sábado, 30 de abril de 2022

MARIA É DO POVO POBRE E HUMILDE

 

O povo humilde e pobre está com Maria.

O povo pobre e humilde é como o Apóstolo João, o único que não fugiu e que permaneceu com Maria aos pés da cruz de Jesus, no Calvário, naquela sombria e triste sexta feira.

O povo pobre, como João, junto de Maria, não foge, não tem medo de sofrer. Já sofre tanto.  Mas, não fica aos pés da cruz sozinho; Maria está com ele.

O povo fica junto de Maria, aos pés de tantos irmãos que estão morrendo de fome ainda hoje, morrendo de inanição, de desprezo dos ricos e poderosos nas portas do século dois mil e na entrada do terceiro milênio; o Cristo continua morrendo hoje nos irmãos, como morreu no Calvário, aos olhos de sua Santíssima Mãe, Maria. Chegando no Calvário, o povo não fala.

Só fica olhando, como João Apóstolo ficou olhando e marcando presença. Jesus também não fala; só fica rezando do alto da cruz.

E ai, no silêncio daquela dor, os olhos de Jesus repetem as mesmas palavras que foram ouvidas pela primeira vez do Calvário na Palestina, porque lá. “quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo (representando o povo pobre), a quem amava tanto, disse à sua mãe: “eis ai teu filho”, e, em seguida disse a João (que representava o povo pobre), “eis ai tua mãe”, e, a partir daí João, que representava o povo pobre, levou a mãe de Jesus para morar em sua casa daquele momento em diante, e até hoje, o povo pobre tem Maria em sua casa, em seu coração.

Desde que Jesus, do alto da cruz, pouco antes de morrer, pronunciou aquelas palavras, o povo pobre e humilde nunca mais se separou de Maria. O povo pobre carrega Maria em seu coração, a mantém dentro de sua casa, e a acompanha por onde quer que for.

Foi Jesus quem mandou.

Foi a sua última vontade.

E, para isso, o Senhor Nosso Deus cumulou Maria de riquezas; riquezas espirituais.

Jesus deu à Maria todos os homens para serem seus filhos; Maria tem a todos nós, e nós todos temos Maria por Mãe; a Mãe de Deus é também nossa Mãe, e, através de Maria somos filhos do mesmo Pai e irmãos de Jesus Cristo.

Mas, desde aquele momento no Calvário em que Jesus nos deu Maria por Mãe até os nossos dias, os poderosos e o tempo andaram deformando a imagem que o povo tem de Maria.

Ladrões vieram e roubaram a beleza de Maria, a pureza de Maria, roubaram as jóias espirituais de Maria. Já não é tão fácil reconhecer todas as belezas que Deus, o artista supremo, colocou em Maria, quando disse: “eis ai a sua mãe”. (Jo 19, 27).

Ah, se fosse possível restaurar e renovar a imagem que Maria tinha desde que aceitou ser Mãe de Jesus até a tragédia do Calvário, sem destrui-la, sem deformá-la.

Restaurar a imagem de Maria de tal maneira que nela transparecesse melhor a imagem de Deus, a mensagem de Deus ao povo pobre e que aparecesse claramente aos olhos de todos o testemunho que Maria nos deu da sua fé e entrega total nas mãos do seu Senhor, e da sua dedicação à vida.

Restaurar a imagem de Maria de tal maneira que ela se transformasse num espelho limpo e não embaçado para o povo poder contemplar a sua cara de gente, de filha de Deus, e descobrir em Maria a sua missão no mundo de hoje.

Se fosse possível limpar esse espelho. Um dia esse sonho vai se tornar realidade, mesmo que por ora não sejamos capazes de enxergar toda a beleza de Maria, a gente sabe que, dentro dela tem um segredo muito importante para a vida.  

Por isso, o povo pobre carrega consigo, por onde for, a devoção à Maria.

O povo aguarda que um dia alguém o ajude a descobrir todo o segredo da beleza, da pureza e da santidade de Maria. E esse dia, quando chegar, transformará a sexta-feira santa em domingo de Páscoa e a procissão do Senhor Morto numa procissão festiva de Ressurreição e vida...          Por meio de Maria, Jesus chegou até nós. Por meio de Maria, chegaremos a Jesus.  

Quem está com Maria, não está longe de Deus... Os verdadeiros filhos de Maria “terão na boca a espada de dois gumes da palavra de Deus; em seus ombros carregarão o estandarte  ensanguentado da cruz, na mão direita terá o crucifixo e na esquerda o rosário e no coração os nomes sagrados de Jesus e Maria, e em toda a sua conduta terão a modéstia e mortificação de Jesus” (Montfort). E não nos esqueçamos de que “não pode esperar a misericórdia de Deus quem ofende a sua Mãe.” (Montfort).

sexta-feira, 29 de abril de 2022

SANTA CATARINA DE SENA - 1347-1380

 

Catarina era apenas uma irmã leiga da Ordem Terceira Dominicana.

Mesmo analfabeta, talvez tenha sido a figura feminina mais impressionante do cristianismo do segundo milênio. Nasceu em 25 de março de 1347, em Sena, na Itália.

Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal. Fica fácil imaginar a infância conturbada que Catarina teve.

Além de não poder estudar, cresceu franzina, fraca e viveu sempre doente. Mas, mesmo que não fosse assim tão debilitada, certamente a sua missão apostólica a teria fragilizado.

Carregava no corpo os estigmas da Paixão de Cristo. Desejando seguir o caminho da perfeição, aos sete anos de idade consagrou sua virgindade a Deus.

Tinha visões durante as orações contemplativas e fazia rigorosas penitências, mesmo contra a oposição familiar. Aos quinze anos, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Durante as orações contemplativas, envolvia-se em êxtase, de tal forma que só esse fato possibilitou que convertesse centenas de almas durante a juventude.

Já adulta e atuante, começou por ditar cartas ao povo, orientando suas atitudes, convocando para a caridade, o entendimento e a paz. Foi então que enfrentou a primeira dificuldade que muitos achariam impossível de ser vencida: o cisma católico.

Dois papas disputavam o trono de Pedro, dividindo a Igreja e fazendo sofrer a população católica em todo o mundo. Ela viajou por toda a Itália e outros países, ditou cartas a reis, príncipes e governantes católicos, cardeais e bispos, e conseguiu que o papa legítimo, Urbano VI, retomasse sua posição e voltasse para Roma.

Fazia setenta anos que o papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas. Outra dificuldade, intransponível para muitos, que enfrentou serenamente e com firmeza, foi a peste, que matou pelo menos um terço da população européia.

Ela tanto lutou pelos doentes, tantos curou com as próprias mãos e orações, que converteu mais algumas centenas de pagãos. Suas atitudes não deixaram de causar perplexidade em seus contemporâneos. Estava à frente, muitos séculos, dos padrões de sua época, quando a participação da mulher na Igreja era quase nula ou inexistente.

Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas e editadas de alto valor histórico, místico e religioso, como o livro "Diálogo sobre a Divina Providência", lido, estudado e respeitado até hoje.

Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Foi declarada "doutora da Igreja" pelo papa Paulo VI em 1970.

