domingo, 27 de fevereiro de 2022

 

VOCÊ SABE COMO A IGREJA DECLARA UM CRISTÃO COMO SANTO?

PROCESSO PARA BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO

 

O Brasil tem 70 candidatos a santos

Mais de 70 pessoas têm boas chances de se tornarem santos no Brasil, sendo que 30 delas se tornaram beatas coletivamente, por terem sido brutalmente mortas durante uma missa no interior do Rio Grande do Norte, em 1645. 

O levantamento foi obtido junto ao Vaticano pela freira Célia Cadorin, 86, responsável pelo processo de beatificação de Madre Paulina e Frei Galvão. A postuladora ou "advogada dos santos", hoje aposentada, que pertence à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada por Madre Paulina em 1890, já viajou o Brasil todo atrás de milagres que provassem a santidade de seus "clientes" e viveu na Itália durante 14 anos para pesquisar a vida deles.

"O postulador é um religioso do local onde a pessoa nasceu que é indicado pela Igreja para defender o processo de canonização", explica irmã Célia. "Ele é a alma de toda a causa. Se ele se empenha, a causa anda", avalia ela.

Além de postuladora, irmã Célia é uma das miraculadas de Madre Paulina, nome dado àquele que recebe um milagre. Quando tinha 13 anos, teve complicações no pulso direito após sofrer uma queda no convento de Nova Trento (SC). Depois de colocar no machucado um cravo tirado do caixão de Madre Paulina por uma tia de irmã Célia, que era freira da mesma congregação, seu pulso foi curado, desinchando em menos de 24 horas.

 

Etapas para a santidade

Servo de Deus

Título recebido logo que a causa é iniciada. A vida do servo de Deus é minuciosamente investigada a fim de se comprovar sua fama de santidade.

 

Venerável

O candidato recebe o decreto de "virtudes heróicas" ou "martírio". A vida continua sendo pesquisada para se encontrar milagres ou comprovar que a morte foi santa.

 

Beato

Se ao menos um milagre é comprovado pelo postulador e reconhecido pelo Vaticano, o venerável é beatificado.

 

Santo

Se dois milagres, ou mais, forem comprovados, o beato é finalmente canonizado e se torna um santo.

 

Processo para beatificação

Em entrevista ao UOL, no convento onde também viveu Madre Paulina quando morou em São Paulo, a religiosa explica o processo que envolve a beatificação.

Segundo ela, uma causa começa a partir do momento em que uma pessoa ganha fama de santa na região onde viveu e morreu. É o caso, por exemplo, de Nhá Chica, cujo túmulo era frequentado por muitos devotos antes mesmo de uma causa ser iniciada. "Então um bispo, um padre ou uma associação verifica se há fundamentos para a abertura de uma causa e entra com o pedido junto à Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, com uma descrição biográfica sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade", disse. Feito isso, o Vaticano dá uma resposta negativa ou um nihil obstat, que indica que "nada impede" que a causa seja iniciada, o que dá início então à fase diocesana, quando um bispo diocesano local instala um tribunal eclesiástico para investigar a vida do candidato a santo e provar que ele merece o título.

Uma comissão histórica é formada para recolher documentos sobre a vida da pessoa. "Nessa fase são ouvidos aqueles que conheceram, conviveram ou ouviram falar dele para provar que tem fama de santidade", explicou irmã Célia, que diz gostar de professoras aposentadas para fazer essa parte do trabalho. Os documentos são classificados em religiosos, referentes à família e ao trabalho, arquivos civis e escolares, entre outros. Na hora de dar os depoimentos, as testemunhas fazem um juramento de dizer a verdade, inclusive se o candidato a santo tinha defeitos. "Tudo é muito esmiuçado e muito sério. Não é faz de conta. É tudo científico, tem que ser provado", disse.

Duas vias de todos os documentos são entregues pelo postulador à Congregação dos Santos, no Vaticano, que, após análise, publica o primeiro decreto de validade do processo, o que torna a pessoa uma serva de Deus.

"Começa, então, a fase romana, mais longa e difícil", afirmou a religiosa, quando os documentos passam por uma comissão de historiadores do Vaticano, uma comissão de teólogos e uma comissão de bispos e cardeais. "Por fim, é marcada uma audiência com o papa."

Para confirmar o milagre atribuído ao candidato, médicos sem ligação com o Vaticano pedem exames e analisam documentos sobre o diagnóstico (constatação da doença), o prognóstico (como a doença evoluiria), a terapia recomendada e se ela precisou ser ou não seguida. Outra comissão, a teológica, analisa os mesmos itens somados à invocação feita para se alcançar a cura.

"Para ser considerada um milagre, a cura deve ser rápida, duradoura e sem sequelas", lembra irmã Célia. "Se os médicos concluírem que a cura não tem explicação científica nenhuma e se os teólogos constatarem que a graça foi alcançada por intermédio do venerável, o papa publica um terceiro decreto e ele passa a ser beato."

Quando um segundo relato de milagre passa por todo esse processo e é aprovado, o beato é finalmente canonizado e vira santo.

Anos atrás, o Vaticano exigia dois milagres para beatos e quatro para santos. No entanto, isso foi alterado por decreto de João Paulo 2º, que chegou a afirmar durante o seu papado que "o Brasil precisa de muitos santos". Com as novas regras, as chances dos candidatos brasileiros à canonização aumentaram. "O que foi ótimo, pois quem faz um milagre faz dois", brinca irmã Célia.

(De UOL Notícias – Cotidiano).

sábado, 26 de fevereiro de 2022

 

AMA-SE O FILHO RESPEITANDO A MÃE

 

Como é gostoso falar de Maria, a mãe do Verbo Divino que se fez carne e veio habitar entre nós. Falar da Mãe do Filho de Deus, falar da nossa querida Mãe.

Jamais poderemos deixar de amar a nossa Mãe, que, antes que nós, foi amada pelo próprio Deus feito homem e, como dizia São Maximiliano Maria Kolbe – “Procure amar a Nossa Senhora o tanto que você quiser e mais do que você puder.”

Santa Terezinha do Menino Jesus nos deixa escrito em seu livro, História de uma Alma, que o menor caminho que nos leva a Jesus Cristo, é Maria.

São Bernardo dizia em suas pregações que jamais ouvira dizer que qualquer pessoa que tenha recorrido à proteção da Virgem Maria, não tivesse sido atendida. Maria é o nosso socorro, é o refúgio dos pecadores, é o auxílio dos cristãos, é a saúde dos enfermos.

Se lermos as histórias de todos os santos ou santas, nas histórias dessas vidas sempre vamos encontrar a presença marcante de Maria, e todos os santos e santas atestam com convicção que chegaram mais facilmente até Jesus conduzidos pelas mãos imaculadas, virginais e maternais de Maria. No casamento de Caná, na Galiléia, Maria havia dito aos que serviam vinho na festa = ``Façam tudo o que ele vos disser.`` =  façam tudo o que o meu Filho vos mandar fazer.

