SÃO
JOSÉ OPERÁRIO - PADROEIRO DOS TRABALHADORES
O papa Pio XII
a instituir a festa de "São José Trabalhador", em 1955, na mesma data
em que se comemora o dia do trabalho em quase todo o planeta. Foi no dia 1º. de
maio de 1886, em Chicago, maior parque industrial dos Estados Unidos na época,
que os operários de uma fábrica se revoltaram com a situação desumana a que
eram submetidos e pelo total desrespeito à pessoa que os patrões demonstravam.
Eram trezentos e quarenta em greve e a polícia, a serviço dos poderosos,
massacrou-os sem piedade. Mais de cinquenta ficaram gravemente feridos e seis
deles foram assassinados num confronto desigual. Em homenagem a eles é que se
consagrou este dia.
São José é o
modelo ideal do operário. Sustentou sua família durante toda a vida com o
trabalho de suas próprias mãos, cumpriu sempre seus deveres para com a
comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão de carpinteiro e, dessa
maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se cumprissem e seu povo fosse
salvo, assim como toda a humanidade.
Proclamando
são José protetor dos trabalhadores, a Igreja quis demonstrar que está ao lado
deles, os mais oprimidos, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos seres
humanos, aquele que aceitou ser o pai adotivo de Deus feito homem, mesmo
sabendo o que poderia acontecer à sua família. José lutou pelos direitos da
vida do ser humano e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos
humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam
as fileiras dos que defendem os operários e seu direito a uma vida digna.
Muito acertada
mais esta celebração ao homem "justo" do Evangelho, que tradicional e
particularmente também é festejado no dia 19 de março, onde sua história
pessoal é relatada.
No Jornal do Brasil do dia 30 de abril de
2014, Dom Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist. Arcebispo Metropolitano de São
Sebastião do Rio de Janeiro, RJ, escreveu o seguinte artigo sobre São José: A
memória de São José Operário vem-se celebrando liturgicamente desde 1955. A
Igreja recorda assim – seguindo o exemplo de São José e sob o seu patrocínio –,
a valorização do ser humano e a questão sobrenatural do trabalho. Todo o
trabalho humano é colaboração com a obra de Deus Criador, e, por Jesus Cristo,
converte-se na medida do amor a Deus e da caridade com os outros em verdadeira
oração e em apostolado. Quanto ao título São José Operário - ele trabalhou a
vida toda para sustentar a Sagrada Família e depois ver Nosso Senhor Jesus
Cristo dar a vida pela humanidade. É uma inspiração para este dia primeiro de
maio, que recorda a luta dos trabalhadores do mundo todo pleiteando respeito a
seus direitos. Foi uma das motivações que levou o Papa Pio XII a
instituir a festa de “São José Trabalhador”, em 1955, na mesma data em que se
comemora o Dia do Trabalho em quase todo o planeta. Foi no primeiro de maio de
1886, em Chicago, maior parque industrial dos Estados Unidos à época, que os
operários de uma fábrica se revoltaram com a situação desumana a que eram
submetidos e pelo total desrespeito à pessoa que patrões demonstravam. Eram
trezentos e quarenta em greve e a polícia massacrou-os sem piedade. Mais de
cinquenta ficaram gravemente feridos e seis deles foram assassinados num
confronto desigual.
São José é o
modelo ideal de operário e de homem que viveu a caridade. Ele sustentou sua
família durante toda a vida com o trabalho de suas próprias mãos, cumpriu
sempre seus deveres para com a comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão
de carpinteiro e, dessa maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se
cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda a Humanidade. A Igreja, ao
apresentar-nos São José como modelo, não se limita a louvar uma forma de
trabalho, mas a dignidade e o valor de todo o trabalho humano honrado. Na
primeira Leitura da Missa, lemos a narração do Gênesis em que o homem surge
como participante da Criação. A Sagrada Escritura também nos diz que Deus
colocou o homem no jardim do Éden para que o cultivasse e guardasse. O trabalho
foi desde o princípio um preceito para o homem, uma exigência da sua condição
de criatura e expressão da sua dignidade. E a forma como colabora com a
Providência Divina sobre o mundo. “Enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre
os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão” (Gn
1, 28). Porém, com o pecado original, a forma dessa colaboração sofreu uma
alteração como consequência do pecado: “com fadiga te alimentarás dela todos
os dias da tua vida... Comerás o pão com o suor de teu rosto” (Gn 3,
17-19). É frequente observar que a sociedade materialista dos nossos dias
valoriza o que produz e aprecia os homens “pelo que ganham”, pela sua
capacidade de obter um maior nível de bem-estar econômico. É hora de todos nós,
cristãos, anunciarmos bem alto que o trabalho é um dom de Deus, e que não faz
nenhum sentido dividir os homens em diferentes categorias, conforme os tipos de
trabalho, considerando umas ocupações mais nobres do que outras. O trabalho,
todo o trabalho, é testemunho da dignidade do homem, do seu domínio sobre a
criação; é o meio de desenvolvimento da personalidade; é vinculado de união com
os outros seres; fonte de recursos para o sustento da família; meio de
contribuir para o progresso da sociedade em que se vive e para o progresso de toda
a humanidade. Proclamando São José como protetor dos trabalhadores, a Igreja
quis demonstrar que está ao lado deles, os mais oprimidos, dando-lhes como
patrono o mais exemplar dos homens, aquele que aceitou ser pai adotivo de Deus
feito homem, mesmo sabendo o que poderia acontecer à sua família. José lutou
pelos direitos da vida do ser humano ao proteger Jesus, e, agora, coloca-se
ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por
meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os
operários e seu direito a uma vida digna.
