ASSUNÇÃO DE MARIA AOS CÉUS
Como é gostoso
e reconfortante termos a nossa mãe da terra, e como é maravilhoso termos a
nossa mãe do céu que é Maria. Tenho pena e dó daqueles que não aceitam Maria
como Mãe. Se o próprio Jesus a escolheu como mãe porque cumulou nela todas as
virtudes e graças como sendo a única mulher deste mundo que poderia cuidar de
um Deus feito homem recém-nascido; e foi a Maria que o Senhor Nosso Deus
entregou o maior tesouro que possa existir em todo o universo: o seu próprio
Filho.
Jesus Cristo
obedeceu a Maria em sua infância, adolescência, mocidade e a amou por toda a
sua vida e a respeitou como um filho deve respeitar sua mãe até o dia em que,
no alto de uma cruz, ao ver que sua missão havia terminado aqui na terra, num
gesto extremo de amor, nos dá Maria como Mãe já que ele, Jesus Cristo, partiria
para a casa do Pai. Eu tenho pena daqueles que não aceitam Maria como Mãe,
porque são órfãos de mãe, e somente quem é órfão aqui na terra pode dizer o que
é ser órfão de mãe. Jesus diz no seu Evangelho: “Se vocês não se tornarem
crianças, vocês não entrarão no reino dos céus”. (Mt 18,3), e se não nos tornarmos crianças não
poderemos nos agasalhar no colo materno de Maria. Quem está com Maria não está
longe de Deus.
Para
conhecermos de verdade Maria, para encontrarmos dentro de sua humildade todo o
esplendor da graça da qual Deus Pai sempre a cumulou, precisamos ler muito o
que os santos e santas que a amaram de verdade e a reverenciaram em toda as
suas vidas disseram e escreveram sobre Maria e como eles, santos e santas,
descobriram em Maria virtudes incalculáveis, tesouros com valores infinitos e
como eles se colocaram sob a proteção maternal de Maria, sendo que Maria, como
Mãe de Deus e nossa também a nós dedica proteção materna. A nossa inteligência
é pequena, os nossos conhecimentos são poucos, pouquíssimos mesmo, então por
isso, há a necessidade de procurarmos ler livros santos dos grandes santos e
santas que amaram e veneraram Maria e nos ensinam como devemos amar e venerar a
Mãe de Deus e nossa Mãe.
Todos os santos
que amaram Jesus amaram também Maria porque, se Jesus quis precisar de Maria
para chegar até nós, também nós precisamos de Maria para chegar a Jesus. Jamais
chegaremos a Jesus se não for pelas mãos imaculadas de Maria. O próprio exemplo
é Jesus quem nos dá. Para Jesus chegar até nós, ele quis precisar de Maria. Se
não fosse por Maria jamais teríamos Jesus na sua natureza humana. Jesus, para
se fazer o Filho do Homem, quis precisar de Maria. Jesus existe como homem por
Maria; Maria existe para Jesus.
O homem, para
se fazer filho de Deus, tem que precisar de Maria também, porque foi no
Calvário, nos estertores da morte, quando Jesus sentiu que partiria
irremediavelmente para a casa do Pai, foi ali, naquele momento de dor, de
angústia e de aniquilamento total que Jesus nos dá Maria como Mãe, e, sendo
nós, filhos de Maria, por conseguinte, somos Filhos de Deus, porque Maria é a filha
do Pai, é a esposa do Espírito Santo, e a mãe do Filho unigênito do Pai, Jesus
cristo, e somos irmãos em
Jesus Cristo , porque Maria é a verdadeira mãe de Jesus Cristo
na sua natureza humana e, sendo homem não deixou de ser Deus, e, portanto a Mãe
de Deus, e, sendo filhos de Maria e irmãos de Jesus Cristo, somos filhos de
Deus por Jesus Cristo. Se quisermos chegar com mais segurança até Jesus, tem
que ser pelas mãos imaculadas de Maria.
E nós conhecemos
tão pouco dessa ligação tão íntima de Maria com Jesus Cristo e de Jesus Cristo
com Deus Pai.
Os santos e
santas, devotos de Maria, nos ensinam e nos esclarecem como devemos amar de
verdade Maria. Os santos a amaram de verdade, e agora estão juntos com Maria,
na casa de Deus Pai. Não podemos nos descuidar de conhecer melhor e mais a cada
dia que passa esse mar de graças que é Maria.
São Luiz Maria
Grignon de Montfort, no seu livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima
Virgem Maria”, escreve: “Deus fez um lago
muito grande de água, e o chamou de mar – depois fez um mar de graças e o
chamou Maria”.
São Bernardo,
em uma das orações mais lindas feitas em honra à Maria nos diz que “jamais se ouviu dizer que alguém que tivesse
recorrido à proteção de Maria, tivesse deixado de ser atendido”.