Esta foi uma ordem de Maria aos serventes. E os serventes fizeram o que Maria havia determinado, e Jesus transformou a água em vinho. E Maria continua a nos dizer ainda hoje, todos os dias, todas as horas, todos os minutos da nossa vida = ``faça tudo o que o meu Divino Filho vos disser``. E, se somos realmente seguidores de Jesus Cristo, devemos obedecer essa ordem da Mãe e fazer tudo o que fez e manda fazer e com a perfeição que só pode vir dele = antes que nós ele amou plenamente a sua mãe, a sua imaculada e virgem mãe, e, seguindo o exemplo de Jesus, devemos amar Maria com todas as forças de nosso coração, com toda a nossa vontade, com todo o nosso desejo. Jesus, o filho de Deus feito homem, amou sua mãe, e é seguindo o exemplo de Jesus que devemos amar Maria, a mãe de Jesus, a nossa mãe, a Nossa Senhora.

Não podemos conceber um cristão que diz que ama a Jesus e que não ame Maria.

Não podemos conceber  alguém que diz que ama o filho e que não admire sua mãe.          

E isso com relação a outra pessoa.

Mas Maria não é somente a mãe do outro, Maria é a mãe de Jesus Cristo, é a nossa mãe, que nos foi dada pelo seu próprio filho Jesus Cristo, Nosso Senhor, quando agonizante, no alto do Calvário, e já sentindo que nada mais poderia fazer,  e dar a esses homens ingratos, ainda lhe restava a sua mãe sobre a terra, e, num esforço supremo, ainda, num ato de amor sem precedentes, dá a sua mãe para os homens , dá a sua Mãe para ser a mãe de todos os homens, dá a sua mãe para zelar por aqueles que o haviam matado e a quem ele dera, espontaneamente, a sua própria vida.

Jesus estava partindo para a casa do Pai, mas a sua Mãe, agora nossa mãe, , ainda permaneceria com os seus apóstolos amados, apoiando-os e, na figura de Maria, tinham eles a visão sempre viva de Jesus Cristo.

E é por isso que já, os primeiros cristãos, reconheceram Maria como a Mãe de Deus e mãe dos homens, e, completando a saudação do Anjo Gabriel e depois a saudação de Isabel, rezavam com fervor a oração que chegou até os nossos dias e que todos os dias, sem cessar e centenas de vezes, nós a repetimos com amor e confiança, porque  nós, cristãos católicos, amamos realmente a Virgem Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida.  

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

 

JESUS NÃO RESISTE AOS PEDIDOS DE MARIA

 

Através dos Santos Evangelhos tomamos conhecimento que Jesus Cristo quis começar e começou a realizar os seus milagres por intercessão de sua Mãe, Maria Santíssima.

Quando da visita de Maria à sua prima Isabel, estando Maria grávida de Jesus Cristo e Isabel grávida de João Batista, a simples presença de Maria com Jesus no seu ventre fez com que o filho de Isabel, João Batista, pulasse no ventre de sua mãe assim que Maria cumprimentou Isabel, tendo nessa oportunidade, realizada a santificação de João Batista ainda no entre de sua mãe pela palavra de Maria, pela saudação de Maria à sua prima Isabel, e este foi o primeiro e o maior milagre da graça. No casamento de Canaã, na Galiléia, Jesus atende a humilde súplica de sua mãe e transforma a água em vinho, e este foi o primeiro milagre da natureza.

Jesus Cristo começou e continuou os seus milagres por Maria e continuará a fazer os seus milagres por intercessão de Maria, como aconteceu nas bodas de Caná (Jo 2) isso até o fim dos tempos. Foi em Maria que Deus Espírito Santo produziu a sua obra prima, que é um Deus feito homem, e assim o Espírito Santo continua produzindo todos os dias, através de Maria, os membros do corpo dessa cabeça adorável, formando, desta forma,, o grande corpo místico de Jesus Cristo, que é a sua Igreja. Na criação do mundo Deus Pai fez um conjunto de todas as águas, a quem chamou de Mar; depois fez um conjunto de todas as suas graças, a quem chamou Maria, como disse e escreveu o grande santo Luiz Maria Grignon de Montfort.

Maria é um tesouro, um armazém muito rico onde Deus encerrou tudo o que há de mais belo, de refulgente, de raro, de precioso, até o seu próprio Filho.

É através de Maria que Jesus aplica os seus merecimentos a todos os membros do seu Corpo Místico, comunica sua virtudes e distribui as suas graças; Maria é o mistério, é o canal por onde passam, suave e abundantemente, as misericórdias de Jesus.

Deus Espírito Santo comunicou seus dons inefáveis à Maria, sua fiel Esposa, e escolheu-a para ser a distribuidora de todos os seus bens, de modo que Maria distribuía as graças de Deus a quem quer, quando quer, como quer, quanto quer, e não existe dom celeste feito para os homens que não tenha passado pelas mãos virginais de Maria.

Esta é a vontade de Deus: que tenhamos tudo através de Maria; é assim que deve ser enriquecida, elevada e honrada do Altíssimo aquela que, por sua profunda humildade, se fez pobre, humilhou-se ocultou-se até ao nada durante toda a sua vida.

Jesus Cristo, o filho de Deus feito homem, veio até nós por meio de Maria, e todos nós, homens, devemos chegar até Deus também por meio de Maria.

É certo que no céu Nosso Senhor Jesus Cristo  é ainda filho de Maria como o era aqui na terra, e tudo nos leva a crer que ele tem conservado a submissão e obediência do mais perfeito dos filhos à melhor e mais santa de todas as mães.

Temos consciência que Maria está infinitamente abaixo de seu Filho, que é Deus, e, obviamente, lá no céu, ela não dá ordens a Jesus como uma mãe aqui da terra.

Quando lemos nos escritos de São Bernardo, de São Bernardino, de São Boaventura, de São Luiz Maria Grignon de Montfort, que no céu e na terra tudo se submete à Santíssima Virgem Maria, isso quer dizer que é tão grande a autoridade que o Senhor Nosso Deus deu à Maria que ela pode tudo e que, perante Deus, as orações e as súplicas de Maria são tão poderosas que não existe nada que Maria peça a Deus que não seja atendida, pois Jesus Cristo, que é Deus, jamais resiste aos pedidos  de sua mãe muito amada, porque tudo o que Maria pede a Deus está de acordo com a eterna e imutável vontade do Altíssimo.0

Jesus Cristo veio até nós por meio de Maria.

Devemos chegar a Jesus também por meio de Maria.

(baseado no livro “Glórias de Maria Santíssima” de Santo Afonso Maria de Ligouri).

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

 

SÃO SÉRGIO DE CAPADÓCIA

 

Sérgio, mártir da Cesarea, na Capadócia, por muito pouco não se manteve totalmente ignorado na história do cristianismo. Nada foi escrito sobre ele nos registros gregos e bizantinos da Igreja dos primeiros tempos. Entretanto, ele passou a ter popularidade no Ocidente, graças a uma página latina, datada da época do imperador romano Diocleciano, onde se descreve todo seu martírio e o lugar onde foi sepultado.

