domingo, 6 de maio de 2018

“NINGUÉM TEM MAIOR AMOR DO QUE AQUELE QUE DÁ A VIDA POR SEUS AMIGOS.” (João, 15, 13).

SEXTO DOMINGO DA PÁSCOA
Ano – B; Cor – Branco; Leituras: At 10,25-26.34-35.44-48; Sl 97; 1Jo 4,7-10; Jo 15,9-17.

“NINGUÉM TEM MAIOR AMOR DO QUE AQUELE QUE DÁ
A VIDA POR SEUS AMIGOS.”  (João, 15, 13).

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Diácono Milton Restivo

Ainda ressoa em nossos ouvidos a letra daquela música que marcou muito uma época da Igreja de Jesus Cristo, e ainda a ouvimos cantar em alguma comunidade saudosista, que, além de ser bonita, revela uma grande verdade:
·         “Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão...”
Essa é a maior prova de amor que possa existir em toda a eternidade: dar a própria vida para salvar a vida do irmão, a vida do amigo, a vida de quem se ama.
Alguém que se entrega, que morre para que muitos sejam salvos, muitos tenham vida:
·         “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10).
João, o Evangelista, o Apóstolo amado do Mestre, também é chamado de “Apóstolo do Amor”. 
Desde o Evangelho escrito por ele até as últimas palavras grafadas em suas cartas, não transpiram outra coisa senão o amor, o amor por Deus, o amor para os irmãos, o verdadeiro amor, e Jesus Cristo é esse amor tão cantado pelo Apóstolo João, e assim ele se expressa:
·         “Nisto conhecemos o amor: ele deu a sua vida por nós. E nós também devemos dar a nossa vida pelos irmãos. Se alguém, possuindo os bens deste mundo, vê o seu irmão na necessidade e lhe fecha o coração, como permanecerá nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com ações e em verdade, e diante dele tranquilizaremos o nosso coração.” (1Jo 3,16-19)
E continua João na sua carta:
·         “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor é de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conheceu a Deus, porque DEUS É AMOR. Nisto se manifestou o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho único ao mundo para que vivamos por ele. Nisso consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados. Caríssimos, se Deus assim nos amou, devemos nós também amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais contemplou a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor em nós é levado à perfeição... ...DEUS É AMOR: aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele.” (1Jo 4,7-12.16). 
É interessante a afirmativa de João quando diz:
·         “DEUS É AMOR”.
Isso nos deixa em uma saudável e gostosa dúvida: João quer dizer que Deus é amor ou que o amor é Deus? 
Mas, o que importa? 
Deus é amor e o amor é Deus, porque não existe Deus sem amor e muito menos amor sem Deus, pois que, quem ama, distribui Deus aos seus irmãos.              
Nessa sua colocação, em poucas palavras, João narra toda a história da redenção do gênero humano; Deus nos amou primeiro e amou-nos sem que merecêssemos esse tão grande amor.
O Pai amou-nos tanto que não hesitou enviar seu Filho único até nós para que não continuássemos perdidos pelas sendas do pecado.
Nada temos feito para entender o grande amor que Deus Pai tem por nós e, muito menos para merecer esse amor infinito. Deus nos ama, pura e simplesmente, porque é Deus, e “DEUS É AMOR...”.
O Filho único de Deus, que também é Deus, e a exemplo de Deus Pai, nos amou tanto que chegou ao extremo de nos dar a maior prova de amor: a sua própria vida pelas nossas vidas.
João aprendeu e assimilou muito bem o que o Divino Mestre, muito tempo antes, havia dito as mesmas coisas com outras palavras, e dava-nos o seu mandamento de amor:
·         “Este é o meu mandamento: amem-se uns aos outros como eu amei vocês. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vocês são meus amigos se praticarem o que lhes mando. [...] Isto lhes mando: amem-se uns aos outros.” (Jo 15,12-14.17);
·         “Dou para vocês um mandamento novo: que vocês se amem uns aos outros. Como eu amei vocês, amem-se também uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que vocês são meus discípulos, se tiverem amor uns pelos outros.” (Jo 13,34-35).         
Paulo, na carta aos Romanos, assim demonstra o amor de Deus por nós:
·         “E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Foi, com efeito, quando ainda éramos fracos que Cristo, no tempo marcado, morreu pelos ímpios. - Dificilmente alguém dá a vida por um justo; por um homem de bem talvez haja alguém que se disponha a morrer. - Mas Deus demonstra o seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores. Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Pois de quando éramos inimigos fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais agora, uma vez reconciliados, seremos salvos por sua vida. E não é só. Mas nós nos gloriamos em Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem desde agora recebemos a reconciliação.” (Rm 5,5-11).         
·         “Como eu amei vocês, amem-se também uns aos outros” (Jo 13,34), diz Jesus.    
E como Jesus nos amou? Ainda temos dúvidas a respeito? Jesus amou os publicanos, os considerados pecadores públicos e ainda, escolheu um deles para ser seu Apostolo, Mateus.
E não somente amou os publicanos, considerados pecadores públicos, como fez deles um exemplo de humildade, oração sincera e arrependimento quando narra a parábola do fariseu e do publicano (Lc 18,9-14). 
De Zaqueu, chefe dos publicanos, também publicano e odiado pelo povo, Jesus se faz amigo, toma refeição com ele em sua casa e lhe diz:
