SANTA JOANA BERETTA MOLLA – A MÃE QUE DEU A VIDA POR SUA FILHA.
"Teremos
que submetê-la a uma intervenção cirúrgica, ou do contrário sua vida está em
risco mortal". Talvez estas tenham sido as palavras do médico que atendeu
a Gianna Beretta, uma italiana, que estando doentes de câncer, decidiu
continuar adiante com a gravidez de seu quarto filho antes de submeter-se a uma
operação que poderia tê-la salvo, às custas da vida do bebê não nascido.
Transcorridos
31 anos, o Papa João Paulo II beatificou no dia 24 de abril de 1994 a Gianna,
convertendo-a em um símbolo da defesa da vida, e em 2.004 o próprio Papa João
Paulo II a canonizou no dia 16 de maio de 2004, onde recebeu o sugestivo título
de “Mãe de Família”..
Quem
foi Gianna?
Gianna foi a
sétima de trezes filhos, de uma família de classe média de Lombardia (norte da
Itália), estudou medicina e se especializou em pediatria, profissão que atuou
junto com sua tarefa de mãe de família.
Quem a
conhecia diz que foi uma mulher ativa e cheia de energia, que conduzia seu
próprio carro algo pouco comum nesses tempos, tocava piano e desfrutava indo
com seu esposo aos concertos no conservatório de Milão.
O marido de
Gianna, o engenheiro Pietro Molla, recordou há alguns anos a sua esposa como
uma pessoa completamente normal, mas com uma indiscutível confiança na
Providência.
Segundo o
engenheiro Molla, o último gesto heróico de Gianna foi uma consequência
coerente de uma vida gasta dia a dia na busca do cumprimento do Plano de Deus.
"Quando se deu conta da terrível consequência de sua gestação e o
crescimento de um fibroma lembra os esposo de Gianna sua primeira reação,
racional, foi pedir que se salvasse a criança que tinha em seu ventre".
Sua
entrega.
O engenheiro
Molla manifestou que "tinham-na aconselhado uma intervenção cirúrgica...isto
teria lhe salvado a vida com toda segurança. O aborto terapêutico e a
extirpação do fibroma, teria permitido que mais adiante tivesse outros
filhos". "Gianna escolheu a solução que era mais arriscada para
ela".
O velho
viúvo da beata afirmou que naquela época era previsível um parto depois de uma
operação que extirparia somente o fibroma, mas isso seria muito perigoso para a
mãe, "e isto minha esposa como médica sabia muito bem".
Gianna
faleceu em 28 de abril de 1962, com 39 anos de idade, uma semana depois de ter
dado à luz. O último requisito cumpriu-se em 21 anos de dezembro, quando o Papa
aprovou um milagre atribuído à intercessão de Gianna.
O
milagre
A
protagonista do milagre, ocorrido em 9 de novembro de 1977 em um hospital
brasileiro, foi uma jovem parturiente que se curou de septicemia infecção
generalizada o organismo. As religiosas do hospital tinham passado a noite
encomendando sua cura à intercessão de Gianna, cuja figura era-lhes conhecida
porque o promotor do hospital era um irmão da beata, médico e missionário
capuchino no país. O Papa aprovou o decreto que reconhecia suas virtudes
heróicas e a beatificou.
O
esposo de Gianna Beretta narra suas experiências
Ao buscar
entre as lembranças de Gianna algo para oferecer à priora das Carmelitas
descalças de Milão, lembra o esposo da beata Gianna Beretta, encontrei em um
livro de orações uma pequena imagem na qual, no dorso, Gianna tinha escrito de
seu punho e letra estas poucas palavras: "Senhor, faz que a luz que se
acendeu em minha alma não se apague jamais".
Com estas e
outras anedotas, combinadas com emotivas reflexões, Pietro Molla revelou os
perfis desconhecidos de sua esposa Gianna Beretta, falecida em 1962 e
beatificada em 24 de abril de 1994 pelo Papa João Paulo II.
Em uma emotiva
entrevista concedida à jornalista Giuliana Peluchi, Pietro desenhou um perfil e
Gianna que definiu com uma só frase: "Minha esposa era uma santa
normal".
Peluchi,
autora de um livro sobre a vida de Gianna, recebeu uma repentina chamada de
Pietro Molla, com quem tinha se reunido em numerosas ocasiões para elaborar a
biografia da "mãe coragem" que preferiu oferecer sua vida antes de
aceitar a operação que custaria a vida da menina que levava em seu
ventre".
"Vão
beatificar a Gianna", disse-lhe Pietro, emocionado, por telefone. A
jornalista atônita, só atinou de pedir uma última entrevista, já não em busca
de dados biográficos, mas para escutar um testemunho de Pietro sobre a vida de
sua esposa.
O
testemunho
"Jamais
acreditei estar vivendo com uma santa. Minha esposa tinha infinita confiança na
Providência e era uma mulher cheia de alegria de viver. Era feliz, amava sua
família, amava sua profissão de médica, também amava sua casa, a música, a
montanha, as flores e todas as coisas belas que Deus nos tinha dado",
confessou à entrevistadora Pietro Molla, enquanto seus olhos brilhavam de
intensa emoção. "Sempre me pareceu uma mulher completamente normal, mas
como me disse o Monsenhor Carlo Colombo, a santidade não é feita somente de
sinais extraordinários. É feita, sobretudo, da adesão cotidiana aos desígnios
inescrutáveis de Deus", acrescentou.