O texto diz que no ano 304, vigorava a mais violenta perseguição já decretada contra os cristãos, ordenada pelo imperador Diocleciano. Todos os governadores dos domínios romanos, sob pena do confisco dos bens da família e de morte, tinham de executá-la. Entretanto alguns, já simpatizantes dos cristãos, tentavam em algum momento amenizar as investidas. Não era assim que agia Sapricio, um homem bajulador, oportunista e cruel que administrava a Armênia e a Capadócia, atual Turquia. A narrativa seguiu dizendo que durante as celebrações anuais em honra do deus Júpiter, Sapricio, estava na cidade de Cesarea da Capadócia, junto com um importante senador romano. Num gesto de extrema lealdade, ordenou que todos os cristãos da cidade fossem levados para diante do templo pagão, onde seriam prestadas as homenagens àquele deus, considerado o mais poderoso de todos, pelos pagãos. Caso não comparecessem e fossem denunciados seriam presos e condenados à morte. Poucos conseguiram fugir, a maioria foi ao local indicado, que ficou tomado pela multidão de cristãos, à qual se juntou Sérgio. Ele era um velho magistrado, que há muito tempo havia abandonado a lucrativa profissão para se retirar à vida monástica, no deserto. Foi para Cesarea, seguindo um forte impulso interior, pois ninguém o havia denunciado, o povo da cidade não se lembrava mais dele, podia continuar na sua vida de reclusão consagrada, rezando pelos irmãos expostos aos martírios. A sua chegada causou grande surpresa e euforia, os cristãos desviaram toda a atenção para o respeitado monge, gerando confusão. O sacerdote pagão que preparava o culto ficou irado. Precisava fazer com que todos participassem do culto à Júpiter, o qual, segundo ele, estava insatisfeito e não atendia as necessidades do povo. Desta forma, o imperador seria informado pelo seu senador e o cargo de governador continuaria com Sapricio. Mas, a presença do monge produziu o efeito surpreendente de apagar os fogos preparados para os sacrifícios. Os pagãos atribuíram imediatamente a causa do estranho fenômeno aos cristãos, que com suas recusas haviam irritado ainda mais o seu deus. Sérgio, então se colocou à frente e explicou que a razão da impotência dos deuses pagãos era que estavam ocupando um lugar indevido e que só existia um único e verdadeiro Deus onipotente, o venerado pelos cristãos. Imediatamente foi preso, conduzido diante do governador, que o obrigou a prestar o culto à Júpiter. Sérgio não renegou a Fé, por isto morreu decapitado naquele mesmo instante. Era o dia 24 de fevereiro. O corpo do mártir, recolhido pelos cristãos, foi sepultado na casa de uma senhora muito religiosa. De lá as relíquias foram transportadas para a cidade andaluza de Ubeda, na Espanha.

Também é comemorado neste dia: Santa Adélia (rainha, viúva), São Betto de Auxerre (monge e bispo), São João Theristus (monge), São Modeste de Treves (bispo), Bem-Aventurado Tomás Maria Fusco (fundador).

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

 

COM MARIA, QUANDO ÉRAMOS CRIANÇAS

 

Quando éramos pequenos, quando éramos crianças, quantos de nós aprendemos as primeiras orações no colo de nossas mães ou avós. Íamos ao catecismo, e a catequista, com muito amor, carinho e paciência, repetia conosco as orações do Pai Nosso, da Ave Maria e pegava em nossas mãos de crianças para nos ajudar a aprender e a fazer o Sinal da Cruz.

Quando éramos crianças rezávamos e tínhamos a certeza de que o Papai do Céu nos ouvia e nos atendia.

Depois fomos crescendo, crescendo e passamos a achar que éramos auto-suficientes, que não precisaríamos mais de rezar, que poderíamos muito bem viver sem orações e sem Deus, que, afinal de contas, rezar era para crianças e mulheres que tinham que cuidar dos maridos e dos filhos.

Fomos nos tornando pessoas adultas e maduras e começamos  a achar que poderíamos resolver os nossos próprios problemas e passamos a ficar descrentes no poder da oração.

Se fizermos uma retrospectiva na nossa vida, vamos notar que, a partir do momento em que deixamos de rezar, passamos a dar cabeçadas por esse mundo a fora.

Deixando de rezar, começamos a nos afastar de Deus e da sua Igreja e, fazendo isso e olhando para traz, notamos quantas coisas que fizemos e não deveríamos ter feito e que não faríamos se ainda tivéssemos mantido o contato com Deus, ou ainda, quantas coisas que fizemos e que poderíamos tê-las feito melhor.

Muitos de nós tivemos apenas uma iniciação na vida religiosa, na vida cristã, apenas uma iniciação na vida de oração, de conversa amigável e amorosa com Deus, nosso Pai.

Quando éramos crianças o nosso respeito, o nosso amor para com Deus, com sua Igreja, com os irmãos e com os mais velhos estavam sempre presentes em nossas vidas, em nossos atos e pensamentos. Crescemos, começamos a achar que rezar e ir à Igreja era perda de tempo, coisas de crianças e mulheres. Desaprendemos de rezar.

Quando éramos crianças aprendemos a rezar orações decoradas e também orações espontâneas, numa conversa amigável com Deus com as nossas próprias palavras e sentimentos como se estivéssemos conversando com o nosso próprio pai ou mãe, e fazíamos isso com confiança total na bondade e misericórdia de Deus.

Quando a criança deixa de ser criança e passa a se julgar adulto, proclama a sua independência de tudo e de todos, inclusive de Deus e se esquece de quem Jesus amava de verdade era das crianças, perde o contato com a família do Pai Nosso.

Ser criança, no Evangelho, não é pertencer a uma determinada faixa etária; ser criança, para Jesus, é um estado de espírito e se não voltarmos a ser crianças e a nos tornarmos crianças, não alcançaremos o Reino do Céu: “Eu lhes garanto: se vocês não se converterem e não se tornarem como crianças, vocês nunca entrarão no Reino do Céu”. (Mt 18,3).

Eram as crianças que Jesus queria perto de si para abraçá-las e abençoar: “Deixem as crianças e não lhes proíbam de vir a mim, porque o Reino do Céu pertence a elas”. (Mt 19,14).

O Reino do Céu foi feito para as crianças, não importa a idade que elas tenham: de um a cem anos. Nós envelhecemos quando queremos, quando deixamos de ser crianças, quando nos julgamos auto-suficientes e não necessitamos de mais ninguém, nem de Deus. Se quisermos, seremos sempre crianças e o Reino do Céu não fugirá de nós, será sempre nosso, das crianças.

Enquanto confiarmos em Deus e colocarmos em suas mãos a nossa vida, os nossos anseios, as nossas realizações, o nosso presente, o nosso futuro, acreditando que Deus só quer o nosso bem, ai somos ou voltamos a ser crianças.

Caso contrário, se passarmos a querer resolver os nossos problemas sozinhos e nos negarmos ao amor do Pai, deixamos de ser crianças e nos afastamos da possibilidade de nos entregar-mos ao amor da mãe.






terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

 

CÁTEDRA DE SÃO PEDRO

 

A Cátedra de São Pedro era comemorada em duas datas, que marcaram as mais importantes etapas da missão deixada ao apóstolo pelo próprio Jesus. A primeira, em 18 de janeiro se comemorava a sua posse em Roma, a segunda, em 22 de fevereiro, marca o aparecimento do Cristianismo na Antioquia, onde Pedro foi o primeiro bispo.

