HOJE,
09 DE JULHO, É DIA DO DIÁCONO
ESTUDO
BÍBLICO SOBRE DIACONATO
No
dia 09 de julho é comemorado o Dia do Diácono, este que é uma figura tão
presente nas igrejas em todo o Brasil, mas, você sabe o que faz um diácono? O
diaconato é abordado na Bíblia como um ofício de muita relevância, portanto,
imprescindível no Reino de Deus.
Trouxemos
esse estudo que o ajudará a compreender melhor o diaconato, e quem sabe, possa
ser um elemento elucidativo o alertando para a importância de servir.
O DIACONATO
I. A ORIGEM DO OFÍCIO
É
perfeitamente certo que temos a origem do diaconato no capítulo sexto de Atos.
A palavra “servir” (diakoneo) em Atos 6:2 é exatamente a mesma que se usa para
designar o ofício de diácono em 1Tm 3,10-13, que é o verbo correspondente para
diáconos em Fl 1,1; 1Tm. 3,8-12.
Interessante
e instrutivo é notar como os primeiros diáconos receberam seu ofício. Foram
eleitos pela Igreja. “Os doze convocaram a multidão dos discípulos e disseram:
“não é justo que desamparemos a Palavra de Deus e sirvamos as mesas. Escolhei,
pois, dentre vós, irmãos, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria, a quem possais constituir sobre este negócio.” (Atos 6,2-3).
Os
apóstolos investiram os diáconos do seu ofício, ou ordenou-os, como vemos no
verso seis, sendo este o significado de “nomear” no verso três; mas os
apóstolos não presumiram de os eleger: isto deixaram à igreja. Nem mesmo
recomendaram à igreja os que ela devia escolher: deixaram a igreja achar
isto do Espírito Santo. Foi isto um assunto excepcionalmente importante, mas os
apóstolos não se arreceiaram de o confiar à igreja. É isto um excelente exemplo
da democracia das igrejas do Novo Testamento.
II. OS DEVERES DESTE OFÍCIO
Os
primeiros sete diáconos foram escolhidos e ordenados para “servirem às mesas”,
isto é, distribuir alimento aos necessitados , especialmente as viúvas. Mas do
fato de o ofício tornar-se permanente (Fl 1,1; 1Tm 3,8-13) e do fato de nenhuma
outra igreja além da de Jerusalém, tanto quanto sabemos, ter a comunhão de bens
que reclamava o estabelecimento original do ofício, tanto quanto as
qualificações dadas em 1Tm 3,8-13, inferimos que as obrigações do ofício devem
ter passado por expansão. Talvez os diáconos vieram a encarregar-se de todos os
negócios seculares da igreja e a ser auxiliares do pastor nos assuntos
espirituais.
Com
tudo, seja-o levado em mente que os diáconos são “servos”, segundo o
significado do título e não patrões. São para receberem instrução da igreja
mais do que ditarem à igreja. São para ajudarem o pastor mais do que dizer-lhe
o que deva fazer. Lembrem-se sempre que o ofício é subordinado ao do pastor.
O
abuso do ofício de diáconos os tem feito inúteis ou pior que inúteis em muitas
igrejas. Talvez isto seja porque a devida atenção não tem sido dada às
qualidades escrituristicas de diáconos, à qual dirigiremos agora nossa atenção.
III. AS QUALIFICAÇÕES DE DIACONOS
1. COMO DADAS EM ATOS 6
(1). Homens de boa reputação
Os
diáconos são para ser homens de boa reputação em geral. São para ser homens em
quem o povo tenha a máxima confiança. Sem duvida, primeiro que tudo, seriam
homens que são escrupulosamente honestos; homens que possam ser acreditados.
(2). Cheios do Espírito
O
Espírito Santo está em todo crente (João 7,38-39; Rm 8,9-14; 1Cor 6,19; Gl. 4,6;
Ef 1,13). Ele é recebido ao tempo em que somos salvos e depois habita conosco
para sempre. Quando recebemos o Espírito Santo, recebemos tudo dEle, porque Ele
é uma pessoa e, portanto, indivisível. A doutrina que o Espírito é recebido
depois da conversão, como foi o caso com os crentes no dia de Pentecostes, não
é uma doutrina escrituristica. Não pode haver mais uma repetição do Pentecostes
do que haver uma repetição do Calvário. Todas as obras da graça são definidas e
aqueles que ainda estão falando sobre a segunda devem ser lamentados. Os que
estão verdadeiramente salvos receberam inumeráveis obras de graça definidas.
Gente que não tem em si o Espírito Santo habitando não precisa buscar a
segunda benção; ainda não receberam a primeira.