Neste dia são lembrados também: São Pedro de Verona (dominicano, mártir), Santa Antonia, São Paulino de Bréscia (bispo), São Roberto de Molesme (abade), São Severo de Nápoles (bispo).

quinta-feira, 28 de abril de 2022

 

SANTA JOANA BERETTA MOLLA – A MÃE QUE DEU A VIDA POR SUA FILHA.

 

"Teremos que submetê-la a uma intervenção cirúrgica, ou do contrário sua vida está em risco mortal". Talvez estas tenham sido as palavras do médico que atendeu a Gianna Beretta, uma italiana, que estando doentes de câncer, decidiu continuar adiante com a gravidez de seu quarto filho antes de submeter-se a uma operação que poderia tê-la salvo, às custas da vida do bebê não nascido.

Transcorridos 31 anos, o Papa João Paulo II beatificou no dia 24 de abril de 1994 a Gianna, convertendo-a em um símbolo da defesa da vida, e em 2.004 o próprio Papa João Paulo II a canonizou no dia 16 de maio de 2004, onde recebeu o sugestivo título de “Mãe de Família”..

 

Quem foi Gianna?

Gianna foi a sétima de trezes filhos, de uma família de classe média de Lombardia (norte da Itália), estudou medicina e se especializou em pediatria, profissão que atuou junto com sua tarefa de mãe de família.

Quem a conhecia diz que foi uma mulher ativa e cheia de energia, que conduzia seu próprio carro algo pouco comum nesses tempos, tocava piano e desfrutava indo com seu esposo aos concertos no conservatório de Milão.

O marido de Gianna, o engenheiro Pietro Molla, recordou há alguns anos a sua esposa como uma pessoa completamente normal, mas com uma indiscutível confiança na Providência.

Segundo o engenheiro Molla, o último gesto heróico de Gianna foi uma consequência coerente de uma vida gasta dia a dia na busca do cumprimento do Plano de Deus. "Quando se deu conta da terrível consequência de sua gestação e o crescimento de um fibroma lembra os esposo de Gianna sua primeira reação, racional, foi pedir que se salvasse a criança que tinha em seu ventre".

 

Sua entrega.

O engenheiro Molla manifestou que "tinham-na aconselhado uma intervenção cirúrgica...isto teria lhe salvado a vida com toda segurança. O aborto terapêutico e a extirpação do fibroma, teria permitido que mais adiante tivesse outros filhos". "Gianna escolheu a solução que era mais arriscada para ela".

O velho viúvo da beata afirmou que naquela época era previsível um parto depois de uma operação que extirparia somente o fibroma, mas isso seria muito perigoso para a mãe, "e isto minha esposa como médica sabia muito bem".

Gianna faleceu em 28 de abril de 1962, com 39 anos de idade, uma semana depois de ter dado à luz. O último requisito cumpriu-se em 21 anos de dezembro, quando o Papa aprovou um milagre atribuído à intercessão de Gianna.

 

O milagre

A protagonista do milagre, ocorrido em 9 de novembro de 1977 em um hospital brasileiro, foi uma jovem parturiente que se curou de septicemia infecção generalizada o organismo. As religiosas do hospital tinham passado a noite encomendando sua cura à intercessão de Gianna, cuja figura era-lhes conhecida porque o promotor do hospital era um irmão da beata, médico e missionário capuchino no país. O Papa aprovou o decreto que reconhecia suas virtudes heróicas e a beatificou.

 

O esposo de Gianna Beretta narra suas experiências

Ao buscar entre as lembranças de Gianna algo para oferecer à priora das Carmelitas descalças de Milão, lembra o esposo da beata Gianna Beretta, encontrei em um livro de orações uma pequena imagem na qual, no dorso, Gianna tinha escrito de seu punho e letra estas poucas palavras: "Senhor, faz que a luz que se acendeu em minha alma não se apague jamais".

Com estas e outras anedotas, combinadas com emotivas reflexões, Pietro Molla revelou os perfis desconhecidos de sua esposa Gianna Beretta, falecida em 1962 e beatificada em 24 de abril de 1994 pelo Papa João Paulo II.

Em uma emotiva entrevista concedida à jornalista Giuliana Peluchi, Pietro desenhou um perfil e Gianna que definiu com uma só frase: "Minha esposa era uma santa normal".

Peluchi, autora de um livro sobre a vida de Gianna, recebeu uma repentina chamada de Pietro Molla, com quem tinha se reunido em numerosas ocasiões para elaborar a biografia da "mãe coragem" que preferiu oferecer sua vida antes de aceitar a operação que custaria a vida da menina que levava em seu ventre".

"Vão beatificar a Gianna", disse-lhe Pietro, emocionado, por telefone. A jornalista atônita, só atinou de pedir uma última entrevista, já não em busca de dados biográficos, mas para escutar um testemunho de Pietro sobre a vida de sua esposa.

 

O testemunho

"Jamais acreditei estar vivendo com uma santa. Minha esposa tinha infinita confiança na Providência e era uma mulher cheia de alegria de viver. Era feliz, amava sua família, amava sua profissão de médica, também amava sua casa, a música, a montanha, as flores e todas as coisas belas que Deus nos tinha dado", confessou à entrevistadora Pietro Molla, enquanto seus olhos brilhavam de intensa emoção. "Sempre me pareceu uma mulher completamente normal, mas como me disse o Monsenhor Carlo Colombo, a santidade não é feita somente de sinais extraordinários. É feita, sobretudo, da adesão cotidiana aos desígnios inescrutáveis de Deus", acrescentou.

Pietro Molla ainda lembra quando o Monsenhor Colombo o chamou para pedir que introduzisse a causa da beatificação de Gianna. "Minha resposta positiva foi muito sofrida. Sentimos que tínhamos que expor algo muito nosso. A história de minha esposa e sua figura de mulher foram cada vez mais conhecidas - A nós e à família de minha esposa nos seguiam chegando numerosas cartas de todas as partes do mundo. Nos escreviam mulheres alemãs e americanas que chamavam a Gianna de "mamãe" , que declaravam que nela encontravam uma amiga e que afirmavam que se dirigiam a ela quando tinham necessidade de ajuda e que a sentiam muito próxima -.

A oração que Gianna Beretta escrevera no verso daquela imagem pedindo que a luz da graça não se apagasse nela jamais, se fez, segundo seu esposo, realidade: "agora vejo que esta luz, que alegrou durante um tempo lamentavelmente brevíssimo minha vida e a de meus filhos, se difunde como uma benção sobre quem a conheceu e a amou. Sobre quem reza a ela e se encomendam a sua intercessão ante Deus. E isto me faz, reviver, de maneira alentadora, o privilégio que o Senhor me concedeu de compartilhar com Gianna uma parte de minha vida".

 

Todas as mães

A jornalista Peluchi não pode evitar perguntar a Pietro Molla sobre seus sentimentos com respeito à beatificação de sua falecida esposa.

"Meus sentimentos, responde emocionado, têm vários matizes, de surpresa, quase maravilha, de agradecimento a Deus e de aceitação jubilosa, certamente feliz e singular, deste Dom da Divina Providência, que também considero um reconhecimento a todas as inúmeras mães desconhecidas, heróicas como Gianna, em seu amor materno e em sua vida".

