02 DE ABRIL
SANTA MARIA DO EGITO - "A
EGÍPCIA" (+ PALESTINA SÉC. V)
Santa Maria do Egito foi canonizada como
penitente porque escolheu essa forma de expiar os pecados cometidos numa vida
de vícios mundanos. Entregou-se muito jovem ao mundo dos prazeres, sem
regra nem moral. Morreu em 431, mas temos sua confissão feita no deserto, um
ano antes de morrer, ao monge Zózimo, também ele canonizado mais tarde.
Nessa ocasião,
ainda estava vagando penitente pelo deserto, era já uma senhora e contou ao
monge sua história. Disse que fugiu de casa aos doze anos e se instalou em
Alexandria, no Egito, vivendo de sua beleza e sedução, arrastando dezenas de
almas ao caminho do vício. Vida que levou durante dezessete anos, até o dia de
sua conversão, que ocorreu de forma muito significativa.
Por diversão e curiosidade fútil, Maria
decidiu acompanhar os romeiros que se dirigiam à Terra Santa para a "Festa
da Santa Cruz". Ao chegar à porta da igreja, entretanto, não conseguiu
entrar.
A multidão passava por ela e ia para o
interior do templo sem nenhum problema, mas ela não conseguia pisar no solo
sagrado. Uma força invisível a mantinha do lado de fora e, por mais que
tentasse, suas pernas não obedeciam a seu comando. Teve então, um pensamento
que lhe atingiu a mente como um raio. Uma voz lhe disse que seus pecados a
tinham tornado indigna de comparecer diante de Deus, o que a fez chorar
amargamente. Dali onde estava,
podia ver uma imagem de Nossa Senhora. Maria rezou e pediu à Santíssima Mãe que
intercedesse por ela.
Prometeu viver na penitência do deserto o
resto da vida, se Deus a perdoasse naquele momento. No mesmo instante, a força
invisível sumiu e ela pôde, enfim, entrar. Após ter confessado e comungado, a ex-mundana tornou-se totalmente uma
penitente religiosa, vivendo já havia quarenta e sete anos no deserto, rezando
e se alimentando de sementes, ervas e água. Retirou-se do mundo completamente.
Um dia antes de morrer, foi encontrada, pelo
monge Zózimo, andando sobre as águas do rio Jordão. Ele inicialmente
julgou tratar-se de uma miragem, pois estava cumprindo a penitência da
Quaresma, como era seu costume. Mas
foi tranqüilizado por essa idosa penitente, Maria, que, depois dessa confissão,
lhe pediu a eucaristia. Voltou para o deserto, onde faleceu no dia seguinte.
A morte de
Maria só foi descoberta um ano depois, quando o monge, na mesma época, foi
visitá-la novamente. Encontrou-a morta na solidão, mas seu corpo estava
perfeitamente conservado.
Apesar de parecer apenas uma tradição
católica, no deserto do Egito foi encontrada uma sepultura contendo um corpo
incorrupto de uma certa penitente de nome Maria, justamente no lugar indicado
pelo santo monge, com anotações que correspondem a esse episódio. Santa
Maria do Egito é celebrada pelos católicos orientais e ocidentais no dia 2 de
abril, data que ela deixou anotada como sendo da sua morte, e que corresponde à
data indicada também por são Zózimo.
São
comemorados, também, neste dia: São Francisco de Paula, Nossa Senhora de
Desterro, Santa Maria do Egito (Egípcia), São Leopoldo de Gaiche e Santo
Abôndio, São Apiano de Lícia (máritr), São Constantino II da Escóicia (rei e
mártir), Santa Hebe, a Jovem (monja, virgem e mártir), Santo Urbanop de Langres (bispo (São Vímtor
de Cápua (bispo), Santa Maria do Egito (Egípcia), São Leopoldo de Gaiche e Santo
Abôndio.
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