BEM-AVENTURADA
IRMÃ DULCE DOS POBRES - 1914-1992
Maria Rita de
Souza Brito Lopes Pontes nasceu no dia 26 de maio de 1914, na Bahia, Brasil.
Era a segunda filha do casal, Augusto Lopes Pontes, e Dulce Souza Brito, que já
tinha quatro outros filhos.
Sua mãe morreu aos vinte e seis anos, quando ela
tinha apenas seis anos de idade, porém, teve uma infância feliz, com os irmãos
e os parentes, que procuravam compensar a grande perda.
Certo dia, a menina foi
com uma tia materna visitar os pobres de um convento. Foi diante de tanta privação
e sofrimento que a pequena decidiu: "Quero ser freira e dedicar minha vida
aos pobres". E isso ela nunca esqueceu.
Maria Rita se desenvolveu pouco
fisicamente, tornou-se uma mulher pequenina e de aparência muito frágil. Mas
aos dezenove anos, após diplomar-se professora, ingressou na Congregação das
Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe e, aos
vinte anos, fez sua profissão religiosa, assumindo o nome de Irmã Dulce, em
homenagem à mãe.
Determinada a atender os mais carentes, voltou à Bahia em
1934, iniciando um trabalho de assistência à comunidade pobre de Alagados e
Itapagipe.
Nesse mesmo ano funda a União Operária São Francisco, primeiro
movimento cristão operário de Salvador. A imprensa começa a chamá-la de Irmã
Dulce dos Pobres, o anjo dos Alagados.
Em 1937, fundou o Círculo Operário da
Bahia. Decidida a acolher os doentes que a procuravam, Irmã Dulce os abrigava
em casas abandonadas e, em seguida, saía em busca de alimentos, remédios,
assistência médica e ajuda financeira dos comerciantes e pessoas amigas.
Seu
lema era: "Amar e servir o mais necessitado entre os necessitados, como se
acolhesse o próprio Cristo".
E, sob esse escudo, Irmã Dulce iniciou seu
trabalho assistencial num albergue improvisado em 1946, no galinheiro do
convento das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, para
acolher setenta doentes que ela havia recolhido nas ruas de Salvador.
Atualmente, a Associação Obras Sociais Irmã Dulce é a maior ONG de saúde no
Norte e Nordeste e a nona do Brasil, atendendo, em seus onze núcleos, mais de
um milhão de carentes por ano, um trabalho inteiramente gratuito.
Nessas Obras
Sociais estão portadores de deficiências, idosos, crianças, adolescentes,
mendigos, alcoólicos, toxicômanos e todos os que vivem à margem da sociedade.
Para construir sua obra, Irmã Dulce contou com o apoio do povo baiano, de
brasileiros dos diversos estados e de personalidades internacionais.
No dia 7
de julho de 1980, Irmã Dulce ouviu do Papa João Paulo II, na sua primeira visita
ao país, o incentivo para prosseguir com a sua obra.
Quatro anos depois fundou
a Associação Filhas de Maria Servas dos Pobres. E em 1988, foi indicada para o
Prêmio Nobel da Paz. Em 20 de outubro de 1991, na segunda visita ao Brasil, o
Papa João Paulo II fez questão de visitar Irmã Dulce, já bastante debilitada no
seu leito de enferma, no Convento Santo Antônio.
Aos 13 de março de 1992, Irmã
Dulce faleceu, com setenta e sete anos de idade.
A fragilidade dos últimos
trinta anos da sua vida, com a saúde abalada seriamente, tinha setenta por
cento da capacidade respiratória comprometida, não impediu que ela construísse
e mantivesse uma das maiores e respeitadas instituições filantrópicas do país.
Por esse exemplo de vida, a Igreja Católica abriu o processo para a
beatificação de Irmã Dulce, em 2000. No final da fase diocesana, após um ano e
meio, o Papa João Paulo II a distinguiu como Serva de Deus.
E quando se der sua
beatificação, sem dúvida será celebrada uma vida inteira de testemunho de que a
fé e o amor são capazes de superar as piores dificuldades.
O Memorial Irmã
Dulce guarda hoje cerca de dois mil relatos documentados de graças alcançadas
por baianos, pessoas de outros Estados e até de outros países, concedidas por
intercessão de Irmã Dulce, que atestam a sua fama de santidade ainda em vida e
as virtudes heróicas do "Anjo Bom da Bahia", como a freira, já no
final da vida, era reconhecida.
"Quando nenhum hospital quiser aceitar
algum paciente, nós aceitaremos. Essa é a última porta e por isso eu não posso
fechá-la" dizia Irmã Dulce.
O processo de beatificação teve início em
2000, passando por várias etapas, em 22 de maio de 2011, Irmã Dulce será
proclamada Beata. "Se fosse preciso, começaria tudo outra vez do mesmo
jeito, andando pelo mesmo caminho de dificuldades, pois a fé, que nunca me
abandona, me daria forças para ir sempre em frente" Irmã Dulce.
O decreto
de beatificação de Irmã Dulce foi assinado pelo papa Bento XVI no dia 10 de
dezembro de 2010, após reconhecimento de um milagre da freira. Ela é a primeira
baiana a se tornar beata.
A bem-aventurada Dulce dos Pobres teve sua data no
calendário litúrgico no dia 13 de agosto.
São comemorados também, neste dia: São
Ponciano e Santo Hipólito, São João Berchmans, São Máximo, Bem-aventurado Jacob
Gapp, Bem-aventurado Marco d’Aviano, São Benildo Romancon (irmão lassalista),
São Cassiano de Ímola (mártir), São Cassiano de Todi (bispo e mártir), Santa
Concórdia (mártir), Santos Félix e Fortunato (mártires de Aquiléia).
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