sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

BEM-AVENTURADA MARIA CLEMENTINA ANUARITE NENGAPETA – 1939/1964

BEM-AVENTURADA MARIA CLEMENTINA ANUARITE NENGAPETA – 1939/1964

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Anuarite Nengapeta era a quarta das seis filhas de Amisi e Isude. A família de pagãos africanos da etnia Wadubu vivia na periferia de Wamba, no Congo.
Ela nasceu no dia 29 de dezembro de 1939, como depois comprovou a Santa Sé. Ao ser batizada em 1943, acrescentaram-lhe o nome Afonsina. Na ocasião, também receberam esse sacramento sua mãe e quatro irmãs. A mais velha nunca acompanhou a doutrina cristã.
Seu pai, ao contrário, até começou a preparar-se para a conversão. Mas depois desistiu, pois formou outra família, enquanto trabalhava como soldado do exército congolês. A nova situação familiar refletiu pouco na formação de Anuarite, que teve uma infância e adolescência consideradas normais. Era vivaz e caridosa, de personalidade marcante e temperamento amistoso e generoso.
O nervosismo, porém, era o ponto fraco do seu caráter. Era muito sensível e instável, talvez por causa da separação de seus pais. Gostava de frequentar a igreja, ia à missa aos domingos, com a mãe e as irmãs. Em seguida, ficava estudando o catecismo para poder receber a primeira comunhão, que ocorreu em 1948. Iniciou os seus estudos e diplomou-se junto ao colégio das Irmãs do Menino Jesus de Nivelles, missionárias na África.
Em 1957 decidiu ingressar na Congregação da Sagrada Família.
          Foi aceita e, durante o noviciado, teve como orientador espiritual o bispo de Wamba.
Em 1959 diplomou-se professora, vestiu o hábito e emitiu os votos definitivos, tomando o nome de Maria Clementina. Desde então se dedicava e empenhava muito às funções destinadas: foi sacristã, auxiliar de cozinheira e professora de uma escola primária. Devota extremada de Maria e de Jesus, vivia feliz por ter-se consagrado ao seu serviço.
O Congo da época era governado pelos brancos. Em 1960, havia uma grande campanha contra esse domínio europeu. Fervilhava o ódio racial e não durou muito para traduzirem-se em barbárie os ideais políticos. A revolução dos Simbas explodiu no ano seguinte, iniciando um violento massacre para eliminar todos os europeus, seus amigos e colaboradores negros.
No Convento de Bafwabaka, tudo era calmo até 1964. Em agosto daquele ano, os rebeldes já tinham ocupado grande parte do país. A cada dia avançavam mais, saqueando e matando milhares de civis congoleses indefesos. Mais de cento e cinquenta missionários, entre sacerdotes, religiosos e irmãos já haviam morrido também.
Os rebeldes chegaram ao convento em 29 de novembro e levaram as trinta e seis integrantes da Sagrada Família, entre elas irmã Maria Clementina Anuarite, de caminhão, para Isiro. Na noite do dia primeiro de dezembro de 1964 o coronel Olombe tentou seduzi-la. Mas como ela se recusou a satisfazer seus desejos carnais, ele a esbofeteou e golpeou com a coronhada do fuzil, depois disparou, matando-a. Antes, porém, ela o perdoou e clamou ao Pai para que o perdoasse.
O papa João Paulo II, durante sua viagem ao Congo em 1985, beatificou Maria Clementina Anuarite Nengapeta. Tornou-se a primeira mulher "banto" a ser elevada aos altares da Igreja Católica, cuja festa deve ser no dia de sua morte.
Na solenidade de beatificação, o sumo pontífice definiu Anuarite como modelo de fidelidade para todos os católicos do mundo. Depois, enalteceu sua castidade, e a igualou a Santa Inês, mártir do início da cristandade, dizendo: "Anuarite é a Inês do continente africano".
Também são lembrados neste dia: Santo Elói (Elígio), Santa Cândida de Roma e Bem-aventurado Charles de Foucauld, São Candres de Maestricht (bispo), São Castriciano de Milão (bispo), São Constanciano de Javron (abade), Santos Edmundo Campion, Alexandre Briant e Rafael Sherwin (presbíteros). 

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