quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

MARIA GRÁVIDA RUMO A BELÉM.

MARIA GRÁVIDA RUMO A BELÉM.

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Nesse tempo que antecede o natal, em que aguardamos o nascimento  do Filho de Deus que se tornará homem no seio imaculado de Maria, a gente fica preocupado, pensando na maneira como todos os cristãos se preparam para receber a Salvação que vem de Deus. 
Se nós não amamos suficientemente Maria é porque desconhecemos quase que na sua totalidade os sacrifícios e sofrimentos porque ela teve de passar para nos trazer aquele que viria para tirar o pecado do mundo.        
Hoje em dia, quando a jovem esposa vai ter o seu primeiro filho, ela é cercada de todas as atenções; quando chega nos últimos dias de sua gravides já não a deixam mais fazer serviços pesados ou incômodos; a mãe da jovem esposa grávida vem limpar a sua casa, fazer a sua comida, lavar e passar a sua roupa, enfim, a família se desdobra em atenções e prestações de serviços para que a jovem esposa grávida não se esforce demais, não se exponha demais para não sentir em demasia os incômodos da gravides.  
          Tudo é facilitado para a jovem esposa  que está prestes a ser mãe, e nada mais justo.    
Mas é exatamente por isso que, nas minhas meditações, eu volto aos tempos de Maria e a vejo grávida de oito meses e meio, com o seu ventre crescido anunciando que muito breve o seu filho deverá nascer.     Mas, de repente, um decreto do imperador de Roma tira Maria e José de sua cômoda e pobre casa de Nazaré e os obriga a se dirigir até a cidade de Belém para o recenseamento do povo judeu. Na oportunidade Maria estava de oito meses e meio de gravides. 
A gravides de Maria foi normal, como qualquer gravides de qualquer mulher que está prestes ma dar à luz. Com Maria nada foi diferente; quando tudo estava pronto para que Maria desse à luz ao seu filho ali mesmo, na cidade de Nazaré, o Senhor Nosso Deus usa o decreto do imperador de Roma para levá-la até Belém, onde, desde a antiguidade e os profetas, deveria nascer o Salvador.         
Mas Maria estava de oito meses e meio de gravides, e aquilo era uma ordem do imperador de Roma que tinha de ser cumprida, tinha de ser obedecida.        
E José arruma o seu burrinho, arruma as coisas, coloca Maria no lombo  do burrinho e parte para a distante Belém, aproximadamente oitenta quilômetros de Nazaré.  
E o caminho era o mais difícil possível.      Tinham de passar por um longo deserto, e, no deserto, o clima é assim: durante o dia o calor é violento, chegando a mais de cincoenta graus, e a noite a temperatura cai para até quatro graus. 
E não era só isso: o deserto é infestado de insetos e animais nocivos, venenosos e nojentos como abelhas, cobras, moscas escorpiões, aranhas e até feras, sem contar os perigos dos ladrões que se escondiam nas rochas para assaltarem as caravanas de mercadores ou peregrinos que por ali passavam. E Maria, ora andava à pé, ora no lombo do burrinho. 
E Maria estava grávida de mais de oito meses e meio. Será que podemos imaginar o sofrimento o incômodo, o discômodo por que passou Maria? O calor, o suor, a poeira, o sol, o frio, o medo dos insetos, dos animais e dos ladrões, a insegurança, aquele casal jovem desprotegido de tudo e de todos, só tendo a certeza de que o Senhor Deus estava com eles.
E hoje nós vemos os cuidados pelas quais são cercadas as jovens esposas que vão ser mães.        Eu fico meditando no sofrimento de Maria. Será que cada um de nós já parou para meditar todos os momentos e movimentos da Virgem desde quando o Anjo lhe anunciou o nascimento de Jesus até o nascimento de Jesus na gruta de Belém? Se não meditamos isso ainda, não podemos de maneira nenhuma avaliar a dor, o sofrimento, a angústia, a entrega total e o grande amor que Maria tem por Deus e por nós, seus filhos, muitas vezes ingratos.      
E o momento que nós vivemos nos convida a isso.           
E hoje, quantas Marias esperam os seus Meninos Jesus ainda desamparadas de tudo e de todos, e esses Meninos Jesus já não nascem mais em currais e nem são depositados em cochos, mas nascem nos barracos, nas favelas, debaixo das pontes e viadutos, e os Josés, e as Marias dos nossos dias, como José e Maria, tem de abandonar os seus lares porque leis injustas e opressoras os obrigam a migrarem  para procurarem serviço em terras distantes para não morrerem à mingua.
Os imperadores de Roma continuam assinando os seus decretos muitas vezes absurdos, sem pensar naqueles que serão desalojados e expulsos de suas casas e de suas terras por causa de suas leis; e os Josés e as Marias continuam deixando tudo para trás e migrando, oprimidos pelos decretos dos imperadores de Roma que hoje são as nossas autoridades políticas que não sofrem o efeito do decreto e nem são atingidos pelas suas próprias leis.    
É o momento de pararmos e meditarmos um pouco  para ver quanto Maria sofreu  por nós e quanto ela nos amou, desde que, por meio dela nos veio a salvação, e a Salvação chegou até nós pela maneira mais difícil e cruel possível...

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