segunda-feira, 31 de maio de 2021

 

VISITA DE MARIA A ISABEL

 

O Anjo Gabriel visitou Maria em sua casinha de Nazaré e lhe na anunciou que seria a mãe do Filho de Deus, tendo Maria aceitado, se colocando inteiramente nas mãos do Senhor, dizendo: “Eis aqui a Escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra.”

Após esse episódio da anunciação, o Evangelista Lucas nos escreve que Maria, ao tomar conhecimento que sua prima Isabel, já de idade avançada, estava grávida de seis meses, Maria dirige-se apressadamente para uma cidade das montanhas, onde residiam Isabel e seu marido Zacarias.

O objetivo dessa visita era, em primeiro lugar, Maria ajudar Isabel nos três últimos meses mais difíceis de sua gravides, mas, também, essa visita, tinha por objetivo, Maria alegrar-se com Isabel e, juntos, louvarem ao Senhor pela sua misericórdia, pois só podia ser um ato de misericórdia de Deus o fato de Isabel, naquela idade avançada,  ter ficado grávida. Isabel não tinha filhos e, bem por isso deveria estar exultante de alegria, de felicidade, e como é bom a gente ter uma alegria interior que é só nossa e das pessoas que nos entendem, mas que o mundo ignora e não compreende, e, para compartilhar dessa alegria, termos perto de nós alguém que nos entenda e que se sinta feliz com a gente para chorar de alegria e sorrir de felicidade conosco.

E foi nessa visita a Isabel  que Maria fez um dos mais belos cânticos bíblicos em oração agradecendo a Deus e rendendo-lhe graças por tudo o que estava acontecendo em Maria e como Isabel, obras maravilhosas do Senhor que se realizaram no silêncio e no mistério longe dos olhos curiosos, indiferentes e indignos do mundo.

Foi, ao ouvir Isabel louvar a fé de Maria e a sua entrega total nas mãos do Senhor que Maria recitou o “Magnificat”, e disse Maria, naquela oportunidade; “Minha alma glorifica ao Senhor, e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador. Porque ele olhou para a pobreza de sua escrava, e por isso desde agora e para sempre todas as gerações me chamarão de bem-aventurada, porque realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é santo. Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre todos aqueles que o temem. Deus manifestou o poder de seu braço, desconcertou o poder dos soberbos. Derrubou dos tronos os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos, Acolheu a Israel, seu servo, lembrando de sua misericórdia conforme prometera a nossos pais, em favor de Abrahão e sua posteridade para sempre.” (Lc 1, 46-55).

Este foi o hino de agradecimento que Maria, inspirada pelo Espírito Santo, fez, louvando e agradecendo ao Senhor pelas maravilhas que estavam sendo operadas nela, em Isabel e no mundo, sem que ninguém soubesse de coisa alguma, a não ser ela mesma, Maria, e sua prima Isabel.

Este hino de louvor nos mostra e deixa claro como Maria conhecia as Sagradas Escrituras, Antigo Testamento, porque nesse hino  existem várias referências  do passado de sofrimentos e alegrias do povo de Israel, e Maria os conhecia a todos. Lucas, no seu evangelho, nos diz que Maria permaneceu na casa de Isabel pelo espaço de três meses, até o nascimento de seu filho, João Batista, e, depois disso, voltou para a sua casa na cidade de Nazaré.

A começar daí começou um período de sofrimento na vida de Maria, principalmente porque, a princípio, José, seu noivo, não entendia o motivo de sua gravides e sofria calado, pensando até em abandonar Maria para não difamá-la, mas Maria confiava em Deus, confiava no seu Senhor e sabia que o Senhor daria uma solução para o seu problema, e para isso, bastava apenas confiar. E foi o que Maria fez: confiou no Senhor até o fim.

Neste dia são lembrados também: São Heras da Capadócia (mártir), Lupicínio de Verona (bispo), São Pascácio de Roma (diácono), Santa Petronila de Roma (virgem e mártir), São Câncio, São Félix de Nicósia, Bem-aventurada Camila Batista da Varano.

domingo, 30 de maio de 2021

 

SANTÍSSIMA TRINDADE

Leituras: Dt 4,32-34.39-40; Sl 32; Rm 8,14-17; Mt 28,16-20.

 

“...BATIZANDO-OS EM NOME DO PAI, E DO FILHO, E DO ESPÍRITO SANTO” (Mt 28,19).

Diácono Milton Restivo

 

No primeiro livro, Gênesis, no primeiro capítulo e no primeiro versículo, as Sagradas Escrituras começam exatamente citando a onipotência, a onipresença, a onisciência de Deus, dizendo:

·         “No princípio, Deus criou o céu e a terra”. (Gn 1,1).

João, ao iniciar o seu Evangelho, começa com a revelação de Deus aos homens através de sua Palavra:

·         “No começo (ou no princípio, como no Gênesis), a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus”. (Jo 1,1).

Deus existe, e a sua existência se impõe como um fato inicial, que dispensa qualquer explicação. Deus não tem origem: nem passado nem futuro.