Por se tratar de uma das mais expressivas datas da Igreja o martirológio decidiu unificar os dois dias e festejar apenas o dia 22 de fevereiro, que é a mesma data do livro "Dispositio Martyrum", único motivo da escolha para a celebração.

Cátedra significa símbolo da autoridade e do magistério do bispo. É daí que se origina a palavra catedral, a igreja-mãe da diocese. Estabeleceu-se então, a Cátedra de São Pedro para marcar sua autoridade sobre toda a Igreja, inclusive sobre os outros apóstolos.

Sem dúvida alguma foi o mais importante dos escolhidos por Jesus Cristo. Recebendo a incumbência de se tornar a pedra sobre a qual seria edificada Sua Igreja, Pedro assumiu seu lugar de líder, atendendo a vontade explícita de Jesus, que lhe assinalou a tarefa de "pascere" em grego, isto é guiar o novo povo de Deus, a Igreja.

Veremos de fato que Pedro desempenhando, depois da Ascensão, o papel de guia. Presidiu a eleição de Matias e foi o orador do dia de Pentecostes. Mais tarde enfrentou a perseguição de Herodes Agripa, que pretendia matá-lo para aplicar um duro golpe no cristianismo. Implantou as fortes raízes do catolicismo em Antioquia, e então partiu para Roma, onde reinava o imperador Cláudio.

A Igreja ganhou grande força com a sua determinação. Alguns fatos históricos podem ser comprovados através da epístola de São Paulo aos Romanos, do ano 57. Nela, este apóstolo descreve o crescimento da fé cristã, em todos os territórios dos domínios deste Império, como obra de Pedro.

Mas foi na capital, Roma, que Pedro deu impulso gigantesco à expansão do Evangelho, até o seu martírio e a morte, que aconteceram na cidade-sede de toda a Igreja. Conforme constatação extraída dos registros das tradições narradas na época e aceita por unanimidade pelos estudiosos, inclusive os não cristãos. Posteriormente atestadas, de modo histórico irrefutável, pelas escavações feitas em 1939, por ordem do Papa Pio XII, nas Grutas Vaticanas, embaixo da Basílica de São Pedro, e cujos resultados foram acolhidos favoravelmente também pelos estudiosos não católicos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

 

MÃE NÃO TEM COROA... TEM AMOR...

 

Todos nós, que amamos Maria, a Nossa Senhora, amamos sobremaneira ao Senhor Nosso Deus e nos esforçamos para amá-lo mais e mais a cada dia que passa.

Tudo o que fazemos deve ser sempre para a maior glória de Deus. Amamos Maria porque o Senhor Nosso Deus a amou primeiro que nós.

Manifestamos nosso amor por Maria de muitas maneiras.

Cada um de nós tem uma maneira especial de manifestar o seu amor pela boa mãe do céu.

Já nos acostumamos ouvir muitas pessoas dizerem – “Como é boa Nossa Senhora” -. Como é boa a nossa Maria.

Todos nós, que desejamos alguma melhora na nossa vida, ou na vida de alguém da família, ou de algum amigo ou amiga, de alguma pessoa que amamos, todos que desejamos a vinda de melhores dias, de um emprego, uma graça para vencermos um defeito particular, ou um pedido com lágrimas para a conversão do marido, filho, pais, irmãos ou amigos, quando precisamos de uma grande graça,  não hesitamos e logo corremos aos pés de Maria e dificilmente de lá saímos sem que a Virgem tenha atendido ao nosso pedido ou nos dado forças para superar o problema.

Quantas vezes recorremos à Virgem Maria quando notamos tristemente que a nossa fé vacila, ou porque nos afligimos por ter de carregar uma grande cruz que nos parece muito pesada para a nossa fraqueza, ou ainda, quando temos no seio da nossa família perturbações e infelicidades domésticas que nos parecem dificultar até a nossa própria salvação eterna, e, para todos nós, para essas tristezas a oração parece trazer tão pouco alívio.

Qual é então o remédio que nos falta? Qual é o remédio indicado pelo próprio Senhor Nosso Deus?            É, sem dúvida, e segundo a revelação dos grandes santos e santas, devotos fervorosos da Virgem Maria, o refúgio no manto maternal de Maria.

Mas, a devoção que consagramos a Maria é fraca, escassa, mesquinha, deturpada pela nossa ignorância religiosa e, muitas vezes, chega até às raias da heresia.         Como eu gostaria de mostrar a todos os fieis devotos de Maria como realmente ela foi - sem tronos e sem coroas, apenas uma mulher simples, de avental sujo de ovo ou caldo de feijão, cabelos em desalinho pelo trabalho doméstico, olhos lagrimejantes por cortar cebola ou pela fumaça da madeira verde que queimava no fogão à lenha, enquanto preparava o alimento para seu filho e seu esposo, tal qual nossas esposas e mães, ainda que nossas esposas e mães levem vantagem sobre isso, considerando que hoje, principalmente nas cidades, não existem mais fogões a lenha e sim a facilidade do fogão a gás.    

Gostaria de mostrar uma Maria tão pequena  e humilde para que todos nós nos sentíssemos bem à vontade junto dela. A nossa ignorância tira de Maria todo o esplendor de sua humildade.     

E é por essa razão que Jesus Cristo não é amado como deveria ser. É por não amarmos como deveríamos amar Maria que os homens não se convertem. É por isso que a nossa Igreja não é exaltada.

Quantas almas que poderiam ser santas e que desfalecem  na fé tomando caminhos diferentes daqueles que levam até Deus porque são mal orientados sobre a devoção de Maria, e por isso tomam caminhos diferentes daqueles que levam a Deus.

Por uma falsa distorção com respeito à devoção à Maria que os sacramentos não são freqüentados como deveriam ser.          

É pela falsa devoção ou distorção na devoção de Maria que as almas não são evangelizadas com o entusiasmo do zelo apostólico.

Pelos erros na devoção à Maria que Jesus não é conhecido, porque a devoção à Maria é destorcida e por isso, muitas vezes, é deixada no esquecimento ou é procurada por seus devotos apenas por interesses egoístas e mesquinhos.          

Quantas almas se desviam do verdadeiro caminho porque Maria está distante delas.          

A devoção mal orientada à Maria é a causa de todas as nossas misérias, de todos os nossos males, de todas as nossas omissões, de toda nossa tibieza, de toda nossa frieza.       

Segundo as revelações dos nossos Santos grandes devotos de Maria, tal como foi São Luiz Maria Grignon de Montfort, o Senhor Nosso Deus quer uma devoção mais vasta, mais extensa, mais sólida, uma devoção muito diferente da que temos hoje, da que temos atualmente para com a Santíssima Virgem Maria. Se Jesus não é conhecido como deveria ser é porque nós não amamos como deveríamos amar a sua Mãe Santíssima.

domingo, 20 de fevereiro de 2022

 

JACINTA DE JESUS MARTOVIDENTE DE FÁTIMA

 

Jacinta de Jesus Marto nasceu em Aljustrel, Fátima, a 11 de março de 1910. Foi batizada uma semana depois. Á ela junto com o irmão Francisco e a prima Lúcia, três simples crianças pastoras analfabetas, foi dada a graça de presenciar as aparições de Nossa Senhora, na sua pequenina aldeia.