São Maximiliano
Maria Kolbe, o fundador da Milícia da Imaculada, o santo polonês morto num
campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial e canonizado pelo Papa
João Paulo II, nas conversas que tinha com seus frades jamais deixou de dizer,
e jamais se cansava de dizer: “meus
filhinhos, amem a Nossa Senhora, o tanto que vocês quiserem e mais do que vocês
puderem”.
Santa Terezinha
do Menino Jesus nos deixa escrito em seu livro autobiográfico, História de uma
Alma, que o menor caminho que nos leva a Jesus Cristo, é Maria.
E como seria
bom se todos nós, a exemplo de São Luiz Maria Grignon de Montfort, repetíssemos
todos os dias e a toda hora: “sou
todo vosso, ò minha amada mãe e senhora, e tudo o que tenho vos pertence”.
E Maria
continua a nos dizer ainda hoje, todos os dias, todas as horas, todos os
minutos da nossa vida: “faça tudo
o que o meu Divino Filho vos disser.” (Jo 2,5).
Quantas vezes
recorremos à Virgem Maria quando notamos tristemente que a nossa fé vacila, ou
porque nos afligimos por ter de carregar uma grande cruz que nos parece muito
pesada para a nossa fraqueza, ou ainda, quando temos no seio da nossa família
perturbações e infelicidades domésticas que nos parecem dificultar até a nossa
própria salvação eterna, e, para todos nós, para essas tristezas, a oração
parece trazer tão pouco alívio. Qual é então o remédio que nos falta? Qual é o
remédio indicado pelo próprio Senhor nosso Deus? É, sem dúvida, e segundo a
revelação dos grandes santos e santas, devotos fervorosos da Virgem Maria, o
refúgio no manto maternal de Maria. Mas,
a devoção que consagramos a Maria é fraca, escassa, mesquinha, deturpada pela
nossa ignorância religiosa e, muitas vezes, chega até às raias da heresia.
Como eu gostaria
de mostrar a todos os fieis devotos de Maria como realmente Maria foi - sem
tronos e sem coroas, apenas uma mulher simples, de avental sujo de ovo ou caldo
de feijão, cabelos em desalinho pelo trabalho doméstico, olhos lagrimejantes
por cortar cebola ou pela fumaça da madeira verde que queimava no fogão à
lenha, enquanto preparava o alimento para seu filho e seu esposo, tal qual
nossas esposas e mães, ainda que nossas esposas e mães levem vantagem sobre
isso, considerando que hoje, principalmente nas cidades, não existem mais
fogões a lenha e sim a facilidade do fogão a gás.
Gostaria de
mostrar uma Maria tão pequena e humilde para que todos nós nos sentíssemos bem
à vontade junto dela. A nossa ignorância tira de Maria todo o esplendor de sua
humildade.
São Luiz Maria
Grignon de Montfort escreveu que é por essa razão que Jesus Cristo não é amado
como deveria ser. É por não amarmos como deveríamos amar Maria que os homens
não se convertem. Quantas almas que poderiam ser santas e desfalecem na fé
tomando caminhos diferentes daqueles que levam até Deus porque são mal orientadas
sobre a devoção de Maria, e por isso tomam caminhos diferentes daqueles que
levam a Deus. Por uma distorção com respeito à devoção à Maria que os
sacramentos não são frequentados como deveriam ser. É pela falsa devoção ou
distorção na devoção de Maria que as almas não são evangelizadas com o
entusiasmo do zelo apostólico. Pelos erros na devoção à Maria que Jesus não é
conhecido, porque a devoção à Maria é destorcida e por isso, muitas vezes, é
deixada no esquecimento ou é procurada por seus devotos apenas por interesses
egoístas e mesquinhos.
Quantas almas
se desviam do verdadeiro caminho porque Maria está distante delas.
A devoção mal
orientada à Maria é a causa de grande parte de nossas misérias, de todos os
nossos males, de todas as nossas omissões, de toda nossa tibieza, de toda nossa
frieza. Segundo as revelações dos nossos Santos grandes devotos de Maria, tal
como foi São Luiz Maria Grignon de Montfort, o Senhor Nosso Deus quer uma
devoção mais vasta, mais extensa, mais sólida, uma devoção muito diferente da
que temos hoje, da que temos atualmente para com a Santíssima Virgem Maria. Se
Jesus não é conhecido como deveria ser é porque nós não amamos como deveríamos
amar a sua Mãe Santíssima.
São lembrados
também, neste dia: Nossa Senhora da Guia, São Tarcísio, Santo Arnulfo São
Tarcísio (jovem mártir da Eucaristia), Bem-aventurado Isidoro Bakanja (o mártir
do escapulário), Bem-aventurados Vicente Soler e companheiros (mártires da
revolução espanhola), Santo Alfredo de Hildeshein
(monge e bispo), Santo Arduíno de Rímini (eremita, (Santo Arnulfo de Soissons
(monge e bispo), Santo Estasnilau Kostka (noviço jesuíta).
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