Os Molla Beretta entretanto, esperam que a beatificação e a santificação, que converteu a Gianna em um estandarte vivo da santidade na vida familiar moderna e da defesa da vida do não nascido, não mude sua vida cristã cotidiana.

"Espero, disse Pietro, que Gianna possa descansar no cemitério de sua localidade natal junto com sua filha Mariolina e junto às demais mães que a chamavam com ternura "nossa doutora", junto a muitas mulheres que Gianna curou e às quais deu, com amor, seu tempo e profissionalidade".

Os Molla Beretta continuarão vivendo o exemplo de santidade simples na vida cotidiana que deixou-nos Gianna. "Para mim e para meus filhos, Gianna continuará sendo algo muito íntimo. Uma esplêndida esposa, uma terníssima mãe. Se alguém tem que falar, que fale a Igreja".

 

Santidade

O milagre da Beatificação aconteceu no Brasil, em 1977, na cidade de Grajaú, no Maranhão, naquele mesmo hospital onde queria ser missionária, sendo Beatificada pelo Papa João Paulo, em 24 de abril de 1994. Foi canonizada no dia 16 de maio de 2004, onde recebeu do Santo Padre o Papa João Paulo II o sugestivo título de “Mãe de Família”.

Na cerimônia estavam presentes o seu marido Pietro Molla, as filhas Gianna Emanuela e Laura, e o filho Pierluigi. Mariolina faleceu com seis anos, dois anos após a Páscoa da Mãe. O milagre da canonização foi experimentado por Elisabete Arcolino Comparini, casada com Carlos César, ambos da Diocese de Franca, quando, no início do ano 2000, o quarto bebê que havia concebido começou a passar por sérios problemas, tendo, no terceiro mês, a jovem mãe perdido, segundo alegava-se, totalmente o líquido amniótico.

A alegada intercessão da Santa Gianna foi pedida, ainda no hospital, na presença do bispo de Franca, Dom Diógenes Matthes. Face a negativa do aborto e à intercessão da Santa Gianna Beretta Molla, após uma gravidez sem presença de líquido amniótico; sem explicação científica, no dia 30 de maio de 2000, nasceu Gianna Maria, nome que foi dado em homenagem àquela médica e mãe "heróica". Nas palavras de Dom Serafino Spreafico, Bispo Emérito de Grajaú-MA, “Santa Gianna formou-se como missionária e como tal viveu, ligada ao Brasil por vocação específica...ela agradeceu ao Brasil por tal vocação obtendo de Deus os Dois Milagres Oficiais para a Igreja.”

Muitas graças têm sido alegadamente alcançadas, em vários países, pela suposta intercessão de Santa Gianna, especialmente por mulheres crentes que não conseguem engravidar ou têm problemas na gestação e/ou no parto, por isso, várias crianças têm recebido o "honroso nome de Gianna" em agradecimento por sua suposta intercessão. Celebra-se o seu dia em 28 de abril.

São comemorados também, neste dia: São Pedro Chanel, São Luiz Maria Grignion de Montfort, Santa Valéria, São Luquésio, Santo Agapito I, São Prudêncio de Tarazona (bispo), Santos Teodora e Dídimo (mártires), Santa Valéria de Milão (mártir), São Vital de Milão (mártir). 



quarta-feira, 27 de abril de 2022

FELIZES SÃO AQUELES QUE OUVEM A PALAVRA DE DEUS.

 

No Evangelho de Lucas, 11,27, encontramos a cena da mulher elogiando a mãe de Jesus, e ele aproveitando para dizer que quem ouve a Palavra de Deus e a põe em prática é mais feliz ainda.

Ser mãe de Jesus não nos é possível, evidentemente; mas ouvir a Palavra de Deus e praticá-la nos é possível e fácil.

Por isso, nós queremos atender ao apelo de Jesus e valorizar mais a sua Palavra, acreditando nela e seguindo-a de todo o coração. "Quem tiver sede, venha a mim e eu lhe darei de beber da fonte de água viva" (Ap 21,6).

Essa fonte de água viva é a Eucaristia, são os sacramentos e é também a Sagrada Escritura, na qual Deus nos fala pessoalmente. "A Palavra de Deus é viva e eficaz. É mais penetrante que uma espada de dois gumes" (Hb 4,12).

Ela é viva porque, quando a lemos ou ouvimos, na verdade é o Espírito Santo que nos fala naquele momento. Fala-nos às vezes até através das entrelinhas do que lemos. É eficaz porque é acompanhada da força de graça de Deus. Ela é penetrante porque traz em si a força de Deus, que penetra até o nosso coração e nos transforma, se nós a deixarmos agir em nós.

Veja a força da Palavra de Deus, em Gn 1. Bastava Deus dizer, por exemplo, "faça-se a luz" e na hora a luz era feita. Na Missa, quando o padre fala: "Isto é o meu corpo... Isto é o meu sangue", na hora o pão se torna o corpo de Cristo e o vinho se torna o seu sangue.

Aí está a explicação da transformação que acontece nas pessoas que começam a ler a Bíblia todos os dias e de coração aberto a ela. Elas se tornam uma nova criatura.

O mundo seria bem mais feliz se as pessoas amassem mais a Palavra de Deus. "Duplo crime cometeu o meu povo: abandonou-me a mim, fonte de água viva, e para si preferiu cavar cisternas, cisternas rachadas que não podem reter água" (Jr 2,13). As pessoas ficam cavando cisternas profundas, isto é, fazem um esforço enorme para aprender a palavra dos homens, que muitas vezes são cisternas rachadas. Esse aprendizado nos é necessário.

O problema é que não fazemos o mesmo esforço para aprender a Palavra de Deus, que é como uma fonte cristalina, correndo ao nosso lado. Sobre a Bíblia, há algo muito importante que não podemos esquecer: O Novo Testamento foi todinho escrito pela Santa Igreja Católica.

Jesus não deixou nem uma palavra escrita. Deus é o primeiro autor, mas a Igreja é a autora humana do Novo Testamento. E se foi ela que escreveu, ela tem o direito de interpretar. A Bíblia e a Tradição legítima de Igreja são para nós como duas rodas de uma bicicleta.

Uma não tem consistência sem a outra. O capeta é esperto e leva muita gente para ele nesse ponto! Jesus não negou o que a mulher disse: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”.

A Bíblia deve ser entendida no seu conjunto, e Isabel disse a Maria: “feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1,45). “O que lhe foi dito da parte do Senhor” é a Palavra de Deus, que Maria ouviu e pôs em prática. Santo Agostinho dizia: Não sei qual dessas duas glórias de Maria é maior: ser a mãe de Jesus na carne ou ser sua discípula na fé.

Certa vez, uma senhora, que era muito respeitada na cidade, foi reclamar junto ao subgerente de uma empresa, de algumas injustiças que a empresa estava praticando. O subgerente, que era jovem, a ouviu com atenção e depois disse: “Eu concordo com a senhora, mas não tenho nenhuma voz ativa na empresa!”

A distinta mulher perguntou a ele: “Quantos kg você pesa?” “60”, respondeu o moço com prontidão. “Por favor” – continuou ela – “vou lhe pedir uma coisa muito simples”: “Fique em pé”. Na hora o jovem se levantou. Ela então disse: “Está vendo como a palavra tem força? Ela é capaz de levantar 60 kg em um segundo! A sua palavra também tem muita força junto à direção da empresa. É só saber usá-la”.