Além das cinco aparições da Cova da Iria e uma dos Valinhos, Nossa Senhora apareceu à Jacinta mais quatro vezes em casa durante a doença, uma grave pneumonia que a acometeu juntamente com seu irmão Francisco.

Nessa primeira aparição, quando ambos já estavam acamados, assim descreve a pequenina: "Nossa Senhora veio nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito em breve. E a mim perguntou-me se queria ainda converter mais pecadores. Disse-lhe que sim". De fato, logo depois Francisco morreu santamente.

Nessa ocasião, ao aproximar-se o momento da partida de Francisco, Jacinta recomenda-lhe: "Leve muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora e diz-lhes que sofro tudo quanto Eles quiserem para converter os pecadores".

Jacinta ficara tão impressionada com a visão do inferno durante uma das aparições da Virgem em Fátima, ocorrida em 13 de julho de 1917, que nenhuma mortificação e penitência era demais para salvar os pecadores. A vida da pequena Jacinta foi caracterizada por esse extremo espírito de sacrifício, o amor ao Coração de Maria, ao Santo Padre e aos pecadores.

Sempre levada pela preocupação da salvação dos pecadores e do desagravo ao Coração Imaculado de Maria, de tudo oferecia um sacrifício a Deus, dizendo sempre a oração que Nossa Senhora lhes ensinara: "Ò Jesus, é por Vosso Amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria". Quase um ano depois da morte de Francisco, Jacinta faleceu, era 20 de fevereiro de 1920. O seu corpo foi enterrado no cemitério de Ourém, sendo transladado em 1935 para o cemitério de Fátima.

Em 1951 foi finalmente transferida para a Basílica do Santuário.

No dia 13 de maio de 2001, dia da festa de Nossa Senhora de Fátima, foi um dia muito especial não só para os portugueses, mas para a família católica inteira. O Papa João Paulo II, esteve na cidade portuguesa para beatificar Jacinta de Jesus Marto, marcando sua celebração para a data de sua morte. A cerimônia ocorreu na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, com a presença da Irmã Lúcia de Jesus.

Os acontecimentos de Fátima e os pastorzinhos são porta-vozes do convite materno de Maria ao acolhimento, ao amor, à confiança, à pureza de vida e de coração e à entrega de si mesmo a Deus e aos outros, em atitude de solidariedade e de fé inquebrantável. A canonização e santificação de Jacinta de Jesus Marto nos lembra a vocação última da Igreja e a comunhão dos santos.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

 

"PADRE IBIAPINA" - JOSÉ ANTÔNIO DE MARIA IBIAPINA - SANTO POPULAR DO NORDESTE BRASILEIRO - 1806-1883

 

José Antônio de Maria Ibiapina nasceu aos 5 de agosto de 1806, em Sobral, Ceará. Era o terceiro dos oito filhos de Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus, um casal de fazendeiros decadentes, porém dotados de fé e humildade.

Em 1816 a família se transfere para a vila de Icó, onde o pai assume as funções de escrivão. A família está com muitas dificuldades financeiras. Ibiapina se hospeda, então na casa do padre Antônio Manuel de Sousa, que se ocupou de sua educação religiosa e foi um importante padrinho. Nesta época, Ibiapina já estava consciente da fragilidade da justiça e da política de sua região, especialmente pela convivência com seu pai, serventuário a justiça, que o fez conhecedor dos bastidores do poder. Ele estava certo de que iria se tornar um defensor dos oprimidos e carentes daquela terra sem lei. José Ibiapina ingressa no seminário de Olinda em 1823 mas o deixa para iniciar os estudos de direito.

Em 1828 ingressa no curso Jurídico, finalizando os estudos em 1832.

Em 1834 é eleito deputado. Desde o começo se posicionava como um defensor das questões sociais e como um autêntico nacionalista, opondo-se, muitas vezes, a políticos e autoridades influentes. Terminada sua legislatura, Ibiapina não mais desejava continuar na vida pública e se dedicou ao seu ofício de advogado, principalmente em causas de pessoas humildes e sem posses. Mas a advocacia não era o que realmente satisfazia a inquietude de seu espírito. Decepcionado com a vida, com o matrimônio e com os homens, resolve abandonar a promissora carreira e se tornar sacerdote. Em 1853, após um longo retiro espiritual, José Ibiapina recebeu as primeiras ordens, com o consentimento do bispo D. João. Começava aí a parte mais ativa de sua vida. Depois de ter sido professor do seminário inicia uma vida de peregrinação pelo interior de todo o Nordeste, para levar a mensagem confortadora do Evangelho e os dons da caridade aos irmãos mais humildes e abandonados.

Movimentou-se do Piauí a Pernambuco, por diversos vilarejos, fundando colégios, hospitais, capelas, igrejas, cemitérios e até açudes. Mas, a principal marca do padre Ibiapina foram as chamadas Casas de Caridade, que começaram a surgir quando da grande epidemia de cólera que se alastrou por Pernambuco, e que prestavam atendimento de saúde aos doentes mais pobres. Mais tarde, e com a ajuda de algumas religiosas missionárias, as Casas de Caridade passaram a oferecer formação moral e intelectual para os jovens e a abrigar órfãos e abandonados. Mas não foram apenas obras materiais as que padre Ibiapina construiu. Por onde passou, acalentou as pessoas, pregou a Palavra de Deus, apaziguou inimizades e disseminou o amor, como relatam alguns de seus biógrafos. O povo amava o Padre-Mestre, como era carinhosamente chamado.

Acometido de uma paralisia nas pernas, fruto dos anos de peregrinação, padre Ibiapina ficou preso a uma cadeira de rodas. Já em 1882 sofria de problemas vasculares que culminaram em alguns derrames. Acaba falecendo no dia 19 de fevereiro de 1883.

Tantos foram os feitos de José Ibiapina que fora aclamado santo ainda em vida pelo povo nordestino. Atualmente seu processo de beatificação tramita no Vaticano.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

 

O DOENTE COMPLETA O SOFRIMENTO DE CRISTO

 

            Na carta que o Apóstolo Paulo escreveu aos Colossenses, ele disse: “Meus irmãos, agora eu me alegro de sofrer por vocês e vou completando na minha própria carne o que falta aos sofrimentos de Jesus Cristo a favor  do seu corpo, que é a Igreja.” (Col 1, 24).

Quando eu leio essa passagem, essa frase, fico pensando nos nossos irmãos doentes.       

Essa frase de São Paulo cabe certinho na boca dos doentes, dos nossos irmãos que estão passando por algum problema de saúde, que estão hospitalizados, acamados em tratamento médico.            Todos os doentes sofrem, de uma maneira ou de outra.

