sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O SANTÍSSIMO NOME DE JESUS


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 “Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o Nome que está acima de todos os nomes, para que ao Nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.” (Fil 2, 9-11).
A Igreja celebra em 3 janeiro, de acordo como “ Diretório da Liturgia” da CNBB, a festa do Santíssimo Nome de Jesus; porque oito dias depois de seu nascimento, o Natal, São José o circuncidou e lhe colocou o nome de Jesus, conforme o Anjo tinha dito à Virgem Maria: “O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. (Lc 1, 30-31).

E assim foi cumprido conforme a Lei de Moisés: “Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o Nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno”. (Lc 2, 21).
O nome de Jesus foi dado pelo céu; tanto assim que o Arcanjo Gabriel o confirma em sonho a José: “Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. (Mt 1, 20-21).
Cabia ao pai dar o nome para o filho no costume judaico. E o Anjo deixou bem claro a José a razão deste nome: “porque ele salvará o seu povo de seus pecados”. A palavra Jesus em Hebraico quer dizer “Deus Salva” ou Salvador. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo tempo sua identidade e missão. Uma vez que “só Deus pode perdoar os pecados” (Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, “salvará seu povo dos pecados” (Mt 1,21).
Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens. “O Filho do Homem tem poder de perdoar pecados na terra” (Mc 2, 10). Ele pode dizer ao pecador: “Teus pecados estão perdoados” (Mc 2,5). E ele transmite esse poder aos homens – os Apóstolos – (Jo 20,21-23) para que o exerçam em seu Nome.
A Ressurreição de Jesus glorifica o nome do Deus Salvador, pois a partir de agora é o nome de Jesus que manifesta em plenitude o poder supremo do “nome acima de todo nome”. Os espíritos maus temem seu nome, e é em nome dele que os discípulos de Jesus operam milagres, pois tudo o que pedem ao Pai em seu nome o Pai lhes concede.
É no nome de Jesus que os enfermos são curados, é em seu nome que os mortos ressuscitam, os coxos andam, os surdos ouvem, os leprosos ficam curados…
Esse nome bendito tem poder! Por ser o pecado sempre uma ofensa feita a Deus, só ele pode perdoá-lo. Por isso Israel, tomando consciência cada vez mais clara da universalidade do pecado, não pode  mais procurar a salvação a não ser na invocação do Nome do Deus Redentor. E este nome é Jesus. 
É pelo Nome de Jesus que os Apóstolos operam maravilhas, pois Ele lhes tinha dito: “Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu Nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados.” (Mc 16,17-18).
Portanto, o Nome Santo de Jesus tem poder e deve ser invocado com respeito, veneração e fé. Após o milagre do aleijado na porta do Templo, os fariseus e doutores da lei quiseram impedir os Apóstolos de pregar em Nome de Jesus: “Todavia, para que esta notícia não se divulgue mais entre o povo, proibamos com ameaças, que no futuro falem a alguém nesse Nome. Chamaram-nos e ordenaram-lhes que absolutamente não falassem nem ensinassem em nome de Jesus.” (At 4, 17-18).
Mas eles se negam a deixar de pronunciar este santo Nome, porque sabem que não há salvação em  nenhum outro: “Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos. (At 4, 11-12).
O nome de Jesus significa também que o próprio nome de Deus está presente na Pessoa de seu Filho feito homem para a redenção universal e definitiva dos pecados. É o único Nome divino que traz a salvação e a partir de agora pode ser invocado por todos, pois se uniu a todos os homens pela Encarnação.
O nome do Deus Salvador era invocado uma só vez por ano pelo sumo sacerdote para a expiação dos pecados de Israel, depois de ele aspergir o propiciatório do Santo dos Santos com o sangue do sacrifício.
O propiciatório era o lugar da presença de Deus. Quando São Paulo diz de Jesus que “Deus o destinou como instrumento de propiciação, por seu próprio Sangue” (Rm 3,25), quer afirmar que na humanidade deste último “era Deus que em Cristo reconciliava consigo o mundo” (2Cor 5,19).
O Nome de Jesus está  no cerne da oração cristã. Todas as orações litúrgicas são concluídas pela fórmula “por Nosso Senhor Jesus Cristo…”. A “Ave-Maria” culmina no “e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”.  
O nome de Jesus está no centro da Ave-Maria; o Rosário é centrado no Nome de Jesus, por isso tem poder. A oração oriental denominada “oração a Jesus” diz: “Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tem piedade de mim, pecador”.
Numerosos cristãos, como Sta. Joana d’Arc, morrem tendo nos lábios apenas o nome de Jesus. Que nós possamos também hoje e sempre pronunciar com fé e devoção este nome doce e santo que tem poder, como aquele ceguinho de Jericó que clamou com fé e ficou curado: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” (Prof. Felipe Aquino).
São comemorados também neste dia: Santo Antero (papa), Santa Genoveva, Santa Bertila de Marolle (viúva), São Florêncio de Viena (bispo e mártir).

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