21 DE
JULHO
IRMÃ
DOLORES BALDI - 1910-1999 - PRIMEIRA MISSIONÁRIA DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS
PAULINAS - FUNDADORA DAS IRMÃS PAULINAS NO BRASIL
Ser missionária
era seu sonho. E este sonho ela o realizou no Brasil. Em outubro de 1931,
deixou a Itália e veio viver a aventura missionária em nosso país. Quero
falar-lhes de irmã Dolores Baldi, primeira missionária da Congregação das Irmãs
Paulinas. Ela não era, nem é ainda, muito conhecida, contudo foi o instrumento
dócil e forte nas mãos de Deus e a mola propulsora que fez acontecer, no
Brasil, a instituição e todas as obras das Irmãs Paulinas.
A Congregação
das Irmãs Paulinas foi fundada pelo padre Tiago Alberione com a colaboração de
irmã Tecla Merlo, em 1915, na Itália, e teve, no Brasil, sua primeira expansão
no exterior. E irmã Dolores Baldi foi a escolhida para iniciá-la. Quem foi irmã
Dolores Baldi?
Ela mesma nos
conta sua história: "Não conheci minha mãe. Ela morreu dois meses depois
de me haver dado a luz. Fui confiada aos cuidados de uma ama, que me amamentou,
de meu pai e de minha irmã mais velha, então com quinze anos. Éramos cinco
irmãos: três mulheres e dois homens. Cresci num ambiente familiar unido,
cristão, sereno e alegre. Aos doze anos, porém, após breve tempo de doença, meu
pai faleceu e, logo depois, minha irmã, vítima de uma epidemia. E como minha
outra irmã já havia se casado coube a mim os deveres de uma dona-de-casa:
comprar, vender e cuidar de meus dois irmãos.
Aos quatorze anos, comecei a
sentir o desejo de ser missionária, para dedicar-me à catequese. Aos dezessete
anos, esse apelo se tornou mais forte. Falei com meu pároco e ele me aconselhou
a pensar melhor e entregar o meu futuro nas mãos de Deus. Ele saberia abrir-me
o caminho missionário. Com o casamento de meu irmão, pensei que estivesse
livre, mas com a morte prematura de minha cunhada tive de cuidar de meus dois
sobrinhos pequenos. Após um ano, a convite de meu pároco, participei de um
retiro orientado pelo padre Tiago Alberione. Entusiasmei-me com a
espiritualidade e missão da Família Paulina, conversei com padre Alberione, que
me aconselhou a entrar na Congregação, ainda não aprovada, mas já em plena
atividade. Ingressei, sempre, porém, com o desejo de ir às missões. Esperançosa
de um dia ser missionária, como me prometiam, comecei o noviciado. E antes
mesmo de professar os votos religiosos a superiora me chamou e disse que o
fundador havia me destinado para a missão no Brasil. Apesar de algumas
preocupações, vibrei de alegria. Tinha, então, vinte e um anos. Comigo iriam
uma irmã das Discípulas do Divino Mestre e um seminarista dos Paulinos. No dia
6 de outubro de 1931, diante dos fundadores e de minha formadora, pronunciei a fórmula
da profissão religiosa prometendo, com a ajuda divina, entregar-me a Deus e à
missão conforme o carisma paulino. Foi então que recebi o nome de Dolores, pois
o meu nome de batismo era Tersila. Entregando-me o livro do Evangelho, um
crucifixo e um terço, o fundador deu-me as últimas recomendações: "Nossa
Senhora das Dores, ao pé da cruz, colaborou para a salvação de todas as
pessoas. Santifica-te e os brasileiros se santificarão. O arcebispo de São
Paulo não quer as Paulinas. Vocês fiquem escondidas por algum tempo, vistam-se
de branco ou de vermelho - isso não tem importância - e esperem".
Esse foi o
início de uma caminhada de mais de setenta anos no Brasil, vivendo e
partilhando, na Igreja local, uma evangelização inculturada a serviço do
Evangelho e com os meios de comunicação social. Em 1966, quando a Congregação
das Irmãs Paulinas no Brasil já contava com duas centenas de membros, muitas
obras iniciadas, muitas casas construídas, irmã Dolores foi chamada para a
Itália e mais tarde para Portugal, deixando em todos os lugares sua marca de
missionária exemplar.
Em 1976, a pedido das irmãs
brasileiras, ela voltou ao Brasil, dedicando-se, então, não mais à direção da
província, mas às atividades comuns nas comunidades.
Mais tarde,
transferiu-se para a casa das irmãs idosas, dedicando-se a pequenas tarefas. Em
todo lugar e sempre, irmã Dolores foi exemplo de oração, entusiasmo apostólico,
humildade e acolhimento. Sempre atenta, participava e alegrava-se com os
progressos na missão.
A semente foi
lançada no Brasil, brotou e cresceu pela sua força íntima que é Deus.
Após breves
dias hospitalizada, com oitenta e nove anos, no dia 21 de julho de 1999,
transferiu-se para a casa do Pai Celeste a fim de continuar intercedendo por
nós e apostando na eficácia da missão de anunciar o Evangelho com os meios de
comunicação social.
Irmã Dolores
tinha um carisma pessoal, uma personalidade forte e caráter marcante. Seu modo
de ser e de viver traçou o estilo de vida e de missão de muitas pessoas. Abriu
caminhos novos, com fé e coragem, para uma geração que viria mais tarde.
Um dos centros
da missão das irmãs Paulinas traz com muita gratidão o nome "Casa Irmã
Dolores Baldi". Ela está aí, apontando para todos sua norma de vida
missionária: "Confiança absoluta em Deus e ir em frente com coragem".
São comemorados
também, neste dia: São Lourenço de Brindisi, São Praxedes e
São João da Síria.
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