DEUS É AMOR... O AMOR DE
MÃE É O REFLEXO DO AMOR DE DEUS...
O profeta Isaias enaltece o amor de
mãe que é tão grande e tão bonito que chega a ser comparado, na Bíblia, com o
próprio amor de Deus: “Pode a mãe se
esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas
entranhas?” (Is 49,15a).
Para justificar o sucesso do homem,
costuma-se dizer que, por trás de um homem realizado há sempre a figura de uma
grande mulher e, com mais definição, quando essa mulher é a mãe. O amor de mãe
é tão importante e indispensável na vida e na formação de um filho que, para se
fazer homem, o Filho de Deus quis ter uma mãe para ser gerado como homem: “Quando, porém, chegou à plenitude do tempo,
Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de uma mulher...” (Gl 4,4) e, por isso,
por ter escolhido entre os humanos uma mãe e ter nascido de mulher, podemos
dizer que “é em Cristo que habita, em
forma corporal, toda plenitude da divindade” (Cl 2,9) e, ainda mais, que
Isabel reconheceu em Maria a mãe de um Deus que se fez homem: “Você é bendita entre as mulheres, e é
bendito o fruto do seu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha
me visitar?” (Lc 1,42-43).
O amor materno de Maria para com Jesus
foi tão grande que, nos estertores da morte, foi à sua mãe que Jesus se dirigiu
pela última vez na cruz, transferindo, para a pessoa de João, que representava
toda a humanidade naquele momento, todo amor maternal que Maria lhe dedicou em
toda a sua vida terrena.
A mãe é a face feminina de Deus no lar
e tem a consciência de ser a colaboradora desse mesmo Deus na geração de novos
filhos. A mãe sabe que seus filhos são uma benção de Deus e se torna
responsável pela educação cristã de sua família.
Quantas vezes somos esquecidos por
amigos, parentes ou quem sabe, até pelo cônjuge que não se lembra de datas
importantes da nossa vida como, por exemplo, de aniversário e de casamento, mas
a mãe responsável jamais se esquece de qualquer coisa que deixa o seu filho
feliz.
Não foi por acaso que o profeta
Isaias, para demonstrar o grande amor que Deus tem por nós, recorre à figura
materna com os seus cuidados e amor em relação aos seus filhos: “Pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode
ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas?” (Is 4915a). Isaias
não para por ai, vai além, e chega ao âmago do amor extremado de Deus por seus
filhos: “Ainda que ela se esqueça, eu não
me esquecerei de você” (Is 49,15b).
Pena que a citação de Isaias, na
leitura, parou por ai. O que vem a seguir e que não consta da leitura desta
celebração é tão forte e envolvente como o que está contido no versículo 15.
Yahweh continua declarando o seu amor e diz: “Eu tatuei você na palma de minha mão” (Is 49,16a).
Gravar ou tatuar é colocar uma imagem
de uma pessoa amada, permanente, indelével e impossível de ser apagada. A
pessoa que tem alguém tatuado em sua pele tem por objetivo manifestar o seu
amor e para jamais se esquecer da pessoa retratada na tatuagem.
E Deus tatuou a cada um de nós na
palma de sua mão para não ter como se esquecer de nós. Pode haver lugar do
corpo mais visível para a própria pessoa do que a palma da mão? E é na palma de
sua mão que Yahweh diz ter tatuado o nosso nome e o nosso semblante.
Maior do que o amor de mãe, só o amor
do Pai, amor que “tudo desculpa, tudo
crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,7).
As Sagradas Escrituras também comparam
o amor de Deus aos seus filhos ao amor da ave pelos seus filhotes: “Como águia que cuida de seu ninho e revoa
por cima dos filhotes, ele o tomou, estendendo as suas asas, e o carregou em
cima de suas penas” (Dt 32,11).
Mais tarde Jesus usaria o mesmo
exemplo, a mesma metáfora para queixar-se da ingratidão dos homens: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas
e apedreja os que foram enviados a você! Quantas vezes eu quis reunir seus
filhos como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis” (Mt
23,37).
O profeta Oséias compara a ira do
Senhor contra quem fere os seus filhos à selvageria da ursa de quem roubaram os
filhotes: “... vou atacá-los como a ursa
da qual roubaram os filhotes... (Os 13,8a).
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