“QUEM ESTÁ COM MARIA, NÃO ESTÁ LONGE DE DEUS...”
“No sexto mês, o Anjo Gabriel foi enviado
por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com
um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da Virgem era Maria. Entrando
onde ela estava, disse-lhe: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!’
[...]. Maria, porém, disse ao Anjo: ‘Como
é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?’ O Anjo lhe respondeu: ‘O
Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a tua
sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus’. [...] Disse, então, Maria: ‘Eu sou a serva do
Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra’. E o Anjo a deixou.” (Lc
1,26-38).
Maria, a
predestinada a ser a mãe do Filho de Deus desde que o Redentor fora prometido à
humanidade contagiada pelo pecado, aceitou a sua missão à convite de Deus por
intermédio de seu anjo mensageiro, Gabriel.
A partir do seu
“sim” ao Anjo, Maria iniciou a sua caminhada, juntamente com seu Filho e Filho
de Deus, rumo ao Calvário: em primeiro lugar a incompreensão do povo por vê-la
grávida sem haver se casado com José; em segundo lugar a desconfiança de José
por não compreender o que estava acontecendo com ela.
Após o nascimento de Jesus, Maria e José
tiveram de livrá-lo da fúria sanguinária do rei Herodes que queria matá-lo
para, futuramente, não disputar com ele seu trono (conforme Mateus, 2, 13-18). Na fuga para o Egito, Maria envolveu seu filho
Jesus, o protegeu, o apertou contra seu seio maternal e, nas trevas das
madrugadas frias e dos dias encalorados do deserto, durante longo período o
levou para um lugar seguro e longe do perigo, conservando a sua vida e cuidando
para que nenhum mal lhe acontecesse.
Assim, também,
Maria faz com todos os seguidores de seu filho que seguem seu conselho, quando
ela diz: “Fazei tudo o que ele vos
disser.” (Jo 2,5); assim como Maria fez com o pequenino Jesus, levando-o
apressadamente para terras estrangeiras para fugir da sanha sanguinária do rei
Herodes, assim também Maria faz com quem a ela se entrega, protegendo-o do
perigo de qualquer natureza e a qualquer momento.
Quando o
pequeno Jesus, aos doze anos de idade, se perdeu de seus pais na cidade de
Jerusalém pelo período de três dias, Maria o procurou angustiada e preocupada,
não descansou e não desistiu de procurá-lo enquanto não o encontrou (conforme
Lucas, 2, 41-50); quando nos perdemos pelos caminhos da vida, nos afastamos de
Deus ficando longe dos olhos do Senhor e trilhamos veredas tenebrosas, Maria
não nos abandona, nos busca, e não descansa enquanto não nos encontrar e,
quando nos encontra, nos reconduz ao rebanho do Bom Pastor.
Quando Jesus
estava sendo caluniado, açoitado, coroado de espinho, crucificado, Maria não o
abandonou um instante sequer, assim como faz hoje com todos os que trilham o
caminho ditado por Jesus; Maria nos acompanha e nos apoia quando não somos
compreendidos, mesmo quando todos estão contra nós, mesmo quando somos
caluniados por pessoas que julgávamos poder confiar, açoitados pela
incompreensão, pela indiferença, pela falta de apoio de todos aqueles que nos
cercam, coroados de espinhos pelos problemas que muitas vezes não temos forças
para resolver, crucificados pelos nossos patrões, companheiros de trabalho,
amigos em quem confiávamos, ainda que todos tenham feito isso conosco e não nos
entendam e nos caluniam por aquilo que julgamos certo, Maria permanece ao nosso
lado, assim como fez com seu filho Jesus quando o mundo inteiro esta contra
ele, não o abandonando em nenhum momento de sua vida; quer nos momentos alegres
ou nos momentos cruciais.
Maria
acompanhou Jesus na sua caminhada ao Calvário; nada ela pode fazer, mas a sua
presença foi permanente, a sua fortaleza naqueles momentos terríveis foi o
maior apoio que Jesus poderia ter recebido para suportar tanta humilhação e
ingratidão. Assim também acontece conosco; quando carregamos pesadas cruzes e
nada podemos fazer para evitá-las, Maria caminha ao nosso lado, e, só pelo fato
de termos a certeza de estar do nosso lado uma Mãe tão dócil e meiga, a cruz se
nos torna mais leve...
Maria
acompanhou Jesus nos últimos momentos de sua vida e o recebeu em seus braços
virginais após a sua morte.
Maria também
nos acompanha a todos os momentos de nossa existência e não nos abandonará nos
nossos últimos momentos de nossa vida: ela estará na nossa cabeceira no momento
derradeiro de nossa existência assim como esteve na cabeceira de seu moribundo
esposo, José, assim como esteve no Calvário, aos pés da Cruz de seu amado
filho, e é por isso que, diuturnamente, rezamos: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora
de nossa morte.”; no momento derradeiro, quando deixarmos esse vale de
lágrimas ela nos acolherá em seus braços quando o mundo nada mais significa
para nós, e nos levará até Jesus que é o Bendito Fruto de seu ventre.
Por isso é que
São Luiz Maria Grignon de Montfort diz no seu livro “A verdadeira devoção à
Santíssima Virgem Maria”: “Quem está com
Maria, não está longe de Deus”.
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