A ORAÇÃO QUE O SENHOR
NOS ENSINOU... (Mt,
6, 9.)
PAI... um mundo tão grande em três letras
apenas. O tesouro de um Pai. A graça de um Pai. Devemos agradecer emocionados e
felizes tudo o que um pai representa na vida da gente. PAI NOSSO... não apenas meu... não apenas seu... Pai meu e Pai seu;
Pai do rico e Pai do pobre; Pai do bom e Pai do mau: Pai do branco e Pai do
preto; Pai do livre e Pai do encarcerado...
Pai de todos os homens de todas as nacionalidades, ideologias e
religiões. Deus é Pai de todos. É Pai
Universal que nos ama infinitamente e deseja a nossa felicidade e realização, a
nossa plenitude... Enviou seu Filho para
nos redimir. Deixou-nos os ensinamentos das Sagradas Escrituras para nos
abastecer, orientar e santificar. Somos
filhos do Pai, filhos de Deus, e, portanto, filhos do Rei e herdeiros dos céus.
PAI
NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS...
que está nos céus, está na terra, está nos corações, está em nossas vidas, está
em todas as partes. O nosso Pai é Onipotente e Onipresente. Quem vive está com
Deus, sempre, em todos os momentos, na dor, na alegria, na vivência da
fraternidade, especialmente do amor. Onde existe amor, Deus aí está, porque
"Deus é amor." (Jo 4,8).
SANTIFICADO
SEJA O TEU NOME...
Seja santificado por mim, por você, por todos os homens, por todas as
criaturas, por toda a natureza. Santificado e adorado seja agora e para sempre
o Santo Nome do Senhor. Santificado seja o teu Nome através do dom da vida, do
apostolado que realizamos, do nosso testemunho de vida cristã, da nossa
caridade vivida no dia-a-dia.
VENHA
O TEU REINO... reino
de paz, de alegria, de justiça, de concórdia, de amor. Reino que acontece no
silêncio dos corações dos homens de boa vontade, homens e mulheres, não pela
força das armas, da violência, da coação e da opressão. Reino invisível, reino
eterno, reino libertador, reino espiritual. Reino que Jesus veio trazer para
todos nós, o reino de amor, reino de união, reino de confraternização. Venha o
teu reino que deverá ser participado por todos os homens e mulheres de boa
vontade.
SEJA
FEITA A TUA VONTADE... e a vontade do Pai é que todos os homens
sejam seus filhos e filhos felizes. Que
todos os seus filhos se amem uns aos outros, assim como o próprio Jesus amou e
ensinou a todos se amarem. A vontade do Pai é que não haja mais desavenças,
brigas, ódios, guerras, roubos, mortes, violências, acidentes, abortos,
desuniões, infidelidades... Mas, infelizmente, não cumprimos a vontade do Pai
e, bem por isso, existem tantas infidelidades, desuniões, ódios... Humanos e egoístas que somos, buscamos fazer,
quase sempre, a nossa vontade, negligenciando a vontade do Pai, tentando
adaptar a vontade divina à nossa vontade. Nas horas fáceis, é fácil dizer:
"Seja feita a tua vontade...", mas, nos momentos ásperos da vida, nas
horas da provação, do sofrimento maior, custa-nos muito aceitar a vontade do Pai. O céu desce até nós quando
construímos ambientes de paz de harmonia, de amizade, de amor, de compreensão.
