OS
QUARENTA SANTOS MÁRTIRES DE SEBASTE - (+
ARMÊNIA, 320)
Eram quarenta
soldados cristãos, de várias nacionalidades, que foram presos e submetidos ao
suplício, em Sebaste, na Armênia no ano 320.Nessa época foi publicada na
cidade uma ordem do governador Licínio, grande inimigo dos cristãos, afirmando
que todos aqueles que não oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos seriam
punidos com a morte.
Contudo se
apresentou diante da autoridade uma legião inteira de soldados, afirmando serem
cristãos e recusando-se a queimar incenso ou sacrificar animais. Para testar
até onde ia a coragem dos soldados, o prefeito local mandou que fossem presos e
flagelados com correntes e ferros pontudos. De nada adiantou o castigo, pois os
quarenta se mantiveram firmes em sua fé. O comandante os procurou então,
dizendo que não queria perder seus mais valorosos soldados, pedindo que
renegassem sua fé. Também de nada adiantou e os legionários foram condenados a
uma morte lenta e extremamente dolorosa. Foram colocados, nus, num tanque de
gelo, sob a guarda de uma sentinela.
A região atravessava temperaturas muito
baixas, de frio intenso. Ao lado havia uma sala com banhos quentes, roupas e
comida para quem decidisse salvar a vida. Mas eles preferiram salvar a alma e
ninguém se rendeu durante três dias e três noites. Foi na terceira e última
noite que aconteceram fatos prodigiosos e plenos de graça. No meio da gélida
madrugada, o sentinela viu uma multidão de anjos descer dos céus e confortar os
soldados. Isto é, confortar trinta e nove deles, pois um único legionário
desistira de enfrentar o frio e se dirigira à sala de banhos. Morreu assim que
tocou na água quente.
Por outro
lado, o sentinela que assistira à chegada dos anjos se arrependeu de estar escondendo
sua condição religiosa, jogou longe as armas, ajoelhou-se, confessou ser
cristão tirando as roupas e se juntou aos demais. Morreram quase todos
congelados. Apenas um deles, bastante jovem, ainda vivia quando os corpos foram
recolhidos e levados para cremação. A mãe desse jovem soldado, sabendo do que
sentia o filho, apanhou-o no colo e seguiu as carroças com os cadáveres.
O legionário morreu em seus braços e teve o corpo
cremado junto com os companheiros. Eles escreveram na prisão uma carta coletiva,
que ainda hoje se conserva nos arquivos da Igreja e que cita os nomes de todos.
Eis todos os mártires: Acácio, Aécio, Alexandre, Angias, Atanásio, Caio,
Cândido, Chúdio, Cláudio, Cirilo, Domiciano, Domno, Edélcion, Euvico, Eutichio,
Flávio, Gorgônio, Heliano, Helias, Heráclio, Hesichio, João, Bibiano, Leôncio,
Lisimacho, Militão, Nicolau, Filoctimão, Prisco, Quirião, Sacerdão, Severiano,
Sisínio, Smaragdo, Teódulo, Teófilo, Valente, Valério, Vibiano e Xanteas.
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