quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A ORIGEM DO ROSÁRIO

A ORIGEM DO ROSÁRIO


          Uma das mais belas orações que podemos fazer para Maria, a Mãe de Deus e nossa Mãe, é a rezado terço, a reza do rosário. A reza do terço é uma prática recomendada pessoalmente pela própria Virgem Maria em muitas de suas manifestações a vários de seus fieis, de modo especial em Fátima, quando ela se revelou a três pastorzinhos e, naquela oportunidade, Maria recomenda às três crianças a reza constante do terço, a reza do terço todos os dias, e não somente isso: Maria  reza o terço com as três crianças, e pede que o mundo inteiro reze o terço para se ver livre de guerras, de calamidades públicas, das doenças e de tudo mais que possa trazer mal e infelicidade aos homens.
A oração do terço deveria acontecer todos os dias em todas as casas dos que se dizem devotos e filhos de Maria. Quando gostamos de alguém procuramos fazer as coisas que esse alguém gosta; se gostamos de Maria como dizemos que a amamos, deveríamos fazer a coisa que mais lhe agrada, que ela mais gosta que é a oração do terço.
Em várias manifestações de Maria ela trazia em suas mãos um terço ou rosário e em muitas delas Maria rezou o terço com os videntes e incentivou muito a reza do terço todos os dias.
           Como a nossa curiosidade é muito grande, (e é bom sermos curiosos, porque assim procuramos pesquisar os acontecimentos e, dessa forma aumentar o nosso conhecimento), pois é, como eu ia dizendo, como a nossa curiosidade é muito grande, logo vem na nossa cabeça a pergunta: como começou a ser propagada a devoção do Santo Rosário, do Santo Terço?
Pois bem, vamos aos acontecimentos: no início do Século XIII surgiu na França uma heresia dirigida por dois senhores da região de Albi, que desejavam impor as suas idéias erradas de religião, como acontece ainda em nossos dias.
Os seus seguidores passaram a se chamar albigenses, e eles queimavam as igrejas, profanavam as imagens dos Santos e perseguiam os católicos, espalhando o terror no sul da França.
Auxiliado por alguns sacerdotes, o frei Domingos de Gusmão foi encarregado pelo Papa Inocêncio III de combater a terrível heresia  e reconquistar as almas para a Igreja de Jesus Cristo. Apesar de seus grandes esforços, a má vontade dos homens era grande e frei Domingos passava as noites acordado ao pé do altar, implorando o auxílio de Deus.
Certo dia, enquanto rezava em sua cela, apareceu ao frei Domingos a Virgem Maria sobre uma nuvem luminosa e ensinou-lhe um método de oração garantindo-lhe que daria resultados maravilhosos.
Assim surgiu a devoção  do Rosário ou Terço, composto sob a orientação da Rainha dos Céus e que, em pouco tempo, trouxe de volta, ao seio da Igreja, inúmeros pecadores.
Em uma de suas aparições a São Domingos de Gusmão, Maria Santíssima disse-lhe que “os que rezarem o meu rosário  acharão durante a vida e na morte, conforto e luz.”
No dia 11 de fevereiro de 1.858, Maria, depois com o título de Nossa Senhora de Lourdes, se manifestou a uma jovem da França, mais precisamente da região da aldeia conhecida como Lourdes, e o nome dessa jovem era Bernadete Soubirous, que fora catar lenha nas margens do rio Gave.
Maria, nessa ocasião, se apresentou como uma Senhora de grande beleza, circundada por deslumbrante resplendor. Essa Senhora estava de pé, trajando um vestido  e um véu branco como a neve. Tinha na cintura uma faixa azul, os pés estavam ornados de rosas, e essa Senhora segurava nas mãos um rosário, cujas contas ia passando entre os dedos, como se estivesse rezando, em silêncio. Bernadete, ao ver tão maravilhosa aparição, extasiada, caiu de joelhos, tirou o terço do bolso, e começou a rezá-lo, acompanhando os lábios daquela Senhora.
Quando acabou a última Ave Maria do terço, aquela bela Senhora desapareceu.
Esta primeira aparição foi seguida por mais dezessete aparições e, em todas elas, Bernadete rezou o terço com Maria, a Senhora de Lourdes.
No dia da festa da Anunciação, Bernadete pediu àquela Senhora que tivesse a bondade de dizer quem ela era, qual seria o seu nome. A Virgem, então, unindo as mãos como que em oração, olhando para o céu, disse: “EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO.”
Quando Maria se manifestou em Fátima, ela trazia na mão direita um rosário, e assim nos disse Lúcia, uma das três crianças videntes de Fátima, a mais velha delas, quando descreveu assim sobre a Senhora que lhe se manifestou sobre a azinheira, na cova da Iria: “Era uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente. A sua face era indiscritivelmente bela, não era nem triste e nem alegre, mas séria, com ar de suave censura. As mãos juntas, como a rezar, apoiadas no peito e voltadas para cima. Da mão direita pendia um rosário...”
