NOSSA SENHORA
DAS MERCÊS
“Nobre
senhora, és poderosa do filho sobre o coração; por ti quem ora, confiante dele
consegue a salvação”. “... Na Prisão e te fomos visitar”
(cf Mt 25,39).
Os Apóstolos
ouviram a explanação de Jesus, sobre o Juízo Final, e por certo nunca mais
esqueceram. A começar pelo mestre, em seguida os apóstolos, discípulos e tantos
outros que experimentaram a privação da liberdade por causa do evangelho.
Todos os
sofrimentos físicos e morais do cativeiro, deixavam sequelas graves naqueles
que tinham, a desgraça de cair nas mãos dos inimigos. Sempre, e em todos os
momentos da história da humanidade, encontramos a úlcera dolorosa dos
cativeiros de cunho religioso, politíco, e até mesmo de ideais.
O homem pode
encarcerar o corpo físico, porém nunca os pensamentos, os ideais, as convicções
politícas e religiosas, estes permanecem livres de todo e qualquer tipo de
algemas. As incontáveis guerras entre Mouros e Cristãos na Península Ibérica, a
partir do ano de 711, foram, sem dúvida o placo dos cativeiros.
O fanatismo e
a intransigênca religiosa proporcionaram sofrimentos aos cativos de ambas
partes. Surgiram a partir do século XII o movimento das Cruzadas como um
esforço coletivo, para defesa da Lei de Cristo. Foi neste período que surgiram
as irmandades e confrarias estabelecidas, com a finalidade de arrecadar fundos
para libertar os cativos.
Foi neste
período que o jovem frânces Pedro Nolasco, estabelecendo-se em Barcelona
uniu-se a alguns jovens de fé firme e corações generosos, cujos propósitos
seriam; negociar a libertação dos cativos em poder dos Mouros.
Cada jovem,
associado colocaria seus próprios bens a serviço da causa dos encarcerados e
solicitariam dos fiéis e das Igrejas uma oferta anual; “A esmola dos
cativos.” “A Inspiração de Maria” Pedro Nolasco recebeu do céu, através de
Maria Santíssima, o que ele mesmo considerou, e depois dele, toda a sua ordem,
como a verdadeira revelação do futuro de sua Fraternidade.
Era noite de
1º a 2 de agosto de 1218, estando em oração Pedro Nolasco
viu claro que sua associação redentora necessitava do respaldo público e solene
Rei Jaime I. Nesta mesma noite Pedro Nolasco ouviu da Ssma. Virgem: “Deus
deseja que se estabeleça uma congregação religiosa para o resgate dos cativos.”
Pedro Nolasco
foi no dia seguinte ao encontro de seu confessor Pe. Raimundo de Penaforte, que
lhe contou ter tido a mesma revelação na noite anterior. Ambos ainda atonitos
foram ao Rei Dom Jaime I de Aragão pedir apoio, e ouviram com assombro a mesma
revelação de que o Rei tivera na noite anterior da Virgem Maria.
Foram ao Papa,
e dele obtiveram a benção, certos de que esta era a vontade de Deus deram
ínicio a obra. Dom Jaime I mandou construir o convento, enquanto Pe. Raimundo
Penaforte elaborava os estatutos, Pedro Nolasco foi o primeiro comandante geral
da mílica.
Era o dia 24
de Setembro quando Pedro Nolasco e os companheiros professaram votos solenes,
assim estava fundada a Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da
Redenção dos Cativos, fizeram dos votos de pobreza, obediência e castidade,
além de tornar-se esravos, se fosse necessário, para salvar os prisioneiros.
Hoje são
outras as escravidões: consumismo, comodismo, individualismo, desemprego,
vícios, fome, violência, insegurança, desagregação familiar etc.
São
comemorados também nesta data: São Germaro, São Geraldo de Csanad e São Pacífico,
Santo Anatólio de Milão (bispo), Santos Andóquio, Tirso e Félix (mártires de
Saulieu), Santo Antonio de Lião (mártir), São Geraldo de Csanad (bispo e
mártir).
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