Pietro Molla
ainda lembra quando o Monsenhor Colombo o chamou para pedir que introduzisse a
causa da beatificação de Gianna. "Minha resposta positiva foi muito
sofrida. Sentimos que tínhamos que expor algo muito nosso. A história de minha
esposa e sua figura de mulher foram cada vez mais conhecidas - A nós e à
família de minha esposa nos seguiam chegando numerosas cartas de todas as
partes do mundo. Nos escreviam mulheres alemãs e americanas que chamavam a
Gianna de "mamãe" , que declaravam que nela encontravam uma amiga e
que afirmavam que se dirigiam a ela quando tinham necessidade de ajuda e que a
sentiam muito próxima -.
A oração que
Gianna Beretta escrevera no verso daquela imagem pedindo que a luz da graça não
se apagasse nela jamais, se fez, segundo seu esposo, realidade: "agora
vejo que esta luz, que alegrou durante um tempo lamentavelmente brevíssimo
minha vida e a de meus filhos, se difunde como uma benção sobre quem a conheceu
e a amou. Sobre quem reza a ela e se encomendam a sua intercessão ante Deus. E
isto me faz, reviver, de maneira alentadora, o privilégio que o Senhor me
concedeu de compartilhar com Gianna uma parte de minha vida".
Todas
as mães
A jornalista
Peluchi não pode evitar perguntar a Pietro Molla sobre seus sentimentos com
respeito à beatificação de sua falecida esposa.
"Meus
sentimentos, responde emocionado, têm vários matizes, de surpresa, quase maravilha,
de agradecimento a Deus e de aceitação jubilosa, certamente feliz e singular,
deste Dom da Divina Providência, que também considero um reconhecimento a todas
as inúmeras mães desconhecidas, heróicas como Gianna, em seu amor materno e em
sua vida".
Os Molla
Beretta entretanto, esperam que a beatificação e a santificação, que converteu
a Gianna em um estandarte vivo da santidade na vida familiar moderna e da
defesa da vida do não nascido, não mude sua vida cristã cotidiana.
"Espero,
disse Pietro, que Gianna possa descansar no cemitério de sua localidade natal
junto com sua filha Mariolina e junto às demais mães que a chamavam com ternura
"nossa doutora", junto a muitas mulheres que Gianna curou e às quais
deu, com amor, seu tempo e profissionalidade".
Os Molla Beretta continuarão vivendo o exemplo de santidade simples na vida cotidiana que deixou-nos Gianna. "Para mim e para meus filhos, Gianna continuará sendo algo muito íntimo. Uma esplêndida esposa, uma terníssima mãe. Se alguém tem que falar, que fale a Igreja".
Os Molla Beretta continuarão vivendo o exemplo de santidade simples na vida cotidiana que deixou-nos Gianna. "Para mim e para meus filhos, Gianna continuará sendo algo muito íntimo. Uma esplêndida esposa, uma terníssima mãe. Se alguém tem que falar, que fale a Igreja".
Santidade
O milagre da
Beatificação aconteceu no Brasil, em 1977, na cidade de Grajaú, no Maranhão,
naquele mesmo hospital onde queria ser missionária, sendo Beatificada pelo Papa
João Paulo, em 24 de abril de 1994. Foi canonizada no dia 16 de maio de 2004,
onde recebeu do Santo Padre o Papa João Paulo II o sugestivo título de “Mãe de
Família”.
Na cerimônia
estavam presentes o seu marido Pietro Molla, as filhas Gianna Emanuela e Laura,
e o filho Pierluigi. Mariolina faleceu com seis anos, dois anos após a Páscoa
da Mãe. O milagre da canonização foi experimentado por Elisabete Arcolino
Comparini, casada com Carlos César, ambos da Diocese de Franca, quando, no
início do ano 2000, o quarto bebê que havia concebido começou a passar por
sérios problemas, tendo, no terceiro mês, a jovem mãe perdido, segundo
alegava-se, totalmente o líquido amniótico.
A alegada
intercessão da Santa Gianna foi pedida, ainda no hospital, na presença do bispo
de Franca, Dom Diógenes Matthes. Face a negativa do aborto e à intercessão da
Santa Gianna Beretta Molla, após uma gravidez sem presença de líquido
amniótico; sem explicação científica, no dia 30 de maio de 2000, nasceu Gianna
Maria, nome que foi dado em homenagem àquela médica e mãe "heróica".
Nas palavras de Dom Serafino Spreafico, Bispo Emérito de Grajaú-MA, “Santa
Gianna formou-se como missionária e como tal viveu, ligada ao Brasil por
vocação específica...ela agradeceu ao Brasil por tal vocação obtendo de Deus os
Dois Milagres Oficiais para a Igreja.”
Muitas graças
têm sido alegadamente alcançadas, em vários países, pela suposta intercessão de
Santa Gianna, especialmente por mulheres crentes que não conseguem engravidar
ou têm problemas na gestação e/ou no parto, por isso, várias crianças têm
recebido o "honroso nome de Gianna" em agradecimento por sua suposta
intercessão. Celebra-se o seu dia em 28 de abril.
São
comemorados também, neste dia: São Pedro Chanel, São Luiz Maria Grignion de
Montfort, Santa Valéria, São Luquésio, Santo Agapito I, São Prudêncio de Tarazona
(bispo), Santos Teodora e Dídimo (mártires), Santa Valéria de Milão (mártir),
São Vital de Milão (mártir).
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