A MISSÃO DA ESTRELA DE BELÉM É A MESMA DO CRISTÃO
A sua segunda
manifestação, de maneira não menos maravilhosa, se deu tendo uma estrela
servindo de guia aos magos que vieram de regiões longínquas e, desta feita, o
Senhor se manifesta ao mundo todo nas pessoas dos magos que eram estrangeiros,
vieram de longe, do oriente, de outras nações.
Em todos esses
fatos que se seguiram ao nascimento do Senhor Jesus muitas coisas nos chamam a
atenção: a cidade de Belém cheia de pessoas e não sendo possível a José e Maria
encontrarem lugar para eles em pensões, hotéis, hospedarias ou mesmo em casas
particulares, se vendo obrigados de se recolherem num abrigo de animais (Lc 2,7);
os pastores que cuidavam de seus rebanhos ali nas proximidades; os Anjos que
anunciam aos pastores o nascimento do Senhor (Lc 2,8-15); os magos que vem de
longe, do oriente, para adorarem o “recém-nascido Rei dos Judeus” (Mt 2,1, 12).
Mas, outras coisas
nos passam desapercebidas e até julgamos
que servem apenas para enfeitar a narrativa dos Evangelistas e, na
maioria das vezes, não nos preocupamos em parar e refletir os seus verdadeiros
significados.
Na passagem,
por exemplo, dos magos do Oriente que vieram adorar o Menino Deus, nos
deparamos com uma estrela: “...nós vimos
a sua estrela no oriente...” (Mt 2,2), e essa estrela para nós, à primeira
vista, não passa de uma coisa romântica e poética, que serve apenas para deixar
a narrativa mais bonita, mais emocionante.
Os magos
deixaram a sua terra, saíram de seus países porque viram uma estrela diferente
que lhes chamou a atenção e, através de seus estudos sabiam que aquela estrela
indicava que a Boa Nova prometida aos homens em todo o Antigo Testamento e
desde a criação do mundo havia chegado, e a estrela, luzindo no firmamento, os
convidava para irem ao seu encontro.
E eles partiram
de onde estavam à busca dessa Boa Nova.
A estrela de
Belém tem um papel preponderante no contexto evangélico. Mateus cita essa
estrela até o encontro dos magos com o Menino e não mais se referencia a ela na
volta dos magos para as suas pátrias.
Quando
encontram o Menino com sua mãe a estrela simplesmente desaparece porque já
havia cumprido a sua missão: a de levar até Jesus Cristo homens sedentos da
verdade, ansiosos da Boa Nova e com os corações cheios de fé e, depois desse
encontro, preocupados em mudar de vida e de mentalidade. Essa estrela é o
símbolo do cristão autêntico.
A estrela,
simplesmente, trouxe os magos até onde estava Jesus. Essa foi a sua função.
Os cristãos tem
por função fundamental a de levar todos os homens até onde está Jesus e
apresentá-los a ele, e depois... sair de cena...
Essa é a função
do cristão. A estrela brilhou na escuridão e se destacou dentre todas as demais
que haviam no céu e jamais se perdeu em qualquer constelação mas sempre se
manteve em evidência para que os magos não a perdessem de vista em hipótese
alguma.
Assim também
deve ser o cristão: brilhar na escuridão do mundo e ser refratário ao pecado,
sem se contaminar; se destacar entre todos os homens porque o cristão é alguém
diferente, é alguém escolhido para viver uma vida nova, única e diferente.
O cristão não
pode deixar se perder no emaranhado das idéias errôneas e doutrinas falsas que
tentam levar os homens para caminhos diferentes daqueles que conduzem até
Belém, onde está Jesus. O cristão, como a estrela de Belém, deve sempre se
manter em evidência, viver uma vida diferente daquela que os homens do mundo
levam ; uma vida de testemunho de quem acredita que aquele que nasceu num
curral de animais é verdadeiramente “o Cordeiro de Deus” (Jo 1,36), o Filho de
Deus “que se fez homem para que todos os homens se tornassem filhos de Deus.”
O cristão, como
a estrela de Belém, não é um anônimo no meio da multidão, mas alguém que brilha
na escuridão para indicar a todos os homens de boa vontade o caminho que leva
até Jesus Cristo. O cristão, como a estrela de Belém, tem a função de levar
todos os homens a adorarem Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem,
nascido de uma virgem por obra do Espírito Santo (Lc 1,31).
O brilho do
cristão deve ser o seu modo de vida porque é vivendo como verdadeiros
seguidores de Jesus Cristo que se
destaca no meio de todos os homens e, através desse brilho que vem do alto
todos os homens possam vê-lo e identificá-lo no meio da multidão e da escuridão
do mundo, e possam seguí-lo pelo “Caminho, verdade e vida” (Jo 14, 6)
que é Jesus Cristo.
Os magos, ao
adorarem o Menino Deus, fizeram ver ao mundo que a estrela havia cumprido a sua missão e, a partir
daquele momento desaparecido de cena.
O cristão, como
a estrela de Belém, depois de conduzir todos à presença do Divino Mestre, deve
também sair de cena para que somente apareça Jesus Cristo e somente Jesus
Cristo seja colocado em evidência na vida de todos os homens, como fez João
Batista ao apontar a dois de seus discípulos Jesus que passava: “No outro dia João lá estava novamente com
dois de seus discípulos e, vendo Jesus que ia passando, disse: Eis o Cordeiro
de Deus. Ouvindo as suas palavras, os
dois discípulos seguiram Jesus.” (Jo 1,35-36).
Os dois
discípulos, apresentados a Jesus por João, seguiram Jesus e, a partir daí, João
Batista saiu de cena, como aconteceu com a estrela de Belém e como deve ser
todos os cristãos autênticos...
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