14 DE SETEMBRO
EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
Para seus
oponentes, a crucificação de Cristo tinha como objetivo principal a humilhação
e, conseqüentemente, o esquecimento por parte da população daquele que se dizia
o Messias.
Porém, as
coisas não deram certo para os infiéis, pois a humilhante crucificação foi
vista pelos fiéis como a prova de resignação e humildade do Cristo. O suplício
infame acabou tornando a cruz um dos símbolos máximos da religião cristã. Dessa
forma, seus inimigos viram fortificar-se ainda mais a fé naquele que,
ressuscitado, se tornaria o Rei dos reis.
Por isso, se
comemora e se exalta a santa cruz, como uma das grandes solenidades da Igreja.
Essa festa foi celebrada pela primeira vez no ano 335. Em 615, os exércitos
persas invadiram e saquearam a Palestina, levando com eles vários troféus,
dentre os quais, a parte principal da cruz em que Jesus havia sido
crucificado. Inconformado com o roubo da santa cruz, o imperador de
Constantinopla, Heráclito, combateu os persas vencendo-os e recuperando a
relíquia, que ele mesmo fez questão de reconduzir a Jerusalém, carregando-a nos
ombros. Com esse ato,
Heráclito tornou o dia 14 de setembro de 628 um dia de triunfo e alegria para
os cristãos. Dessa forma a cruz, que a princípio tinha o objetivo de ser um
símbolo de derrota e humilhação, hoje é usada e venerada por todos os que crêem
em Jesus. Nos
momentos alegres e nos tristes, a cruz está e estará sempre presente,
acompanhando por séculos a humanidade.
Santa Cruz: Santa Helena e a Veneração a Santa
Cruz
A veneração a
Santa Cruz remonta ao ano de 292, quando a imperatriz Helena, esposa de
Constâncio Cloro, perseguida pela obsessão de encontrar a Cruz de Cristo, pediu
ao imperador autorização para demolir o templo dedicado a um dos deuses do
império romano, construído no monte Calvário, uma vez que estava convicta de
encontrar a relíquia debaixo do grande templo.
Conseguida a
autorização, mobilizou muitos obreiros, tendo encontrado os escombros do templo
não uma, mas três cruzes, deduzindo que uma deveria corresponder a Cristo e as
outras a cada um dos ladrões, com as quais haviam sido crucificados. Como saber
qual das cruzes seria a de Jesus?
Diz-nos a
lenda que Helena ordenou que trouxessem perante si um defunto, que encontrara
prestes a ser sepultado, sobre o qual foram colocando cada uma das cruzes. Ao
tocar uma delas, o defunto recuperou a vida. A dúvida havia-se dissipado: esta
era a cruz em que morreu o Redentor do mundo.
Por esta razão
a imperatriz Helena foi canonizada, e se venera como Santa Helena da Cruz (ou
Santa Cruz). Com a morte de Constâncio Cloro, foi proclamado imperador seu
filho Constantino, que tomou a Cruz como símbolo protetor, o qual a levaria em
todas as batalhas.
A mesma Cruz
que seria colocada na sua coroa. Já no século VII, no império romano do
oriente, no ano de 611, o rei persa Cosroes II levou a cabo as conquistas das
províncias bizantinas orientais, com um poderoso exército, arrasando a Síria e
Jerusalém, que viria a cair em suas mãos no ano de 614.
A Igreja do
Santo Sepulcro, erigida por Constantino, seria saqueada e incendiada pelos
invasores, levando consigo, entre tantas relíquias, a Santa Cruz. Esta seria
recuperada pelo imperador Heraclio, que pessoalmente a conduziria a Jerusalém,
a 21 de Março de 630, segundo o relato do historiador armênio Sebeos
"História do Império Heráclito".
A sua festa
teria lugar a 3 de Maio, desconhecendo-se, porém, a razão desta data.
A devoção a
Santa Cruz construir-se-ia entre os séculos II e VII, estendendo-se a todo o
mundo cristão. Também aqui chegaria alguns séculos mais tarde, talvez na
centúria de Quatrocentos.
Porque também
aqui se erguia um singelo templo, de invocação a Santa Helena, a mesma que
emprestaria o seu nome à aldeia, num sinal de humildade, testemunhando uma vez
mais, as qualidades demonstradas em vida.
São
comemorados também nesta data: São Materno de Colônia, Santa Rósula e Santa
Noteburga.
Olá,
ResponderExcluirExcelente leitura!
Abraços!