O tempo de Deus é o presente. Deus é:

·         o primeiro e o último” (Is 41,4),

·         o alfa e o ômega” (Ap 1,8).

·         “Quem fez e executou tudo isso? Aquele que anuncia o futuro de antemão; eu, Yahweh, que sou o primeiro e estou com os últimos (Is 41,4).

·         “Assim diz Yahweh, o rei de Israel, seu redentor, Iahweh dos exércitos: ‘Eu sou o primeiro, eu sou o último; fora de mim não existe outro Deus. Existe alguém como eu? Que fale, que explique e o exponha a mim. Quem anunciou o futuro de antemão, quem nos predisse o que vai acontecer? Não tenham medo, não tremam: por acaso, desde aqueles tempo eu já não predisse e anunciei? Vocês são as minhas testemunhas: existe outro Deus além de mim? Que eu saiba não existe nenhuma outra rocha’”. (Is 44,6-8).

Por ter sido o primeiro e o criador de todas as coisas, Deus não tem que se apresentar, simplesmente dispensa apresentação. Em todo o Antigo Testamento Deus fala de si mesmo.

Deus está vivo:

·         Davi perguntou aos que estavam com ele: ‘E o que vão dar ao homem que vencer esse filisteu e salvar a honra de Israel? Quem é esse filisteu incircunciso para desafiar o exército do Deus vivo?”[...] “Seu servo é capaz de matar leões e ursos. Pois bem, esse filisteu incircunciso  que desafiou as fileiras do Deus vivo, será mais um deles” (1Sm 17,26.36).

Ele é eterno:

·         “Iahweh é o Deus eterno. Foi ele quem criou os confins da terra. Ele não se cansa nem se afadiga, e sua inteligência é insondável. Ele dá força ao cansado e recupera as forças do enfraquecido” (Is 40,28-29).

Deus não dorme e nem cochila:

·         “Claro, não cochilará nem dormirá o guarda de Israel”. (Sl 121,4).

Deus é santo:

·         “O Senhor Yahweh jura pela sua santidade...” (Am 4,2);

·         “Eu sou o Santo” (Os 12,9);

·         “Santo, Santo, Santo é Yahweh dos exércitos, a sua glória enche toda a terra” (Is 6,3).

E a sua santidade santifica o seu povo:

·         “Sejam santos porque Eu sou santo” (Lv 11,44-45; 19,2).

E recomenda que todos sejam santos:

·         “Portanto, sejam perfeitos como o é perfeito p Pai celeste de vocês” Mt 5,48);

·         “Antes, reconheçam interiormente a santidade de Cristo, o Senhor” (1Pd 1,15);

·         “Mas é preciso que a perseverança torne a obra perfeita, e assim vocês serão perfeitos e íntegros, sem nenhuma deficiência” (Tg 1,4).

Os judeus adoram a unicidade de Deus e desconhecem a pluralidade de pessoas e a sua unidade substancial. Os cristãos adoram Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

Outros povos adoram a multiplicidade de deuses.

O cristianismo é a única religião que, por revelação de Jesus, prega ser Deus uno, um só, em três Pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Se a Trindade permaneceu incógnita no Antigo Testamento, no Novo Testamento Jesus a revela em todo o seu esplendor, divindade e majestade, poder e amor. 

Na sua primeira carta, João, o apóstolo do amor, assimilou com propriedade os ensinamentos de Jesus a respeito do grande amor que Deus Pai tem por seus filhos quando transmitiu esse ensinamento à sua comunidade, ensinando:

·         “E nós reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nesse amor. DEUS É AMOR: quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece nele.” (1Jo 4,16).

Quando João diz: “Deus é amor”, ele se refere à Trindade e, portanto, a “Trindade é amor”.

Agora, João deixa-nos uma dúvida sobre o que ele quis dizer: se “Deus é amor”, ou se “o amor é Deus”, porque Deus, a Trindade só se manifesta onde existe o amor verdadeiro.

O amor foi o novo mandamento que Jesus deixou aos seus seguidores:

·         “Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Se vocês tiverem amor uns pelos outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos”. (Jo 13,34-35).

Por amor, Jesus vai às últimas consequências: a segunda Pessoa da Trindade, o Filho, assume a natureza humana e dá a vida por todos aqueles que a Trindade ama:

·         O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. Não existe amor maior do que dar a vida pelos seus amigos.” (Jo 15,12-13).

E isso resume o amor da Trindade.

Na abertura no Novo Testamento, na anunciação e no grande mistério da Encarnação, Lucas, sutilmente, deixa transparecer, o que poderíamos dizer, a primeira manifestação da Trindade em três Pessoas: O Altíssimo (Pai) cujo poder cobriu Maria com sua sombra:

·         “O Anjo lhe respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre você e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Por isso, o Santo que nascer será chamado  Filho de Deus”. (Lc 1,35),

O Filho (Jesus Cristo) que assume a natureza humana no ventre de Maria:

·         “Eis que você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe dará o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó e o seu reinado não terá fim. [...] Por isso, o Santo que nascer será chamado Filho de Deus”.(Lc 1,31-33.35b),

E o Espírito Santo que repousa sobre Maria:

·         “O Espírito Santo virá sobre você e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Por isso, o Santo que nascer será chamado Filho de Deis. (Lc 1,35).

