17º ANIVERSÁRIO DO
FALECIMENTO DA IRMÃ LÚCIA, UMA DAS VIDENTES DE FÁTIMA
Nesta data 13 de fevereiro
completam-se dezesseis anos que a Serva de Deus Irmã Lúcia partiu para junto de
Deus. No Carmelo de S. Teresa, Coimbra, esta data será assinalada com uma
Evocação da Irmã Lúcia composta por vários momentos.
Lúcia de Jesus dos Santos, a Irmã
Lúcia, uma dos três videntes de Nossa Senhora de Fátima, nasceu no dia 23 de
março de 1907, na Vila Aljustrel, Fátima, Portugal e faleceu no dia 13 de
fevereiro de 2005, com 97 anos de idade, no Convento Carmelita de Santa Teresa,
na cidade de Coimbra, Portugal.
No dia 13 de maio de 1917, durante a
primeira guerra mundial, as três crianças, Lúcia, Jacinto e Francisca, estavam
pastoreando nas colinas, quando surge um clarão após um relâmpago e a Virgem
Maria aparece brilhando e vestida de branco. Ela pede que eles rezem pela paz
no mundo e o fim da guerra.
As aparições continuaram, sempre no
dia 13, pedindo para que as crianças continuassem rezando e revelou terríveis
acontecimentos futuros, como a segunda guerra mundial, a queda do comunismo e
uma terceira revelação que permaneceu em segredo.
Lúcia foi religiosa, freira da Ordem
das Carmelitas Descalças, conhecida no Carmelo como Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado e reverenciada
pela maioria dos católicos portugueses simplesmente como Irmã Lúcia.
Foi, juntamente com os seus primos Jacinta e Francisco Marto, os chamados
“três pastorzinhos”, uma das três crianças que viram Nossa Senhora na Cova da
Iria, em Fátima, durante o ano de 1917.
Lúcia nasceu no lugar de Aljustrel,
próximo de Fátima, filha de António dos Santos e de sua mulher (casados em
Fátima, Ourém, a 19 de Novembro de 1890) Maria Rosa, e era a irmã mais nova de
sete irmãos: Maria dos Anjos, Teresa de Jesus Rosa dos Santos, Manuel Rosa dos
Santos, Glória de Jesus Rosa dos Santos, Carolina de Jesus Rosa dos Santos e
Maria Rosa.
Tinha dez anos e era completamente
analfabeta quando viu, pela primeira vez, Nossa Senhora na Cova da Iria,
juntamente com os primos Jacinta e Francisco Marto. Lúcia foi a única dos três
primos que falava com a Virgem Nossa Senhora. Sua prima Jacinta ouvia mas não
falava e Francisco nem sequer ouvia as palavras de Nossa Senhora, e como tal
era a portadora do Segredo de Fátima. Nos primeiros tempos, a hierarquia
católica revelou-se céptica sobre as afirmações dos Três Pastorinhos e
foi só a 13 de outubro de 1930 que o Bispo de Leiria tornou público,
oficialmente, que as aparições eram dignas de crédito.
A partir daí, o Santuário de Fátima
ganhou uma expressão internacional, enquanto a irmã Lúcia viveu cada vez mais
isolada.
Em 17 de junho de 1921, o Bispo de
Leiria, Dom José Alves Correia da Silva, proporcionou a entrada de Lúcia no
colégio das irmãs doroteias em Vilar, Porto, alegadamente para a proteger dos
peregrinos e curiosos que acorriam cada vez mais à Cova da Iria e pretendiam
falar com ela. Professou como doroteia em 1928, em Tui, Espanha, onde viveu
alguns anos.
Em 1946 regressou a POrtugal e, dois
anos depois, entrou para a clausura do Carmelo de Santa Teresa em Coimbra, onde
professou como carmelita a 31 de maio de 1949. Foi neste convento que escreveu
dois volumes com as suas Memórias e os Apelos da Mensagem de Fátima.
Em 1991, quando o Papa João Paulo II
visitou Fátima, convidou a irmã Lúcia a deslocar-se ali e esteve reunido com
ela doze minutos. Antes, a irmã Lúcia já se tinha encontrado também em Fátima
com o Papa Paulo VI.
