quinta-feira, 15 de outubro de 2020

 

HISTÓRIA DOS PRIMEIROS MÁRTIRES BRASILEIROS QUE DERAM SUA VIDA PELA FÉ

 

No dia 15 de outubro de 2017, um domingo,  o Papa Francisco canonizou os Padres André de Soveral e Ambrósio Francisco FerroMateus Moreira e mais sessenta e nove companheiros leigos que foram trucidados por soldados calvinistas protestantes holandeses e índios em duas datas diferentes e em dois locais diferentes. Mas, o que teve em comum esses dois acontecimentos, é que aconteceram durante a celebração de uma Santa missa.

No dia 05 de março de 2016, na Praça de São Pedro, o Papa João Paulo II proclamou Beatos os mártires do Rio Grande do Norte, e no dia 20 de abril deste ano, o Papa Francisco anunciou a canonização deles para o dia 15 de outubro de 2017.

Agora, serão os primeiros Santos mártires do Brasil que em 1645, no Rio Grande do Norte, que derramaram seu sangue por amor a Cristo. 

 

Os Protomártires brasileiros

O primeiro episódio aconteceu em 16 de julho de 1645, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, em Cunhaú, localidade do Estado do Rio Grande do Norte, onde decorria a Santa Missa dominical celebrada pelo pároco, Padre André de Soveral, quando um grupo de soldados calvinistas protestantes holandeses com índios assassinou o padre celebrante e todos os fiéis presentes, homens, mulheres e crianças, que estavam participando da Santa Missa, massacrando-os impiedosamente.

O segundo episódio remonta a 03 de outubro do mesmo ano.

Após o ocorrido em Cunhaú, os católicos da cidade de Natal procuraram pôr-se a salvo em abrigos improvisados, mas foi em vão. Feitos prisioneiros, juntamente com o seu pároco, o Padre Ambrósio Francisco Ferro, foram levados para perto de Uruaçu, onde os esperavam soldados holandeses e cerca de duzentos índios, cheios de aversão contra os católicos, onde foram trucidados pelos protestantes calvinistas e holandeses e pelos índios comandados e incentivados pelos holandeses. Os féis e o seu pároco foram horrivelmente torturados e deixados morrer entre bárbaras mutilações.

Do numeroso grupo de fiéis assassinados, conseguiu-se identificar com certeza apenas trinta, não tendo sido possível identificar os demais entre homens, mulheres e crianças.

São eles mortos na primeira chacina em Cunhaú; Padre André de Soveral e Domingos Carvalho.

Mortos em Uruaçu, na segunda chacina: Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira, Antônio Vilela, o jovem, e sua filha, José do Porto, Francisco de Bastos, Diogo Pereira, João Lostão Navarro, Antônio Vilela Cid, Estêvão Machado de Miranda e duas filhas, Vicente de Souza Pereira, Francisco Mendes Pereira, João da Silveira, Simão Correia, Antônio Baracho, João Martins e sete companheiros, Manuel Rodrigues Moura e sua esposa, uma filha de Francisco Dias, o jovem, todos mortos em Uruaçu também no rio Grande do Norte.

 

A evangelização no Rio Grande do Norte foi iniciada em 1597 por missionários jesuítas e sacerdotes diocesanos, originários do reino católico de Portugal.

Nas décadas seguintes, a chegada dos holandeses, de religião calvinista, provocou a restrição da liberdade de culto para os católicos que, a partir daquele momento, foram perseguidos. É neste contexto que se verifica o martírio dos que serão canonizados, em dois episódios distintos.

 

Conheça a história dos Protomártires do Brasil

Dentro da conturbada invasão dos holandeses no nordeste do Brasil, encontram-se os dois martírios coletivos: o de Cunhaú e o de Uruaçu.

Estes martírios aconteceram no ano de 1645, no contesto da dominação holandesa no nordeste do Brasil, aconteceram dois motyicínios na Província do Rio Grande, onde hoje é o Estado do Rio Grande do Norte.