E seria tão bom que todos os doentes dissessem como disse Paulo: “eu me alegro de sofrer... porque vou completando na minha carne o que falta aos sofrimentos de Jesus Cristo a favor da sua Igreja.”          

Os doentes são os companheiros de Jesus Cristo a caminho do Calvário.

Os doentes são os participantes  da agonia da cruz.

Os sofrimentos dos doentes é a complementação do que falta aos sofrimentos de Jesus Cristo para a total salvação de todo o gênero humano.

Os doentes são o corpo flagelado de Jesus Cristo; os doentes são a cabeça coroada de espinhos de Jesus Cristo; os doentes são o coração sacrossanto de Jesus Cristo traspassado pela lança.      Os doentes sofrem, e esse sofrimento complementa o sofrimento de Jesus Cristo para a salvação de todos os homens. Não existe sofrimento inútil.

Não existe dor que não seja revertida para a salvação de quem sofre, para a salvação da família de quem sofre, para a salvação de todos os homens.

Todos nós lutamos para ter saúde, aliás, é um direito que todos nós temos, o de sermos sadios,  o de sermos perfeitos.

Mas, apesar dos nossos esforços para sermos sadios e termos saúde, a nossa natureza humana é frágil, é fraca, e a doença, vez ou outra, nos assedia, nos ataca e, muitas vezes, em muitos irmãos, é uma companheira constante, e às vezes até a companheira de toda uma vida.

Então precisamos fazer da nossa doença, do nosso sofrimento, a tábua de salvação para todos nós, para quem sofre e para quem não sofre também.

Paulo Apóstolo se alegra na dor e diz que a sua dor complementa o que falta no sofrimento de Jesus Cristo. Assim, da mesma maneira, os doentes devem se alegrar porque eles são os amigos queridos de Jesus Cristo, eu diria até, os amigos íntimos de Jesus, porque, somente quem sofre pode valorizar o sofrimento de Jesus Cristo que, sem merecer, e de livre e expontânea vontade, se entregou por todos nós para sofrer a sua paixão, crucificação e morte para a salvação de todos os homens. E todos nós, os que agora temos saúde, não devemos nos esquecer jamais  dos nossos irmãos doentes. Não podemos deixar que eles fiquem sozinhos nessa sua caminhada de dor.

Hoje temos saúde, amanhã os doentes poderemos ser nós mesmos.

A nossa saúde é como um fio de linha que pode se romper a qualquer momento.

Estejamos sempre preparados para a doença.           

E a melhor preparação para sermos pacientes e aceitar com resignação qualquer problema de saúde, é visitar com frequência os nossos irmãos doentes.

Você, meu irmão, não imagina como o nosso irmão doente necessita de nossa visita, de nossa ajuda, da nossa presença, da nossa palavra amiga.

Lembremo-nos do que o Senhor Jesus disse no seu Evangelho, quando se referia ao Juízo Final: “Estive doente e você me visitou...”

nosso irmão doente é o próprio Jesus Cristo que continua sofrendo para completar o sofrimento do Calvário para a salvação de todos os homens.

Ainda hoje, caro irmão, procure visitar um doente, e leve a ele uma palavra de conforto, dê a ele a satisfação de sua presença amiga, e verá como você voltará para a sua casa recompensado por ter feito uma obra de  misericórdia...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

 

“PRECISA-SE DE PROFETAS”

 

Movido pela experiência de Deus, o profeta ou a profetiza acabam mudando o seu modo de ver e de pensar, de sentir e de julgar, de portar-se e de falar, e procuram transmitir isso a todos, quer seja bem recebido ou não, correndo o risco de não ser bem interpretado entre os seus mais próximos, como aconteceu com Jesus, o que motivou a suas queixa: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”. (4,24). João, no seu Evangelho ratifica isso: “O próprio Jesus havia testemunhado que um profeta não é honrado em sua própria pátria”. (Jo 4,44).

O profeta não fala em nome próprio, mas anuncia a palavra que Deus lhe põe no coração e na boca, uma palavra por vezes nada fácil de ser anunciada e, por isso, encontra dificuldades de ser aceita. Movido pelo Espírito, o profeta age como mensageiro de Deus.

O profeta está afinado com Deus. O profeta vê a realidade com os olhos de Deus.

Por isso o profeta anuncia o amor de Deus, sua ternura e misericórdia, e sua paixão pela vida humana. O profeta também denuncia a injustiça, a exploração, o domínio dos fortes sobre os fracos e tudo que ofende o povo a quem Deus quer bem.

O profeta sacode as consciências e aponta, no meio dos conflitos, a força libertadora de Deus, pois são os profetas e profetisas, homens e mulheres, cheios de inspiração e vigor pela causa de Deus e do povo, que falam ao povo em nome de Deus.

Falar de vocação profética na Bíblia é falar da experiência de Deus que homens e mulheres realizaram em suas vidas.

Os profetas e profetisas, ao vivenciarem sua vocação, procuraram responder ao chamado de Deus. Primeiro, eles tiveram que mergulhar neste mistério profundo, Deus, o inexplicável, o absoluto. Como o mundo precisa de verdadeiros profetas e profetisas no tempo em que vivemos...

Achei entre os meus guardados um artigo denominado “Precisa-se de Profetas”, dos padres Salvatorianos que define bem o que deve ser entendido por profeta nos nossos dias, e transcrevo parte dele:

“O profeta é um homem que acredita fielmente nos seus ideais e sonhos. Ele é capaz de enfrentar  qualquer dificuldade para levar avante o seu projeto de vida. Geralmente este projeto não está separado de uma visão humana e libertadora. O profeta traz em seu íntimo a certeza de que a vida sempre superará a morte porque quem o impulsiona a agir nessa direção é o Deus criador, o Deus que gera e sustenta essa mesma vida. [...] Para o profeta o direito a uma vida digna é indispensável na implantação do projeto de Deus. A vida deve estar acima de qualquer pretensão humana em todas as suas dimensões e níveis: social, político, econômico e religioso. O profeta é animador, entusiasta é aquele que encoraja o seu povo para uma atuação que corresponda aos anseios de uma vida de melhor qualidade possível. Porém, é também aquele que sofre e sente os dramas de uma nação, de um povo sofredor. Diante das situações de calamidade o profeta luta e grita do mais profundo de suas entranhas: Deus não está de acordo com a manutenção da dominação que tem como consequência a exploração e destruição da dignidade humana”.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

 

JESUS NÃO RESISTE AOS PEDIDOS DE MARIA

 

Através dos Santos Evangelhos tomamos conhecimento que Jesus Cristo quis começar e começou a realizar os seus milagres por intercessão de sua Mãe, Maria Santíssima. Quando da visita de Maria à sua prima Isabel, estando Maria grávida de Jesus Cristo e Isabel grávida de João Batista, a simples presença de Maria com Jesus no seu ventre fez com que o filho de Isabel, João Batista, pulasse no ventre de sua mãe assim que Maria cumprimentou Isabel, tendo nessa oportunidade, realizada a santificação de João Batista ainda no entre de sua mãe pela palavra de Maria, pela saudação de Maria à sua prima Isabel, e este foi o primeiro e o maior milagre da graça.