Se a palavra do homem ter força, quanto mais a de Deus! Vamos aproveitar a força da nossa palavra, usando-a para o bem, e principalmente aproveitar a força da Palavra de Deus. Feliz o ventre que te trouxe. Muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus. (Padre Queiroz).



terça-feira, 26 de abril de 2022

 

NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO

 A devoção que comemoramos hoje, remonta a Igreja Primitiva, de forma que não temos dados precisos sobre sua origem. Tão antiga é a devoção que a Mãe do Bom Conselho é invocada na Ladainha Lauretana. 

Sabemos, contudo,  que entre os anos de 432 e 440,  o Papa Xisto III mandou construir uma Igreja dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho na cidade de Genezzano, Itália, ao lado de um convento fundado por Santo Agostinho. Esta cidade havia sido doada à Igreja com o advento dos imperadores cristãos, sucessores do Imperador Constantino que, convertido, decretara o fim da perseguição aos cristãos e da crucifixão (ano 312).

Genezzano iria ser agraciada, cerca de mil anos depois,   com um presente milagroso de Nossa Senhora, como veremos a seguir:  Havia,  na idade média, também uma outra igreja,  na cidade de Scutari - Albânia, onde o povo venerava com ardor uma imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho, a que eram atribuídos  muitos milagres. 

A devoção crescia vertiginosamente, até que  no ano de 1467, maometanos turcos invadiram e dominaram a Albânia, culminando em sérias conseqüências aos cristãos. 

A perseguição implacável, colocou a Igreja numa situação dificílima, de forma que muitos cristãos tiveram de abandonar o país e, os que ficaram, tiveram de permanecer na clandestinidade. Foi nessa ocasião,  que dois albaneses de nomes Solavis e Georgi, ao entrarem no santuário,  testemunharam um grande milagre, a princípio, muito intrigante.

Uma nuvem divina rodeou a estampa de Nossa Senhora que foi como que retirada da parede e elevou-se ao céu, tomando a direção de Roma,  sobre o Mar Adriático.  Os peregrinos, impelidos a seguir  sua trajetória,  passaram a  acompanhar a estampa.

Com  muita confiança entraram no mar e passaram a caminhar  sobre as ondas a pé enxuto e o atravessaram até chegar às vizinhanças de Roma. Ali, a  estampa rodeada de nuvens foi se afastando até que acabaram  perdendo-a de vista.

Ao mesmo tempo,  lá na cidade de Genezzano, na Itália,  a estrutura da Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho estava  seriamente comprometida.  A velha igreja construída pelo Papa Xisto III no século V,  havia ficado em ruínas não só pela ação do tempo, mas também pela falta de recursos.  Há muito tempo, porém,  uma irmã da Ordem Terceira de Santo Agostinho, chamada Pedrina,  havia tomado à frente do empreendimento, e cuja reconstrução confiou unicamente à Providência Divina,  à Santíssima Virgem e  ao  santo padre Agostinho,  fundador  da ordem a  que pertencia.  Aos que duvidavam, respondia com muita fé e confiança que seus esforços não eram vãos e que brevemente seriam postos a têrmo, com a força da graça divina. 

Era dia  25 de abril,  nos festejos de São Marcos Evangelista, onde  também realizava-se uma feira pública  naquela cidade e que contava com grande multidão. Repentinamente surgiu no céu uma nuvem em forma de coluna milagrosamente suspensa no ar, chamando a  atenção de todos  os circunstantes.  Tal coluna vagarosamente baixou em direção a uma das paredes mais elevadas da igreja em  reconstrução e dissipou-se, imprimindo na parede, à vista de todos,  uma imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho, pintada a fresco. 

Os sinos, por si só,  passaram a  badalar  consecutivamente, causando estupefação pública, conseqüentemente a conversão de muito pagãos em Genezzano.  Surpresos, uns aos outros,  perguntavam sobre a origem da  estampa, quais os desígnios de Deus acêrca de tão grandioso mistério. A partir deste acontecimento , os padres agostinianos começaram a divulgar  o culto à Nossa Senhora do Bom Conselho, e não tardou que o número de  fiéis  de  toda  a  Itália e  países  circunvizinhos viessem em peregrinação para reverenciar Nossa Senhora.

Tomando conhecimento do grande milagre ocorrido em Genezzano, os dois peregrinos Solavis e Georgirs, foram também  reverenciar Nossa Senhora do Bom Conselho, a quem eram extremamente devotos.  Mas, não haviam relacionado o primeiro milagre ao segundo. 

Chegando na cidade,  qual não foi a perplexidade deles ao constatarem que a estampa fixada na parede da igreja era a mesma estampa que haviam visto ser levada aos céus na sua cidade de origem, Scutari.  Ficou claro que a  estampa  havia sido trasladada de um país para o outro pelos  anjos de Deus. Com  muito entusiasmo proclamaram o fato ao povo local. 

Foram por isso interrogados por uma comissão e, sob juramento, contaram o que ocorrera na igreja da sua cidade de origem. Detalhadamente narraram desde o momento em que testemunharam  ocularmente a estampa que sendo retirada  da Igreja de Scutari, a travessia do mar a pé enxuto, a chegada na Itália até o momento em que a perderam de vista. 

Desvendaram-se assim os milagrosos acontecimentos, simultaneamente ocorridos desde a Albânia até a Itália, para  onde a imagem foi levada pelos anjos por desígnio de Nossa Senhora. O fato foi levado ao Papa Paulo II (Pietro Barbbo - pontificado 1464 a 1471), que na ocasião foi quem iniciou o processo para apurar a veracidade dos fatos.

O Papa Leão XIII mandou construir um altar em seu oratório privado, pessoalmente visitou o santuário,  instituiu a Pia União, do qual se fez membro, redigiu poesias  e agraciou a igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho com o título de "Basílica Menor".  

No dia 25 de abril de 1993 (viagem apostólica do Papa João Paulo II à Albânia), mesma data em que a imagem foi levada por anjos de Scutari para Genezzano (25 de abril de 1467),  João Paulo II pessoalmente dirigiu-se ao antigo templo e  doou umaa  reprodução da imagem original, a qual lá foi entronizada,  marcando definitivamente a reconciliação do governo e da nação albaneza com a Igreja de Cristo. O Vaticano, a partir daquele ano, financiou as  obras de reconstrução do Santuário,  depreciado por consequência da perseguição do regime comunista.

São comemorados também neste dia: Santo Anacleto (papa), Santa Calista São Evódio, São Clarêncio, São Lucídio, Santa Exuperância, São Basileu de Amasea (bispo e mártir), São Clarêncio de Viena (bispo), São Cleto (papa), São Lucídio de Verona (bispo), São Marcelino (papa e mártir),  São Pascásio Radberto (abade)..



segunda-feira, 25 de abril de 2022

 

SÃO MARCOS EVANGELISTA

 

De origem pouco conhecida, autor do segundo dos evangelhos sinóticos, os outros são os Mateus e Lucas, e considerado fundador da igreja do Egito e, também, fundador da cidade italiana de Veneza. Seu nome aparece nas epístolas de São Paulo, que se refere a ele como um de seus colaboradores que enviavam saudações de Roma.

