NASCIMENTO DE
JESUS
Nove meses
depois da visita do Anjo Gabriel a Maria, na cidade de Nazaré, na Galiléia,
conforme nos narram as Sagradas Escrituras, Jesus nasceu numa gruta de Belém.
Hoje, para lembrar esse acontecimento, o povo faz festas bonitas e presépios
lindos. E isso é bom porque o povo está se lembrando do nascimento de Jesus
Cristo.
Mas, convém
que nos lembremos que o presépio real onde Jesus Cristo foi depositado depois
de haver nascido não era nem um pouquinho bonito. Pelo contrário, era até
chocante, sem conforto e sem condições
de recepcionar qualquer ser humano que estivesse nascendo, muito menos o
Filho de Deus que se fazia homem, para que todos os homens se tornassem filhos
de Deus.
Mas, porque Jesus Cristo
estava nascendo ali, naquelas condições. A ordem do imperador, vinda de Roma,
era clara; todos tinham de inscrever-se
na cidade, no cartório da cidade onde nasceram (cf Lc 2, 1-3). Era o
jeito de contar quantas pessoas existiam na Judeia, naquele tempo.
Por isso José
com Maria saíram da cidade de Nazaré e viajaram para Belém , sua terra Natal, e
Maria estava grávida de mais de oito meses.
A viagem era longa, e da cidade de
Nazaré até a cidade de Belém a distância era de mais de cento e trinta
quilômetros, e as estradas eram difíceis e perigosas. Quando José e Maria chegaram em Belém, a cidade estava cheia de
gente de fora e, por isso, não encontraram lugar para se acomodarem nos hotéis e hospedarias
da cidade ( cf Lc 2, 7).
Ou tudo já
estava realmente lotado, ou os donos dos hotéis e hospedarias não queriam
oferecer hospedagem para aquele casal que aparentava ser muito pobre. Maria não
estava bem. José precisava encontrar um
lugar para que ela pudesse descansar dos incômodos da longa viagem e,
principalmente pelo seu estado de gravides que já estava chegando ao seu final.
Na rua eles
não poderiam ficar. Foram, então, para um dos abrigos de animais, um pouco
afastado da cidade, e foi ali que Maria deu à luz; e foi ali que Jesus nasceu.
Quando hoje uma moça, uma mulher tem o seu primeiro filho, sua mãe está ali, do
seu lado, para ajudá-la, para apoiá-la. Em
Belém, com Maria, quando nasceu o seu primeiro filho, primeiro e único, não
estava ninguém. A família de Maria estava longe, lá na cidade de Nazaré, a mais
de cento e trinta quilômetros de distância.
O
menino nasceu e foi enrolado em alguns
panos e deitado num cocho, onde os animais comiam, e em cima de uns feixes de
capim. Os pastores das arredondezas foram os primeiros a lhe fazerem uma
visita. (Cf Lc 2, 7-8). Não apareceu, para visitar o recém-nascido nenhuma
pessoa de importância do local. Só
gente pobre, pobre mesmo. Tudo ali era pobre: o casal de pais, o local onde
eles estavam hospedados, os primeiros visitantes, tudo pobre.
Os ricos,
poderosos, os governantes, os doutores da lei nem tomaram conhecimento do nascimento de Jesus e das maravilhas que o
Senhor havia operado pelo acontecimento.
Será que
caberia na cabeça deles que Jesus, o Filho de Deus, o Messias prometido, o Rei
dos Reis, teria nascido em uma grita de Belém e estava deitado num cocho de
animais? Talvez eles julgassem que isso fosse uma piada, e uma piada de muito
mal gosto. Onde se viu, acreditar que Deus tivesse realizado a sua promessa com
aquela moça pobre de Nazaré sem ter falado com eles, sem ter pedido a opinião
deles, eles que eram os doutores da lei e que entendiam tudo, e que, aquele
menino, deitado no cocho de animais em um curral fosse o Messias esperado a tanto tempo e que
viria para salvar o povo judeu da opressão dos estrangeiros, conforme pensavam
eles?
Os entendidos,
os poderosos, os ricos, os doutores da lei jamais poderiam aceitar isso. Mas que absurdo. Só mesmo os ignorantes, os
pobres, os humildes, os simples de coração, os pequenos, conseguem levar a
sério uma notícia tão absurda e acreditar nela. E tudo o que estava acontecendo
já havia sido profetizado, constava das Sagradas Escrituras.
Os doutores da
lei sabiam disso, mas, onde já se viu: Deus nascer no meio dos pobres, escolher
os pobres para visitá-lo no dia do seu nascimento, chamar os ignorantes para
anunciar que a salvação havia chegado, sendo que ele poderia ter nascido, ou no
palácio de Herodes, ou no palácio do governador de Jerusalém, ou em qualquer
outro palácio que quisesse nascer, com todas as honrarias, com todos os
confortos; porque escolheu nascer assim?
Isso jamais coube na cabeça dos grandes, dos ricos e dos poderosos. Hoje
eles aceitam porque já é um fato consumado, mas continuam não entendendo o
porque Deus preferiu os pobres para conviver e chamá-los para o seu reino;
porque preferiu os pobres se o poder terreno está nas mãos dos ricos e
poderosos?
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