Isso se repete depois, na visita que Maria faz à sua parenta Isabel:

·         “... Isabel ficou cheia do Espírito Santo (a terceira Pessoa da Trindade). Com um grande grito exclamou: ‘Você é bendita entre as mulheres e é bendito o fruto do teu ventre (a segunda pessoa da Trindade – Jesus Cristo). Como posso merecer que a mãe do meu Senhor (Jesus Cristo) venha me visitar?... Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor (o Pai, a primeira Pessoa da Trindade) lhe prometeu”. (Lc 1,41-43.45).

Mateus, por sua vez, também revela a Trindade em três Pessoas no seu Evangelho por ocasião do batismo de Jesus, o Filho, primeira Pessoa da Trindade por João Batista:

·         “Depois de ser batizado, Jesus logo saiu da água. Então o céu se abriu, e Jesus (segunda Pessoa da Trindade) viu o Espírito de Deus (Espírito Santo, terceira Pessoa da Trindade), descendo como pomba e pousando sobre ele. E do céu veio uma voz (voz do Pai, primeira Pessoa da Trindade) dizendo: ‘Este é o meu Filho amado, que muito me agrada.” (Mt 3,16-17).

Marcos, no seu Evangelho, entrelaça de forma maravilhosa e fascinante tanto a divindade quanto a humanidade de Jesus. Marcos começa o seu evangelho deixando clara a divindade de Jesus ao declarar que ele é o “Filho de Deus”:

·         “Começo da Boa Notícia de Jesus, o Messias, o Filho de Deus” (Mc 1,1).

E isso no primeiro versículo do primeiro capítulo do Evangelho de Marcos.

Nesse mesmo Evangelho, Marcos mostra o Pai proclamando a filiação divina de Jesus por ocasião de seu batismo (Mc 1,11) e da transfiguração (Mc 9,7).

O próprio Jesus proclama a sua divindade quando predisse o fim dos tempos (Mc 14,62). Os espíritos malignos proclamaram Jesus Filho de Deus:

·         “Os espíritos impuros, quando viam Jesus, caiam aos seus pés e gritavam: ‘Ru és o Filho de Deus” (Mc 3,11);

·         “Quando, de longe, viu Jesus, correu e ajuelhou-se diante dele, clamando em alta voz: 'O que queres de mim Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Por Deus eu te imploro: não me atormentes”. (Mc 5,7);

O centurião romano afirma:

·         “De fato, esse homem era mesmo o Filho de Deus”. (Mc 15,39).

Ainda em Marcos, Jesus evidencia ao máximo os feitos sobrenaturais: cura toda sorte de doenças e expulsa demônios:

·         “Ao cair da tarde, quando o sol se pôs, levavam a Jesus todos os que estavam doentes e os endemoninhados. A cidade inteira estava reunida na frente da porta. E ele curou muitos doentes de várias doenças e expulsou muitos demônios”.  (Mc 1,32-34),

Cura cegos:

·         “E chegaram a Betsaida. Levaram a Jesus um cego e pediram-lhe que tocasse nele. Tomando o cego pela mão, Jesus o levou para fora do vilarejo. Cuspindo nos olhos e impondo sobre ele as mãos, perguntou: ‘Está vendo alguma coisa?’ E ele respondeu: ‘Vejo as pessoas como árvore andando’. Então Jesus pôs novamente as mãos sobre os olhos dele. Ele enxergou perfeitamente e ficou curado, e podia ver tudo com clareza e de longe”.   (Mc 8,22-26;

·         “Quando Jesus saia de Jericó com seus discípulos e considerável multidão, Bartimeu,, filho de Timeu, um mendigo cego estava sendo à beira do caminho. Ao ouvir que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: ‘Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim’. [...] E Jesus lhe perguntou: ‘O que deseja que eu faça por você’? O cego respondeu: ‘Mestre, que eu possa ver novamente’. Jesus lhe disse: ‘Vá, sua fé o salvou’. E imediatamente ele voltou a enxegar, e segui a Jesus no caminho”.  (10,46-52).

Cura surdos e mudos:

·         A seguir Jesus saiu dos arredores de Tiro e atravessou Sidom, até o mar da Galileia e a região de Decápolis. Ali algumas pessoas lhe trouxeram um homem que era surdo e mal podia falar, suplicando que lhe impusesse as mãos. Depois de levá-lo à parte, longe da multidão, Jesus colocou os dedos nos ouvidos dele. Em seguida, cuspiu e tocou na língua do homem. Então voltou os olhos para o céu e, com um profundo suspiro, disse-lhe: "Efatá!", que significa "abra-se!" (Mc 7,31-34).