A principal fonte de informações sobre sua vida está no livro Atos dos Apóstolos. Filho de Maria de Jerusalém e primo de Barnabé, já se havia convertido ao cristianismo quando Paulo e Barnabé chegaram a Jerusalém (ano de 44) trazendo os auxílios da Igreja de Antioquia (At 11,30).

Acompanhou Barnabé e Paulo a Antióquia (At 12,25), na hoje Turquia, onde atuou como auxiliar de Paulo, mas voltou à Jerusalém quando chegaram a Perge, na Panfília. Depois ele e Barnabé teriam embarcado para à ilha de Chipre (At 13,4-5), na sua primeira viagem apostólica, porém o apóstolo não voltou a ser mencionado nos Atos.

De Chipre passou a evangelizar a Ásia Menor e, em decorrência de alguns conflitos, separou-se de Paulo e Barnabé em Perge (Panfília) e voltou para Jerusalém (13,13). Voltou a Chipre (50) acompanhado apenas de Barnabé (15,39) e depois foi para Roma como colaborador de Paulo, prisioneiro naquela cidade (Cl 4,10; Fm 24).

É possível que tenha deixado Roma antes da perseguição de Nero (ano de 64), pois depois no ano de 67, o apóstolo de Tarso, prisioneiro pela segunda vez, escrevia a Timóteo pedindo-lhe que levasse consigo, de Éfeso para Roma, o seu discípulo e colaborador, já que este lhe era muito útil em seu ministério (2Tm 4,11).

Em Roma, também entrou em contato com Pedro, pois este, dirigindo-se aos fiéis do Ponto, da Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, saúda-as em nome do evangelista, a quem afetuosamente chama de filho (1Pd 5,13).

Provavelmente escreveu em Roma o Evangelho entre os anos de 50-70 que traz o seu nome e que compila e reproduz a catequese de Pedro.

Seu Evangelho destinou-se aos cristãos provenientes do paganismo e tem um estilo simples e vigoroso e com seus 661 versículos, é o Evangelho menos extenso.

No século II, o bispo Pápias de Hierápolis, Anatólia, afirmou que ele teria sido intérprete de São Pedro. Embora sejam parcas as informações sobre o evangélico, é indiscutível sua importante participação nos primeiros tempos da igreja cristã.

Na Itália seu nome está ligado à cidade de Veneza, para onde mercadores venezianos provenientes de Alexandria, transportaram o que diziam ser as suas relíquias (828).

Seu símbolo como evangelista é o leão e a Igreja Católica festeja seu dia em 25 de abril, data em que o evangelista teria sido martirizado.

São comemorados também  neste dia: Santo Aniano de Alexandria (bispo), Santo Ermínio de Lobbes (monge e bispo), Santos Evódio, Hermógenes e Calista (mártires de Nicéia, na Bitínia).

domingo, 24 de abril de 2022

 

PAI NOSSO... DO JEITO DE MARIA.

 

Certa vez, os apóstolos se achegaram a Jesus e lhe pediram: “Mestre, ensina-nos a rezar.”

E o Senhor Jesus ensinou aos seus apóstolos e discípulos, e também a todos nós a oração do Pai Nosso. E desde a primeira vem em que a oração do Pai Nosso foi ensinada e rezada pelo próprio Senhor Jesus, até os nossos dias a oração do Pai Nosso tem sido rezada por todas as religiões cristãs em todas as partes do mundo milhões e milhares de vezes.

Mas, se conhecemos bem a vida de Maria, vamos ver nas entrelinhas do Santo Evangelho que, mesmo antes de o Senhor Jesus ensinar a oração do Pai Nosso aos seus apóstolos e discípulos, Maria já o rezava desde a muito tempo, com outras palavras, é claro ,mas com o mesmo fervor com que o Senhor Jesus ensinou e rezou. Ao ensinar o Pai Nosso, Jesus Cristo disse: “Pai Nosso, que estais nos céus”, e Maria já dissera: “Engrandece a minha alma ao Senhor, e exulte o meu espírito em Deus, meu Salvador”, e nós repetimos: “Pai Nosso que estais nos céus, nós exaltamos de alegria pela santidade de vossa presença e, humildemente, saudamos e bendizemos o vosso nome, como no cântico de Maria.” Jesus Cristo disse: “Santificado seja o vosso nome.”, e Maria já dissera: “O Todo Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome.”, e nós repetimos todos os dias, cheios de amor e gratidão: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Rei do Universo...”

Jesus Cristo disse: “Venha a nós o vosso reino.”, e Maria já dissera: “Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes, encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias”, e nós repetimos: “Venha a nós o vosso reino, reino de vida, reino de verdade, reino de amor, reino de justiça e paz, reino que já começou e jamais terá fim.”          Jesus Cristo disse: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.” E Maria já dissera: Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade.” E nós repetimos: “Do jeito de Maria queremos também dizer: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Que o Evangelho de Jesus Cristo penetre bem dentro do nosso convívio humano e seja o fundamento de nossa civilização a fim de que tudo seja construído segundo o amor a vós, ò Deus, e o amor aos irmãos.” Jesus Cristo disse: “O pão nosso de cada dia, nos daí hoje”, e Maria já dissera: “eles não tem vinho.”

E o grande milagre de transformação da água  em vinho se realizou dando ensejo para que mais tarde o Senhor Jesus multiplicasse os pães para alimentar uma grande multidão de famintos, e hoje nós repetimos: “O pão nosso de cada dia, daí-nos hoje, para que, fortalecidos por vossa graça saibamos repetir o pão da casa, da saúde, da alegria, da educação e da vida com todos os necessitados, a fim de que não haja mais oprimidos e nem marginalizados, e assim vivamos como irmãos, verdadeiros irmãos, filhos do vosso amor.”

Jesus Cristo disse: Perdoai as nossas ofensas”, e Maria já perdoara a ingratidão do povo que não a quis receber grávida em sua casa para que desse à luz ao Filho de Deus que se fazia homem; Maria já perdoara a  perseguição que desencadearam  contra o Menino Jesus recém-nascido, obrigando a Sagrada Família fugir para terras estrangeiras do Egito; Maria já perdoara o pouco caso do povo quando Jesus ensinava, e o povo fazia chacotas a respeito de sua doutrina; e Maria já perdoou a todos aqueles que flagelaram, coroaram de espinhos e crucificaram o seu Divino Filho, e não somente perdoou a todos, mas cometeu a maior loucura que o amor poderia cometer: recebeu todos os algozes de seu Filho como filhos seus, e hoje nós repetimos: “Perdoai as nossas ofensas, a nossa fraqueza, a nossa indiferença e o nosso descaso pelo vosso Evangelho e pela vida dos nossos irmãos.” “E, convertidos pela misericórdia de Deus, e a exemplo de Maria, queremos perdoar a todos aqueles que nos ofenderam, nos agrediram e nos insultaram. Daí-nos o amor compadecido da cruz que, de braços abertos, perdoa todos os homens.  E não nos deixeis cair na tentação do orgulho, da vaidade, da ganância, do ter e do prazer.  E livrai-nos do mal de sermos egoístas, exigentes e mesquinhos na caridade; livrai-nos do mal de sermos surdos e cegos aos gritos dos que sofrem.  Pai Santo, como Maria disse “Sim” à vossa palavra, nós queremos também dizer “Sim” ao vosso Evangelho para o vosso louvor e para a vossa glória hoje e sempre. Amém”. (Irmão José Milson - Marista - Unda Brasil).

sábado, 23 de abril de 2022

 

SÃO JORGE

 

A existência do popularíssimo são Jorge, por vezes, foi colocada em dúvida.