·         “Hoje a salvação entrou nesta casa...” (Lc 19,1-10).
E, quanto a Mateus, o convida para seguí-lo, fazendo dele um de seus doze apóstolos (Lc 5,27-28)  Mt 9,9ss).
Jesus amou o jovem rico que, apesar de tê-lo convidado para seguí-lo, preferiu ficar com suas riquezas e os prazeres do mundo (Mt 19,16-26).
Jesus amou e perdoou a pecadora pública (Lc 7,36-50). 
Jesus amou e tomou refeição com os considerados pelo povo como pecadores (Lc 5,29-32). 
Jesus amou e perdoou a mulher apanhada em flagrante adultério (Jo 8,1-11). 
Jesus amou e incentivou o amor aos inimigos (Lc 6,27-35), conviveu com os inimigos (Jo 3,1-21; 4,1-42), e, mais do que isso, perdoou os inimigos que o haviam pregado em uma cruz:
·         “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem”. (Lc 23,34).
Jesus amou e perdoou o ladrão arrependido e, mais do que isso, o recebeu em seu reino (Lc 23,39-43).
Amar como Jesus amou implica em amar sem distinção de raça, credo, cor, posição social, atitudes que, à primeira vista, vão de encontro à concepção moral ou de educação.
Amar como Jesus amou implica em amar quem agrada ou desagrada.
Amar como Jesus amou implica em perdoar a quem ofende, machuca e prega na cruz.
O Senhor Jesus aceitou e amou a todos os que o assediavam como eles eram, bons ou maus.
Muitos o seguiam por amor e convicção.
Outros para que suas doenças fossem curadas e os problemas resolvidos.
Mas, existiam também aqueles que se julgavam santos, sábios e doutores da lei de Deus, e não deixavam Jesus em paz, sempre atentos para observar se Jesus cometesse alguma falha, falasse alguma coisa contra a lei de Moisés que fora ditada pelo Senhor para poder recriminá-lo, prendê-lo e tirá-lo do meio da multidão.
E esses pseudos doutores da lei, também conhecidos por escribas e ou fariseus, não perdiam oportunidade de tentar Jesus e fazer-lhe perguntas capciosas para ver se ele caísse em alguma contradição.          
Estando, certa vez, Jesus a ensinar, um fariseu,
·         “... a fim de pô-lo à prova, perguntou-lhe; “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei”?” (Mt 22,35-36).
Jesus, com certeza, sabia que estava sendo tentado pelo fariseu, mas não se perturbou; manteve a sua calma e olhou profundamente nos olhos daquele homem que, por se autodenominar um “doutor da lei”, sem sombra de dúvida sabia qual era e é o maior mandamento da Lei de Deus, e
·         respondeu: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento.” (Mt 22,36-38).
Esse mandamento os escribas e fariseus já sabiam que era o maior de todos, mas Jesus, na sua ânsia de ensinar as verdades eternas e converter os corações de pedra, não para por ai; Jesus aproveita a oportunidade para dilatar essa mandamento, para mostrar aos homens que o amor que se dedica a Deus não tem muito ou valor algum se esse amor não atingir a todos os irmãos, e Jesus continua: 
·         “O segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mt 22,39-40).
E arremata, dizendo:
·         “Não existe outro mandamento maior do que estes.” (Mc 12,31).
Um dos escribas certamente ficou admirado com a resposta de Jesus e, talvez, mesmo contra a sua vontade, para não dar o braço a torcer e concordar com Jesus, ou, quem sabe, até inspirado pelo Espírito Santo, que sopra onde quer e como quer, disse a Jesus:
·         “Muito bem, Mestre, tens razão de dizer que ele é o único e não existe outro além dele, e amá-lo de todo o coração, de toda a inteligência e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.” (Mc 12,32-33).
Aquele homem, que não era um seguidor de Jesus, teve de se curvar ante a infinita sabedoria do Mestre e reconhecer que, se o homem não amar a Deus através de seu irmão, o seu amor não tem o mínimo valor e:
·         “Jesus, vendo que ele respondera com inteligência, disse-lhe: Tu não estás longe do Reino de Deus”. (Mc 12,34).
E nós, cristãos, seguidores de Jesus Cristo, entendemos o maior dos mandamentos:
·         O Senhor Nosso Deus é o único Senhor, e amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, e com toda a tua força.”? (Mc 12,29-30).
Se entendermos e o colocamos em prática, ele não teria valor se ignorássemos o segundo que é, como disse o Mestre:
·         O segundo é este: Amarás  o teu próximo como a ti mesmo.” (Mc 12,31).
Você amaria alguém como você se ama a si próprio? E como você se ama?
É claro e lógico que, para você, você só quer o que há de melhor.
E o Mestre diz:
·         “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. E ele não para por ai, vai mais além: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos.” (Jo 15,13).
Quer ser amigo do Mestre?      É fácil, faça o que ele diz:
·         “Vocês são meus amigos, se praticarem o que lhes mando.” (Jo 15,14).
A respeito do amor, Paulo Apostolo escreve o mais lindo poema falando do amor:
·         “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse o amor, seria como sino ruidoso ou como címbalo estridente. Ainda que eu tivesse o dom da profecia. o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria. O amor é paciente, o amor é compreensivo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. O amor nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita,não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá... Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor”. (1Cor 13,1-8.13). 

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