No casamento de Canaã, na Galiléia, Jesus atende a humilde súplica de sua mãe e transforma a água em vinho, e este foi o primeiro milagre da natureza. Jesus Cristo começou e continuou os seus milagres por Maria e continuará a fazer os seus milagres por intercessão de Maria, como aconteceu nas bodas de Caná (Jo 2) isso até o fim dos tempos.

Foi em Maria que Deus Espírito Santo produziu a sua obra prima, que é um Deus feito homem, e assim o Espírito Santo continua produzindo todos os dias, através de Maria, os membros do corpo dessa cabeça adorável, formando, desta forma,, o grande corpo místico de Jesus Cristo, que é a sua Igreja.

Na criação do mundo Deus Pai fez um conjunto de todas as águas, a quem chamou de Mar; depois fez um conjunto de todas as suas graças, a quem chamou Maria, como disse e escreveu o grande santo Luiz Maria Grignon de Montfort.

Maria é um tesouro, um armazém muito rico onde Deus encerrou tudo o que há de mais belo, de refulgente, de raro, de precioso, até o seu próprio Filho.

É através de Maria que Jesus aplica os seus merecimentos a todos os membros do seu Corpo Místico, comunica sua virtudes e distribui as suas graças; Maria é o mistério, é o canal por onde passam, suave e abundantemente, as misericórdias de Jesus.

Deus Espírito Santo comunicou seus dons inefáveis à Maria, sua fiel Esposa, e escolheu-a para ser a distribuidora de todos os seus bens, de modo que Maria distribuía as graças de Deus a quem quer, quando quer, como quer, quanto quer, e não existe dom celeste feito para os homens que não tenha passado pelas mãos virginais de Maria.

Esta é a vontade de Deus: que tenhamos tudo através de Maria; é assim que deve ser enriquecida, elevada e honrada do Altíssimo aquela que, por sua profunda humildade, se fez pobre, humilhou-se ocultou-se até ao nada durante toda a sua vida. Jesus Cristo, o filho de Deus feito homem, veio até nós por meio de Maria, e todos nós, homens, devemos chegar até Deus também por meio de Maria.

É certo que no céu Nosso Senhor Jesus Cristo  é ainda filho de Maria como o era aqui na terra, e tudo nos leva a crer que ele tem conservado a submissão e obediência do mais perfeito dos filhos à melhor e mais santa de todas as mães.

Temos consciência que Maria está infinitamente abaixo de seu Filho, que é Deus, e, obviamente, lá no céu, ela não dá ordens a Jesus como uma mãe aqui da terra. Quando lemos nos escritos de São Bernardo, de São Bernardino, de São Boaventura, de São Luiz Maria Grignon de Montfort, que no céu e na terra tudo se submete à Santíssima Virgem Maria, isso quer dizer que é tão grande a autoridade que o Senhor Nosso Deus deu à Maria que ela pode tudo e que, perante Deus, as orações e as súplicas de Maria são tão poderosas que não existe nada que Maria peça a Deus que não seja atendida, pois Jesus Cristo, que é Deus, jamais resiste aos pedidos  de sua mãe muito amada, porque tudo o que Maria pede a Deus está de acordo com a eterna e imutável vontade do Altíssimo. Jesus Cristo veio até nós por meio de Maria. Devemos chegar a Jesus também por meio de Maria. (baseado no livro “Glórias de Maria Santíssima” de Santo Afonso Maria de Ligouri).

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

 

O DOM DAS LÍNGUAS

 

São Paulo, Apóstolo, dá as regras para o que chamamos de “o exercício para o dom das línguas” na sua primeira Carta aos Coríntios, 14,26-40:

 

O DOM DA LINGUA DEVE SER USADO DESDE QUE SEJA PARA EDIFICAÇÃO DA COMUNIDADE – “Que fazer, então, irmãos? Quando vocês estão reunidos, cada um pode entoar um canto, dar um ensinamento ou revelação, falar em línguas ou interpretá-las. Mas que tudo seja para edificação.” (1Cor 14,26). Este é o princípio regulador de todos os dons em geral. Eles devem servir para edificar os outros. Se assim não for, o dom, qualquer que seja, é ineficaz.

 

O DOM DA LÍNGUA NÃO DEVE SER USADO POR MAIS DO QUE TRÊS PESSOAS NUM MESMO CULTO – “Se existe alguém que fale em línguas, falem dois ou no máximo três, um após o outro.” (1Cor 14,27). Numa mesma reunião “dois, ou no máximo três” indica que ter três diferentes pessoas falando em línguas em um mesmo culto seria contrariar os ensinamentos de Paulo. Congregações inteiras falando, cantando ou orando em línguas é especificamente proibido aqui.

 

NO CULTO SOMENTE UM DE CADA VEZ DEVE EXERCITAR O DOM DA LÍNGUA – (1Cor 14,27). “um após o outro”, ou seja "cada um por sua vez" restringe o falar em línguas a um homem por vez; qualquer um a mais que falaria junto acrescentaria somente confusão. Já é uma confusão suficiente escutar um idioma estrangeiro; escutar duas ou mais pessoas ao mesmo tempo seria fútil e certamente não poderia edificar. A prática comum contemporânea de ficar de pé falando em línguas durante a pregação é também proibida segundo o ensinamento de Paulo.

 

QUANDO ALGUÉM FALA EM LÍNGUA DEVE HAVER UM INTERPRETE E APENAS UM INTÉRPRETE QUE ESCLAREÇA A COMUNIDADE SOBRE O QUE FOI FALADO – “E que alguém as interprete” (1Cor 14,27). Paulo requer aqui que haja um intérprete para transmitir aos demais irmãos o que o irmão esteja falando e que o mesmo intérprete dê as interpretações das mensagens dadas por uma, duas ou no máximo três pessoas. Nenhum outro intérprete deve falar.

 

O INTÉRPRETE DEVE SER ALGUÉM QUE NÃO SEJA DAQUELE QUE ESTEJA FALANDO EM LÍNGUAS – E que alguém as interprete. Se há intérprete, que o irmão se cale na assembléia, fale a si mesmo e a Deus. Quanto as profetas, que dois ou três falem, e os outros profetas dêem o seu parecer” (v 27-29). Paulo não permite que alguém fale em uma língua para dar sua própria interpretação. A própria pessoa que fala em línguas não pode dar a sua própria interpretação, tem que ser outro.

 

QUANDO ALGUÉM ESTIVER FALANDO EM LÍNGUAS DEVE HAVER ORDEM NA ASSEMBLÉIA – “Se alguém que está sentado recebe uma revelação, cale-se aquele que está falando. Vocês todos podem profetizar, mas um por vez, para que todos sejam instruídos e encorajados. Os espíritos dos profetas estão submissos aos profetas. Pois Deus não é um Deus de desordem, mas de paz. [...] Mas que tudo seja feito de modo conveniente e com ordem.” (1Cor 14,30-33.40). Os dons nunca devem ser exercidos de um modo que tenda à “confusão”, porque depreciaria seu propósito (edificar). Embora o formalismo não seja a única resposta, o caos é claramente excluído. O serviço de adoração deve ser conduzido de uma forma ordenada.