O primeiro martírio sucedeu-se na localidade de Cunhaú, território onde hoje é situado o município de Canguiaretama, sendo que o Padre André de Soveral e o fiél Domingos de Carvalho, juntamente com mais vinte e oito fiéis, entre eles homens, mulheres e crianças, foram chacinados, tornando-se  mártires da fé católica mártires em Cunhaú durante a celebração de uma Santa Missa na capela de Nossa Senhora das Candeias.

O Padre André de Soveral  nasceu no Estado de São Paulo, foi ordenado sacerdote na Companhia de Jesus (Jesuítas), ordem a qual pertence o Papa Francisco e fora enviado  a trabalhar no Colégio Jesuita em Recife, de onde partiu em missão  para a então Capitania do Rio Grande, hjoje Estado do Rio Grande do Norte.

O Segundo martírio aconteceu  às margens do rio Potengiui, para onde um grupo de católicos foi conduzido após ter sido capturado na Fortaleza dos Reis Magos em Uruaçu, onde hohe é o município de São Gonçalo do Amarante, ambos no Estado do Rio Grande do Norte, sendo martirizados, nesta oportunidade, o Padre Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira em Uruaçu, emais trinta e oito fiéis, entre eles homens, mulheres e crianças.

No Engenho de Cunhaú, principal pólo econômico da Capitania do Rio Grande (atual estado do Rio Grande do Norte), existia uma pequena e fervorosa comunidade composta por 70 pessoas sob os cuidados do Pe. André de Soveral.

No dia 15 de julho chegou em Cunhaú o holandês, protestante calvinista, Jacó Rabe, trazendo consigo seus liderados, mais de duzentos índios e ferozes tapuias, e, além deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados holandeses.

Jacó Rabe era conhecido por seus saques e desmandos, feitos com a conivência dos holandeses, deixando um rastro de destruição por onde passava.

Dizendo-se em missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife, Rabe convoca a população para ouvir as ordens do Conselho após a missa dominical no dia seguinte. Durante a Santa Missa, após a elevação da hóstia e do cálice, a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se deu início à terrível carnificina: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e dos potiguares.

A notícia do massacre de Cunhaú espalhou-se por toda a Capitania de Rio Grande (hoje Estado do Rio Grande do Norte) e capitanias vizinhas, mesmo suspeitando dessa conivência do governo holandês, alguns moradores influentes pediram asilo ao comandante da Fortaleza dos Reis Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o vigário Padre Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco de Bastos, Diogo Pereira e José do Porto.

Os outros moradores, a grande maioria, não podendo ficar no Forte, assumiram a sua própria defesa, construindo uma fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25 km de Fortaleza.

Enquanto isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes.

Após passar por várias localidades do Rio Grande e da Paraíba, Rabe foi então à Potengi, e encontrou heróica resistência armada dos fortificados. Como sabiam que ele mandara matar os inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que puderam, por 16 dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas da Fortaleza dos Reis Magos. Não tinham como enfrentá-las. Depuseram as armas e entregaram-se nas mãos de Deus.

Cinco reféns foram levados à Fortaleza: Estêvão Machado de Miranda, Francisco Mendes Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da Silveira e Simão Correia.

Desse modo, os moradores do Rio Grande ficaram em dois grupos: 12 na Fortaleza e o restante sob custódia em Potengi.

Dia 02 de outubro chegaram ordens de Recife mandando matar todos os moradores, o que foi feito no dia seguinte, 03 de outubro.

Os holandeses decidiram eliminar primeiro os 12 da Fortaleza, por serem pessoas influentes, servindo de exemplo: o vigário, um escabino, um rico proprietário.

Foram embarcados e levados rio acima para o porto de Uruaçu.

Lá os esperava o chefe indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de duzentos índios seus comandados. Repetiram-se então as piores atrocidades e barbáries, que os próprios cronistas da época sentiam pejo em contá-las, porque atentavam às leis da moral e modéstia.

Colocados de joelhos e despidos, , foi-lhes oferecida a oportunidade de salvarem a vida se renunciassem a fé católica e aceitacem a conversão ao seguimento protestante chamado calvinismo, religião oficial da Holanda.

Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração pelas costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Por isso, pela adoração que Mateus Moreira demonstrou pelo Santíssimo Sacramento, o Papa João Paulo II elegeu-o padroeiro e patrono dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística do Brasil.

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