Purifica o leproso:

·         “Um leproso aproximou-se dele e suplicou-lhe de joelhos: "Se quiseres, podes purificar-me!"Cheio de compaixão, Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: "Quero. Seja purificado! "Imediatamente a lepra o deixou, e ele foi purificado. Em seguida Jesus o despediu, com uma severa advertência: "Olhe, não conte isso a ninguém. Mas vá mostrar-se ao sacerdote e ofereça pela sua purificação os sacrifícios que Moisés ordenou, para que sirva de testemunho".Ele, porém, saiu e começou a tornar público o fato, espalhando a notícia. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente em nenhuma cidade, mas ficava fora, em lugares solitários. Todavia, assim mesmo vinha  ele gente de todas as partes.(Mc 1,40-45);

Ressuscita mortos:

·         E, passando Jesus outra vez num barco para o outro lado, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava junto do mar. E eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés e rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva.  E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava. E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme.  E riam-se dele; porém ele, tendo-os feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina e os que com ele estavam e entrou onde a menina estava deitada.  E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talitá cumi, que, traduzido, é: Menina, a ti te digo: levanta-te.  E logo a menina se levantou e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande espanto.  E mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse que lhe dessem de comer.” (Mc 5,21-24.40-43);

·         Jesus, pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se. E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor vem e vê. Jesus chorou. Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava. [...] Tiraram, pois, a pedra de onde o defunto jazia. E Jesus, levantando os olhos para cima, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora. E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir. (Jo 11,33-44);

Domina sobre a natureza, como vemos em Marcos, 4,35-41; 6,45-52; 11,13-14.20.

Demonstra onisciência (tudo sabe e conhece), como vemos em Marcos 13; 8,31; 9,9,21; 10,32-34; 14,17-21; 2,8; 12,15; 12,44.

Mas o ponto alto de sua divindade é revelado em sua ressurreição gloriosa (Mc 16,6).

No Evangelho de Mateus não é diferente. Mateus é pródigo em afirmativas onde demonstra a divindade de Jesus: Jesus é adorado por um leproso e não o repreende (Mt 8,2); Jesus mostra seu domínio sobre a natureza (Mt 8,26); Jesus conhecia o pensamento dos escribas, demonstrando sua onisciência. (Mt 9,4; cf. Hb 4,13); tem poder para perdoar pecados (Mt 9,6; ver reação dos escribas em Mc 2,7); é adorado por um chefe de Sinagoga (ver também Lc 9,41) e não o repreende (Mt 9,18); é adorado pelos magos (Mt 2,11); diz ser o senhor do sábado (Mt 12,8); conhece o pensamento dos escribas (Mt 12,25); enviará os seus anjos (Mt 13,41); tem domínio sobre o mar, sua criação; desafia as leis da física (Mt 14,25); é adorado pelos discípulos que estavam no barco (Mt 14,33); é adorado pela mulher Cananéia (Mt 15,25); é adorado pela mãe de Tiago e João (Mt 20,20); é louvado pelas crianças e diz que este é o perfeito louvor (Mt 21,16); Davi chama o Messias de Senhor (Mt 22,43-45); já ressurreto, é adorado por Maria Madalena e a outra Maria (Mt 28,9); já ressurreto, é adorado por alguns discípulos (Mt 28,17); diz que estará com os discípulos até a consumação dos séculos; isto indica sua onipresença (presença em todos os lugares, simultaneamente) (Mt 28,20).

O Catecismo da Igreja Católica afirma, com toda a segurança, no seu item 126:

·         “A Igreja defende firmemente que os quatro Evangelhos, cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente aquilo que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para a eterna salvação deles, até ao dia que foi elevado”.

Jesus impressionava as multidões por ser homem, sem abdicar a sua natureza divina:

·         ensinava como quem tinha autoridade e não como os escribas”. (Mt. 7,29).

Jesus provou ser Deus; isto é, Senhor de tudo, onipotente (aquele que tem poder ilimitado), onisciente (aquele que tem conhecimento de todas as coisas), onipresente (aquele que tem presença em todos os lugares, simultaneamente).

Repetindo Mateus, e nunca é demais repetir as revelações de Jesus como Deus, Jesus andou sobre as águas (Mt 14,26), multiplicou os pães (Mt 15,36), curou leprosos (Mt 8,3), dominou a tempestade (Mt 8,26), expulsou os demônios (Mt. 8,32), curou os paralíticos (Mt 8,6), ressuscitou a filha de Jairo (Mt 9,25), o filho da viúva de Naim, chamou Lázaro do túmulo, já em estado de putrefação (Jo 11,43-44), transfigurou-se diante de Pedro, Tiago e João na montanha (Mt 17,2) e ressuscitou triunfante dos mortos (Mt 28,6)...

Os Evangelhos narram trinta e sete grandes milagres de Jesus, sem contar os que não foram escritos:

·         “Jesus realizou diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Jesus fez ainda muitas outras coisas. [...] Se fossem escrito uma por uma, penso que não caberiam no mundo os livros que seriam escritos” (Jo 20,30; 21,25).

Jesus provou que era Deus!

Só Deus pode fazer essas obras! É por isso Paulo disse que:

·         Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. (Cl 2,9).

·         Ele é a imagem do Deus invisível” (Cl 1,15). 

