SANTA MARGARIDA - 275-290
Margarida nasceu no ano 275, na
Antioquia de Pisidia, uma florescente cidade da Ásia Menor.
Órfã de mãe desde pequena e filha de
um sacerdote pagão e idólatra, Margarida tinha tudo para jamais aproximar-se de
Deus, se "algo" não acontecesse. E algo divino aconteceu: o pai
acabou confiando sua educação a uma ama extremamente católica e a vida de Margarida
enveredou por outro caminho. Caminho que a levaria à santidade.
Cresceu inteligente e muito dedicada
às coisas do espírito. Mas o pai começou a perceber que ela não ia aos cultos
ou mesmo ao templo para participar dos sacrifícios aos deuses. Sem suspeitar
que, à noite, ela participava de cultos cristãos.
Como não podia sequer imaginar tal
fato, alguém tratou de abrir seus olhos. Foi aí que começou o suplício de
Margarida. Ele exigiu que ela abandonasse o cristianismo. Como ela se recusou,
primeiro impôs-lhe um severo castigo, mandando a jovem para o campo, trabalhar
ao lado dos escravos.
Depois, como nem a força fazia a filha
mudar de idéia, entregou-a ao prefeito local para que fosse julgada pelo
"crime de ser cristã".
O martírio da jovem Margarida foi tão
terrível e de resultados tão fantásticos que se tornou uma das paginas da
tradição cristã mais transmitida através dos séculos. Justamente por ter sido
tão cruel, o povo apegou-se de tal forma ao sofrimento da jovem que à sua
narrativa acrescentaram-se fatos lendários.
O certo foi que primeiro ela foi
levada à presença do juiz e prefeito e, diante dele, negou-se a abandonar a fé
cristã. Foram horas de pressão e tortura psicológica que, por fim, viraram
tortura física. Margarida foi açoitada, depois teve o corpo colocado sobre uma
trave e rasgado com ganchos de ferro. Dizem que a população e até mesmo os
carrascos protestaram contra a pena decretada.
No dia seguinte, ela apareceu, sem o
menor sinal de sofrimento, na frente do governante, que. irado com o estranho
fato, determinou que ela fosse assada viva sobre chapas quentes. Novamente, a
comoção tomou conta de todos, pois nem assim a jovem morria ou demonstrava
sofrer.
Diz a tradição que Margarida teria
sido visitada no cárcere pelo satanás, em forma de um dragão que a engoliu. Mas
Margarida conseguiu sair do seu ventre, firmando contra ele o crucifixo que
trazia nas mãos. Ela foi, então, jogada nas águas de um rio gelado.
Quando saiu de lá viva, com as
correntes arrebentadas e sem sinal das torturas aplicadas, muita gente
ajoelhou-se, converteu-se e até se ofereceu para morrer no lugar dela. Mas o
prefeito enfurecido mandou que a decapitassem. Ela morreu no dia 20 de julho de
290, com a idade de quinze anos.
O seu corpo foi recolhido e levado
para um lugar seguro, onde foi enterrado pelos cristãos convertidos, passando a
ser venerada em todo o Oriente. No século X, foi trasladado para a Itália e
desde então seu culto se difundiu também em todo o Ocidente. De tal modo, que
santa Margarida foi incluída entre os "quatorze santos auxiliadores",
aos quais o povo cristão recorre pela intercessão nos momentos mais difíceis.
Santa Margarida é solicitada para proteger as grávidas nos partos complicados.
São comemorados também, neste dia:
Santo Aurélio de Cartago (bispo), São Elias (profeta bíblico do Antigo
Testamento), São Apolinário, Santa
Severa, São Paulo da Espanha, Santa Etelvina (viúva), Santo Aurélio.