SANTA AFRA E SUAS COMPANHEIRAS -
SÉCULO IV
Afra era uma jovem pagã de costumes
levianos, que vivia com sua mãe, Hilda, e três criadas: Digna, Eunômia e
Eprepria.
Orientada por sua mãe, Afra gostava de
prestar culto e render homenagens a Vênus, uma das muitas deusas pagãs. Porém o
que ela não poderia prever é que seria tocada pela fé cristã. Isso ocorreu
quando descobriu que os dois desconhecidos que estavam hospedados em sua casa
eram o bispo Narciso e seu diácono Félix.
Na época, ano 304, o imperador romano
Diocleciano impunha uma severa perseguição aos cristãos. Esse foi o motivo que
levou Narciso e Félix a fugir da fúria sangrenta que assolava a Espanha, indo
parar em Augsburgo, na Baviera, Alemanha, quando foram acolhidos na residência
de Afra, que, como sua mãe, nunca os tinha visto.
Mas, na hora da refeição, à mesa, os
dois começaram uma oração que chamou a atenção das duas e também das criadas
ali presentes. Foi então que descobriram que os hóspedes eram cristãos e um
deles era bispo da Igreja Católica.
Afra, a princípio, ficou confusa com
os estrangeiros cristãos. Depois, mesmo sem conhecer o bispo Narciso, caiu aos
seus pés e confessou sua vida de pecados. Ele, percebendo que Afra estava
realmente arrependida e que sua alma clamava pelo perdão do Senhor, resolveu
absolvê-la, desde que se convertesse e fosse batizada no cristianismo.
Afra não só se converteu como ainda
animou sua mãe e as outras companheiras para que fizessem o mesmo. Também
decidiu ajudar Narciso e Félix a continuarem sua fuga, despistando os soldados
do imperador. Entretanto
Afra foi traída e denunciada às
autoridades pagãs. Presa, o perdão e a liberdade foram-lhe oferecidos, mas só
se voltasse a reverenciar os falsos deuses. Afra negou-se e confirmou sua fé
O mesmo aconteceu, algum tempo, depois
com as suas companheiras e sua mãe.
Elas, que já se haviam convertido,
tinham ido rezar junto à sepultura de Afra quando foram flagradas pelos soldados
do imperador. Hilda, a exemplo de sua filha Afra, recusou-se a abandonar a fé
cristã, sendo acompanhada na decisão também pelas três criadas. Todas morreram
queimadas vivas, ali mesmo, junto ao túmulo da mártir Afra.
Esta é uma das mais antigas tradições
cristãs do povo alemão, que venera santa Afra como Padroeira da cidade de
Augsburgo desde a Antiguidade, e que teve seu culto autorizado pela Igreja
somente em 1064.
A festa de santa Afra em Augsburgo
acontece no dia 7 de agosto, embora, em algumas localidades, ocorra em outras
datas.
São comemorados também, neste dia: São
Caetano de Thiene, São Vitrício, São Xisto II, Santo Alberto de Trapani
(carmelita), Santos Carpóforo, Exanto, Cássio, Severino, Segundo e Licínio
(mártires de Como).
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