A SUA CRUZ É PESADA?
Geralmente achamos a nossa cruz
pesada, e sempre reclamamos disso. E, bem a propósito, vale aqui registrar uma
pequena estória.
Certo cidadão vivia reclamando dos
seus problemas, da sua cruz. Achava que a sua cruz era pesada demais e que as
dos outros sem se comparavam com a sua por considerá-las leves. Determinado dia
ele foi reclamar com o próprio Senhor Jesus sobre o peso de sua cruz, e Jesus,
em sua infinita misericórdia e paciência, o leva até um campo onde estavam
depositadas milhares de cruzes, e diz ao reclamante que escolhesse uma para si.
Ele se pôs a procurar uma bem leve, passando por entre gigantescas cruzes de
todos os tamanhos e pesos, até encontrar uma bem pequenina que se encontrava
num canto. Feliz da vida ele a pega diz para Jesus: “Senhor eu troco a minha cruz por essa.” Jesus, então, lhe diz: “Não há como trocar, meu filho, essa cruz é
a sua mesmo, da qual você tanto reclama”. Veja como os teus irmãos tem
cruzes muito mais pesadas que a sua, e nenhum deles vem aqui reclamar de seus
pesos porque as aceitam com resignação e amor, e esses terão a sua recompensa
no céu.
Isso é apenas uma pequena ilustração,
mas que serve para aqueles que só sabem reclamar dos seus problemas, ignorando
os problemas dos irmãos, que resignadamente, aceitam as suas cruzes.
Repito: se quisermos seguir Jesus,
devemos tomar a nossa cruz de cada dia.
Aceitar o dia como ele é. Problemas, preocupações, desilusões, sempre
as teremos. Faz parte do nosso
dia-a-dia. A nossa cruz de cada dia é a nossa própria vida vivida minuto a
minuto, com todas as suas alegrias e tristezas, realizações e frustrações,
saúde e doença, felicidade e desilusões, e tudo o mais o que a vida nos oferece
a cada momento.
A nossa cruz de cada dia se apresenta de muitas maneiras,
de vários modos, tamanhos e lugares diversos; mas, qualquer que seja o seu
tamanho e o seu peso, devemos tomá-la com amor, sem reclamar, assim como fez o
próprio Jesus, e, como Jesus, devemos carregá-la rumo ao nosso Calvário,
porque, se não passarmos pelo Calvário, jamais subiremos com Jesus no monte
Tabor para a transfiguração e jamais chegaremos à glória da ressurreição.
Se quisermos nos livrar da cruz para
termos uma vida mais cômoda, a nossa vida não terá nenhum valor; mas, se
abraçarmos a nossa cruz e com isso deixarmos de viver as alegrias frívolas e
futilidades que o mundo nos oferece, estamos salvando a nossa vida e reservando
o nosso cantinho ao lado do Cristo Senhor na casa do Pai.
Pedro, Apóstolo, sem dúvida, estava
inspirado pelo Espírito do Pai quando escreveu: “É louvável que alguém suporte aflições, sofrendo injustamente por amor
de Deus. Mas que glória há de suportar com paciência, se vocês são bofeteados
por terem errado? Ao contrário, se, fazendo o bem, vocês são pacientes no
sofrimento, isso sim constitui uma ação louvável diante de Deus. Com efeito,
para isto é que vocês foram chamados, pois que também Cristo sofreu por vocês,
deixando para vocês um exemplo, a fim de que sigam os seus passos. Ele não
cometeu nenhum pecado; mentira nenhuma foi achada em sua boca. Quando
injuriado, não revidava; ao sofrer, não ameaçava, antes, punha a sua causa nas
mãos daquele que julga com justiça.
Sobre o madeiro, levou os nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de
que, mortos para os nossos pecados, vivêssemos para a justiça. Por suas feridas
vocês foram curados, pois vocês estavam desgarrados como ovelhas, mas agora
vocês retornaram ao Pastor e Supervisor de vossas almas.” (1Pd, 2,19-25).
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