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DE OUTUBRO
SÃO JOÃO DE BRÉBEUF E COMPANHEIROS - SÉCULO XVII
SÃO JOÃO DE BRÉBEUF E COMPANHEIROS - SÉCULO XVII
No século
XVII, a Companhia de Jesus participou da aventura pelos mares desconhecidos que
levou à descoberta e colonização de um novo mundo: o continente americano. Nas
expedições, os jesuítas garantiam a chegada da Palavra de Deus e os
conhecimentos do cristianismo aos povos colonizados, e ao mesmo tempo davam
apoio espiritual aos corajosos expedicionários durante as viagens.
Comandantes,
navegadores e marinheiros eram os portadores da civilização, enquanto os
jesuítas tinham como bandeira a catequese. Hoje, a Igreja busca um convívio
harmonioso com as civilizações indígenas de todo o mundo, respeitando seus
princípios culturais e religiosos.
Mas até chegar
a esse ponto, os conflitos entre formas de fé diferentes fizeram muitas
vítimas, cujo sangue deve servir de ensinamento e profunda reflexão. E se os
conquistadores dizimaram populações locais, os primitivos moradores das três
Américas também produziram muitos mártires entre os que viajavam com a palavra
da paz e da salvação.
A data de hoje
foi incluída no calendário da Igreja para homenagear a memória do martírio de
oito missionários jesuítas, todos de origem francesa: João de Brébeuf, chefe da
missão, Isaac Jegues, Renato Goupel, João de Landi, Gabriel Lalmant, Antônio
Daniel, Carlos Gurmier e Natal Chabanel.
Esse grupo de
mártires representa a primícia da santidade do continente norte-americano,
envolta com o sangue do martírio. Mas com certeza fazem parte da segunda
geração de jesuítas e franciscanos enviados para a catequização, por isso
adentraram bastante o continente.
Eles estavam
espalhados na selvagem região coberta por imensas florestas e grandes lagos,
nos confins dos Estados Unidos com o Canadá. Os povos locais, conhecidos como
"peles-vermelhas", eram formados pelas tribos guerreiras dos urões e
dos iroqueses, que disputavam o território, mas que se uniam para resistir
bravamente aos "homens brancos" invasores, vingando-se sangrentamente
em todos os que lembrassem os inimigos, principalmente nos jesuítas, cuja única
arma era a Palavra de Deus.
Foram
torturados e mortos em diferentes datas, entre 1642 e 1649, num período de
inquietação na vida da recente colônia americana, não só religiosa como também
política.
Deles, apenas
as relíquias de João de Brébeuf e Gabriel Lalmant foram encontradas e levadas
para Quebec, Canadá, por ser colônia francesa, onde até hoje estão expostas às
orações dos devotos e peregrinos. As duas tribos responsáveis pelos crimes
contra os missionários continuaram a guerrear entre si por muitos anos. Até que
os urões, quase exterminados pelos iroqueses, foram abrigar-se nas antigas
missões de Santa Maria, que ainda se conservavam de pé e eram mantidas por
jesuítas.
Lá, os mais de
dois mil e setecentos indígenas tomaram conhecimento da palavra de Jesus,
converteram-se e foram batizados. A colina onde foram assassinados padre Jegues
e seus companheiros é chamada de "Montanha da Oração", e ainda hoje
existe uma paróquia formada e mantida pelos urões católicos. Nos locais onde os
outros morreram, outras igrejas foram construídas e destinadas à comunidade
católica indígena.
São
comemorados também, neste dia: São Pedro de Alcântara e São Paulo da Cruz.
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