XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ano - C; Cor – Verde; Leituras; Gn 18,20-32; Sl 137 (138); Cl 2,12-14;
Lc 11,1-13.
“QUEM PEDE RECEBE; QUEM PROCURA ENCONTRA; E, PARA QUEM BATE, SE ABRIRÁ”
(Lc 11,10).
Diácono
Milton Restivo
Santo Tomás de
Aquino disse que a oração do Pai Nosso é a mais perfeita de todas as orações,
pois “contém não apenas todas as coisas
que podemos corretamente desejar, mas também tudo o que nos é proveitoso
querer”.
A oração do Pai
Nosso é apresentada no Novo Testamento em duas versões: a longa, com sete
petições (Mt 6,9-13) e a curta, com cinco petições (Lc 11,2-5). Embora a versão
de Lucas seja considerada a mais fidedigna, pois não é concebível que Lucas
tenha subtraído duas petições, a tradição da Igreja privilegiou a mais longa, a
de Mateus, para uso litúrgico.
Com certeza, os judeus tinham as suas
obrigações religiosas e rituais e as horas certas para fazer as suas orações,
mas Jesus tinha um jeito especial e contagiante e provocativo que originava nas
pessoas o desejo de aprender a rezar como ele rezava.
No Evangelho da liturgia de hoje Lucas diz
que “Jesus estava rezando em um certo
lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: ‘Senhor, ensina-nos a
rezar, como também João (Batista) ensinou
seus discípulos.” (Lc 11,1). E Jesus lhes ensinou a oração do Pai Nosso.
A oração do Pai Nosso é a oração da família: “Pai Nosso” é, por excelência, a oração da partilha: “o pão nosso”, e a oração do perdão: “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido”; "E quando
estiverdes orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, Perdoai-lhe, para
que também vosso Pai que está nos céus vos perdoe as vossas ofensas."
(Mc 11,25-26), “Pois, se perdoardes aos
homens os seus delitos, também o vosso Pai celeste vos perdoará; mas se não
perdoardes aos homens, o vosso Pai também não perdoará os vossos delitos."
(Mt 9,15).
§ “Pai Nosso” - Pai não apenas meu, Pai não apenas
seu. Pai meu e Pai seu, portanto, Pai Nosso; Pai do rico e Pai do pobre; Pai do
bom e Pai do mau: Pai do branco e Pai do negro; Pai do livre e Pai do
encarcerado. Pai do cristão e pai do muçulmano. Pai do sábio e Pai do
ignorante. Pai de todos os homens de todas as nacionalidades, ideologias e religiões.
Deus é Pai de todos. O mesmo Pai que
cuida de mim, cuida também de você. É Pai universal que nos ama
infinitamente e deseja a nossa felicidade e realização, a nossa plenitude.
Enviou seu Filho para nos redimir: “Pois
Deus amou de tal forma o mundo, que entregou seu Filho único, para que todo o
que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus enviou o
seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, e sim para que o mundo seja
salvo por meio dele.” (Jo
3,16-17). Somos filhos do Pai, do Pai Nosso, filhos de Deus e, portanto, filhos
do Rei e herdeiros dos céus. Deus é Pai
e Pai Nosso. Ele não é somente Pai meu e nem seu, é nosso. Se Deus não for Pai
Nosso, ele deixa de ser Pai, porque Deus é Pai de todos. Deus é Pai de todos,
por isso Jesus nos ensina a chamá-lo de “Pai Nosso”. Deus não faz distinção
entre as pessoas. Ele amou tanto Teresa de Calcutá como ama intensamente
Fernandinho Beiramar. A Diferença é que Teresa de Calcutá foi receptiva ao amor
do Pai e o direcionou para os pobres, infelizes, marginalizados e os amou como
Jesus nos amou, por isso, hoje temos mais uma estrela brilhando no céu da nossa
fé. Ao contrário disso, Fernandinho Beiramar se fechou ao amor do Pai, e
preferiu a violência, a corrupção, as drogas, mas o amor do Pai para com ele
não mudou, continua o mesmo; o Pai está na soleira, esperando a sua volta. O
Pai nos ama dessa maneira, não importando o caminho que tenhamos seguido ou
escolhido, por isso ele é “Pai Nosso”. O que ele espera, simplesmente, é a
retribuição do amor que ele nos dedica.