O apóstolo Pedro diz como testemunha das maravilhas realizadas pelo Pai através de Jesus, a sua Palavra, e afirma:

·         Vimos a sua majestade com nossos próprios olhos” (2Pd 1,16).

E João atesta:

·         “E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade” (Jo 1,14b).

Por muitas vezes nos Evangelhos Jesus identifica-se com o Pai:

·         Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30);

·         "Quem me vê, vê também o Pai” (...) “Vocês não crêem que eu estou no Pai e o Pai está em mim”?" (Jo 14,15-16);

·         "Para que vocês saibam e reconheçam que o Pai está em mim e eu estou no Pai" (Jo 10, 38);

·         "Eu estou no Pai e o Pai está em mim" (Jo 14,11);

·         "Antes que Abraão fosse feito, Eu sou" (Jo 8,58).

Paulo insiste que Jesus é o único mediador entre o Pai e nós:

·         “Para nós não existe mais que um só Deus, o Pai de quem tudo procede e um só mediador entre Deus e nós, Jesus Cristo, Homem” (1Tm 2, 5).

Nos Evangelhos vemos a ação do Espírito Santo em relação à vida de Jesus Cristo.

Só nos Evangelhos sinóticos, Mateus, Marcos e Lucas há trinta e cinco referências de intervenções do Espírito Santo, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, na vida humana de Jesus, das quais citaremos apenas algumas.

Do nascimento de Cristo ao seu batismo: Jesus foi concebido por obra e graça do Espírito Santo (Mt 1,20; Lc 1,35); João Batista, o precursor, foi cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe (Lc 1,15); Izabel ficou cheia do Espírito Santo (Lc 1,41); Zacarias profetizou cheio do Espírito Santo (Lc 1.67); o velho Simeão recebeu do Espírito Santo uma revelação acerca do nascimento do Messias (Lc 2,25-27); João Batista profetizou que Jesus batizaria no Espírito Santo (Mt 3,11; Mc 1,8; Lc 3,16); o Espírito Santo manifestou-se como pomba no ato do batismo de Jesus (Mt 3.16; Lc 3,22; Jo 1,32, 33); o próprio Espírito conduziu o Filho Amado ao deserto (Mt 4,1; Lc 4,1; Mc 1,12); Jesus Cristo recebeu o Espírito sem medida (Jo 3,4).

O Ministério de Jesus com a intervenção do Espírito Santo: Jesus voltou para a Galiléia pela virtude do Espírito (Lc 4,14).

O Espírito do Senhor está sobre ele (Lc 4,18-21); Jesus expulsou demônios pelo poder do Espírito Santo (Mt 12,28).

Deus, o Pai, ungiu Jesus com o Espírito Santo (At 10,38).

O Espírito Santo ressuscitou Jesus dentre os mortos (Rm 8,11; 1Pd 3,18); pelo Espírito Jesus ofereceu-se imaculado (Hb 9,14); antes de partir e subir aos céus Jesus deu instruções aos apóstolos, movido pelo Espírito Santo (At 1,2).

Jesus foi concebido no sei de Maria pelo Espírito, andou no Espírito, ressuscitou pelo Espírito. Agora, como o Senhor glorificado, ele dá o Espírito ao seu povo, a fim de que possa andar como ele andou, servir como ele serviu, viver como ele viveu e ser erguido dentre os mortos como ele foi erguido. Jesus só começou o seu ministério depois de ser ungido pelo Espírito Santo, de um modo visível, no ato do batismo nas águas.

Jesus ensina acerca do Espírito: O Espírito ensinará aos discípulos como hão de falar:

·         “Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer. Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”.(Mt 10,19-20; Mc 13,11; Lc 12,11-12).

A blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada:

·         Todo pecado e blasfêmia será perdoado aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada”. (Mt 12,31; Mc 3,29; Lc 12,10).

Davi profetizou pelo Espírito Santo (Mc 12,36).

O Espírito será dado em resposta à oração:

·         “Ele dará o Espírito Santo àqueles que o pedirem”. (Lc 11,13).

O batismo nas águas é em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo:

·         “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. (Mt 28,19).

Todos devem ser batizados nas águas e no Espírito Santo:

·         “Ele batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo”. (Lc 3,16; Mc 16,16; Lc 24,48-49).

O Espírito é o que dá vida (Jo 6,63).

O Espírito Santo é como Água Viva para o que crê em Jesus Cristo (Jo 4,14; 7,38-39).

·         "Eu rogarei ao Pai e Ele dará a vocês outro Advogado para que permaneça com vocês para sempre. Ele é o Espírito da Verdade. [...] Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em Meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse". (Jo 14,16-17.26).

O Consolador virá da parte do Pai (Jo 15,26).

·         "Eu enviarei para vocês o Espírito" (Jo 16,7-13). "Recebei o Espírito" (Jo 20,22). "Ficai em Jerusalém até que do alto sejais revestidos de Poder" (Lc 24,49).

A Trindade é presença perene e constante no Novo Testamento. Deus se revela aos homens na medida em que os homens possam entender a sua Palavra, mas a inteligência humana, diante de Deus, não passa de menos do que uma sementinha de mostarda.

