SÃO BENTO
São Bento
nasceu em Núrcia, cem quilômetros ao Norte de Roma, por volta do ano 480;
morreu em Monte Cassino ,
na Campânia, em torno de 547. Sua vida transcorreu num século conturbado: o
império romano foi assaltado, a partir de 450, pelas ondas sucessivas de
invasores vindos do Leste. No fim do século, a Itália foi pouco a pouco
conquistada por Teodorico, rei dos ostrogodos. Depois, os bizantinos
desembarcaram em Nápoles, em 536, e retomaram Roma. No ano seguinte, os godos
sitiaram novamente a cidade e, dez anos depois, isto é, um ano após a morte de
Bento, Roma foi definitivamente conquistada pelo rei godo Totila.
É
nesse difícil contexto político, em que os exércitos se alternavam ao pé do
Monte Cassino, que Bento, longe da vida política, funda um oásis de paz, reúne
uma comunidade em que patrícios e escravos, romanos e bárbaros, iletrados e
eruditos vivem juntos a paz do Evangelho.
Bento transmite a sua comunidade uma
arte de viver e uma sabedoria de amar, que codifica numa Regra. Sua vida é
narrada por São Gregório no livro dos Diálogos. Descreve-o como um homem que
recebeu o dom da sabedoria, desde sua mais tenra idade, e que viveu o Espírito
de todos os justos. Mas São Gregório insiste sobre um carisma que lhe era
peculiar: o discernimento dos espíritos. Bento, pacificado em seu próprio
combate, ao longe de toda a sua vida, anima cada um de seus filhos do mosteiro
e ajuda-os a encontrar a paz e a comunhão, depois de ter exorcizado os demônios
tentadores. Se o mosteiro se torna um lugar de paz, de concórdia e de trabalho
intenso em todos os aspectos, deve-o a este combate espiritual mantido sem
trégua por Bento, para livrar seus filhos de tudo aquilo que lhes rouba a disponibilidade
para acolher o Espírito de Cristo e o dom da caridade.
A medalha de São Bento
São Bento
servia-se do sinal da cruz para fazer milagres e vencer as tentações. Daí veio
o costume, muito antigo, de representá-lo com uma cruz na mão. Através dos séculos,
foram cunhadas medalhas de São Bento de várias formas. Desde o século XVII,
começaram-se a cunhar medalhas, tendo de um lado a imagem do Santo com um
cálice do qual sai uma serpente e um corvo com um pedaço de pão no bico,
lembrando as duas tentativas de envenenamento, das quais São Bento saiu,
milagrosamente, ileso. São Bento é representado segurando na mão esquerda o
livro da Regra que escreveu para os monges; e, na outra mão, a cruz.
Ao redor do
Santo lê-se a seguinte jaculatória ou prece:
EIUS . IN . OBITU . NRO . PRAESENTIA . MUNIAMUR
Em Português:
"Sejamos confortados pela presenta de São Bento na hora de nossa
morte".
O outro lado da medalha apresenta
uma cruz e entre os seus braços estão gravadas as iniciais C S P B; em
latim: Crux Sancti Patris Benedicti: "Cruz do Santo Pai Bento".
Na haste vertical da cruz lêem-se
as iniciais:
C S S M L: Crux Sacra Sit
Mihi Lux: "A CRUZ SANTA SEJA MINHA LUZ".
Na haste Horizontal:
N D S M D: Non Draco Sit
Mihi Dux: "NÃO SEJA O DRAGÃO O MEU GUIA".
No alto da
cruz está gravada a palavra PAX, "Paz", lema da Ordem de São
Bento. Às vezes, PAX é substituído pelo monograma de Cristo: I H S.
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