§
Que
estais nos céus – Deus está nos
céus porque ele só pode estar nos céus. Entendemos céu como a morada de Deus,
um lugar de pleno gozo, felicidade, sem tristeza, sem corrupção, enfim, um
lugar de eterna alegria, um lugar de extrema pureza e sabedoria, e este é o
lugar onde Deus está. Mas o céu não é lá em cima, como pensamos, o céu é,
simplesmente, o lugar onde está Deus. Muitas vezes dizemos: Deus está no meu
coração, Deus está na minha casa, Deus está no meu trabalho; então, se Deus
está no seu coração, na sua casa, no seu trabalho, esses locais são o céu onde
Deus se faz presente, porque Deus só pode estar no céu e nós, com nossas
atitudes, maneira de viver e amor ao próximo, preparamos o céu, a morada de
Deus no nosso meio. Em uma família que se ama e se respeita, Deus ai está
porque ai é a ante-sala do céu. Na família onde se faz presente o desamor, a
violência e o desrespeito, Deus não está, porque ai é o inferno, e a residência
de Deus só pode ser os céus. O Pai está nos céus, está na terra, está
nos corações, está em nossas vidas, está em todas as partes. O nosso Pai é
Onipotente e Onipresente. Quem vive em Deus está com Deus sempre, em todos os
momentos: na dor, na alegria, na vivência da fraternidade, especialmente do amor.
Onde existe amor, Deus aí está, porque "Deus
é amor." (1Jo 4,8).
§
Santificado seja o vosso nome – Reportamo-nos
ao decálogo, onde Yahweh determina para que Moisés transmita para o povo
israelita: “Não jurem falsamente pelo meu
nome, porque vocês estariam profanando o nome de seu Deus.” (Lv 19,12) e “Não pronuncie em vão o nome de Yahweh seu
Deus, porque Yahweh não deixará sem castigo aquele que pronunciar o nome dele
em vão.” (Ex 20,7). Seja santificado o nome do Pai por todos os homens, por
todas as criaturas, por toda a natureza. Santificado e adorado seja agora e
para sempre o Santo Nome do Senhor. Santificado seja o nome do Pai através do
dom da vida, do apostolado que realizamos, do nosso testemunho de vida cristã,
da nossa caridade vivida no dia-a-dia.
§
Venha a nós o vosso Reino - Reino de
paz, de alegria, de justiça, de concórdia, de amor. Reino que acontece no
silêncio dos corações dos homens de boa vontade, homens e mulheres dedicadas,
não pela força das armas, da violência, da coação e da opressão. Reino
invisível enquanto espiritualizado, visível quando é colocado em prática o novo
mandamento de Jesus: “Amem-se uns aos
outros como eu amei vocês, assim todos saberão que vocês são meus discípulos”
(Jo 13,34). Reino eterno, reino
libertador, reino espiritual, reino material. Reino que Jesus veio trazer para
todos, o reino de amor, reino de união, reino de confraternização. Venha o vosso
reino que deverá ser participado por todos os homens e mulheres de boa vontade.
Praticar as leis de Deus para sermos cidadãos do seu reinado e termos direito às
petições.