Então, o que sabemos de Deus ou sobre Deus?  Nada. Para os homens a Trindade é um grande mistério e é por isso que a chamamos de Mistério da Trindade: a inteligência humana jamais a perscrutaria.

Santo Agostinho, bispo de Hipona, que nasceu no ano 354 e faleceu em 430, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou exaustivamente compreender o inefável mistério da Trindade.

Certa vez, Agostinho passeava pela praia, completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse desvendar o enigma da Trindade.

Até que se deparou com uma criança brincando na areia. A criança fazia um trajeto curto, mas repetitivo: corria com uma concha na mão, cheia de água que apanhara do mar até um pequeno buraco que havia feito na areia da praia, e ali despejava a água; sucessivamente voltava, enchia a concha e a despejava novamente.

Curioso, Agostinho perguntou à criança o que ela pretendia fazer. A criança lhe disse que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho.

Agostinho, possivelmente sorrindo da ingenuidade e inocência da criança, lhe explicou ser impossível realizar o intento. Aí a criança lhe disse:

·         “É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco, do que compreender-se o mistério da Santíssima Trindade”.

E a criança, desapareceu... 

Agostinho concluiu que a mente humana é extremante limitada para poder assimilar a dimensão de Deus e, por mais que se esforce, jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio.

Por isso é que a denominamos “mistério”, algo que está fechado à nossa inteligência por ser uma verdade de fé inaccessível à razão, cujo conteúdo só pode ser alcançado pela revelação divina.

Ao participarmos da Santa Missa e em todo ritual litúrgico observamos que, desde o início, quando fazemos o sinal da cruz, até o momento da bênção trinitária final, constantemente o presidente da celebração invoca a Santíssima Trindade, particularmente durante a oração eucarística.

As orações que o sacerdote pronuncia após a consagração, que por certo são dignas de serem ouvidas com atenção e recolhimento, são dirigidas a Deus Pai, por mediação de Jesus Cristo, em unidade com o Espírito Santo.

É na santa missa onde o cristão vislumbra, pela graça do Espírito Santo, o mistério da Santíssima Trindade. Devemos, neste momento, invocar a Deus Trino, que aumente nossa fé, porque sem ela, será impossível crer neste mistério, mistério de fé no sentido estrito.

Mesmo sem conseguir penetrar na sua essência o cristão deverá, simplesmente, crer nele. 

O mistério da Santíssima Trindade é uma das maiores revelações feita por Nosso Senhor Jesus Cristo. A Igreja nos convida a “glorificar a Santíssima Trindade”, como manifestação da celebração.  Não há melhor forma de fazê-lo, senão revisando as relações com nossos irmãos, para melhorá-las e assim viver a unidade querida por Jesus:

·         Que todos sejam um”. (Jo 17,21).

Pela graça do Batismo “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19) somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na terra, mesmo na obscuridade da fé, e para além da morte, na luz eterna. Esta é a nossa magnífica vocação.

O Catecismo da Igreja Católica, 266, ensina:

·         “A fé católica é esta: que veneremos o único Deus na Trindade e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância; pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade” (Symbolum “Quicumque”). 

sábado, 29 de maio de 2021

 

DEUS É AMOR... O AMOR DE MÃE É O REFLEXO DO AMOR DE DEUS...

 

O profeta Isaias enaltece o amor de mãe que é tão grande e tão bonito que chega a ser comparado, na Bíblia, com o próprio amor de Deus: “Pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas?” (Is 49,15a).

Para justificar o sucesso do homem, costuma-se dizer que, por trás de um homem realizado há sempre a figura de uma grande mulher e, com mais definição, quando essa mulher é a mãe. O amor de mãe é tão importante e indispensável na vida e na formação de um filho que, para se fazer homem, o Filho de Deus quis ter uma mãe para ser gerado como homem: “Quando, porém, chegou à plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de uma mulher...” (Gl 4,4) e, por isso, por ter escolhido entre os humanos uma mãe e ter nascido de mulher, podemos dizer que “é em Cristo que habita, em forma corporal, toda plenitude da divindade” (Cl 2,9) e, ainda mais, que Isabel reconheceu em Maria a mãe de um Deus que se fez homem: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (Lc 1,42-43).

O amor materno de Maria para com Jesus foi tão grande que, nos estertores da morte, foi à sua mãe que Jesus se dirigiu pela última vez na cruz, transferindo, para a pessoa de João, que representava toda a humanidade naquele momento, todo amor maternal que Maria lhe dedicou em toda a sua vida terrena.

A mãe é a face feminina de Deus no lar e tem a consciência de ser a colaboradora desse mesmo Deus na geração de novos filhos. A mãe sabe que seus filhos são uma benção de Deus e se torna responsável pela educação cristã de sua família.

Quantas vezes somos esquecidos por amigos, parentes ou quem sabe, até pelo cônjuge que não se lembra de datas importantes da nossa vida como, por exemplo, de aniversário e de casamento, mas a mãe responsável jamais se esquece de qualquer coisa que deixa o seu filho feliz.