Talvez porque sua história sempre tenha sido mistura entre as tradições cristãs e lendas, difundidas pelos próprios fiéis espalhados entre os quatro cantos do planeta. Contudo encontramos na Palestina os registros oficiais de seu testemunho de fé.

O seu túmulo está situado na cidade de Lida, próxima de Tel Aviv, Israel, onde foi decapitado no século IV, e é local de peregrinação desde essa época, não sendo interrompida nem mesmo durante o período das cruzadas. Ele foi escolhido como o padroeiro de Gênova, de várias cidades da Espanha, Portugal, Lituânia e Inglaterra e um sem número de localidades no mundo todo. Até hoje, possui muitos devotos fervorosos em todos os países católicos, inclusive no Brasil.

A sua imagem de jovem guerreiro, montado no cavalo branco e enfrentando um terrível dragão, obviamente reporta às várias lendas que narram esse feito extraordinário.

A maioria delas diz que uma pequena cidade era atacada periodicamente pelo animal, que habitava um lago próximo e fazia dezenas de vítimas com seu hálito de fogo. Para que a população inteira não fosse destruída pelo dragão, a cidade lhe oferecia vítimas jovens, sorteadas a cada ataque.

Certo dia, chegou a vez da filha do rei, que foi levada pelo soberano em prantos à margem do lago. De repente, apareceu o jovem guerreiro e matou o dragão, salvando a princesa. Ou melhor, não o matou, mas o transformou em dócil cordeirinho, que foi levado pela jovem numa corrente para dentro da cidade.

Ali, o valoroso herói informou que vinha da Capadócia, chamava-se Jorge e acabara com o mal em nome de Jesus Cristo, levando a comunidade inteira à conversão. De fato, o que se sabe é que o soldado Jorge foi denunciado como cristão, preso, julgado e condenado à morte. Entretanto o momento do martírio também é cercado de muitas tradições.

Conta a voz popular que ele foi cruelmente torturado, mas não sentiu dor. Foi então enterrado vivo, mas nada sofreu. Ainda teve de caminhar descalço sobre brasas, depois jogado e arrastado sobre elas, e mesmo assim nenhuma lesão danificou seu corpo, sendo então decapitado pelos assustados torturadores. Jorge teria levado centenas de pessoas à conversão pela resistência ao sofrimento e à morte. Até mesmo a mulher do então imperador romano.

São Jorge virou um símbolo de força e fé no enfrentamento do mal através dos tempos e principalmente nos dias atuais, onde a violência impera em todas as situações de nossas vidas. Seu rito litúrgico é oficializado pela Igreja católica e nunca esteve suspenso, como erroneamente chegou a ser divulgado nos anos 1960, quando sua celebração passou a ser facultativa.

A festa acontece no dia 23 de abril, tanto no Ocidente como no Oriente.

São comemorados também, neste dia: Santo Adalberto de Praga, Bem-aventurado Egídio de Assis, Santos Félix, Fortunato e Aquiles (mártires), São Geraldo de Toul (bispo), Santo Ibar de Meath (bispo), São Marolo de Milão (bispo).

sexta-feira, 22 de abril de 2022

 

FREI DAMIÃO: O CAPUCHINHO QUE EVANGELIZOU O NORDESTE BRASILEIRO E É AGORA VENERÁVEL

 

Entre os sete decretos assinados pelo Papa Francisco que reconhecem as virtudes heroicas de novos Veneráveis está também o de Frei Damião de Bozzano, capuchinho que evangelizou o Nordeste brasileiro e dizia ser apenas um mensageiro de Deus.

Frei Damião nasceu em Bozzano, na Itália, em 5 de novembro de 1898, tendo recebido o nome de Pio Gianotti. Era o segundo dos cinco filhos do casal de camponeses Felice e Maria Giannotti, de sólida formação católica.

Ainda aos 10 anos, após ser crismado, começou a expressar os primeiros sinais de vocação e, aos 13 anos, ingressou no Seminário Seráfico de Camigliano, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em 17 de março de 1911.

Aos 17 anos, em julho de 1915, emitiu os primeiros votos e recebeu o nome de Frei Damião de Bozzano. Entretanto, precisou interromper os seus estudos de Filosofia após ser convocado, em setembro de 1918, para o serviço militar na Primeira Guerra Mundial.

Retornou ao Convento ao fim da Guerra e emitiu sua profissão perpétua. Em 1920, foi estudar Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

Frei Damião foi ordenado sacerdote em 25 de agosto de 1923, na igreja do antigo Colégio São Lourenço de Bríndisi, em Roma. E, em 1931, foi enviado ao Brasil, onde chegou em 17 de junho, tendo se estabelecido no Convento Nossa Senhora da Penha, em Recife (PE). Após esta chegada, foram 66 anos dedicados às Santas Missões.

As Santas Missões eram vistas como “tempo forte de graça e conversão”, que costumavam durar de segunda-feira a domingo. Durante esta semana missionária, o frade proclamava a Palavra de Deus em uma cidade, por isso, afirmava ser apenas um mensageiro de Deus.

As Santas Missões contavam com sermões, catequeses, encontros específicos com homens, mulheres, jovens, crianças, visitava os doentes, os presos. Além disso, dedicava-se ao sacramento da Reconciliação, atendendo confissões por mais de 12 horas por dia, orientando os corações para Cristo.

Com os anos, adquiriu uma deformação na coluna que o deixou encurvado, provocando dificuldades na fala e na respiração. Além disso, durante muito tempo, sofreu de erisipela, devido à má circulação sanguínea.

Em 1990, sofreu uma embolia pulmonar, por isso, a partir de então, diminuiu o ritmo das Santas Missões, passando apenas para os finais de semana. Mas, sua saúde se agravou em 1997, ano em que realizou sua última Santa Missão na cidade de Capoeiras (PE), no mês de fevereiro.

Em 12 de maio de 1997, foi internado no Real Hospital Português, na capital pernambucana, onde foi visto realizando aquele que foi chamada “sua última missão”, rezou o terço com o povo em uma das salas do hospital.

No dia seguinte, 13 de maio, sofreu um derrame cerebral e foi levado para a UTI, vindo a falecer em 31 de maio de 1997, aos 98 anos. Seu corpo foi enterrado na capela de Nossa Senhora das Graças, de quem era devoto, no Convento São Félix, em Recife.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

 

COMO GOSTARIA QUE MARIA FOSSE MELHOR CONHECIDA

 

Todos nós, vossos filhos, vos amamos, Maria, e através de vós amamos a Deus e desejamos amá-lo mais ainda e cada vez mais.

O nosso amor por vós nos dá forças para lutarmos para a maior glória de Deus.

