhas experiências, a riqueza da vida, da missão e do trabalho diaconal o bem que se faz à Igreja”.

 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

 

NOSSA SENHORA DAS DORES DO CALVÁRIO

 

Nossa Senhora das Dores (também chamada Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora das Angústias, Nossa Senhora das Lágrimas, Nossa Senhora das Sete Dores, Nossa Senhora do Calvário ou ainda Nossa Senhora do Pranto, e invocada em latim como Beata Maria Virgo Perdolens, ou Mater Dolorosa) é um dos plúrices títulos pelos quais a Igreja Católica venera a Virgem Maria, sendo sob essa designação particularmente cultuada em Portugal. 

O culto à Mater Dolorosa iniciou-se em 1221, no Mosteiro de Schonau, na Germânia.

Em 1239, a sua veneração no dia 15 de setembro teve início em Florençam na Itália, pela Ordem dos Servis de Maria, Ordem dos Servos de Maria (Ordem Servita).

A sensibilidade de piedosa compaixão do povo cristão está eloquentemente expressa no quadro da Pietá. Nossa Senhora das Dores recebe no colo o filho morto apenas tirado da cruz.

É o momento que se reveste da incomensurável dor uma paixão humana e espiritual única: a conclusão do sacrifício de Cristo, cuja morte na cruz é o ponto culminante da Redenção.

Em 1667 a Ordem dos Servitas, inteiramente dedicada à devoção de Nossa Senhora (os sete santos Fundadores no século XIII instituíram a "Companhia de Maria Dolorosa") obteve a aprovação da celebração litúrgica das sete Dores da Virgem, esta festa foi celebrada também com o título de Nossa Senhora da Piedade e A compaixão de Nossa Senhora, tendo sido promulgada por Bento XIII (1724-1730) a festa com o título de Nossa Senhora das Dores, e que durante o pontificado de Pio VII foi acolhida no calendário romano e lembrada no terceiro domingo de setembro.

Foi o Papa Pio X que definiu a simples memória: não mais Sete Dores de Maria, mas menos especificadamente e mais oportunamente: Virgem Maria Dolorosa. Com este título nós honramos a dor de Maria aceita na redenção mediante a cruz. É junto à Cruz que a Mãe de Jesus crucificado torna-se a Mãe do corpo místico nascido da Cruz, isto é, nós somos nascidos, enquanto cristãos, do mútuo amor sacrifical e sofredor de Jesus e Maria.

Eis porque hoje se oferece à nossa devota e afetuosa meditação a dor de Maria. Mãe de Deus e nossa. A devoção, que precede a celebração litúrgica, fixou simbolicamente as sete dores da Co-redentora, correspondentes a outros tantos episódios narrados pelo Evangelho: a profecia do velho Simeão, a fuga para o Egito, a perda de Jesus aos doze anos durante a peregrinação à Cidade Santa, o caminho de Jesus para o Gólgata, a crucificação, a Deposição da cruz, a sepultura, portanto, somos convidados hoje a meditar estes episódios mais importantes que os evangelhos nos apresentam sobre a participação de Maria na paixão, morte e ressurreição de Jesus.

As sete dores de Maria - Deve o seu nome às Sete Dores da Virgem Maria: -

1.    A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas 2, 34-35) –

2.    A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2, 13-21); -

3.    O desaparecimento do Menino Jesus no Templo durante três dias (Lucas 2, 41-51); -

4.    O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23, 27-31); -

5.    Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na cruz (João 19, 25-27);

6.    - Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61); -

7.    Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas 23, 55-56).

domingo, 22 de maio de 2022

 

SANTA RITA DE CÁSSIA - 1381-1457

 

Rita nasceu no ano de 1381, na província de Umbria, Itália, exatamente na cidade de Cássia. Rita, ainda na infância, manifestou sua vocação religiosa.

Diferenciando-se das outras crianças, ao invés de brincar e aprontar as peraltices da idade, preferia ficar isolada em seu quarto, rezando.

Para atender aos desejos de seus pais já idosos, Rita casou-se com um homem de nome Paulo Ferdinando, que, a princípio, parecia ser bom e responsável. Mas, com o passar do tempo, mostrou um caráter rude, tornando-se violento e agressivo.

A tudo ela suportava com paciência e oração. Tinha certeza de que a penitência e a abnegação conseguiriam convertê-lo aos preceitos de amor a Cristo. Um dia, Paulo, finalmente, se converteu sinceramente, tornando-se bom marido e pai.

Entretanto suas atitudes passadas deixaram um rastro de inimizades, que culminaram com seu assassinato, trazendo grande dor e sofrimento ao coração de Rita.

Dedicou-se, então, aos dois filhos ainda pequenos, que na adolescência descobriram a verdadeira causa da morte do pai e resolveram vingá-lo, quando adultos. Rita tentou, em vão, impedir essa vingança. Desse modo, pediu a interferência de Deus para tirar tal idéia da cabeça dos filhos e que, se isso não fosse possível, os levasse para junto dele. Assim foi.

Em menos de um ano, os dois filhos de Rita morreram, sem concretizar a vingança. Rita ficou sozinha no mundo e decidiu dar um novo rumo à sua vida.

Determinada, resolveu seguir a vocação revelada ainda na infância: tornar-se monja agostiniana. As duas primeiras investidas para ingressar na Ordem foram mal-sucedidas.

Segundo a tradição, ela pediu de forma tão fervorosa a intervenção da graça divina que os seus santos de devoção, Agostinho, João Batista e Nicolau, apareceram e a conduziram para dentro dos portões do convento das monjas agostinianas. A partir desse milagre ela foi aceita.

Ela se entregou, completamente, a uma vida de orações e penitências, com humildade e obediência total às regras agostinianas. Sua fé era tão intensa que na sua testa apareceu um espinho da coroa de Cristo, estigma que a acompanhou durante quatorze anos, mantido até o fim da vida em silencioso sofrimento dedicado à salvação da humanidade.

Rita morreu em 1457, aos setenta e seis anos, em Cássia. Sua fama de santidade atravessou os muros do convento e muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão.

Sua canonização foi assinada pelo papa Leão XIII em 1900.

A vida de santa Rita de Cássia foi uma das mais sofridas na história da Igreja católica, por esse motivo os fiéis a consideram a "santa das causas impossíveis".

O seu culto é celebrado em todo o mundo cristão, sendo festejada no dia 22 de maio, tanto na Igreja do Ocidente como na do Oriente.

Neste dia são lembrados, também: Santa Catarina de Gênova, Santa Quitéria, São Casto, Santa Júlia, Santa Helena de Carnarvon (esposa do imperador Magno Clemente Máximo), Santo Hemming da Finlândia (bispo e mártir)..