Não foi por acaso que o profeta Isaias, para demonstrar o grande amor que Deus tem por nós, recorre à figura materna com os seus cuidados e amor em relação aos seus filhos: “Pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas?” (Is 4915a). Isaias não para por ai, vai além, e chega ao âmago do amor extremado de Deus por seus filhos: “Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você” (Is 49,15b).

Pena que a citação de Isaias, na leitura, parou por ai. O que vem a seguir e que não consta da leitura desta celebração é tão forte e envolvente como o que está contido no versículo 15. Yahweh continua declarando o seu amor e diz: “Eu tatuei você na palma de minha mão” (Is 49,16a).

Gravar ou tatuar é colocar uma imagem de uma pessoa amada, permanente, indelével e impossível de ser apagada. A pessoa que tem alguém tatuado em sua pele tem por objetivo manifestar o seu amor e para jamais se esquecer da pessoa retratada na tatuagem.

E Deus tatuou a cada um de nós na palma de sua mão para não ter como se esquecer de nós. Pode haver lugar do corpo mais visível para a própria pessoa do que a palma da mão? E é na palma de sua mão que Yahweh diz ter tatuado o nosso nome e o nosso semblante.

Maior do que o amor de mãe, só o amor do Pai, amor que “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,7).

As Sagradas Escrituras também comparam o amor de Deus aos seus filhos ao amor da ave pelos seus filhotes: “Como águia que cuida de seu ninho e revoa por cima dos filhotes, ele o tomou, estendendo as suas asas, e o carregou em cima de suas penas” (Dt 32,11).

Mais tarde Jesus usaria o mesmo exemplo, a mesma metáfora para queixar-se da ingratidão dos homens: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que foram enviados a você! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis” (Mt 23,37).

O profeta Oséias compara a ira do Senhor contra quem fere os seus filhos à selvageria da ursa de quem roubaram os filhotes: “... vou atacá-los como a ursa da qual roubaram os filhotes... (Os 13,8a).

sexta-feira, 28 de maio de 2021

 

PEDINDO A MARIA PELAS MÃES QUE NÃO ACEITAM A VIDA...

 

Virgem Mãe Maria. A Senhora é mãe e assumiu a vocação de mãe com todas as suas consequências. Ser mãe é tão importante, tão necessário, tão sublime e tão divino que o próprio Filho de Deus quis ter uma e escolheu a Senhora entre todas as mulheres deste mundo para ser a sua mãe. E depois que ele voltou para os céus, ele deixou a Senhora como mãe de todos os homens. Todas as mães desta terra  procuram se espelhar na Senhora para bem desempenhar a vocação e a responsabilidade de serem mães.

Em todas as mães deste mundo existe muito da Senhora.

E por isso, todos os dias, devem ser dias  para os filhos elevarem suas orações aos céus e pedirem ao Senhor Nosso Deus por suas próprias mães; por elas terem aceitado com amor e carinho a sublime vocação da maternidade física e espiritual.

A Senhora, querida Mãe Maria, deu o seu “Sim” para ser a mãe de Jesus Cristo, e, seguindo o teu exemplo, todas as mães desta terra dão o seu “Sim” para serem mães de cada um de nós. E por isso, Maria, nós pedimos e agradecemos por nossas mães terem dado o seu “Sim” e terem levado a sério o “Sim” que deram , caso contrário não seríamos o que somos hoje e, talvez, nem a vida teríamos se esse “Sim” não tivesse sido dado com responsabilidade.

Mas, infelizmente, Senhora, existem mulheres que quando chamadas para serem mães, muito embora muitas vezes tenham dado o seu “Sim”, não o levam a sério e não assumem com seriedade e responsabilidade tão  divina missão, a de serem mães.

Existem mulheres que são chamadas à divina missão da maternidade, mas não respeitam a vida e arrancam, violentamente de seu ventre, o fruto que deveria ter sido do seu amor, alguém que não pediu para nascer. Mães que exterminam a vida  antes mesmo de ela ter a oportunidade de vir à luz. Infelizmente, Senhora, no meio de tantas mães santas e que sacrificam para que seus filhos tenham vida, existem muitas mães que são assassinas, que, através do aborto, dão fim a uma vida que ainda não começou.

O aborto é o crime mais hediondo que possa existir na face da terra. É o crime que a mãe mata o próprio filho ou permite que o matem.   

O aborto é o crime que clama justiça aos céus, e o Senhor Nosso Deus ouve o clamor silencioso dessas vidas que são exterminadas ainda no ventre de suas mães. O Senhor ouve o clamor silencioso dessas crianças que foram geradas por um ato de amor e são exterminadas por um ato criminoso de uma mãe que havia sido chamada para ser santa na missão de maternidade mas que se transforma num monstro quando extermina dentro de si própria o seu próprio filho, cometendo um crime que clama  pela justiça divina.

E hoje, Senhora, de uma maneira especial, queremos pedir pelas mães que praticaram e praticam o aborto.

