SANTA
MARIA GORETTI - 1890-1902
A menina
Maria, por ser a mais velha, cresceu cuidando dos irmãos pequenos em casa,
enquanto os pais labutavam no campo. Uma de suas irmãs, mais tarde, tornou-se
freira franciscana. As dificuldades financeiras eram tantas que a família
migrou de povoado em povoado até fixar-se num povoado inóspito chamado
Ferrieri. Nessa localidade, a família passou a residir na mesma propriedade de
João Sereneli, ancião de sessenta anos de idade que tinha dois filhos, Gaspar e
Alexandre, este com dezoito anos de idade. Assim, todos trabalhavam na lavoura
enquanto a jovem Maria cuidava da casa e dos irmãos pequenos. Desse modo, Maria
nunca pôde estudar, mas ao lado da família sempre freqüentou a igreja.
Ela só estudou
o catecismo para fazer a primeira comunhão, aos doze anos de idade, um ano após
a morte de seu pai. Quando isto ocorreu, o senhor João, compadecido, manteve
tudo como estava, contando apenas com a viúva para o trabalho na lavoura.
Porém o problema
era seu filho Alexandre, que passara a assediar Maria. Apesar da pouca idade,
ela era bonita e bem desenvolvida, já atraindo os olhares masculinos. Como
recusasse todas as aproximações do rapaz, este se irritou ao extremo. Até que,
no dia 5 de julho de 1902, ele perdeu a razão e a tragédia aconteceu. Naquele
dia, Alexandre trabalhava ao lado de Assunta quando inventou um pretexto,
deixou a lavoura. Foi para o lar dos Goretti portando uma barra de ferro com
ponta afiada, sabia que Maria estaria sozinha e indefesa. Primeiro insinuou,
depois exigiu, por fim ameaçou a jovem de morte se não satisfizesse seus
desejos. Mesmo temendo o pior, Maria resistiu dizendo que aquilo era um pecado
mortal. Alexandre, transtornado por não alcançar seu intento, passou a golpear
violentamente o corpo da menina. Ela ainda foi levada com vida a um hospital,
após ser vitimada com quatorze perfurações.
E teve tempo
de perdoar seu agressor, pedindo a sua mãe e seus irmãos que fizessem o mesmo,
por amor a Jesus. Maria Goretti morreu no dia seguinte ao ataque, no dia 6 de
julho de 1902. Quanto a Alexandre, foi preso, quase linchado e condenado a
trabalhos forçados. Porém, depois de vinte e sete anos de prisão, foi solto por
bom comportamento. Depois de ir a Corinaldo pedir perdão à mãe de Maria
Goretti, ingressou num convento capuchinho, onde viveu sua sincera conversão
até morrer.
Muitos
milagres passaram a acontecer por intercessão da pequena menina virgem. A fé na
sua santidade cresceu e espalhou-se de tal forma no mundo cristão que, em 1950,
ela foi canonizada. Na solenidade, estava presente a sua mãe Assunta, então com
oitenta e quatro anos, ao lado de quatro de seus filhos e Alexandre Sereneli, o
agressor sinceramente convertido.
O papa Pio XII
declarou santa Maria Goretti padroeira das virgens cristãs.
Até hoje
continuam as romarias ao Santuário de Nossa Senhora das Graças, em Nettuno,
onde se encontra a sepultura da santa, há dez quilômetros do povoado onde tudo
aconteceu.
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