O céu se afasta de nós e o inferno se instala em nosso meio quando campeiam o
ódio, a inveja, a infidelidade, a injustiça, o ciúme, a inimizade, o rancor, a
desavença, o desrespeito, o ressentimento, a falta de perdão, a impaciência, o
desamor... Porque nos odiamos e nos infernizamos se temos tão pouco tempo para
nos amar e nos querermos bem? E Jesus, na agonia que antecedeu a sua paixão e
morte, já sabendo qual seria o seu fim,
naquela angústia em que até a alma fica aterrorizada diante da possibilidade da
morte, como ele mesmo disse: "Minha alma está triste até a
morte." (Mt 26,38), não fugiu do destino que Deus Pai lhe havia
determinado e faz uma súplica angustiante, entregando tudo de acordo com a
vontade do Pai: "Meu Pai, se é
possível, que passe de mim este cálice; contudo não seja como eu quero, mas
como tu queres." (Mt 26,39.42). Jesus se entregou à morte, e morte de
cruz para obedecer e fazer cumprir a vontade do Pai. Exemplo que Jesus nos
deixa é que a vontade do Pai está sobre e acima até de nossa própria vida.
Maria, a escolhida por Deus para ser a mãe de seu Filho, também aceita sem
reservas a vontade do Pai, e afirma:
"Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra."
(Lc 1,38).
NA
TERRA COMO NO CÉU... na terra, onde o Pai, depois de ter criado
todas as coisas, depois de ter criado o homem e a mulher e "Deus viu o que tinha feito, e era muito bom." (Gn
1,31), onde deveria imperar a vontade do Pai,
vem o demônio, personificado numa serpente, e destroi tudo de bom que o
Senhor havia feito, (Gn 3,1-24). Mas o Senhor
quis e quer que a sua vontade seja feita na terra e por isso nos mandou
seu Filho Jesus, sendo que "...todos
os que o receberam deu o poder de se
tornarem filhos de Deus... (Jo
1,12). E hoje, cabe a cada um de nós, que nos dizemos cristãos, fazer com que a
vontade de Deus seja feita aqui na terra, porque, no céu, os Anjos não se
cansam de cantar os seus louvores, e não cessam de o louvar e o adorar.
O
PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE... e qual seria esse pão? É o próprio Jesus quem
nos responde: "Em verdade, em
verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu, mas é meu Pai que
vos dá o verdadeiro pão do céu; porque o pão de Deus é aquele que desce dos
céus e dá vida ao mundo." (Jo 6,32-33), e completa: "Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome, e o que crê em mim
nunca mais terá sede." (Jo 6,35). Jesus se auto afirma "o pão
espiritual" para as nossas almas, para o nosso espírito; é o pão que Deus
Pai nos manda do céu para que não tenhamos mais fome e nem sede das coisas do Pai. Mas, também
precisamos do pão material da mesma forma que precisamos do pão dos valores
eternos. O pão de trigo, sem bromato. O
pão da verdade, sem mentiras. O pão da fidelidade, sem traições. O pão da
justiça, sem injustiças. O pão da liberdade, sem opressão. O pão do amor, sem
ódio. O pão da união, sem abandono. O pão da luz, sem trevas. O pão da alegria,
sem tristezas. O pão da fé, sem dúvidas. O pão do perdão, sem mágoas. Esse pão
que devemos repartir com os nossos irmãos. O pão que sobra na mesa dos ricos e
faz falta na mesa dos pobres. O pão que os egoístas querem só para si enquanto
centenas e milhares morrem à mingua por falta do pão de trigo, do pão da
justiça, do pão da liberdade. O pão da amabilidade que revela nobreza de
coração e respeito à individualidade do outro. O pão vindo do céu, que é o
Senhor Jesus, que alimenta nossos ideais de apostolado cristão. O pão da
solidariedade de quem reparte tempo, atenção, alegria e jovialidade com seus
irmãos. O pão da fé e da esperança num mundo descrente, confuso, desencantado, materialista
e pagão. O pão da justiça e do respeito aos direitos humanos, numa sociedade de
opressores e oprimidos, nesse século que
nós, cristãos, desejamos cristianizar e converter o mundo para Deus.
E
PERDOA AS NOSSAS DÍVIDAS...
