08 DE JULHO
BEM-AVENTURADO
EUGÊNIO III – PAPA - +1153
O papa Eugênio
III nasceu em Montemagno, numa família cristã, rica e da nobreza italiana. Foi
batizado com o nome de Píer Bernardo Paganelli, estudou e recebeu a ordenação
sacerdotal na diocese de Pisa, centro cultural próximo da sua cidade natal.
Possuía um
temperamento reservado, era inteligente, muito ponderado e calmo. Segundo os
registros da época, em 1130 ele teve um encontro com o religioso Bernardo de
Claraval, fundador da Ordem dos Monges Cistercienses e hoje um santo da Igreja.
A afinidade entre ambos foi tão grande que, cinco anos depois, Píer Bernardo
ingressou no mosteiro dirigido pelo amigo e vestiu o hábito cisterciense.
Através da convivência
com Bernardo de Claraval, ele se tornou conhecido, pois foi escolhido para
abrir um outro mosteiro da Ordem em Farfa, diocese de Viterbo, sendo consagrado
o abade pelo papa Inocêncio II. Quando esse papa morreu, o abade Píer Bernardo
foi eleito sucessor.
Isto ocorreu
não por acaso, ele era o homem adequado para enfrentar a difícil e delicada
situação que persistia na época. Roma estava agitada e às voltas com graves
transtornos provocados, especialmente, pelo líder político Arnaldo de Bréscia e
outros republicanos que exigiam que fosse eleito um papa que forçasse a entrega
do poder político ao seu partido. Muitas casas de bispos e cardeais já tinham
sido saqueadas. Por isso os cardeais resolveram escolher o abade Píer Bernardo,
justamente porque ele estava fora do colégio cardinalício, portanto isento das
pressões dos republicanos.
Ele assumiu o
pontificado com o nome de papa Eugênio III. Mas teve de fugir de Roma à noite,
horas após sua eleição, para ser coroado no mosteiro de Farfa, em Viterbo. Era o dia 18
de fevereiro de 1145. Como a situação da cidade não era segura, o novo papa e
seus cardeais decidiram mudar para Viterbo. Quando a população romana foi
informada, correu para pedir sua volta. Foi assim, apoiado pelo povo, que o
papa Eugênio III retornou para Roma e assumiu o controle da cidade, impondo a
paz. Infelizmente, durou pouco.
Em 1146,
Arnaldo passou a exigir a destruição total de Trívoli. Novamente o papa Eugênio
III teve de fugir. Como se recusou a comandar o massacre, ele corria risco de
morte. Teve de atravessar os Alpes para ingressar na França, onde permaneceu
exilado por três anos.
Os conflitos
não paravam, o povo estava sempre nas ruas, liderado por Arnaldo, e o papa teve
de ser duro com os insubordinados da Igreja que se aproveitavam da situação.
Nesse período, convocou quatro concílios para impor disciplina. Também depôs os
arcebispos de York e Mainz; promoveu uma séria reforma na Igreja e na Cúria
Romana em defesa da ortodoxia nos estudos eclesiásticos. Enviou o cardeal Breakspear,
o futuro papa Adriano IV, para divulgá-la na Escandinávia, enquanto ele próprio
ainda o fazia percorrendo o norte da Itália.
Só retornou a
Roma depois de receber ajuda do imperador alemão Frederico Barba-Roxa, contra
os republicanos de Arnaldo. Ainda pôde defender a Igreja contra os invasores
turcos e iniciar a construção do palácio pontifício. Morreu no dia 8 de julho
de 1153, depois de governar a Igreja por oito anos e cinco meses, num período
tão complicado e violento da história. O papa Eugênio III foi beatificado em
1872.
São lembrados
também, neste dia: Bem-aventurado Pedro Vigne, Bem-aventurado Eugênio III
(papa), Santo Ilídio e São Félix de Nantes, Santo Ampélio
de Milão (bispo), Santo Angelelmo de Auxérre (bispo).
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