“AMARÁS O SENHOR, TEU
DEUS...” (Lc 10,27).
Desde toda a
eternidade o Senhor Nosso Deus amou o homem. Amou-o tanto que fez o homem à
sua imagem e semelhança: “Deus disse: Façamos o homem à nossa
imagem e semelhança...” (Gn
1,26).
O Senhor criou
o homem num estado de graça de extrema
perfeição que, enquanto o homem
permaneceu no paraíso para ele feito por
Deus, vivia a própria vida de Deus, a
vida de felicidade total. Mas o homem não soube se manter nesse estado de vida.
Preferiu seguir
as suas próprias idéias, caprichos, inclinações, os seus próprios impulsos e
cometeu o pecado da desobediência, da soberba, tentando ser igual a Deus, o seu
Criador, deixando-se iludir pelo demônio
que, segundo as Sagradas Escrituras, investido na figura de uma serpente, o tentou, através de sua companheira: “A
serpente então disse à mulher: não, não
morrereis! Mas Deus sabe que no dia em
que dele (o fruto) comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como deuses,
versados no bem e no mal.” (Gn 3,4-5).
O capítulo
terceiro do livro do Gênesis narra a degradação e a expulsão do homem, como
casal, do paraíso, perdendo, com isso a
participação da vida da graça, da felicidade plena, a participação da vida
divina: “E Iahweh Deus expulsou o homem
do jardim do Éden para cultivar o solo de onde fora tirado. Ele baniu o homem e colocou, diante do jardim
do Éden, os Querubins e a chama da espada fulgurante para guardar o caminho da
árvore da vida.” (Gn 3, 23-24).
Apesar de toda
a ingratidão por parte do homem em relação ao seu Criador, o Senhor jamais
abandonou o homem. Mesmo tendo o homem, por sua livre e expontânea vontade,
mergulhado no pecado, o Senhor continuou a acompanhá-lo através dos tempos e da
história, sempre enviando ao povo homens justos e santos, profetas, que não
deixavam o povo se esquecer de seu Deus, afastar-se do seu Senhor.
O Senhor sempre
cuidou de seu povo, conforme Ele mesmo disse pela boca do profeta Isaias: “Mas, agora, diz Iahweh, aquele que te
criou, ó Jacó, aquele que te modelou, ó Israel:
“Não temas porque eu te resgatei, chamei-te pelo nome, tu és meu. Quando
passares pela água, estarei contigo quando passares rios, eles não te submergirão. Quando andares
pelo fogo, não te queimarás. A chama não te atingirá. Com efeito, eu sou Iahweh, o teu Deus, o
Santo de Israel, o teu Salvador. Por teu
resgate dei o Egito, Cuch e Sebá, dei-os em teu lugar. Pois que és precioso aos
meus olhos, és honrado e eu te amo, entrego pessoas no teu lugar e povos pela
tua vida. Não temas porque eu estou
contigo, do oriente trarei a tua raça, e do ocidente te congregarei.” (Is 43,1-5).
Por meio de
Isaias, Deus continua dando prova do seu grande amor para cada um de nós: “Porventura pode uma mulher esquecer-se do
seu filho que gerou, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas
ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu jamais me esquecerei de ti. Eis
que nas palmas das minhas mãos eu gravei o teu nome”. (Is 49,15-16).
Moisés, o
libertador do povo israelita da escravidão do Egito, foi uma figura de vital
importância para o povo do Senhor e que o Senhor havia escolhido entre todos os
povos para ser exclusivamente seu, somente seu povo.
Moisés livra o
povo de Deus da escravidão imposta pelo Egito e o conduz através do deserto por
quarenta anos; doutrinou e ensinou esse povo sobre as coisas de Deus e deixou
claro , sem nenhuma sombra de dúvida, como o Senhor Deus amou e ama o seu povo.
O Senhor sempre
amou e ama os homens; por isso quer que
todos tenham vida em abundância: “Eu vim
para que tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10) e sejam
plenamente felizes.
Moisés é o
portador da mensagem do Senhor para os homens de boa vontade, (cf Lc 2,14),
séculos antes do nascimento de Jesus Cristo e, no deserto, como mensageiro de Deus, diz
ao povo israelita: “Portanto, ó Israel,
ouve e cuida de por em prática o que será bom para ti e te multiplicará muito,
conforme te disse Iahweh, Deus dos teus pais, ao entregar-te uma terra onde
mana leite e mel. Ouve, ó Israel: Iahweh
nosso Deus é o único Iahweh. Portanto, amarás a Iahweh, teu Deus, de todo o teu
coração, com toda a tua alma e com toda a tua força. Que estas palavras que hoje te ordeno estejam
em teu coração.” (Dt 6,3-7). A
primeira lei que o Senhor deseja colocar no coração do homem é a lei do amor e,
em primeiríssimo lugar, o amor ao seu
Deus e Senhor: “Assim diz Iahweh, o rei
de Israel, Iahweh dos exércitos, o seu Redentor: “Eu sou o primeiro e o último,
fora de mim não há Deus. quem é como eu?... (Is 44,6-7).
No que diz
respeito ao amor o Senhor Nosso Deus é um Deus ciumento e não perdoa quem ama
alguém ou alguma coisa mais que ao próprio Senhor Deus e, por isso, Ele nos
chama a atenção: ”Não te prostrarás
diante desses deuses, e não o servirás porque eu, Iahweh teu Deus, sou um Deus ciumento, que puno a iniquidade
dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração dos que me odeiam, mas
que também ajo com amor até a milésima geração para aqueles que me amam e
guardam os meus mandamentos.” (Ex 20,5-6).
O Senhor exige
respeito a tudo aquilo que diz respeito ao seu Santíssimo Nome: “Não pronunciarás em vão o nome de Iahweh teu
Deus, porque Iahweh não deixará impune aquele que pronunciar em vão o seu
nome.” (Ex 20,7), e, “Guardareis os meus mandamentos e os praticareis. Eu sou Iahweh. Não profanareis o meu santo nome, a fim de
que eu seja santificado no meio dos filhos de Israel, eu, Iahweh, que vos
santifico.” (Lv 22,31-32). “...Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua
alma, com toda a tua força e de todo o teu entendimento...” (Lc 10,27).
Esse mandamento
de amor foi ensinado ao povo judeu enquanto caminhava no deserto à busca da
terra prometida.
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