Todos nós, que desejamos alguma coisa, alguma melhora na nossa vida ou na vida de alguém, todos nós que desejamos a vinda de melhores dias, um emprego, uma graça para vencermos um defeito particular, ou um pedido para a conversão de um filho, do marido, da esposa, do pai, irmãos ou amigos, quando precisamos de uma grande graça não exitamos e logo corremos aos vossos pés, doce Mãe, e dificilmente alguém de nós sai de perto de vós sem que a Senhora tenha atendido o nosso pedido.

Quantas vezes recorremos à vós, doce Mãe, quando notamos tristemente que a nossa fé vacila, quando esfriamos na nossa dedicação para com a Igreja de Deus, ou porque nos afligimos por termos que carregar uma grande cruz que parece muito pesada para a nossa fraqueza na fé, ou ainda, quando temos no seio de nossa família perturbações e infelicidades domésticas que nos parecem dificultar até a nossa própria salvação eterna, e, para todos nós que recorremos aos vossos pés, a oração parece trazer tão pouco alívio.

Nós não sabemos rezar, Senhora. Ainda não aprendemos suficientemente o vosso ensinamento de como se deve pedir e agradecer ao Senhor Nosso Deus.

Não seguimos o vosso conselho quando, carinhosamente, vós nos apontais o vosso Divino Filho e nos diz, maternalmente: “Façam tudo o que ele vos disser” e, por isso, julgamos que as nossas orações não alcançam o seu objetivo.

Nós não procuramos suficientemente o vosso amparo maternal. Nós nem nos preocupamos em ouvir a revelação dos grandes santos e santas, vossos filhos queridos e devotos, quando dizem que o refúgio no vosso manto maternal nos livra de todos os males e nos dá a certeza de ancorarmos em porto seguro.

Todos nós que aqui estamos aos vossos pés, amamos e adoramos ao Senhor Nosso Deus, amamos e adoramos o vosso Divino Filho, amamos e adoramos ao Divino Espírito Santo, e vos amamos, doce Mãe.

Mas, a devoção que consagramos à vós é fraca demais, é escassa, é mesquinha, é deturpada pela nossa ignorância religiosa e muitas vezes chega às raias da heresia. Como gostaríamos de vos conhecer melhor, doce Mãe, conhecer-vos como vós realmente fostes, sem tronos, sem coroas e sem mantos, apenas uma mulher simples, de avental, cabelos em desalinho como todas as  donas de casa que se preocupam realmente e totalmente com o seu lar; olhos lagrimejantes pela fumaça do fogão a lenha enquanto preparáveis alimentos para vosso esposo  José e vosso filho Jesus, tal como fazem as esposas e mães no dia de hoje, só que hoje elas tem a vantagem de terem fogões a gás, e não mais à lenha como era o vosso.   Se vos conhecêssemos melhor,

Doce Mãe, também teríamos condições de vos mostrar aos nossos irmãos, vós que fostes tão pequena e humilde que todos nós nos sentiríamos mais à vontade junto de vós. A nossa ignorância obscurece todo o vosso esplendor e distorce toda a vossa humildade. É

 por não vos conhecermos como mereceis ser conhecida que Jesus Cristo não é amado como deveria ser; é por não vos amarmos como mereceis e como deveríamos amar que os pecadores não se convertem; é por não vos amarmos como deveríamos vos amar que a nossa Santa Igreja não é exaltada; é por não vos amarmos como mereceis que temos tanta falta de sacerdotes e somos tão carentes de vocações sacerdotais e religiosas porque, na nossa ignorância, não vemos em vós a mãe do Sumo Sacerdote Jesus Cristo.

Quantas almas poderiam ser salvas e que desfalecem na fé tomando caminhos diferentes daqueles que levam até Deus por não vos conhecer melhor.

Os sacramentos não são frequentados porque os fieis não vos amam, e não vos amando não amam verdadeiramente vosso Divino Jesus Cristo.

As almas não são evangelizadas com entusiasmo e zelo apostólico porque quem as evangelizam, mas não se preocupam de aprender na escola que tem como Mestre o vosso Divino Filho. Jesus Cristo não é conhecido porque os cristãos não vos conhecem, doce Mãe; vós sois relegada ao segundo plano e ficais no esquecimento ou somente sois procurada por vossos devotos apenas por interesses  egoístas e mesquinhos.

Quantas almas se desviam do verdadeiro caminho que é Jesus Cristo, porque estão longe de vós, doce Mãe. E essa nossa falta  de interesse em vos conhecer melhor que é a causa de todas as nossas misérias, de todos os nossos males, de todas as nossas omissões, de toda a nossa tibieza.

Se seguíssemos os conselhos dos grandes santos e santas que foram vossos devotos entenderíamos que o próprio Senhor Nosso Deus quer que tenhamos para convosco uma devoção mais vasta, mais extensa, mais sólida;  uma devoção muito diferente da que temos atualmente para com vós, Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. Se Jesus Cristo não é conhecido como deveria ser, é porque ainda não vos amamos suficientemente, e somente por vós, Doce Mãe, chegaremos a Jesus, nosso Divino Mestre. 

quarta-feira, 20 de abril de 2022

 MARIA, MÃE DOS AFLITOS.

 

A você, meu irmão, a você, minha irmã, que está conosco neste momento de meditação e oração, desejamos o reconforto, a consolação, a luz e a paz de Deus, Nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Salvador.

Hoje voltamos à atenção a todos aqueles que estão tristes, acabrunhados, arrasados, àqueles que se sentem abatidos, desesperados, injustiçados; os que perderam os seus entes queridos e os que, de alguma maneira, foram violentados em seus direitos.

Todos estes que sofrem, convidamos  a se unirem conosco nesta oração ao Senhor Nosso Deus, que muito nos amou e deu a sua vida por nós. (Jo 10, 15 e 1Jo 3, 16).

Primeiro, vamos olhar para a cruz de Jesus Cristo, a cruz onde Cristo se imolou por nós, e coloquemo-nos por inteiro na presença de Deus e digamos juntos: “Senhor, aqui estou, com minhas fraquezas, com meus fracassos, meus defeitos, minhas angústias e sofrimentos. Olha, Senhor, a minha miséria e a minha dor e, na tua bondade tem compaixão de mim e perdoa todos os meus pecados.”

Agora, prestemos atenção! Lá, junto da cruz de Jesus está Maria, sua Mãe querida. (Jo 19, 25). A mãe ama a todos os filhos e a cada um se dedica de coração; mas, sem dúvida nenhuma a mãe não exita em se sacrificar, em perder horas e horas de sono para estar ali, atenciosa e orante, junto à cama do filho enfermo.

Por vezes, aflita, sentindo a dor de seu filho, a mãe sempre tem uma palavra  de ânimo, de conforto e de esperança.

Nem sempre encontramos a mãe presente  nas noites de festa, mas, sem sombra de dúvidas, sempre que o filho estiver doente, a encontraremos  ao lado do leito de dor de seu filho; a mãe está sempre ali, humilde e serviçal, com o seu olhar, com o seu carinho, com o seu amor...

Maria aos pés da cruz; e Jesus nos dá por Mãe a sua querida Mãe. (Jo 19, 26-27). Por isso, meu irmão que está sofrendo, minha irmã que está angustiada, quero dizer que você não está só; Maria, a Mãe de Jesus está com você. Sei que o sofrimento é sempre muito difícil, muito duro de se aceitar e, por vezes, a tentação do desespero ou da vingança pode estar batendo à nossa porta.