Coloque, Senhora, no coração dessas mães que são verdadeiros monstros, o respeito verdadeiro pela vida.

Coloque, Senhora, no coração dessas mães o conhecimento de que, se elas aceitarem com amor e dedicação  a  sua maternidade, o Senhor Nosso Deus, por antecedência, já reserva um lugar para elas no reino, porque, só o fato de uma mulher ser mãe já é razão suficiente para que o seu lugar esteja reservado junto da Senhora na glória de Deus Pai.

Coloque, Senhora, no coração das mães que já praticaram, praticam, ou tem a intenção de praticarem o aborto, uma verdadeira aversão por esse crime e faça com que elas tomem conhecimento da barbaridade que cometeram, cometem e pretendem cometer e se arrependam de seus crimes e digam o seu “Sim” com responsabilidade e amor, e possam gerar vidas novas que serão o seu amparo na sua velhice.

Também, Senhora, pedimos pelas mães santas, pelas mães que, legalmente assumiram a sua maternidade.

Pedimos, Senhora, pelas mães, que mesmo violentadas respeitaram e respeitam a vida de quem não teve culpa de um ato impensado e covarde de alguém que, não respeitando a sua liberdade de mulher, a forçou, por meio violento, a praticar um ato que desse origem a uma vida.

Pedimos, Senhora, pelas mães solteiras que embora, com muito sacrifício, respeitam a vida gerada na ilegalidade.

Mas, também, Senhora, pedimos também pelas mães que não respeitaram e não respeitam a vida, pelas mães que praticaram o praticam o aborto, para que elas tenham um arrependimento verdadeiro de seus crimes, para que elas reneguem as suas atitudes de monstros que exterminam a ida de seus próprios filhos e para que elas tomem consciência do crime que cometeram, se arrependam e possam ainda ser colaboradoras de Deus na missão sublime de gerar novos filhos para o Pai Eterno...

quinta-feira, 27 de maio de 2021

 

NOSSA SENHORA DE CARAVAGGIO

 

No princípio do século XV vivia em Caravaggio, lugarejo a 38 km de Milão, na Itália, uma jovem muito piedosa chamada Giannetta Vacchi, muito devota de Nossa Senhora. Não deixava passar um só dia sem se recomendar à Mãe de Deus.

Contra sua vontade, casou-se com Francisco Varoli, que se transformou em verdadeiro carrasco. Ela suportava as calúnias, insultos e espancamentos. No dia 26 de maio de 1432, o marido agrediu-a de forma ainda mais brutal.

Ao vê-la ferida, ordenou-lhe que fosse sozinha catar feno. Sem se revoltar, Giannetta obedece. Confia em Deus e na intercessão da Virgem Maria. Dirige-se ao campo chamado "Mazzolengo", distante cerca de uma légua de Caravaggio.

Quando o dia chega ao fim, contempla o feno recolhido e vê que não terá forças para levá-lo. Temendo mais castigos por parte do marido, ergue os olhos lacrimosos para o céu e exclama: "Oh, Senhora caríssima, ajudai-me.

Só de vós espera socorro a vossa pobre serva". De repente aparece-lhe uma Senhora esplendorosa tendo nos ombros um manto azul e um véu branco sobre a cabeça. É Maria Santíssima que toca-lhe suavamente os ombros, fazendo-a ajoelhar-se e diz: "Ouve atentamente, minha filha: o mundo, com suas iniqüidades, havia excitado a cólera do céu.... Mas eu intercedi pelos míseros pecadores... Vai comunicar a todos que devem jejuar numa sexta-feira a pão e água, e, em minha honra, festejar o sábado desde a véspera... Vai, filha, e manifesta a todos a minha vontade". 

Giannetta, a princípio, não se acha digna desta missão por ser pobre e desconhecida. A Senhora a encoraja e a abençoa, desaparecendo em seguida. Deixa no solo os sinais de seus pés. A jovem beija as santas pegadas e depois afasta-se contra a sua vontade, retornando à aldeia. Por onde passa vai narrando a quem encontra tudo o que tinha visto e ouvido. Todos crêem em sua palavra. Uma fonte começou a brotar no local da aparição e os milagres tiveram início. A fama dos prodígios espalhou-se pelas cidades vizinhas até alcançar toda a Europa.

Foi necessário construir-se uma igreja no local. A primeira pedra do templo foi lançada no dia 31 de julho de 1432, mas só foi concluída 19 anos depois. Depois de um século ameaçava ruir, pelo que foi preciso ser escorada.

Depois, tornando-se pequena para acolher os peregrinos, foi ampliada por iniciativa de São Carlos Borromeu. Posteriormente, ameaçando novamente ruir, foi preciso demolí-la. Foi então que o arquiteto Pellegrini construiu o majestoso santuário, que é hoje uma das glórias da arte e da fé do povo italiano. No Brasil há dois santuários dedicados à Nossa Senhiora de Caravaggio: um no estado de Santa Catarina, no vale de Azambuja (Brusque), para onde a devoção foi trazida por colonos italianos e outro no Rio Grande do Sul, na localidade de Caravaggio, na diocese de Caxias.