26
DE NOVEMBRO
TIAGO
ALBERIONE – O PAI DA FAMÍLIA PAULINA
Na noite da
passagem do século, 31 de dezembro de 1900 para 1o de janeiro de 1901, o jovem
seminarista permanece quatro horas em oração na catedral de Alba (Itália). Uma
luz vem do Tabernáculo e o envolve. - "Fazer alguma coisa por Deus e pelas
pessoas do novo século, com as quais conviveria!" Sente fortemente o
convite e o apelo de Deus.
O mundo
passava por profundas mudanças sociais e tecnológicas, era necessário utilizar
as novas descobertas, as novas forças do progresso para fazer o bem, para
evangelizar.
O jovem
seminarista, com apenas dezesseis anos, era Tiago Alberione, futuro fundador da
Família Paulina, que nunca deixou que essa chama luminosa se apagasse em sua
vida.
Alberione
nasceu em 4 de abril de 1884, em
São Lourenço de Fossano, norte da Itália, de uma família de
camponeses simples e laboriosos. Vinte quatro horas após o nascimento, foi
batizado e recebeu o nome de "Tiago". Buscando melhores terras para a
lavoura, a família Alberione mudou para a cidade de Cherasco, onde Tiago passou
sua infância e adolescência. Foi lá que se manifestou a vocação para o sacerdócio.
- Quero ser
padre! foi a resposta que deu à professora, Rosina Cardona, que perguntava aos
seus oitenta alunos o que queriam ser quando crescessem.
A resposta,
que poderia parecer impensada, veio de um menino de bom coração e piedoso. Com
o passar do tempo, a vocação fortificou-se e ele foi encaminhado para o
seminário, onde não perdia tempo e procurava aprender de todos e de tudo.
Inquietavam Alberione as transformações que aconteciam na sociedade e os apelos
do papa, Leão XIII, para que todos se voltassem para Jesus Cristo, Caminho,
Verdade e Vida, salvação da humanidade.
Foi ordenado
sacerdote no dia 29 de junho de 1907, com vinte e três anos de idade. Todas as
organizações de renovação existentes, então, na Igreja foram acolhidas por
padre Alberione, que participou, ativamente, dos movimentos: missionário,
litúrgico, pastoral, social, bíblico, teológico e, mais tarde, do movimento
ecumênico. Em todos os movimentos Alberione-profeta vislumbrava espaços
carentes de evangelização e atualização.
Impulsionado pelo
Espírito Santo, tornou realidade sua intuição carismática com a fundação de
várias congregações e institutos para, juntos, anunciar Jesus Cristo, Caminho,
Verdade e Vida, com os meios da comunicação social. Padres e irmãos Paulinos em
1914; Irmãs Paulinas em 1915; Discípulas do Divino Mestre em 1924; Irmãs
Pastorinhas em 1938; e Irmãs Apostolinas em 1957. Fundou, também, os institutos
seculares de Nossa Senhora da Anunciação e São Gabriel Arcanjo em 1958; os
institutos Jesus Sacerdote e Sagrada Família em 1959; além da Associação dos
Cooperadores Leigos em 1917. Hoje, os membros dessas fundações estão presentes
em todos os continentes mostrando que é possível santificar-se e comunicar, a
todas as pessoas, Jesus Cristo com os meios técnicos e eletrônicos.
Após a
fundação dos dois primeiros ramos - Paulinos e Paulinas - a vida de Alberione
fundiu-se com suas obras nascentes. Acompanhava de perto a vida de seus filhos
e filhas da Itália e do exterior com numerosas e prolongadas viagens.
Preocupava-se não só com fundações e organizações, mas principalmente com a
formação e a vida religiosa de seus seguidores, apesar do conturbado contexto
histórico em que viveu: duas grandes guerras, revolução industrial,
conflagrações nacionalistas e sociais, emancipação dos operários e da mulher,
além de crises institucionais na família e na Igreja.
Padre Tiago
Alberione, jamais esmoreceu, continuou firme na sua fé, acreditando que a obra
que realizava era querida e abençoada por Deus. Com humildade e coragem, o
fundador da Família Paulina, o profeta e o apóstolo de uma evangelização
moderna chegou ao fim de seus dias em 26 de novembro de 1971, aos oitenta e
sete anos.
O
reconhecimento da santidade de Alberione já acontecera antes da declaração
oficial da Igreja, especialmente com algumas declarações de dois papas seus
amigos: o bem-aventurado João XXIII e Paulo VI. "Padre Alberione, veio ao
meu encontro" - dizia o "papa bom". "Parecia-me ver a
humildade personificada. Ele, sim, éi um grande homem!" E Paulo VI, na
audiência concedida aos Paulinos em 27 de novembro de 1974, recordava:
"Lembro-me do encontro edificante com padre Alberione, ajoelhado, em
profunda humildade. Este é um homem, direi, que está entre as maravilhas do
nosso século".
O processo de
beatificação percorreu um longo caminho. Após a morte de Alberione, foram
apresentados à Igreja documentos sobre sua vida, sua missão apostólica e suas
fundações, assim como documentos sobre sua santidade.
Baseados em um
meticuloso exame desses elementos e reconhecidas as virtudes praticadas em grau
heróico pelo servo de Deus, padre Tiago Alberione, o papa João Paulo II, em 25
de junho de 1996, declarou-o "venerável".
Passaram-se
sete anos à espera de um milagre que fosse reconhecido como autêntico pela
Igreja. E o milagre chegou.
A cura
milagrosa atribuída ao padre Tiago Alberione, que o conduziu à beatificação,
salvou Maria Librada Gonzáles Rodriguez, uma mexicana de Guadalajara. Em 1989,
ela foi internada por causa de uma insuficiência respiratória provocada por uma
tromboembolia pulmonar, com muitas crises. Pedindo a Deus a cura por
intercessão de padre Alberione, doze dias depois teve alta. A cura foi
reconhecida pela Congregação das Causas dos Santos, após a declaração da
comissão médica que considerava a recuperação de Maria rápida, completa,
duradoura e não-explicável à luz da ciência. E o dia da beatificação chegou: 27
de abril de 2003. Padre Tiago Alberione é proclamado "bem-aventurado"
num reconhecimento oficial da Igreja àquele homem que foi um santo, um profeta
e o pioneiro na evangelização eletrônica.
São
comemorados, também, neste dia: São João Berchmans (religioso jesuíta), São
Leonardo de Porto Maurício (presbítero franciscano), São Marcelo da Nicomédia
(mártir), São Martinho de Arades (monge).
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