§
Seja feita a vossa vontade - Mesmo
nos tornando cidadãos do reino de Deus,
não podemos fazer projetos a revelia. Temos que nos adaptar aos critérios de
Deus e nos conformar com o que ele nos permitir. Só assim seremos, de fato,
bem-aventurados em tudo o que fizermos. A vontade do Pai é que todos os homens
sejam seus filhos e filhos felizes. Que todos os seus filhos se amem uns aos
outros, assim como o próprio Jesus amou e ensinou a todos se amarem. A vontade do Pai é que não haja mais desavenças,
brigas, ódios, guerras, roubos, mortes, violências, acidentes, abortos,
desuniões, infidelidades. Mas, infelizmente, não cumprimos a vontade do Pai e,
bem por isso, existem tantas infidelidades, desuniões, ódios, guerra. Humanos e
egoístas que somos, buscamos fazer, quase sempre, a nossa vontade,
negligenciando a vontade do Pai, tentando adaptar a vontade divina à nossa
vontade. Nas horas alegres é fácil dizer: "Seja
feita a vossa vontade", mas, nos momentos ásperos da vida, nas horas
da provação, do sofrimento maior, da dor, custa-nos muito aceitar a vontade do
Pai. O céu desce até nós quando construímos ambientes de paz de harmonia, de
amizade, de amor, de compreensão. O céu se afasta de nós e o inferno se instala
em nosso meio quando campeiam o ódio, a inveja, a infidelidade, a injustiça, o
ciúme, a inimizade, o rancor, a desavença, o desrespeito, o ressentimento, a
falta de perdão, a impaciência, o desamor. Porque nos odiamos e nos
infernizamos tanto se temos tão pouco tempo para nos amar e nos querermos bem? E
Jesus, na agonia que antecedeu a sua paixão e morte, já sabendo qual seria o
seu fim, naquela angústia em que até a alma fica aterrorizada diante da
possibilidade da morte como ele mesmo disse: "Minha alma está triste até a morte." (Mt 26,38), não
fugiu do destino que Deus Pai lhe havia determinado e faz uma súplica
angustiante, entregando tudo de acordo com a vontade do Pai: "Meu Pai, se é possível, afaste de mim
este cálice; contudo não seja como eu quero, mas como tu queres." (Mt
26,39). Mais adiante ele repete a mesma oração, cumprindo a vontade de Deus
Pai: "Meu Pai, se não é possível que
isso passe sem que eu beba, seja feita a tua vontade." (Mt 26,42). E
Jesus entregou-se à morte, e morte de cruz para obedecer e fazer cumprir a
vontade do Pai. E o exemplo que Jesus nos deixa é que a vontade do Pai está
sobre e acima até de nossa própria vida. E Maria, a escolhida por Deus para ser
a mãe de seu Filho, também aceita sem reservas a vontade do Pai, e afirma: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em
mim segundo a tua palavra." (Lc 1,38).
§
Assim na terra como no céu – No céu,
com certeza, a vontade do Pai é uma realidade e está sendo cumprida. Mas na
terra onde o Pai, depois de ter criado todas as coisas, depois de ter criado o
homem e a mulher e "Deus viu o que
tinha feito, e era muito bom" (Gn 1,31), onde deveria imperar a
vontade do Pai, vem o maligno, então se identificando como serpente, e hoje
personificado na falta de respeito aos direitos humanos em todas as áreas e
situações e destrói tudo de bom que o Senhor havia feito, conforme nos narra Gênesis
3,1-24. Mas o Senhor quis e quer que a sua vontade seja feita na terra e por
isso nos mandou seu Filho Jesus, sendo que "todos
os que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus.” (Jo 1,12). E
hoje, cabe a cada um de nós, que nos dizemos cristãos fazer com que a vontade do
Pai seja feita aqui na terra, porque, no céu, os Anjos não se cansam de cantar
os seus louvores, e não cessam de o louvar e o adorar.
§
O pão nosso de cada dia nos dai hoje – Quando
as Sagradas Escrituras falam “pão”, quer dizer todo tipo de alimento e
necessidades humanas. Pão é símbolo do alimento humano, o alimento necessário e
suficiente: “Concede-me apenas o meu
pedaço de pão, para que, saciado, eu não te renegue...” (Pr 30,8b). Além do
alimento humano, o pão representa tudo o que a pessoa precisa para viver com