Lúcia morreu no dia 13 de fevereiro de
2005, aos 97 anos, no Convento Carmelita de Santa Teresa em Coimbra. O Papa
João Paulo II, nesta ocasião, rezou por Irmã Lúcia e enviou o Cardeal Tarcisio
Bertone para o representar no funeral. Em 19 de fevereiro de 2006 o seu corpo
foi trasladado de Coimbra para o Santuário de Fátima onde foi sepultada junto
dos seus primos.
A 12 de setembro de 1935, os restos
mortais de Jacinta Marto são trasladados para o cemitério de Fátima. Ao
abrir-se a urna, verifica-se que o rosto da vidente se encontrava incorrupto.
Tiram-se então algumas fotografias e o então Bispo de Leiria, D. José Alves
Correia da Silva, remete algumas para Lúcia que se encontrava na altura em
Pontevedra.
Na carta de agradecimento, Lúcia evoca
a prima com saudade referindo alguns fatos sobre o carácter de Jacinta. Estas
palavras levam D. José a ordenar-lhe que escrevesse tudo o que se recordava da
prima. Assim nasce a Primeira Memória da Irmã Lúcia que fica concluída em
Dezembro de 1935.
Passados dois anos sobre a revelação
dos fatos relatados na Primeira Memória, o Bispo de Leiria, convencido da
necessidade de se estudar mais a fundo os acontecimentos de Fátima, dá ordens a
Lúcia para escrever a história da sua vida e das aparições.
A vidente obedece e redige, entre os
dias 7 e 21 de novembro de 1937, o que fica conhecido como Segunda Memória da
Irmã Lúcia. Neste texto, a vidente revela pela primeira vez os factos ocorridos
com as três visões do Anjo.
Em 26 de Julho de 1941, o Bispo de
Leiria escreve a Lúcia anunciando-lhe o livro "Jacinta" que estava a
ser preparado pelo Dr. J. Galamba de Oliveira. Pede-lhe então para recordar
tudo o mais o que pudesse lembrar sobre a prima, de modo a ser incluído nesta
edição.
Esta ordem cai no fundo da alma da
vidente como um raio de luz, dizendo-lhe que era chegado o momento de revelar
as duas primeiras partes do “Segredo”. Manifesta então a vontade de acrescentar
à edição dois capítulos: um sobre o Inferno e outro sobre o Imaculado Coração
de Maria. Estas revelações são escritas e concluídas em 31 de outubro de 1941.
São posteriormente publicadas e
conhecidas como a "Terceira Memória da Irmã Lúcia". Surpreendidos
com os relatos da "Terceira Memória", Dom José Alves Correia da Silva
e Galamba de Oliveira concluíram que Lúcia não tinha dito tudo nas narrações
anteriores e que ocultaria ainda algumas coisas.
A 7 de Outubro de 1941, a vidente
recebe ordem para escrever tudo o que soubesse sobre Francisco e completar o
que faltasse sobre Jacinta e descrever, com mais pormenor, as Aparições do Anjo
e de Nossa Senhora. Lúcia entrega o manuscrito a 8 de dezembro de 1941 deixando
claro que nada mais tem a ocultar, excepto a Tersceira parte do Segredo.
O texto é depois publicado como
"Quarta Memória da Irmã Lúcia" e nele a vidente escreve o texto
definitivo das Orações do Anjo, acrescentando também ao segredo a frase “Em
Portugal se conservará sempre o dogma da fé etc.”
Em 31 de Maio de 2007 foi inaugurado
em Coimbra um museu sobre a vidente de Fátima.
Foi projetado pelo arquiteto Florindo
Belo Marques para uma área onde as freiras do Carmelo de Coimbra tinham
galinheiros. O museu apresenta um espólio que remete até ao tempo das
"aparições de Fátima".
Em 14 de fevereiro de 2008, na
Catedral de Coimbra, em Portugal, o Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da
Congregação para as Causas dos Santos, por ocasião do aniversário da morte da
"vidente de Fátima", tornou público que o papa Bento XVI, atendendo
ao pedido do bispo Albino Mamede Cleto, de Coimbra, compartilhado com numerosos
bispos e fiéis do mundo todo autorizou, excepcionando as normas do Direito
Canônico (art. 9 das "Normae servandae"), o início da fase diocesana
da causa da sua beatificação, transcorridos apenas três anos da sua morte.
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