A ORIGEM DO
ROSÁRIO
Uma das mais belas orações que podemos
fazer para Maria, a Mãe de Deus e nossa Mãe, é a rezado terço, a reza do
rosário. A reza do terço é uma prática recomendada pessoalmente pela própria
Virgem Maria em muitas de suas manifestações a vários de seus fieis, de modo
especial em Fátima, quando ela se revelou a três pastorzinhos e, naquela
oportunidade, Maria recomenda às três crianças a reza constante do terço, a
reza do terço todos os dias, e não somente isso: Maria reza o terço com as três crianças, e pede que
o mundo inteiro reze o terço para se ver livre de guerras, de calamidades
públicas, das doenças e de tudo mais que possa trazer mal e infelicidade aos
homens.
A oração do
terço deveria acontecer todos os dias em todas as casas dos que se dizem
devotos e filhos de Maria. Quando gostamos de alguém procuramos fazer as coisas
que esse alguém gosta; se gostamos de Maria como dizemos que a amamos,
deveríamos fazer a coisa que mais lhe agrada, que ela mais gosta que é a oração
do terço.
Em várias
manifestações de Maria ela trazia em suas mãos um terço ou rosário e em muitas
delas Maria rezou o terço com os videntes e incentivou muito a reza do terço
todos os dias.
Como a nossa curiosidade é muito grande, (e é bom sermos
curiosos, porque assim procuramos pesquisar os acontecimentos e, dessa forma
aumentar o nosso conhecimento), pois é, como eu ia dizendo, como a nossa
curiosidade é muito grande, logo vem na nossa cabeça a pergunta: como começou a
ser propagada a devoção do Santo Rosário, do Santo Terço?
Pois bem,
vamos aos acontecimentos: no início do Século XIII surgiu na França uma heresia
dirigida por dois senhores da região de Albi, que desejavam impor as suas
idéias erradas de religião, como acontece ainda em nossos dias.
Os seus
seguidores passaram a se chamar albigenses, e eles queimavam as igrejas,
profanavam as imagens dos Santos e perseguiam os católicos, espalhando o terror
no sul da França.
Auxiliado por
alguns sacerdotes, o frei Domingos de Gusmão foi encarregado pelo Papa
Inocêncio III de combater a terrível heresia
e reconquistar as almas para a Igreja de Jesus Cristo. Apesar de seus
grandes esforços, a má vontade dos homens era grande e frei Domingos passava as
noites acordado ao pé do altar, implorando o auxílio de Deus.
Certo dia,
enquanto rezava em sua cela, apareceu ao frei Domingos a Virgem Maria sobre uma
nuvem luminosa e ensinou-lhe um método de oração garantindo-lhe que daria
resultados maravilhosos.
Assim surgiu a
devoção do Rosário ou Terço, composto
sob a orientação da Rainha dos Céus e que, em pouco tempo, trouxe de volta, ao
seio da Igreja, inúmeros pecadores.
Em uma de suas
aparições a São Domingos de Gusmão, Maria Santíssima disse-lhe que “os que rezarem o meu rosário acharão durante a vida e na morte, conforto e
luz.”
No dia 11 de
fevereiro de 1.858, Maria, depois com o título de Nossa Senhora de Lourdes, se
manifestou a uma jovem da França, mais precisamente da região da aldeia
conhecida como Lourdes, e o nome dessa jovem era Bernadete Soubirous, que fora
catar lenha nas margens do rio Gave.
Maria, nessa
ocasião, se apresentou como uma Senhora de grande beleza, circundada por deslumbrante
resplendor. Essa Senhora estava de pé, trajando um vestido e um véu branco como a neve. Tinha na cintura
uma faixa azul, os pés estavam ornados de rosas, e essa Senhora segurava nas
mãos um rosário, cujas contas ia passando entre os dedos, como se estivesse
rezando, em silêncio. Bernadete, ao ver tão maravilhosa aparição, extasiada,
caiu de joelhos, tirou o terço do bolso, e começou a rezá-lo, acompanhando os
lábios daquela Senhora.
Quando acabou
a última Ave Maria do terço, aquela bela Senhora desapareceu.
Esta primeira
aparição foi seguida por mais dezessete aparições e, em todas elas, Bernadete rezou
o terço com Maria, a Senhora de Lourdes.
No dia da
festa da Anunciação, Bernadete pediu àquela Senhora que tivesse a bondade de
dizer quem ela era, qual seria o seu nome. A Virgem, então, unindo as mãos como
que em oração, olhando para o céu, disse: “EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO.”
Quando Maria
se manifestou em Fátima, ela trazia na mão direita um rosário, e assim nos
disse Lúcia, uma das três crianças videntes de Fátima, a mais velha delas,
quando descreveu assim sobre a Senhora que lhe se manifestou sobre a azinheira,
na cova da Iria: “Era uma Senhora vestida
toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa
que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol
mais ardente. A sua face era indiscritivelmente bela, não era nem triste e nem
alegre, mas séria, com ar de suave censura. As mãos juntas, como a rezar,
apoiadas no peito e voltadas para cima. Da mão direita pendia um rosário...”
