SANTOS
PAULO MIKI E COMPANHEIROS - 1564-1597 -
NAGASAKI - JAPÃO
Foi através do
trabalho evangelizador de São Francisco Xavier, que o Japão tomou conhecimento
do cristianismo, entre 1549 e 1551.
A semente frutificou e, apenas algumas décadas depois,
já havia pelo menos trezentos mil cristãos no Império do sol nascente. Mas se a
catequese obteve êxito não foi somente pelo árduo, sério e respeitoso trabalho
dos jesuítas em solo japonês.
Foi também graças
à coragem dos catequistas locais, como Paulo Miki e seus jovens companheiros.
Miki nasceu em 1564, era filho de pais ricos e foi educado no colégio jesuíta
em Anziquiama, no Japão.
A convivência
do colégio logo despertou em Paulo o desejo de se juntar à Companhia de Jesus e
assim o fez, tornando-se um eloqüente pregador. Ele porém, não pôde ser
ordenado sacerdote no tempo correto porque não havia um bispo na região de
Fusai.
Mas isso não
impediu que Paulo Miki continuasse sua pregação. Posteriormente tornou-se o
primeiro sacerdote jesuíta em sua pátria, conquistando inúmeras conversões com
humildade e paciência.
Paciência,
essa que não era virtude do imperador Toyotomi Hideyoshi. Ele era simpatizante
do catolicismo mas, de uma hora para outra, se tornou seu feroz opositor. Por
causa da conquista da Coréia, o Japão rompeu com a Espanha em particular e com
o Ocidente em geral, motivando uma perseguição contra todos os cristãos.
Inclusive alguns missionários franciscanos espanhóis que tinham chegado ao Japão
através das Filipinas e sido bem recebidos pelo Imperador.
Os católicos
foram expulsos do país, mas muitos resistiram e ficaram. Só que a repressão não
demorou. Primeiro foram presos seis franciscanos, logo depois Paulo Miki com
outros dois jesuítas e dezessete leigos terciários. Os vinte e seis cristãos
sofreram terríveis humilhações e torturas públicas. Levados em cortejo de Meaco
a Nagasaki foram alvo de violência e zombaria pelas ruas e estradas, enquanto
seguiam para o local onde seria executada a pena de morte por crucificação.
Alguns dos
companheiros de Paulo Miki eram muito jovens, adolescentes ainda, mas
enfrentaram a pena de morte com a mesma coragem do líder. Tomás Cozaki tinha,
por exemplo, catorze anos; Antônio, treze anos e Luis Ibaraki tinha só onze
anos de idade. A elevação sobre a qual os vinte e seis heróis de Jesus Cristo
receberam o martírio pela crucificação em fevereiro de 1597 ficou conhecida
como Monte dos Mártires. Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados pelo
Papa Pio IX, em 1862.
Os crentes se
dispersaram para escapar dos massacres e um bom número deles se estabeleceu ao
longo do rio Urakami, nas proximidades de Nagasaki. Lá eles continuaram a viver
sua fé, apesar da ausência de padres.
A partir do
momento em que o Japão se abriu novamente aos europeus, os missionários
voltaram e as igrejas voltaram a ser construídas, inclusive em Nagasaki, a
poucos quilômetros da comunidade cristã clandestina. Ela havia perdido todo
contato com a Igreja Católica, mas guardava preciosamente três critérios de
reconhecimento recebidos dos ancestrais: "Quando a Igreja voltar ao Japão,
vocês a reconhecerão por três sinais: os padres não são casados, haverá uma
imagem de Maria e esta Igreja obedecerá ao papa-sama, isto é, ao Bispo de
Roma".
E foi assim
que aconteceu dois séculos e meio depois, quando os cristãos do Império do sol
nascente puderam se reencontrar com sua Santa Mãe, a Igreja.
São lembrados,
também, neste dia: São Gastão de Arras (bispo), Santo Amando de Maastricht
(abade e bispo), São Geraldo de Òstia (monge e bispo), Santa Dorotéia de
Cesaréia (virgem e mártir), e Bem-aventurado Afonso Maria Fusco e Francisco
Spinelli.
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