 

DEVE HAVER UM AUTO CONTROLE NA ASSEMBLÉIA – “Os espíritos dos profetas estão submissos aos profetas.” (v 32). Isso exclui qualquer escusa tal como, “Eu simplesmente não pude me refrear; o Espírito Santo apenas tomou o comando!” Paulo expressamente requer que o homem esteja em controle de suas faculdades mentais em todo tempo. Ser “arrastado” é refletivo das religiões pagãs, não dos dons cristãos, conforme Paulo disse em 1Cor 12,2: “Vocês sabem que quando vocês eram pagãos, se sentiam irresistivelmente arrastados para os ídolos mudos.”. Esta regra impede qualquer assim chamado “cair no Espírito” ou algo semelhante em que a pessoa esteja completamente fora de controle; quando o Espírito Santo requer auto controle, Ele então não causará o oposto. Ele não violará sua própria palavra. A objeção frequentemente dada é, “Mas e se o Espírito Santo me encher de uma forma que eu perca o contato com a realidade?” ou, “Eu simplesmente não pude controlar o Espírito”, ou algo parecido. Mas a clara premissa deste versículo é que o Espírito Santo nunca fará isto. Ele proibiu-a, e Ele simplesmente nunca fará algo que é contrário à sua palavra. Nunca!

 

A NENHUMA MULHER É PERMITO FALAR NA ASSEMBLÉIA ONDE ESTEJA ACONTECENDO O DOM DAS LÍNGUAS – “Que as mulheres fiquem caladas nas assembléias, como se faz em todas as igrejas dos cristãos, pois não lhes é permitido tomar a palavra. Devem ficar submissas, como diz também a Lei. Se desejam instruir-se sobre algum ponto, perguntem aos maridos em casa; não é conveniente que as mulheres falem nas assembléias.”  (1Cor 14,34-35).

Paulo não poderia ser mais claro nesta proibição. “As mulheres estejam caladas nas igrejas”. Não importa ao que mais se refira, isto pelo menos se refere ao exercício dos dons de línguas e profecia, porque este é o contexto no qual este mandamento é dado. Percebendo, evidentemente, a tempestade de protesto que este mandamento receberia, Paulo acompanha o mesmo com uma declaração de autoridade nos versículos de 36 a 38, que diz, efetivamente, “se você não concorda comigo nisto, você é um arrogante (vs 36), não espiritual (vs 37), e um rebeldemente ignorante” (vs 38). A regra não poderia ser mais clara; rejeitá-la desafia diretamente o apóstolo inspirado. Outras restrições já apontadas, mas não declaradas ou listadas naqueles versos também se aplicam. Eles são as seguintes:

 

AS LÍNGUAS DEVEM SER IDIOMAS VERNÁCULOS, OU SEJA, LINGUAS ATUAIS, COMO ACONTECEU NO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS, 2,4-11: “Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na a sua própria língua, os discípulos falarem. Espantados e surpresos, diziam: ‘Esses homens que estão falando, não são galileus? Como é que cada um de nós os ouve em sua própria língua materna? Entre nós há partos, medos e elamitas; gente da Mesopotâmia, da Judéia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e da região da Líbia, vizinha de Cirene; alguns de nós vieram de Roma, outros são judeus ou pagãos convertidos; também há cretenses e árabes. E cada um de nós, em sua própria língua os ouve anunciar as maravilhas de Deus”. (At 2,4-11). Haveria necessidade de maiores esclarecimentos de que a língua falada deve ser entendida por toda a comunidade e, em especial, por pessoas de outras nacionalidades em suas línguas maternas e vernáculas? Caso não seja entendida, há a necessidade de um intérprete para esclarecê-las. No acontecimento do Pentecostes, pelo menos quinze nacionalidades de línguas diferentes estavam presentes na praça quando os apóstolos, cheios do Espírito Santo, lhes dirigiram a palavra, e todos ouviram e entenderam, na sua própria língua materna, no seu próprio idioma ou dialeto o que os discípulos estavam falando.

Balbucio é completamente estranho ao dom de línguas do Novo Testamento. Falar em uma “expressão extática” é inteiramente sem garantia Bíblica.

 

AS LÍNGUAS DEVEM SERVIR PARA PROPÓSITOS APROPRIADOS. O uso pessoal e devocional não é o propósito Bíblico servido pelo dom.

 

AS LÍNGUAS DEVEM SER PÚBLICAS. O uso privado do dom é completamente sem precedente e não pode servir como um sinal para os incrédulos. 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

 

NOSSA SENHORA DE LOURDES

A PRIMEIRA REAÇÃO DE BERNADETTE QUANDO A VIRGEM APARECEU PARA ELA

 

Neste 11 de fevereiro de 2022, a Igreja celebra o 164º aniversário da primeira aparição em Lourdes da Virgem Maria a Bernadette Soubirous, então com 14 anos.

Na manhã daquela quinta-feira, 11 de fevereiro de 1858, Bernadette foi recolher pedaços de madeira perto do canal do moinho Savy na companhia de sua irmãzinha Marie, chamada Toinette, e sua amiga Jeanne Abadie. Jeanne e Toinette atravessaram o canal andando na água gelada, mas Bernadette – que havia prometido à mãe não pegar resfriado por causa da asma – hesitou em atravessar o curso d’água. Permaneceu no ilhéu em frente à gruta procurando (em vão) outra passagem.

Ao começar a levantar-se para se juntar às companheiras, ouviu duas vezes o som de “uma rajada de vento”. Ela ficou surpresa, porque não havia o menor movimento no ar. Ele então se virou para a pradaria para verificar e, de fato, as árvores permaneciam imóveis. Ergueu então os olhos para a gruta e ali, num nicho da rocha, viu uma figura feminina que mais tarde descreveria da seguinte forma:

Uma Senhora vestida de branco: ela tinha um vestido branco, um véu branco, um cinto azul e uma rosa amarela em cada pé.

 

Descrença, medo, então uma grande paz

Bernadette esfregou os olhos, achando que estava sendo enganada, mas a Senhora estava sempre ali e sorria docemente para ela. A criança então colocou a mão no bolso e pegou o rosário. Então ela levantou a mão para fazer o sinal da cruz, mas não conseguiu levar a mão à testa, pelo contrário, o membro caiu ao longo do corpo.

Nesse momento a Virgem, como se quisesse dar-lhe um exemplo, foi a primeira a fazer o sinal da cruz. Bernadette tentou novamente, e desta vez ela conseguiu. Ela teria dito:

Assim que fiz o sinal da cruz, a grande confusão que sentia desapareceu. Ajoelhei-me e rezei o terço na presença da bela Senhora.

A Virgem também correu as contas do rosário entre os dedos, mas sem mover os lábios. Terminada a oração, a Senhora fez-lhe sinal para se aproximar, mas a menina não se atreveu. Então a visão desapareceu abruptamente.

Esta foi a primeira das 18 aparições da Virgem Maria a Bernadette Soubirous na caverna de Massabielle: a última teria ocorrido em 16 de julho de 1858.