dignidade: comida e bebida, casa, roupa, educação, saúde, transporte,
segurança, descanso, trabalho, amizade, religião, solidariedade, comunidade,
respeito, e muito mais. E como tem gente roubando o pão nosso de cada dia:
políticos eleitos pelo povo colocando na cueca, na meia, nas bolsas o dinheiro
que deveria ser usado para amenizar os problemas do povo e que é desviado
criminosamente para o enriquecimento de poucos. O pão expressa o amor de Deus
Criador e o dom do pão é um convite à generosidade. O pão, enquanto alimento,
dá-nos vida; partilhar do mesmo alimento é participar da mesma vida e quem
participa da mesma vida é irmão e irmã e tem um pai em comum, o Pai Nosso. O
Evangelho proíbe que eu peça o pão só para mim deixando de lado as necessidades
dos irmãos que nos rodeiam, por isso não rezamos “o pão meu” e sim “o pão
nosso”. Não adianta pedir a mais com o intuito de estocar. Deus só concede
o que necessitamos de imediato, o amanhã será um outro dia e não adianta pedir
com antecedência e Jesus já nos alertou a respeito disso: “Não se preocupem com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá as
suas próprias preocupações. Basta a cada dia a sua própria dificuldade” (Mt
6,34). E Jesus mesmo responde qual é o verdadeiro pão que dá a vida: "Em verdade, em verdade vos digo: não
foi Moisés quem deu a vocês o pão do céu, mas é meu Pai que dá a vocês o
verdadeiro pão do céu; porque o pão de Deus é aquele que desce dos céus e dá
vida ao mundo." (Jo 6,32-33), e completa: "Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome, e o
que crê em mim nunca mais terá sede." (Jo 6,35). Jesus se auto afirma
como sendo o pão que Deus Pai nos manda do céu para que não tenhamos mais fome
e nem sede no relacionamento com os irmãos e das coisas do Pai. Mas, também
precisamos do pão material da mesma forma que precisamos do pão dos valores
eternos. O pão de trigo, sem bromato. O pão da verdade, sem mentiras. O pão da
fidelidade, sem traições. O pão da justiça, sem enganações. O pão da liberdade,
sem opressão. O pão do amor, sem ódio. O pão da união, sem abandono. O pão da
luz, sem trevas. O pão da alegria, sem tristezas. O pão da fé, sem dúvidas. O
pão do perdão, sem mágoas. Esse pão que devemos repartir com os nossos irmãos. O
pão que sobra na mesa dos ricos e faz falta na mesa dos pobres. O pão que sobra
na nossa mesa e que não se destina ao necessitado é o diagnóstico do desamor,
porque o pão que sobra na nossa casa e endurece no nosso armário deixou de
matar a fome de alguém. O pão que os egoístas querem só para si enquanto
centenas e milhares morrem à míngua por falta do pão de trigo, do pão da
justiça, do pão da liberdade, do pão do amor, do pão da moradia, do pão da
saúde. O pão da amabilidade que revela nobreza de coração e respeito à
individualidade do outro. O pão vindo do céu, que é o Senhor Jesus, que
alimenta nossos ideais de apostolado cristão. O pão da solidariedade de quem
reparte tempo, atenção, alegria e jovialidade com seus irmãos. O pão da fé e da
esperança num mundo descrente, confuso, desencantado, materialista e pagão. O
pão da justiça e do respeito aos direitos humanos, numa sociedade de opressores
e oprimidos, de ricos e miseráveis nesse século em que nós, cristãos, desejamos
cristianizar e converter o mundo para Deus.
§
Perdoai as nossas ofensas - Senhor
Deus, perdoai a nossa mediocridade, a nossa falta de idealismo, o nosso
cansaço, as nossas rebeldias, as nossas críticas precipitadas, a nossa
violência, a nossa maledicência, as nossas omissões e comodismo, a nossa fé nem
sempre adulta, a nossa fragilidade, a nossa impaciência em aceitar as
limitações próprias e as limitações dos nossos irmãos; perdoai, Senhor, as
nossas dívidas, que temos convosco e com os nossos irmãos. Sabemos do barro que
fomos feitos, mas, com o vosso perdão, fortalecei-nos para que o vaso de barro,
que somos nós, não se quebre e deixe desperdiçar a vossa graça, abundante em
cada um de nós.