Ah! Senhor Deus, perdoa a nossa mediocridade, a nossa falta de idealismo, o
nosso cansaço, as nossas rebeldias, as nossas críticas precipitadas, a nossa
violência, as nossas omissões e comodismo, a nossa fé nem sempre adulta, a
nossa fragilidade, a nossa impaciência em aceitar as limitações próprias e as limitações dos nossos irmãos; perdoa,
Senhor, as nossas dívidas, que temos
convosco e com os nossos irmãos...
COMO
TAMBÉM NÓS PERDOAMOS OS NOSSOS DEVEDORES... Perdoa, oh! Pai, as nossas dívidas, as nossas
ofensas, que são tantas, mas ensina-nos, também, a perdoarmos os que nos
ofendem, porque, o seu perdão, Pai, só o
recebemos na medida em que sabemos perdoar a quem nos tem ofendido. Sabemos,
Pai, que se não soubermos perdoar, também não seremos perdoados pelo Senhor. Se
guardarmos ódio contra os irmãos no coração, não receberemos o perdão do Pai.
Se guardarmos mágoa contra qualquer irmão,
somos indignos de repetir a oração do Pai Nosso que Jesus nos ensinou.
Se quisermos repetir a oração do Pai Nosso, é indispensável que antes tenhamos
perdoado a todos os que nos tem ofendido, indistintamente. Magoamos e somos
magoados a cada passo. Decepcionamos os nossos irmãos, e somos decepcionados
por eles. Não amamos como deveríamos e nem somos amados como gostaríamos.
Ferimos tantas, vezes, e até sem querer... Somos feridos muitas vezes. até sem
merecer... Nem sempre é fácil perdoar injustiças e maldades, ofensas e
incompreensões, desamores e infidelidades... A ingratidão dói, a indelicadeza
nos desalenta. Perdoar exige heroísmo, muitas vezes. Especialmente quando fomos
magoados pelas pessoas que amamos. Mas o Pai nos perdoa na medida em que
perdoarmos a quem nos tem ofendido, porque, assim nos disse Jesus: "Não julgueis para não serdes
julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida
com que medis, sereis medidos"... (Mt 7,1-2).
E
NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO...
à tentação do mais fácil, do mais cômodo. À tentação da vanglória e da
inimizade. Na tentação de seguir os nossos caprichos e leviandades. Na tentação
de abandonarmos o seu Reino e buscarmos o nosso próprio reino, o reino do
mundo, vulgar, mesquinho, egoísta. Na tentação de vivermos uma fé sem obras, de
uma religião desencarnada da verdade e da realidade. A tentação de quem prega
Jesus Cristo mas desconhece as Sagradas Escrituras, os Santos Evangelhos. A
tentação de quem fala em paz e só promove intrigas; de quem prega a justiça e só pratica a
injustiça; que quem diz que vive o amor e semeia o desamor, o ódio, a
desconfiança. Não nos exponha à tentação de abandonar a doutrina pregada e vivida por Jesus Cristo. Não nos
exponha à tentação de virarmos as costas para os nossos irmãos necessitados,
tanto material como espiritualmente. Não nos exponha à tentação de querermos
tudo para nós e não repartirmos nada cos os outros....
MAS
LIVRA-NOS DO MAL...
livra-nos do mal da auto-suficiência, da vaidade, do orgulho, da presunção, da
prepotência. Alguém já disse que "os
maus não são bons porque os bons não são melhores." Todos necessitamos
de conversão. Continuamos recitando muitos Pais Nossos de mentirinha. Os nossos
lábios falam e recitam a prece mas o nosso coração e a nossa vivência cristã
desmentem o que os lábios dizem.
AMÉM... Pai, dá-nos a vossa redenção. Ajuda-nos a vivenciar e não
apenas recitar essa magnífica prece que o próprio Senhor Jesus nos
ensinou. Pai, aceita e recebe a nossa
boa vontade, o nosso desejo de acertar e crescer no seu amor. Queremos ser
instrumentos de seu amor num reino a construir hoje e sempre...
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