Pode estar vindo até a tentação do ódio... Mas, não vamos entrar nessa...

Olhe, acredite, eu estou com você! São benditas as lágrimas que lavam os olhos, purificam o coração e nos fazem ver melhor a vida. Sim, fique tranquilo, você é uma pessoa humana; você não é um anjo.

Continuemos juntos, olhando de novo para a cruz. Jesus está ali, no maior dos sofrimentos. Tanto bem que ele fez; fez os surdos ouvirem, os cegos verem, os mudos falarem, os paralíticos andarem (Mt 11,5); acariciou as crianças, confortou os velhinhos, acolheu os pobres, curou os doentes, expulsou os maus espíritos, perdoou os pecadores... até os mortos se levantaram ao ouvir a sua voz, as suas palavras... “Menina, eu te ordeno, levanta-te”, disse ele para a filha de Jairo que havia morrido (Mc 5, 41); “Lázaro, vem para fora”, disse ele para o irmão de Marta e Maria que estava morto já há quatro dias (Jo 11,43).

Deus é cheio de vida e de verdade (Jo 1, 4-14). E Jesus disse: Quem crê em mim, mesmo que esteja morto, viverá...” (Jo 11, 25).

Havia muito tempo, mas muito tempo mesmo, que ninguém fazia tanto bem aos homens. E Jesus era um homem tão cheio de Deus, era o próprio Deus andando com os pés no chão. (Mt 4, 12-18). E você sabe que ele gostava muito de dar atenção aos mais esquecidos, aos abandonados, aos doentes, aos mais pobres, aos desesperados, aos angustiados? (Mt 9, 13).

Sim, Jesus era amigo dos pecadores, e por vezes até comia nas casas deles, almoçava ou jantava com eles (Mt 11, 19). Jesus sabia perdoar, sabia acolher os corações mais esmagados. Ele tinha uma bondade imensa no coração, e dizia assim: Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados e eu os aliviarei, pois o meu jugo é suave e o meu peso é leve”. (Mt 11, 30).

E quando Jesus se encontrava pregado na cruz, à beira da morte, pediu perdão para os seus perseguidores, e ouviu a súplica do ladrão crucificado à sua direita, quando disse: “Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino.” E Jesus respondeu: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso.” (Lc 23, 42-43). 

Meu irmão, minha irmã, não perca a esperança! Deus ama você, do jeito que você é. Nos orgulhosos e prepotentes a fé é muito difícil. Mas, nos humildes, nas pessoas humanas como você, a fé é possível. Coragem, os braços de Cristo, na cruz, também estão abertos para você.

Não se esqueça que Cristo morreu de pé e de braços abertos para que nós não ficássemos comodamente sentados e de braços cruzados.

Abra o seu coração para o Cristo. Não se desespere, não busque  desforras,  não aumente o mal que já fez tanto mal a tanta gente. Deixe isso para lá... Acredite em Deus, creia em Deus. “Tudo é possível a quem crê.” (Mc 9, 23). Eu estou rezando por você; não perca a fé. Eu acredito em você. Você pode ser melhor. Comece a fazer o bem.

Quero vê-lo feliz, se ambição de muitas coisas, mas construindo o melhor de você mesmo; sua vida, seu amor... Livre-se do orgulho, da vaidade, da mesquinhez, da ociosidade.

O importante é a paz em seu coração e, por você, a paz em muitos corações. Há sempre  alguém esperando por você... descubra o seu irmão...


terça-feira, 19 de abril de 2022

 

SANTO EXPEDITO

 

Santo Expedito foi possivelmente um soldado romano que se tornou um cristão e que foi martirizado no século IV em Melitenena Armênia. Nada se sabe sobre sua vida nem onde foi sepultado, e muitos pesquisadores questionam se ele de fato existiu.

Contudo, formou-se um folclore ao seu redor e ele é objeto de grande devoção popular em muitos países como o santo das causas urgentes, às vezes em sincretismo com figuras de outros credos.

[O nome Expeditus (Expedito) pode ser uma corruptela de Elpidius, conforme sugerem os beneditinos de Paris. 

Outra hipótese é de que o nome tenha derivado de spedito, palavra inscrita numa caixa com relíquias de um santo desconhecido retiradas das catacumbas de Roma de e enviada a Paris no século XVII.

Contudo, spedito em italiano significa "enviado" ou "rápido", e pode significar simplesmente que a caixa havia sido marcada como despachada ou que devia ser enviada com presteza ao seu destino.

As freiras interpretaram a inscrição como se fosse o nome do santo e passaram a divulgar sua devoção, latinizando o nome para Expeditus. Esta história, relatada pelo religioso inglês Alban Butlerenem sua famosa obra hagiografia The Lives of the Fathers, Martyrs and Other Principal Saints (1756–1759), tampouco tem fonte segura, e circulam várias outras versões mais ou menos parecidas, que mudam datas e locais. Assinale-se que expeditus também era uma categoria militar do exército romano, correspondente ao soldado da infantaria ligeira, e daí pode ter derivado seu nome.

 

Lendas

A lenda mais corrente sobre sua vida o mostra como um militar romano, Comandante-em-chefe da décima segundaLegião conhecida como "Fulminata", aquartelada em Melitene, e encarregada de proteger o Império das invasões dos bárbaros orientais com um efetivo de mais de 6.800 soldados.

Sendo cristão, como era a maioria de seus subordinados, todos nativos da Armênia, teria sido condenado durante as perseguições de Deocleciano no dia 19 de abril do ano 303, sendo martirizado e por fim decapitado com a espada por recusar-se a adorar os deuses pagãos.

Outra lenda diz respeito à sua conversão ao cristianismo. Tentado por um demônio em forma de corvo que gritava cras! cras! (em latim, "amanhã"), que surgiu para adiar sua conversão, teria pisado a criatura dizendo hodie! ("hoje"), significando sua disposição heroica de converter-se de imediato.

 

Devoção iconográfica

Não há qualquer registro de haver se formado uma tradição sobre ele na antiguidade, mas no século VIII ele já recebia culto na Germânia e na Cecília. Seu culto só iniciou uma difusão mais larga por volta do século XVII, talvez a partir da França, ou da Alemanha, onde era representado como um advogado pisando um corvo que grita cras! cras!, significando as intermináveis delongas nos processos judiciais, contra as quais ele era invocado. 

Em 1781 foi designado padroeiro de Acierale, na Sicilia, e desde então sua devoção se espalhou rapidamente por muitos países.

É possível que sua ligação com as causas urgentes derive unicamente do significado do seu nome. 

Tradicionalmente também é o patrono dos mercadores, navegantes, estudantes e dos que vão prestar exames, mas em anos recentes ele tem sido invocado por hackers, geeks e procastinadores habituais da slacker como seu protetor. 

São lembrados também, neste dia: São Leão IX (papa), Santa Ema de Saxônia, São Sócrates, Santa Gálata, São Crescêncio de Florença (diácono), São Jorge de Antioquia (bispo e mártir), São Geraldo de Einsiedeln (eremita).