Ainda
que gente salva tenha o Espírito nela, não estão todos cheios dEle. Ela tem
tudo dEle, mas Ele não tem tudo dela. A necessidade não é que ela deve buscar o
Espírito, mas que ela deve render-se ao Espírito já nela, de maneira que Ele a
achará com Sua presença e poder. DEle é uma presença expansiva e Ele enche
tanto de nós, e somente tanto de nós como não está cheio de algo mais. Se é
para o Espírito encher-nos, devemos esvaziar-nos do eu e do mundo. É somente de
homens que fizeram completa rendição ao Espírito que devemos fazer diáconos.
(3). E de sabedoria
Os
diáconos são para ser homens de discernimento e perícia. A sabedoria aqui
mencionada não é sabedoria humana, mas aquela que vem de cima (Tg 1,5; 3,17).
“Senso comum santificado” é perjúrio forense. Não há tal coisa. O senso comum é
o pensar comum do homem. E o pensar comum do homem é o pensar da mente carnal.
E a mente carnal é inimiga contra Deus (Rm 8,7). Logo, alguém podia do mesmo
modo falar sobre inimizade santificada contra Deus como falar de senso comum
santificado. A estima de Deus pelo senso humano achar-se-á em Tiago 3,15. Muito
dano resulta de se experimentar levar avante os negócios de Deus segundo a
maneira dos negócios seculares. Tiago 1,5 fala como conseguir a sabedoria
necessária e um diácono.
2. COMO DADA EM 1 TIMÓTEO 3
(1). Grave
Isto
quer dizer que os diáconos são para ser dignificados, de mente séria e livres
de leviandade e frivolidade. Não quer dizer que são para ser soturnos e caras
compridas.
(2). Não dúplices
Isto
quer dizer que os diáconos não são para ser homens que falem de um gentio a uma
pessoa e doutro modo à outra. Os diáconos são para serem homens cuja palavra
possa ser crida.
(3). Não dados a muito vinho
Nos
tempos do Novo testamento as bebidas alcoólicas não foram abusadas como são
hoje; portanto, não eram absolutamente proibidas. Só o abuso delas era
proibido. Mas hoje elas têm sido sujeitas a um tal abuso que é bom a todos os
crentes, especialmente pastores e diáconos, abster-se totalmente mesmo de
vinho, exceto para fins médicos e sagrados.
(4). Não cobiçoso de torpe
ganância
Um
diácono não deve ser um homem que tenha amor regrado pelo dinheiro. Se ele for,
ele provavelmente desviará fundos a ele confiados. Grande tem sido a vergonha
trazida às igrejas por causa de homens gulosos de torpe ganância abonados com
dinheiro da igreja.
(5). Retendo o ministério de fé numa
pura consciência
Os
diáconos deveriam ser sãos na fé. Não são ensinadores oficiais, mas terão muita
necessidade de testemunho privado. Nada senão um batista ortodoxo devera ser
eleito diácono. Quem crê que uma igreja é só tão boa como outra, ou um que pelo
menos está gafado de modernismo ou arminianismo, ou um que nega qualquer
verdade fundamental da Bíblia não está apto para ser diácono. O diácono é para
sustentar a fé numa pura consciência – alguém que tenha sido purificado pelo
sangue de Cristo e renovado pelo Espírito Santo. Semelhante consciência estará
livre de vil egoísmo e hipocrisia e será regulado por devoção e sinceridade.
(6). Sejam estes também
primeiro provados
Como
com os bispos, assim com os diáconos ; sobre nenhum homem imporíamos mãos
repentinas ou apressadamente (1Tm 5,22). E como um bispo, um diácono não
deveria ser um noviço, ou um vindo de fresco à fé (1Tm 3,6). Não deveríamos
eleger homens como diáconos só para honrá-los, nem por serem influentes ou
ricos, mas somente quando se provaram na posse de qualificações
escrituristicas.
(7). Suas esposas devem ser
graves, não aleivosas, sóbrias, fiéis em tudo.
Contendem
alguns que aqui são referidas diaconisas. E enquanto esta idéia pareça ter
algumas coisas em seu favor, todavia a consideramos longe de ficar
estabelecida. Notemos os argumentos costumeiros dados como prova que a
referência aqui é a diaconisas:
A. Afirma-se que um tal
oficio existiu em algumas igrejas do Novo Testamento ao menos, desde que Febe é
chamada uma “diakonos” (Rm 16,1).
