terça-feira, 5 de janeiro de 2021

 

“...VIMOS SUA ESTRELA NO ORIENTE...”  (Mt 2,2)

 

Os magos, homens sábios, vindos do Oriente e que haviam visto a sua “estrela”, saíram de suas terras e vieram até onde estava o menino Jesus para adorá-lo: ”Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? porque nós vimos a sua estrela  no Oriente e viemos adorá-lo.” (Mt 2,2).

Mais de dois anos antes do nascimento de Jesus o Profeta Balaão já profetiza sobre essa estrela vista pelos magos: “Eu o verei, mas não agora; eu o contemplarei, mas não de perto; nascerá uma estrela de Jacó, levantar-se-á uma vara de Israel...” (Nm 24,17).

O Profeta Isaias, mais ou menos seiscentos anos antes desses acontecimentos, com grande esplendor, também se manifesta e profetiza essa grande maravilha, a estrela de Belém, anunciando o nascimento do Messias , “recebe a luz, Jerusalém, porque chegou a tua luz, e a glória do Senhor nasceu sobre ti.  Porque eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti nascerá o Senhor, a sua glória se verá em ti. As nações caminharão na tua luz, e os reis, ao resplendor de tua aurora.” (Is 60 1-3).

E Isaias continua: “Então tu verás, estarás na abundância, o teu coração se espalhará e se dilatará fora de si mesmo, quando se voltarem para ti as riquezas do mar, e a fortaleza das nações vier ter contigo. Ver-te-ás inundada duma multidão de camelos, de dromedários de Madiã e de Efa; todos virão de Sabá, trazendo-te ouro e incenso, e publicando os louvores do Senhor.” (Isaias, 60, 5-6).

Isaias não se cala: “Estarão sempre abertas as tuas portas; elas não se fecharão nem de dia nem de noite, a fim que te seja trazida a riqueza das nações e te sejam conduzidos os seus reis.” (Is 60,11).

E para que se cumprisse essas profecias, os magos, em terras longínquas, lá do Oriente, vêem uma estrela diferente no céu que anunciava um grande acontecimento e não tiveram dúvidas, se colocaram a caminho para adorarem o Rei dos Judeus que havia nascido.

As Sagradas Escrituras se omitem quanto ao número de magos: poderiam ser  dois ou mais; a tradição optou pelo número três, possivelmente pelos presentes que foram dados ao “Rei dos Judeus recém-nascido”, ouro, incenso e mirra. 

Nos escritos sagrados também não  é citada a nobreza que é atribuída a esses magos.

O Evangelista Mateus apenas se atém a chamá-los de “magos”, sem se preocupar com o número e o grau de importância que eles teriam na sociedade.

Nos sagrados escritos também é omitido o nome desses personagens, deixando-os no anonimato, mas, a partir do século VIII começaram a ser mencionados seus nomes, como sendo Melchior, Baltazar e Gaspar, sendo este último, negro, mas isso apenas nos é transmitido pela tradição.

Assim o Evangelista Mateus nos narra a significativa visita dos magos a Jesus, após o seu nascimento: “Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos chegaram do Oriente a Jerusalém, dizendo: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Porque nos vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.” (Mt 2,1-2).

O Messias nasceu na penúria em Belém,. cidade e casa do rei Davi; nasceu para a salvação de Israel e glória de Judá. Mas nem Israel e nem Judá deram importância a  esse acontecimento maravilhoso que fora predito, cantado e esperado por todos os profetas do Antigo Testamento. 

Somente os pobres e humildes pastores vieram até ele, convidados que foram pelos  Anjos (Lc 2,8-13).  Somente os pobres, humildes e oprimidos pastores chegaram  até Jesus para adorá-lo  no seu berço improvisado. Ninguém mais...

Israel, Judá, ou a cidade de Jerusalém não se importaram e nem se alegraram com o nascimento do Salvador. A salvação que ele veio trazer a todos os homens é oferecida a todos, mas somente é bem recebida aos que a procuram com o coração puro e sincero.

Quanto tempo depois de seu nascimento é que surgiram os magos? Não sabemos. Ninguém sabe, porque os Evangelhos não o citam.  Pelos fatos que se seguiram, e pelas atitudes de Herodes,  possivelmente, o menino Jesus estive com aproximadamente dois anos. Não vamos nos ater a isso. O importante é que, uma estrela diferente de todas as conhecidas até então, brilha no firmamento; uma estrela que já fora preconizada e antevista pelos profetas antes de Cristo.  

Todo o povo de Israel e todos aqueles que se diziam conhecedores das Sagradas Escrituras conheciam essas profecias e sabiam que, quando nascesse o Messias, o Salvador aguardado, alguma coisa de diferente aconteceria  nos céus, pois os profetas Balaão e Isaias já haviam alertado sobre esse fenômeno, mas ninguém se importou com isso.

Alguns estrangeiros, os magos, a viram lá de longe, de muito longe de suas terras e sabiam que essa estrela tinha um significado todo especial e se propuseram a seguí-la, fosse para onde fosse, não se importando com a distância e nem com os contratempos que isso fosse acarretar. E essa estrela conduziu os magos até a cidade de Belém.

Quando eles saíram de suas terras, qual o percurso que fizeram e quanto tempo caminharam? Não sabemos. O que sabemos é que os magos concluíram, através de seus estudos e meditações, que aquela estrela era o prenúncio de um grande acontecimento e que os céus abriram suas portas e a salvação havia chegado, e que o menino recém-nascido era o “Rei dos Judeus”, que nem os próprios judeus tinham conhecimento que havia nascido: o maior de todos os reis da terra e de todos os tempos, o Rei dos reis e, talvez por isso, passaram primeiro no palácio do rei Herodes porque, imaginavam, um grande rei só poderia ter nascido num palácio real, e esta foi a primeira grande contradição que Jesus trouxe aos homens: ele, o Rei dos reis não nasceu em palácio mas em um humilde abrigo de animais à beira da estrada.

Ao chegarem em  Jerusalém, perguntaram: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Porque nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo.” (Mt 2,2).   

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