Em todas as
manifestações que Maria realizou em Fátima aos três pastorzinhos ela recomendou
a reza do terço, senão vejamos: -
Na primeira
aparição, no dia 13 de maio de 1.917, Maria disse aos pastorzinhos: “Rezem o terço todos os dias para alcançar a paz para o mundo e o fim da
guerra.”
Na segunda
aparição, no dia 13 de junho de 1.917, Maria lhes diz: “Quero que vocês venham aqui no
dia 13 do mês que vem, que rezem o terço todos os dias...”
Na terceira
aparição, no dia 13 de julho de 1.917, Maria diz aos pastorzinhos: “Quero que vocês venham aqui no dia 13 do mês
que vem, que continuem a rezar o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora
do Rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela poderá
lhes valer.”
E, nesta mesma
aparição, Maria recomenda aos pastorzinhos, dizendo: “Quando vocês rezarem o terço,
digam, depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do
inferno, levai as almas todas para o céu, principalmente aquelas que mais
precisarem.” Então nós vemos ai que essa jaculatória, que normalmente
repetimos no final de cada mistério do terço, foi ensinada pela própria Virgem
Maria, investida de Nossa Senhora de Fátima que ensinou aos pastorzinhos e,
consequentemente, a todos nós, que a repetimos até o dia de hoje e
continuaremos a repetir sempre.
Na quarta
aparição, no dia 15 de agosto de 1.917, Maria diz aos pastorzinhos: “Quero que vocês continuem a ir à Cova da Iria no dia 13 e que continuem a
rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos
acreditem.”
Na quinta
aparição, 13 de setembro de 1.917, Maria diz aos pastorzinhos: “Continuem a rezar o terço para alcançarem o
fim da guerra...”
Na sexta e
última aparição, no dia 13 de outubro de 1.917, Maria disse aos pastorzinhos: “Quero dizer a vocês que façam aqui uma
capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a
rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em
breve para suas casas.”, para, logo em seguida, dizer, tomando um aspecto
muito triste: “Não ofendam mais a Deus,
Nosso Senhor, que já está muito ofendido.”
Em muitas
outras manifestações de Maria em que ela aparece vestida de modos diferentes,
ela incentiva a oração do Santo Rosário, do terço, e esta é a oração do povo
pobre, simples e humilde, assim como eram pobre, simples e humilde Maria e
Jesus de Nazaré.
O terço é a
oração e a devoção de todos os filhos de Maria, todos os que amam verdadeiramente
Maria jamais poderão deixar de rezar o terço.
Não podemos
entender uma pessoa que se diz cristã, que diz que ama Maria e que não faça o
que Maria mais gosta e mais pede, que é a reza do terço.
O terço na
nossa vida e para a nossa alma deve ser tão necessário como o alimento é
necessário para o nosso corpo, para a nossa saúde, assim como o ar é necessário
para a nossa sobrevivência.
São Bernardo
dizia que “Jamais se ouviu dizer que
alguém tivesse recorrido à proteção da Santíssima Virgem Maria com confiança e
perseverança e tivesse sido por ela desamparado”, e a melhor maneira de
demonstrarmos a nossa confiança a Maria é através da reza do terço.
Numa carta
escrita pela irmã Lúcia, uma das videntes de Fátima, assim ela se expressa:
“A oração do rosário ou do terço é, depois
da Sagrada Liturgia Eucarística, a que mais nos une a Deus pela riqueza das
orações que compõe, todas elas vindas do céu, ditadas pelo Pai, pelo Filho e
pelo Espírito Santo. ...a oração do terço é, depois da Sagrada Liturgia
Eucarística, a que mais nos traz ao espírito os mistérios da Fé, da Esperança e
da Caridade. É o pão espiritual das
almas; quem não reza, definha e morre. É na oração que nos encontramos com
Deus, e é nesse encontro que Ele nos comunica a Fé, a Esperança e a Caridade,
virtudes essas sem as quais não nos salvaremos. O terço é a oração do pobre e
do rico, dos sábios e dos ignorantes; tirar das almas essa devoção é tirar-lhes
o pão espiritual de cada dia. A oração do terço é que sustenta a pequenina
chama da fé que ainda de todo não se apagou em muitas consciências. Mesmo para
aquelas almas que rezam sem meditar, o simples ato de tomar o terço para rezar
é já um lembrar-se de Deus, do sobrenatural. A simples recordação dos mistérios
de cada dezena é mais um raio de luz a sustentar nas almas a mecha que ainda
fumega.”
(bibliografia:
112 Invocações da Virgem Maria no Brasil, de Nilza Botelho Megale - As
Aparições e a Mensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irmã Lúcia, de
Antônio Augusto Borelli Machado - Mensageiro do Sagrado Coração).
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