Mas
“diakonos” aparece em muitos outros lugares em que não se quer significar o
ofício de diácono. Vide 2Cor 2,6, 11,22; Ef 3,7; 6,21; Cl 1,7,23.25; 1Ts 3,2; 1Tm
4,6, onde “diáconos” está traduzido por “ministro”. Esta palavra e suas formas
cognatas aparecem em muitos outros lugares semelhantes ao acima também. Em
vista disto, temos certamente um fundamento muito leve para o ofício de uma
diaconisa só porque “diáconos” está uma vez aplicado a uma mulher. É
perfeitamente evidente que Febe, por sua energia e sua riqueza, fora uma
“socorredora de muitos” e do apóstolo Paulo também (Rm 16,1); portanto, ela foi
chamada uma “diácono”, ou uma que ministra a necessidade de outros. Não há
prova de que ela serviu oficialmente nesta capacidade.
B. Supõe-se também, que as
mulheres mencionadas em Fl 4,3 eram diaconisas.
Mas
aqui há menos evidência para o ofício do que no caso anterior. Não se dá aqui o
mais leve indício que essas mulheres foram diaconisas. Houve algumas mulheres
que assistiram a Cristo no Seu trabalho; maravilha se elas também foram
diaconisas?
C. Arque-se que um tal ofício
existiu nas igrejas post – apostólicas.
Mas
muitas coisas existiram na maioria das igrejas post – apostólicas que não foram
de instituição divina.
D. Diz-se que o “grego não
tem “suas esposas”, mas simplesmente mulheres, sem artigo ou pronome, e é, portanto,
devidamente vertido, não “suas esposas”, mas mulheres e, neste contexto,
diáconos femininas” (H. H. Harvey).
Verdade
é que o grego não diz expressamente “suas esposas”, e, enquanto a palavra para
“esposas” é uma palavra que signifique simplesmente “mulheres”, contudo
é a única palavra em o Novo Testamento para esposas, e é, portanto, a palavra
que seria usada para denotar esposas. O pronome possessivo é facilmente
entendido desde que diáconos estão sob discussão. Quanto à omissão do artigo,
não é isso significante, pois não há artigo antes de diáconos no verso 8. E
quando lemos no verso seguinte que o diácono é para ser marido de uma esposa,
acrescenta força à idéia que as esposas de diáconos se intencionam no verso 11.
E. Arque-se que não há razão
para definirem-se as qualificações das esposas de diáconos enquanto que nada se
diz das esposas de bispos.
Não
há razão para limitar “suas esposas” às esposas de diáconos. Cremos que se
refere tanto às esposas de diáconos como também as de bispos. Semelhante
interpretação nada tem a ver contra. E cremos que é correta.
(8).
Sejam os diáconos os maridos de uma esposa, governando bem seus próprios filhos
e suas próprias casas.
Um diácono deve ter uma só esposa viva. Deve ter
seus filhos em sujeição. Uma das maiores necessidades práticas deste tempo é um
revivamento da autoridade paterna dos velhos tempos. A autoridade frouxa, se
autoridade de fato pode ser chamada, na média dos lares cristãos hoje, é uma
vergonha e uma desgraça. Não admira que a geração mais jovem é conspícua pela
sua ausência aos cultos na maioria dos lugares. São criados a ter seu próprio
caminho e não segundo seu próprio caminho ir a igreja. Muitos filhos hoje, na
maior parte, obedecem quando lhes apraz. O diácono é para GOVERNAR seus filhos
e não para deixar que seus filhos o governem. E o diácono é para ser a cabeça
de sua casa, porque a Escritura não só especifica que é para ele governar seus
filhos senão também toda a sua casa. O plano divino é para o marido ser a
cabeça do lar. Quando o homem é um cristão, e isto é reconhecido, o lar será o
mais feliz dos lares. Se o homem não é cristão e a mulher é, então terá ela de
fazer o melhor que puder. Se ela era cristã quando casou com ele, ela violou a
Palavra de Deus (2Cor 6,14), e deve fazer o melhor que puder do castigo que
receberá. Tem-se dito e bem verdadeiramente, se uma mulher casa com um filho do
diabo, ela pode esperar ter barulho com o seu sogro.
IV. A RECOMPENSA TEMPORAL DE UM DIÁCONO
O
verso 13 dá-nos a recompensa de um diácono. Se ele bem servir como um diácono,
ele adquire um bom grau e grande ousadia na fé. O Novo Testamento retrata o
diaconato como um ofício exaltado, que tem sido muito degradado por causa
de nossa falha em respeitar as qualificações exaradas na Escritura e por nossa
alteração da obra de diáconos para assentar as nossas próprias noções.
Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th. - Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
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