§
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
– Perdoai-nos, Pai, as nossas dívidas, as nossas ofensas, que são
tantas, mas ensinai-nos, também, a perdoarmos os que nos ofendem, porque, o vosso
perdão, Pai, só o recebemos na medida em que soubermos perdoar a quem nos tem
ofendido. Jesus nos ensina que a medida do perdão do Pai para conosco é a mesma
medida do nosso perdão para com o irmão. Sabemos, Pai, que se não perdoarmos,
também não seremos perdoados. Se guardarmos ódio contra os irmãos no coração,
não receberemos o perdão do Pai. Se guardarmos mágoa contra qualquer irmão, somos
indignos de repetir a oração do Pai Nosso que Jesus nos ensinou. Se quisermos
repetir a oração do Pai Nosso, é indispensável que antes tenhamos perdoado a
todos os que nos tem ofendido, indistintamente. Não podemos esquecer do que
Jesus nos alertou: “Se vocês perdoarem
aos homens os males que eles fizeram, o Pai de vocês que está no céu também
perdoará vocês. Mas, se vocês não perdoarem aos homens, o Pai de vocês também
não perdoará os males que vocês tiverem feito.” (Mt 6,14-15) e ainda mais: “Se você for até ao altar levar a sua
oferta, e aí se lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe
a oferta ai diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com o seu irmão;
depois volte para apresentar a oferta.” (Mt 5,23-24); "E quando você estiver orando, se tiver alguma coisa contra
alguém, perdoa-lhe, para que também seu Pai que está nos céus perdoe as suas
ofensas." (Mc 11,25-26). Magoamos e somos magoados a cada passo. Decepcionamos
os nossos irmãos, e somos decepcionados por eles. Ferimos tantas vezes, e até
sem querer. Somos feridos muitas vezes, até sem merecer. Nem sempre é fácil
perdoar injustiças e maldades, ofensas e incompreensões, desamores e infidelidades.
A ingratidão dói, a indelicadeza nos desalenta. Perdoar exige heroísmo, muitas
vezes. Especialmente quando fomos magoados pelas pessoas que amamos. Mas o Pai
nos perdoa na medida em que perdoarmos a quem nos tem ofendido, porque, assim
nos disse Jesus: "Não julguem para
não serem julgados. Pois com o julgamento com que vocês julgarem vocês serão
julgados, e com a medida com que vocês medirem, vocês serão medidos" (Mt
7,1-2).
§
E não nos deixeis cair em tentação – Não
nos deixeis cair na tentação do mais fácil, do mais cômodo. Na tentação da
vanglória e da inimizade. Na tentação de seguir os nossos caprichos e
leviandades. Na tentação de abandonarmos o vosso Reino e buscarmos o nosso
próprio reino, o reino do mundo, vulgar, mesquinho, egoísta. Na tentação de
vivermos uma fé sem obras, de uma religião desencarnada da verdade e da
realidade. A tentação de quem prega Jesus Cristo, mas desconhece as Sagradas
Escrituras, os Santos Evangelhos. A tentação de quem fala em paz e só promove
intrigas, fofocas; de quem prega a justiça e só pratica a injustiça; de quem
diz que vive o amor e semeia a inimizade, o ódio, a desconfiança. Não nos
exponha à tentação de abandonar os ensinamentos pregados e vividos por Jesus
Cristo. Não nos exponha à tentação de virarmos as costas para os nossos irmãos necessitados,
tanto material como espiritualmente. Não nos exponha à tentação de querermos
tudo para nós e não repartir nada com os irmãos necessitados.
§
Mas livrai-nos do mal - Livrai-nos
do mal da auto-suficiência, da vaidade, do orgulho, da presunção, da
prepotência, do autoritarismo. Alguém já disse que "os maus não são bons porque os bons não são melhores."
Todos necessitamos de conversão. Continuamos recitando muitos “Pais Nossos” de
mentirinha, só da boca para fora. Esquecemo-nos
do que o Senhor disse através do profeta Isaias: "O Senhor disse: ‘Visto que este povo se chega junto a mim com
palavras e me glorifica com os lábios, mas o seu coração está longe de mim e a
sua reverência para comigo não passa de mandamento humano, de coisa aprendida
por rotina, o que me resta é continuar a assustar esse povo com coisas
espantosas e assombrosas’." (Is 29,13-14). Os nossos lábios falam e
recitam a prece, mas o nosso coração e a nossa vivência cristã desmentem o que
os lábios dizem. Livrai-nos desse mal, Senhor.
Amém – Só
se diz “amém” quando se aceita e concorda com a vontade do Pai, quando segue os
seus mandamentos, porque “amém” quer dizer: assim seja, concordo com tudo que
orei. E, por isso Pai, “amém”. Pai, dai-nos a vossa redenção. Ajudai-nos
a vivenciar e não apenas recitar essa magnífica prece que o próprio Senhor
Jesus nos ensinou. Pai aceite e receba a nossa boa vontade, o nosso desejo de
acertar e crescer no seu amor. Queremos ser instrumentos de vosso amor num
reino a construir hoje e sempre...
Nenhum comentário:
Postar um comentário