A ESCOLHA DE DEUS
RECAIU SOBRE MARIA, A MAIS POBRE.
Vamos procurar
ver Maria como a viram os primeiros cristãos com os dados que os Santos
Evangelhos lhe forneceram – Maria mulher – Maria esposa – Maria dona de casa –
Maria humilde – Maria doce – Maria meiga – Maria pobre.
No tempo de
Maria, como hoje, deveriam existir mulheres que se destacavam na sociedade, na
política, no poder, na riqueza. Mulheres que, sem dúvida, poderiam oferecer ao
Filho de Deus um palácio com todas as mordomias, ao invés de uma gruta úmida e fria; poderiam
oferecer um berço de ouro, ao invés de um cocho de animal como primeiro leito;
aquecedores de ar ao invés do respirar quente dos animais para aquecer o
recém-nascido.
Mulheres que
poderiam providenciar e determinar para que as primeiras visitas ao Filho de
Deus recém-nascido fossem os mais ricos e poderosos monarcas que existiam na terra naquele tempo,
ao invés de as primeiras visitas serem, como foram, pobres e humildes pastores,
descamizados e descalsos, sem ter um teto para pernoitar. Mas, a Divina Providência age
diferentemente dos pensamentos humanos.
Deus não quis
para o seu Filho um palácio, já que o mundo inteiro é seu.
O Senhor não
quis para o seu Filho um berço de ouro, já que tem a abóboda celeste para lhe
servir de suporte dos pés.
Deus não quis
para o seu Filho um aquecedor de ar para aquecê-lo, já que os ventos que sopram
dos quatro cantos do Universo obedecem as suas ordens, obedecem a sua voz.
Deus não quis
para visitar seu Filho pela primeira vez ricos monarcas e poderosos reis e nem
esnobes gentes da sociedade, porque ele é o Rei dos Reis, e todos os reinos do
mundo lhe pertence. Deus não quis para mãe de seu filho uma mulher rica,
poderosa, da sociedade, porque sabia que no coração dessas mulheres não havia
lugar para a Vida que deveria ser vivida pelos homens e para a Verdade que
seria transmitida a toda a humanidade, porque os corações das mulheres ricas
estariam encharcados e inchados das coisas da terra e não teriam espaços para
as coisas do céu.
Para ser a mãe
de seu Filho, o Senhor não procurou mulheres em palácios ou sociedades, mas
procurou a mais pobre, a mais humilde exatamente numa das mais pobres e humildes casas de Nazaré, na
Galiléia. Para a mãe de seu Filho, o Senhor não escolheu a mulher mais rica da
terra, mas aquela que estava mais familiarizada com as coisas do céu.
Deus não
escolheu uma mulher comprometida com a sociedade e com o mundo, com o coração
cheio das preocupações passageiras e apegado demais as coisas que perecem – mas
escolheu uma mulher com o coração desapegado, um coração pobre, um coração que
ele sabia, poderia não entender o que estivesse acontecendo mas que se
submeteria dócil e livremente a vontade de Deus, ainda que isso lhe custasse as
mais cruciantes dores.
E Jesus Cristo
foi exigente na escolha de sua mãe. Nós não escolhemos a mãe que temos, embora
agradecemos a Deus pelas mães que ele nos deu, mas o Senhor Jesus teve um
privilégio a mais que nós – ele teve o privilégio de poder escolher a sua mãe,
e nisso ele foi exigente, porque escolheu a mais bela, a mais pura, a mais
santa, a mais imaculada, a mais inviolável, e, além de tudo isso, a mais
humilde.
Maria foi
pobre em toda a extensão da palavra. Não só teve espírito de pobre, mas viveu a
pobreza materialmente com todas as suas consequências.
Ela se sentiu
um instrumento humilde e pobre para os planos do Providência. E foi exatamente
por isso que o Senhor a julgou apta para operar nela as suas maravilhas.
Poderia haver
algo de mais pobre do que uma Virgem para ser mãe? Deus opera as suas
maravilhas nos pobres, humildes e corações desapegados das coisas do mundo, e
Maria preencheu em tudo os desejos do Pai.
E por isso
pedimos – Maria, Mãe de Deus, Mãe da Igreja, nossa Mãe, dai-nos sermos pobres e
humildes e voltados somente para as coisas do Pai. Sede o espelho onde devemos
nos mirar para estarmos de acordo com a vontade do Pai.
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