SÃO BENEDITO JOSÉ LABRE - (+ROMA 1783)
"O cigano
de Cristo", este também é seu apelido, que demonstra claramente o que
foram os trinta e cinco anos de vida de Bento José Labre, treze deles
caminhando e evangelizando pelas famosas e seculares estradas de Roma.
Aliás, o
antigo ditado popular que diz que "todos os caminhos levam a Roma"
continua sendo assim para todos os cristãos. Entretanto, principalmente no
século XVII, em qualquer um deles era
possível cruzar com o peregrino Bento José e nele encontrar o caminho que
levava a Deus. Ele era francês, nasceu em Amettes, próximo a Arras, no
dia 27 de março de 1748, o mais velho dos quinze filhos de um casal de
agricultores pobres.
Frequentou a
modesta escola local, mas aprendeu latim com um tio materno. Ainda muito jovem,
quis tornar-se monge trapista, mas não conseguiu o consentimento dos pais. Com
dezoito anos, pediu ingresso no convento trapista de Santa Algegonda, mas os
monges não aprovaram sua entrada. Percorreu a pé, então, centenas de
quilômetros até a Normandia, debaixo de um inverno extremamente rigoroso, onde
pediu admissão no Convento Cisterciense de Montagne.
Também foi
recusado ali, tentando, ainda, a entrada nos Cartuchos de Neuville e Sept-Fons,
com o mesmo resultado. Foi então que, com vinte e dois anos, tomou a decisão
mais séria da sua vida: seu mosteiro, já que não encontrava guarida em nenhum
outro, seriam as estradas de Roma. Nos pertences de peregrino carregava apenas
o Novo Testamento e um breviário, além
de um terço nas mãos. Durante a noite, dormia nas ruínas do Coliseu e, de dia,
percorria as estradas peregrinando nos lugares sagrados e evangelizando sem
pedir esmolas.
Quando recebia a caridade alheia, mesmo sem
pedir, ainda dividia o que ganhava com os pobres. Isso lhe valeu, certa vez,
algumas pancadas de um certo cidadão que encarou sua atitude como um insulto.
Na maior parte dos dias, comia um pedaço de pão e ervas colhidas no caminho.
Os maus tratos do cotidiano, ou seja, a
maneira insatisfatória de higiene a que se submetera durante muitos anos e as
penitências que se auto-impusera, acabaram por causar o seu fim. Um dia,
ainda muito jovem, seu corpo foi encontrado nos fundos da casa de um amigo
arquiteto, perto da igreja de Santa Maria dos Montes.
Houve uma
grande aglomeração de populares que admiravam e até veneravam o singelo
peregrino. Bento José acabou sendo sepultado ali mesmo, próximo daquela igreja,
local que logo passou a ser procurado pelos devotos e peregrinos.
Em seguida,
tornou-se palco de muitas graças e prodígios, por intercessão daquele que em
vida percorreu o caminho da santidade. O papa Leão XIII canonizou são Bento
José Labre em 1881, determinando sua festa para o dia 16 de abril, data de sua
morte no ano 1783.
Também são
lembrados neste dia: Santa Bernadete Soubirous (vidente de Lourdes, virgem),
Santos Caio e Cremêncio (mártires de Zaragoza).
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