07
DE AGOSTO
SANTA
AFRA E SUAS COMPANHEIRAS - SÉCULO IV
Afra era uma
jovem pagã de costumes levianos, que vivia com sua mãe, Hilda, e três criadas:
Digna, Eunômia e Eprepria. Orientada por sua mãe,
Afra gostava
de prestar culto e render homenagens a Vênus, uma das muitas deusas pagãs.
Porém o que ela não poderia prever é que seria tocada pela fé cristã. Isso
ocorreu quando descobriu que os dois desconhecidos que estavam hospedados em
sua casa eram o bispo Narciso e seu diácono Félix.
Na época, ano
304, o imperador romano Diocleciano impunha uma severa perseguição aos
cristãos. Esse foi o motivo que levou Narciso e Félix a fugir da fúria
sangrenta que assolava a Espanha, indo parar em Augsburgo, na Baviera,
Alemanha, quando foram acolhidos na residência de Afra, que, como sua mãe,
nunca os tinha visto.
Mas, na hora
da refeição, à mesa, os dois começaram uma oração que chamou a atenção das duas
e também das criadas ali presentes. Foi então que descobriram que os hóspedes
eram cristãos e um deles era bispo da Igreja Católica. Afra, a princípio, ficou
confusa com os estrangeiros cristãos.
Depois, mesmo
sem conhecer o bispo Narciso, caiu aos seus pés e confessou sua vida de
pecados. Ele, percebendo que Afra estava realmente arrependida e que sua alma
clamava pelo perdão do Senhor, resolveu absolvê-la, desde que se convertesse e
fosse batizada no cristianismo.
Ela não só se
converteu como ainda animou sua mãe e as outras companheiras para que fizessem
o mesmo. Também decidiu ajudar Narciso e Félix a continuarem sua fuga,
despistando os soldados do imperador. Entretanto Afra foi traída e denunciada
às autoridades pagãs. Presa, o perdão e a liberdade foram-lhe oferecidos, mas
só se voltasse a reverenciar os falsos deuses.
Afra negou-se
e confirmou sua fé em
Jesus Cristo. Foi levada para a ilha de Lesh, onde a
despiram, amarraram num poste e depois queimaram-na viva.
O mesmo
aconteceu, algum tempo, depois com as suas companheiras e sua mãe. Elas, que já
se haviam convertido, tinham ido rezar junto à sepultura de Afra quando foram
flagradas pelos soldados do imperador. Hilda, a exemplo de sua filha Afra,
recusou-se a abandonar a fé cristã, sendo acompanhada na decisão também pelas
três criadas.
Todas morreram
queimadas vivas, ali mesmo, junto ao túmulo da mártir Afra. Esta é uma das mais
antigas tradições cristãs do povo alemão, que venera santa Afra como Padroeira
da cidade de Augsburgo desde a Antiguidade, e que teve seu culto autorizado
pela Igreja somente em 1064.
A festa de
santa Afra em Augsburgo acontece no dia 7 de agosto, embora, em algumas
localidades, ocorra em outras datas.
São comemorados também, neste
dia: São Caetano de Thiene, São Vitrício e São Xisto II.
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