Em todas as manifestações que Maria realizou em Fátima aos três pastorzinhos ela recomendou a reza do terço, senão vejamos: -
Na primeira aparição, no dia 13 de maio de 1.917, Maria disse aos pastorzinhos: “Rezem o terço todos os dias  para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra.”                     
Na segunda aparição, no dia 13 de junho de 1.917, Maria lhes diz:  “Quero que vocês venham aqui no dia 13 do mês que vem, que rezem o terço todos os dias...”
Na terceira aparição, no dia 13 de julho de 1.917, Maria diz aos pastorzinhos:  “Quero que vocês venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela poderá lhes valer.”
E, nesta mesma aparição, Maria recomenda aos pastorzinhos, dizendo:  “Quando vocês rezarem o terço, digam, depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu, principalmente aquelas que mais precisarem.” Então nós vemos ai que essa jaculatória, que normalmente repetimos no final de cada mistério do terço, foi ensinada pela própria Virgem Maria, investida de Nossa Senhora de Fátima que ensinou aos pastorzinhos e, consequentemente, a todos nós, que a repetimos até o dia de hoje e continuaremos a repetir sempre.
Na quarta aparição, no dia 15 de agosto de 1.917, Maria diz aos pastorzinhos:  “Quero que vocês continuem a ir  à Cova da Iria no dia 13 e que continuem a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos acreditem.”
Na quinta aparição, 13 de setembro de 1.917, Maria diz aos pastorzinhos: “Continuem a rezar o terço para alcançarem o fim da guerra...”        
Na sexta e última aparição, no dia 13 de outubro de 1.917, Maria disse aos pastorzinhos: “Quero dizer a vocês que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.”, para, logo em seguida, dizer, tomando um aspecto muito triste: “Não ofendam mais a Deus, Nosso Senhor, que já está muito ofendido.”
Em muitas outras manifestações de Maria em que ela aparece vestida de modos diferentes, ela incentiva a oração do Santo Rosário, do terço, e esta é a oração do povo pobre, simples e humilde, assim como eram pobre, simples e humilde Maria e Jesus de Nazaré.
O terço é a oração e a devoção de todos os filhos de Maria, todos os que amam verdadeiramente Maria jamais poderão deixar de rezar o terço.
Não podemos entender uma pessoa que se diz cristã, que diz que ama Maria e que não faça o que Maria mais gosta e mais pede, que é a reza do terço.
O terço na nossa vida e para a nossa alma deve ser tão necessário como o alimento é necessário para o nosso corpo, para a nossa saúde, assim como o ar é necessário para a nossa sobrevivência.
São Bernardo dizia que “Jamais se ouviu dizer que alguém tivesse recorrido à proteção da Santíssima Virgem Maria com confiança e perseverança e tivesse sido por ela desamparado”, e a melhor maneira de demonstrarmos a nossa confiança a Maria é através da reza do terço.
Numa carta escrita pela irmã Lúcia, uma das videntes de Fátima, assim ela se expressa:
“A oração do rosário ou do terço é, depois da Sagrada Liturgia Eucarística, a que mais nos une a Deus pela riqueza das orações que compõe, todas elas vindas do céu, ditadas pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo. ...a oração do terço é, depois da Sagrada Liturgia Eucarística, a que mais nos traz ao espírito os mistérios da Fé, da Esperança e da Caridade.     É o pão espiritual das almas; quem não reza, definha e morre. É na oração que nos encontramos com Deus, e é nesse encontro que Ele nos comunica a Fé, a Esperança e a Caridade, virtudes essas sem as quais não nos salvaremos. O terço é a oração do pobre e do rico, dos sábios e dos ignorantes; tirar das almas essa devoção é tirar-lhes o pão espiritual de cada dia. A oração do terço é que sustenta a pequenina chama da fé que ainda de todo não se apagou em muitas consciências. Mesmo para aquelas almas que rezam sem meditar, o simples ato de tomar o terço para rezar é já um lembrar-se de Deus, do sobrenatural. A simples recordação dos mistérios de cada dezena é mais um raio de luz a sustentar nas almas a mecha que ainda fumega.”
(bibliografia: 112 Invocações da Virgem Maria no Brasil, de Nilza Botelho Megale - As Aparições e a Mensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irmã Lúcia, de Antônio Augusto Borelli Machado - Mensageiro do Sagrado Coração).

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