São José
ensina-nos a realizar bem o ofício que nos ocupa tantas horas: as tarefas
domésticas, o laboratório, o arado ou o computador, o trabalho de carregar
pacotes ou de cuidar da portaria de um edifício... A categoria de um trabalho
reside na sua capacidade de nos aperfeiçoar humana e sobrenaturalmente, nas
possibilidades que nos oferece de levar adiante a família e de colaborar nas
obras em favor dos homens, na ajuda que através dele prestamos à sociedade...
Contudo, São
José, enquanto trabalhava, tinha Jesus diante de si. Jesus deve ter-lhe ajudado
em seu trabalho. Quando se sentia cansado, olhava para o seu filho, que era o
Filho de Deus, e aquela tarefa adquiria aos seus olhos um novo vigor, porque
sabia que com o seu trabalho colaborava com os planos misteriosos, mas reais,
da salvação. Peçamos-lhe, hoje, que ele nos ensine a ter a presença de Deus e a
exercer a caridade que ele teve enquanto exercia o seu ofício.
E não nos
esqueçamos da Virgem Maria, a quem vamos dedicar com muito amor este mês de
maio que hoje começa. Não nos esqueçamos de oferecer em sua honra, nestes dias,
alguma hora de trabalho ou de estudo, e, principalmente o Santo Rosário, oração
contemplativa que nos faz entrar na história da salvação. Orani João,
Cardeal Tempesta. O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de
São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
A
devoção a São José na Igreja Católica é antiquíssima. A Igreja do Oriente
celebra-lhe a festa desde o século nono, tendo os Carmelitas introduzido tal
festa na Igreja ocidental. Os Franciscanos, em 1399, já festejavam a
comemoração do santo Patriarca. O Papa Xisto IV inseriu-a no breviário e no
missal; Gregório XV generalizou-a em toda a Igreja. Clemente XI compôs o ofício
com os hinos para o dia 19 de março e colocou as missões da China sob a
proteção de São José. Pio IX introduziu, em 1847, a festa do Patrocínio
de São José e, em 1871 declarou-o Padroeiro da Igreja Católica; Leão XIII e
Benedito XV recomendaram aos fiéis a devoção a São José, de um modo particular,
chegando este último Papa a inserir no missal um prefácio próprio.
Nada sabemos a
respeito da infância de São José, tampouco da vida que levou, até o
casamento com Maria Santíssima. Os santos Evangelhos não nos dizem coisa alguma
a respeito; limitam-se apenas a afirmar que José era justo, o que
quer dizer: José era cumpridor da lei, homem santo. Que a virtude e santidade
de São José foram extraordinárias, vemos pela grande missão que Deus lhe
confiou. Segundo a Doutrina de São Tomás de Aquino, Deus confere as graças e
privilégios à medida da dignidade e da elevação do estado, a que destina o
indivíduo. Pode imaginar-se dignidade maior que a de São José que, pelos
desígnios de Deus, devia ser esposo de Maria Santíssima e pai nutrício de seu
divino Filho? Que morte santa terá tido o pai nutrício de Jesus! Que
felicidade morrer nos braços do próprio Jesus Cristo, tendo à cabeceira a Mãe
de Deus! Mortal algum teve igual ventura. A Igreja com muita razão invoca São
José como padroeiro dos moribundos e os cristãos se lhe dirigem com
confiança, para alcançar a graça de uma boa morte.
Não existem
relíquias de S. José, tampouco sabe-se algo do lugar onde foi sepultado.
Homens
ilustrados e versados nas ciências teológicas houve e há que defendem a
opinião que São José, em atenção a sua alta posição e grande santidade, foi,
como São João Batista, santificado antes do nascimento e já gozava de corpo e
alma da glória de Deus no céu, em companhia de Jesus, seu Filho e Maria, sua
Santíssima esposa. Grande deve ser a nossa confiança na intercessão de São
José. Não há pessoa, não há classe que não possa, que não deva se lhe dirigir. Santa
Tereza, a grande propagandista da devoção a São José, chegou a dizer: "Não
me lembro de ter-me dirigido a São José, sem que tivesse obtido tudo que
pedira".
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